8 de abril de 2014

Desmazelos e irresponsabilidades

 

Na edição do jornal semanário "Terras da Feira", edição de segunda-feira, 17 de Março de 2014, na rubrica "Olho Vivo" é mostrada uma situação decorrente das consequências das obras de construção da auto-estrada A32, no lugar do Outeiro, freguesia de Guisande. No caso, tubagens de água que foram levantadas e muitos meses depois da obra dada como concluída estão a céu aberto, sem qualquer protecção, com todos os inconvenientes de desgaste e sujeitas a vandalismo.

Todavia, sendo que não é esse o objectivo da rubrica, o de aprofundar o assunto, a verdade é que o caso é bem mais grave e só revela a ligeireza e irresponsabilidade das entidades que tomaram parte no processo, tanto de quem adjudicou, como de quem executou e fiscalizou a obra. Naturalmente não estão isentas de responsabilidades as entidades como a Junta de Freguesia de Guisande e Câmara Municipal de Santa Maria da Feira a quem de algum modo de forma mais directa competia zelar pelos interesses das populações afectadas. Terá sido feito um levantamento exaustivo das situações afectadas? Terá sido feita a verificação da situação final? Pelos resultados é de supor que não.

Recorde-se que este caso concreto da tubagem, trata-se de um ramal de abastecimento proveniente de uma mina na encosta do Monte da Mó e que vai até ao lugar do Viso. É um ramal de água privado que serve vários consortes e que por acaso até engloba a Escola Primária do Viso, propriedade da Câmara Municipal, o que mais se estranha pela sua inacção.

Com as obras da auto-estrada, compreensivelmente foi necessário reconduzir o ramal só que o trabalho foi realizado de forma ligeira e por isso uma parte substancial da tubagem está conduzida a céu aberto e ainda por cima com o tubo sem qualquer manga protectora notando-se já alguns desgaste e cortes.

As fotografias que abaixo se anexam são elucidativas.

Infelizmente, com as ditas obras de construção da A32, este não é um caso único de infra-estruturas que foram danificadas e mal resolvidas ou mesmo suprimidas, como aconteceu com o abastecimento de água que servia o fontenário de Cimo de Vila (até ao momento desconhece-se se houve qualquer comprensação ou indemnização). A destruição e ensoreamento de algumas represas de água são outras das situações verificadas e que não foram reparadas até porque o problema se repete sempre que chove. A drenagem de águas ficou muito mal resolvida e sempre que chove com alguma intensidade ocorrem problemas de entupimentos e inundações como acontece no lugar da Igreja e na Rua do Outeiro com esta sempre repleta de lamas e águas.

Paralelamente à realização das obras foi um fartote de ilegalidades com aterros realizados um pouco por todo o lado na freguesia, à margem da lei, sem prévios ou posteriores licenciamentos e sem qualquer acção de fiscalização por parte da Câmara, que devia actuar como o faz em relação aos munícipes.

Uma vez concluídas as obras, agora qualquer queixa que se faça a uma das entidades envolvidas, seja à Brisa, seja aos empreiteiros, a coisa esbarra no “jogo do empurra” e cada uma por si tira a água do capote e sacode as responsabilidades para as demais. A culpa morre mesmo solteira e qualquer acção criminal terá que partir dos populares, mas como bem conhecemos a forma como a justiça (não) funciona, poucos ou ninguém se mete em tal aventura apesar da razão e dos prejuízos.

Infelizmente quem tinha capacidades para agir no terreno, nomeadamente a Câmara e a Junta, não agiram ou se sim foi com ligeireza e muita irresponsabilidade, sobretudo por omissão. Por isso as situações estão para durar sem que alguém seja responsabilizado e obrigado a corrigir e a reparar. Atente-se no corte que foi realizado transversalmente no pavimento da Rua do Outeiro e que ainda ali continua por remendar apesar de já ter passado quase dois anos.

Esta é a triste realidade, mas para além do expressar das queixas a verdade é que pouco mais se pode esperar porque o poder local não tem hábitos de se preocupar com minudências de particulares, principalmente quando está em causa provas da sua incompetência ou desleixo que seja.

 

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- O tubo em questão é o desprotegido

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- Sinais de desgaste no tubo

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- Veja-se o modo ligeito como o tubo está tratado

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