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4 de fevereiro de 2024

S. Brás e Senhora das Candeias - Vale

Festa a S. Brás e Senhora das Candeias.

Na bairrista freguesia de Santa Maria do Vale, numa tarde muito amena, uma festividade simples mas repleta de tradição. Programa de animação com dois bons ranchos folclóricos (de Ponte de Lima e Penafiel) e muita assistência. 


25 de dezembro de 2023

Feliz Natal de todos os tempos

Manda a boa e genuína tradição na nossa freguesia de Guisande que a consoada de Natal seja no próprio dia. Assim, com Jesus já (re)nascido, é hoje o dia grande e mais logo ao início da noite muitas famílias voltam a reunir-se à volta de mesas fartas e generosas com coisas boas. 

Com os novos tempos em que a fartura e diversidade trouxeram outras formas de viver o Natal e do convívio à mesa, certo é que ainda há coisas e pormenores que guardam a genuinidade e simplicidade de outros tempos em que certamente havia menos abundância mas mais essência no modo como eram preparadas bem como na sua vivência.

Não importa fazer comparações e esgrimir contrapontos porque os tempos são mesmo assim, de mudança, de evolução, independentemente do sentido que tomam. Interessá, sim, não perder de todo o espírito que herdamos dos tempos de nossos pais e avós e  geração após geração vamos transmitindo como nossos. A família sempre, e como pedra angular a matriz religiosa e seu significado do renascimento de Jesus Menino que nasce puro e humilde numa humanidade que se quer igual e fraterna. Todo o resto é acessório e ignição para o mercantilismo, que também é importante mas se colocado no devido lugar. Interessará sempre fazer essa destrinça porque se não, então o Natal não será mais que um mero evento carnavalesco.

Feliz Natal a todos os leitores e visitantes, regulares ou ocasionais deste espaço em que procuro que, para além da matriz pessoal, reflicta muito das coisas nossas, da nossa terra, sua gente, raízes e tradições.

17 de setembro de 2023

Festa ao Senhor do Bonfim














Quando há brio e dedicação as coisas acontecem.  Poderá o tempo não ajudar ao brilhantismo, mas o empenho e a dedicação esses resistem ao vento e à chuva. Parabéns a quem se tem dedicado e, pelo que vi, foram muitos, sobretudo do lugar do Reguengo!

Já agora, olhando para a muita gente que estava dentro do Centro Cívico nesta tarde e foi assim durante o almoço, é, de algum modo, a resposta cabal a alguns críticos ou cépticos desse equipamento, já que um Centro Cívico é isso mesmo, aberto à comunidade, a todos, novos e menos novos, a sócios com cotas pagas ou não sócios. 

É um equipamento aberto e disponível para os nossos momentos de partilha comunitária. Tem obviamente outros objectivos que, infelizmente por opções políticas de quem nos governa, não estão ainda concretizados, mas este e outros casos de utilização demonstram que mesmo assim é uma notória mais valia para a freguesia e comunidade. Não perceber nem acarinhar isto é pensar pequenino.

26 de janeiro de 2020

Ao toque de clarim, é festa em Louredo





Na simplicidade, até porque o mês é avesso a festas, S. Vicente Mártir, que não o Ferreira, tem a sua festividade a 22 de Janeiro. Em Louredo, quando não ao Domingo, no Domingo seguinte, como hoje.

13 de dezembro de 2019

Festa de Santa Luzia





A 13 de Dezembro celebra-se e venera-se a Santa Luzia. Em várias localidades, pois claro, como em Framil - Canedo, mas na nossa região a que porventura tem mais fama e concorrência de devotos e forasteiros é a que se realiza na freguesia do Couto de Cucujães, concelho de Oliveira de Azeméis. Também conjuntamente com Santa Eufêmia, em Paraíso - Castelo de Paiva.

A construção da primitiva capela de Santa Luzia remonta, provavelmente, a uma época próxima ao século XII, tenso sido reconstruída em 1921. Esta capela, imponente e de dimensões generosas e maior que muitas igrejas, é a mais abastada da freguesia de Cucujães e nela se realizam missas dominicais.

A festa realiza-se no próprio dia 13, chova ou faça sol e a ela ocorrem muitos forasteiros e devotos desta padroeira da cura e alívio dos problemas de visão e que morreu mártir em defesa da sua virgindade.

Para além da missa solene, muito participada, ocorre uma magestosa procissão, habitualmente acompanhada pela Banda Filarmónica Cucujanense.

Uma das típicas atracções desta festa é a tradicional bebida "jeropiga". Claro está, há lugar para barracas de comes-e-bebes e de venda de tudo um pouco como é normal em qualquer festa, desde charcutaria regional, legumes, frutas, cestaria, etc..

Nas festas em honra de Santa Luzia um grande número de peregrinos e forasteiros desloca-se a Cucujães ao lugar e capela com o mesmo nome. Padroeira daqueles que têm problemas de visão, esta festa inicia-se com a procissão onde a Banda Filarmónica Cucujanense marca presença.

A propósito, recordo com saudade o avô de minha esposa que enquanto vivo marcava devota e regularmente presença nesta tradicional festa da nossa região.

18 de agosto de 2019

Isaac, o patriarca das farturas







A Festa em Honra de Nossa Senhora da Piedade em Canedo, é seguramente uma das maiores festas de arraial do concelho de Santa Maria da Feira, mesmo até entre os concelhos vizinhos.

Tradição e devoção à parte, porque todas as terras têm as suas e o seus valores não se medem pelo aparato profano  ou mesmo pelo número de andores e de cavalos na procissão, mas sem dúvida que é uma das grandes romarias da região, com povo em quantidade, velhos e novos, barulho, diversão, barracas de tudo e mais alguma coisa, barracas de churros e farturas com fartura, onde o Isaac é patriarca, rei e senhor, e mesmo um programa musical extravagante e diversificado, desde as tradicionais bandas de música até aos habituais artistas pimba.

Mas para além de tudo, esta festa por vezes tem algumas singularidades que aparentemente escapam a algum sentido de bom senso. Por exemplo, remeter as bandas de música para palcos secundários, com carroceis e pistas de choque a marcar o ritmo, instalados em zona de sol e deixar vago o palco principal e com espaço envolvente com sombrinha fresca, não lembra ao diabo. Mas há quem ache que sim, e que o palco principal deve ficar livre para o pessoal da luz e som preparar a festa da noite. 

Claro que as bandas de música  não estão em condições de reclamar e o público já está habituado a estas singularidades. Como diz a cantiga, "quem gostar come, quem não gostar põe na beirinha do prato".

Já agora, duas excelentes bandas musicais, a do Vale e  a de Tarouquela. Bons executantes e peças musicais de qualidade sinfónica. Mereciam outros palcos, sem ruídos próprios de uma romaria, mas infelizmente a realidade não se compadece com preciosismos ou requisitos técnicos.

30 de junho de 2019

Festa do Viso 2019 - Apresentação do programa


Decorre hoje, Domingo, 30 de Junho, no Monte do Viso, o convívio de apresentação do programa da Festa em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António 2019 (2 a 5 de Agosto), promovido pela Comissão de Festas. Acompanhamento musical e porco-no-espeto fazem parte da ementa.

Quanto ao programa, a habitual componente religiosa com Missa Solene no Domingo de manhã (10:30 horas) e Procissão Solene à tarde (18:30 horas). Ainda, na Segunda-Feira, missa na capela com intenções por festeiros e benfeitores já falecidos.

Musicalmente, na Sexta-Feira há fados, no Sábado actuam a artista Beatriz e a Banda Lusa. No Domingo, de manhã e à tarde, a Banda de Música de S. Tiago de Lobão, à noite folclore, com exibição dos ranchos de S. Tiago de Lobão, S. Pedro de Canedo e S. Lourenço de Alvelos - Barcelos. Na Segunda-Feira animarão a noite o Duo Paivadouro e Cláudia Martins com os Minhotos Marotos, que pela segunda vez actuam na nossa festa, 

18 de abril de 2019

Feliz Páscoa 2019


O Centro Social S. Mamede de Guisande, por este meio, deseja a todos os seus associados e comunidade em geral, incluindo os nossos emigrantes, votos de uma Feliz e Santa Páscoa!

2 de julho de 2018

Festa em honra de Nª Sª da Boa Fortuna e Santo António - Programa de 2018

Dias 3,4,5 e 6 de Agosto de 2018

Programa:

Sexta-Feira, 3 de Agosto
22:00 Horas
- Cantadores ao desafio com Augusto Caseiro (de Caldas de S. Jorge) e António Cante (de Avanca)

Sábado, 4 de Agosto
21:30 Horas
- Baile com Nelson Marto
22:30 Horas
Espectáculo musical com Xico à Portuguesa (do Got Talent)
23:30 horas
- Espectáculo musical com a actuação do cantor Clemente

Domingo, 5 de Agosto
8:30 horas
- Entrada da Banda Musical de S. Tiago de Lobão. Para além da actuação no palco, até ao pôr-do-sol, participação musical na missa e na procissão solenes.
10:30 Horas
Missa Solene em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António
17:00 Horas
- Reza do terço
18:00 Horas
- Majestosa Procissão Solene
21:45 Horas
- Noite de folclore com o Rancho Etnográfico "Os Pinhoeiros" de Lobão e
Grupo Folclórico de S. Tiago de Azagães - Carregosa - Oliveira de Azeméis

Segunda-Feira, 6 de Agosto
10:30 Horas
Missa na capela em memória e por intenções de festeiros já falecidos
21:30 Horas
- Espectáculo musical a cargo do grupo Novasom
23:30 Horas
- Fogo de artifício
23:50 Horas
- Espectáculo musical com David Antunes & The Midnight Band com participação especial de Simone de Oliveira
01:00 Horas
- Encerramento

1 de junho de 2018

Guisande - Comunhão Solene - 2018



31 de Maio de 2018 - Dia de Corpo de Deus - Celebração da Comunhão Solene em Guisande.

Esta celebração religiosa e a festa a ela associada, continuam a marcar o calendário da nossa comunidade de S. Mamede de Guisande, mas obviamente sem o impacto e envolvência de outros tempos. Desde logo pelo número de crianças participantes, apenas seis, um enorme contraste quando comparado com o dia da minha Comunhão Solene, em 1973, por isso há 45 anos, em que entre rapazes e raparigas éramos mais ou menos sessenta almas em festa. É certo que por esses tempos esta celebração ocorria apenas de dois em dois anos, mas mesmo assim corresponderiam, em média, trinta crianças por ano. Uma enorme diferença, de facto, o que diz muito da tendência da nossa actual sociedade no que quanto à natalidade e suas causas diz respeito. Estas, as causas, porém, são contas de outro rosário e que para aqui não são chamadas. Apenas a constatação do enorme contraste entre ambas as realidades registadas em menos de meio século.

Para além da Missa Solene, da parte da manhã, a festividade contou com a reza do Terço ao final da tarde, seguindo-se a tradicional procissão solene que marchou até à capela do Viso, regressando à igreja matriz para o encerramento das cerimónias. A procissão foi acompanhada pela Banda Musical de S. Tiago de Lobão.

5 de fevereiro de 2018

S. Brás e Nossa Senhora das Candeias

Decorreu ontem, 4 de Fevereiro, na igreja matriz da freguesia do Vale, a tradicional festividade em honra de S. Brás e Nossa Senhora das Candeias. 
Quase sempre modesta no arraial, até porque em pleno inverno, não raras vezes sob frio e chuva, é, todavia, uma festa de tradição e que chama devotos de todas as freguesias das redondezas. Como muitas outras, no que à tradição e devoção diz respeito, já teve melhores dias, mas mesmo assim continua a ser uma referência nas festividades religiosas no nordeste do concelho de Vila da Feira.

S. Brás (em Latim S. Blasius, em Catalão S. Blai, em Francês S. Blaise, em Espanhol S. Blas), a quem os devotos recorrem para males de garganta, foi um médico e bispo nascido na cidade de Sebaste, ou Sebastia (na actualidade Sivas), na Turquia, numa região da então província romana da Arménia, e que terá vivido entre os séculos III e IV.

Já depois de ter assumido a profissão de médico, sentiu o chamamento de Deus a uma consagração cristã, pelo que terá deixado a sua vida citadina e a sua própria terra indo para os montes, optando por uma modesta vida solitária de oração e de penitência.

A sua fama de santo começou a espalhar-se na comunidade de Sebaste e, quando morreu o bispo daquela cidade, todos o aclamaram como novo pastor. São Brás só aceitou a nova responsabilidade pela forte insistência dos membros da comunidade, porque desejava muito mais a vida retirada de oração e contemplação. Mesmo como bispo continuava a viver numa caverna no monte Argeu, no meio de animais ferozes, com quem convivia, vindo somente à cidade apenas quando as obrigações de pastor o exigiam.

Na altura da perseguição aos cristãos ordenada pelo então Imperador Licinius Lacinianus (308-324), São Brás, conhecido pela sua extrema bondade, santidade e milagres, é preso pelo anticristão Agrícola, que governava a Capadócia e a Arménia, e obrigado a adorar os deuses pagãos. Negou-se São Brás, dizendo: “não quero ser amigo dos vossos deuses, porque não quero arder eternamente com os demónios”. Foi açoitado, posto no ecúleo (cavalete de tortura), submetido aos «garfos» com puas de ferro e lançado a um lago de água gelada, sendo, por fim, degolado. Decorria o ano de 316.

Os seus restos mortais foram recolhidos e sepultados pelos cristãos desse tempo numa humilde igreja na sua cidade,  mas mais tarde trasladadas as suas relíquias para a actual basílica localizada num monte com o seu nome.

O facto, verdadeiro ou lendário de que terá salvo uma criança que agonizava com uma espinha de peixe encravada na garganta, valeu-lhe popularidade e devoção, tornando-se desde então padroeiro das causas de saúde ligadas à garganta. Mas é também associado como protector dos animais e em algumas localidades onde se venera, cumprem-se ritos de bênção dos animais de modo especial de rebanhos.

O dia oficial das sua festividade é o 3 de Fevereiro e o seu culto se expandiu sobretudo a partir do séc. VIII, tanto nos países do oriente como no ocidente, mas também noutras partes do mundo, sobretudo na América latina com o culto a ser levado por espanhóis e portugueses. Até ao século XI S. Brás não entrava no calendário litúrgico romano, mas a partir daí nele começa a constar pela grande devoção que passou a ser-lhe dedicada em Roma, onde se diz terem-lhe sido erigidas trinta e cinco igrejas. Em Portugal é patrono de pelo menos uma dezena de paróquias, sendo que não é patrono da freguesia do Vale, apesar de ali  ser venerado e festejado.

Fotografia de S. Brás na igreja matriz da freguesia do Vale.

Estampa, pagela ou "santinho" com a imagem de S. Brás que se venera na igreja matriz da freguesia do Vale. 
De notar que esta imagem corresponde a uma versão de S. Brás diferente da imagem que está na lateral do altar-mor,  conforme fotografia acima. 
À falta de melhor justificação, e supondo eu ser a imagem da primeira fotografia acima a correspondente à versão principal do S. Brás na freguesia do Vale, este mais imponente e barbudo, nunca percebi esta situação da pagela ou "santinho" disponível em dia de festa reproduzir uma outra versão. Será esta a imagem da estampa a mais antiga e original? Se sim, porque não está ela no altar? Se não, porque se teima em distribuir uma representação secundária? É certo que independentemente da configuração da imagem sabemos que ambas representam o S. Brás, mas parece-me uma falta de coerência identificativa e até de cultura patrimonial que, infelizmente, se verifica em muitas paróquias e festividades no que ao "santinho" diz respeito. Recorde-se que há alguns, poucos, anos,  uma Comissão da Festa do Viso também caiu neste erro ao mandar estampar um "santinho" do Santo António que nada tinha a ver com as versões do santo existente, quer na capela, quer na igreja.
Também em Louredo, não neste ano, mas em anos anteriores, a estampa disponibilizada representa um S. Vicente que não o principal que se encontra no altar-mor.



Acima, três variantes de pagelas ou "santinhos" clássicos com a representação da cena  referentes a S. Brás e ao milagre da remoção da espinha de peixe da garganta de uma criança apresentada ao santo pela sua aflita mãe. Esta cena faz parte indissociável do folclore religioso relacionado à veneração deste santo mártir.


Pagela com a imagem de Nossa Senhora das Candeias que se venera na igreja matriz da freguesia do Vale.

Quanto a Nossa Senhora das Candeias, cuja festividade ocorre na freguesia do Vale em simultâneo com a de S. Brás, é também invocada como Nossa Senhora da Luz, ou Nossa Senhora da Candelária, ou Nossa Senhora da Apresentação ou ainda Nossa Senhora da Purificação. Embora com o culto expandido em muitos países, incluindo Portugal e Brasil, há referência de que o mesmo terá surgido nas Ilhas Canárias - Espanha onde  terá aparecido numa praia na ilha de Tenerife, pelo ano de 1400. Os nativos guanches da ilha teriam ficado com medo e tentado atacá-la, mas suas mãos teriam ficado paralisadas. A imagem teria sido guardada em uma caverna, onde, séculos mais tarde, foi construído o Templo e Basílica Real da Candelária (em Candelária). Mais tarde, a devoção se espalhou pela América. É assim a santa padroeira das Ilhas Canárias, sob a invocação de Nossa Senhora da Candelária.

A origem da Senhora da Luz tem as suas origens na festa da apresentação do Menino Jesus no Templo de Jerusalém e da purificação de Nossa Senhora, quarenta dias após o nascimento de Cristo (sendo celebrada, portanto, no dia 2 de Fevereiro). 

De acordo com a lei mosaica (de Moisés), as parturientes, após darem à luz, ficavam consideradas como impuras, devendo por isso inibir-se de visitar o Templo de Jerusalém até quarenta dias após o parto; após esse tempo, deviam apresentar-se diante do sumo-sacerdote a fim de apresentar o seu sacrifício (um cordeiro e duas pombas ou duas rolas) e, assim, purificar-se. Desta forma, São José e a Santíssima Virgem Maria apresentaram-se diante de Simeão para cumprir o seu dever. Este, depois de lhes ter revelado maravilhas acerca do filho que ali lhe traziam, ter-lhes-ia proferido a Profecia de Simeão: «Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios e glória de Israel, vosso povo» (Lucas 2:29-33).

Com base na festa da apresentação de Jesus/purificação da Virgem, nasceu a festa de Nossa Senhora da Purificação; do cântico de São Simeão (conhecido pelas suas primeiras palavras em latim: o Nunc dimittis), que promete que Jesus será a luz que irá aclarar os gentios, nasce o culto em torno de Nossa Senhora da Luz/das Candeias/da Candelária, cujas festas eram, geralmente, celebradas com uma procissão de velas, a relembrar o facto.

27 de janeiro de 2018

S. Vicente Mártir - Louredo


Ocorre neste Domingo, 28 de Janeiro, a Festividade em honra de S. Vicente Mártir, padroeiro da freguesia vizinha de Louredo.
Noutros tempos, apesar de ocorrer em pleno Inverno, e por isso sujeita às inconstâncias do tempo, era uma festa de tradição nas redondezas e o povo, mesmo de Guisande, lá acorria ao "S. Vicente de Ferreira", para pagar promessas, comprar regueifa e figos.

Esta de convencer o povo, tanto de Louredo como das vizinhanças, que o seu patrono era o S. Vicente, mas o Mártir e não o de Ferrer (Ferreira), é uma luta antiga, travada pelo próprio e saudoso pároco louredense, Pe. Acácio Freitas. De resto, na sua monografia sobre a freguesia de Louredo, relata que deu logo com esta confusão do povo, mesmo no início da sua vinda para a freguesia. Passamos a transcrever essa passagem, que é elucidativa:

"Poucos dias após a entrada nesta paróquia, a 23 de Novembro de 1958, vieram ao meu encontro três senhores, cujos nomes já não recordo, dizendo ser a "Comissão de Festas em honra do Padroeiro, São Vicente Ferreira". Devo confessar que estranhei ouvir falar em semelhante Santo e sugeri se não seria "São Vicente Ferrer". 

Disseram-me que era assim que os párocos, meus antecessores, o apelidavam. Como fui apanhado de surpresa, combinamos o programa da festa para o dia 22 de Janeiro, como era da tradição. Após a sua retirada, fui imediatamente consultar o Afio Litúrgico, de Pius Parsch, que tinha mais à mão, e verifico afinal que no dia 22 de Janeiro se festejava São Vicente Mártir e não São Vicente Ferrer, cuja festa se celebra a 05 de Abril. 

No Domingo seguinte procurei elucidar a comunidade de que o Padroeiro de Louredo é São Vicente Mártir e não São Vicente Ferrer (vulgo "Ferreira") e apresentei as seguintes razões para que não houvesse lugar a mais dúvidas: 

a) — São Vicente Ferrer ("Ferreira") era natural de Valença, Espanha. Aparece vestido com o hábito dominicano e um sol com as iniciais de Jesus (J.H.S.) na mão. Foi presbítero, isto é, sacerdote pregador, como quase todos os dominicanos, e a sua festa celebra-se, como já foi dito a 05 de Abril. 

b) — São Vicente Mártir era natural de Huesca, também Espanha. Aparece vestido de diácono, (não chegou a ser ordenado de presbítero), geralmente com um corvo (que protegeu o seu cadáver de outras aves de rapina), sobre as sagradas escrituras numa das mãos e uma palma (a palma do martírio) na outra; ou então com a palma numa das mãos e uma embarcação na outra; ou ainda com a grelha (sobre a qual foi martirizado) a seus pés; além de outras insígnias alusivas ao seu martírio. Cf. "VIII CENTENÁRIO DA TRASLADAÇÃO DAS RELÍQUIAS DE SÃO VICENTE, 1173-1973, Câmara Municipal de Lisboa, Palácio Pimenta / 3 de Dezembro/1973". 

No entanto, e apesar de muitas vezes se ter insistido em Sermões, Homilias, Palestras etc, que é o São Vicente Mártir e não Ferrer, ainda nos nossos dias muitas pessoas continuam a falar na Festa de São Vicente Ferreira. 

Lembremos que o São Vicente Ferrer quase não é conhecido em Portugal; e São Vicente Mártir é padroeiro de muitíssimas terras, inclusive da cidade de Lisboa, onde é mais conhecido por São Vicente de Fora, por ter aportado, (segundo reza a tradição), a esta cidade numa embarcação, vindo da Catalunha. 

Então quem é o nosso padroeiro? Nasceu em Huesca, Catalunha, Espanha, por volta do ano 270, filho de pais nobres. Foi educado e instruído nas Sagradas Escrituras pelo Bispo Valério, de Saragoza, que ao reconhecer a sua sabedoria e virtudes o ordenou de Diácono e o incumbiu de levar a mensagem de amor, (que Jesus Cristo veio trazer a terra), a toda a Catalunha. 

Durante a perseguição de Diocleciano, imperador romano, foi convidado a renegar a sua Fé Cristã. Como não aceitasse o convite do imperador, foi açoitado e atormentado no potro. Continuando bem firme nas suas convicções religiosas, foi estendido sobre uma grelha incandescente; rasgadas as suas carnes com dentes de ferro; queimado com tochas ardentes etc. Resistindo a todos estes tormentos com um semblante de alegria, deitaram-no sobre um leito todo macio para tentar dissuadi-lo. Como a sua Fé se robustecia cada vez mais, recebeu a coroa do martírio pelo ano 304 da nossa era. 
Foi lançado a uma fossa e depois ao mar, mas um corvo de proporções gigantescas arrebatou-o às ondas e, segundo a tradição, tê-lo-á deixado sobre uma embarcação que o transportou até Lisboa. (São Vicente de Fora). "

Como se leu, o Pe. Acácio percebeu que apesar de ter travado uma luta constante e duradoura no sentido de catequisar os seus fregueses quanto ao seu patrono, seu nome e origem, admitiu que na actualidade (1967) ainda se fazia essa confusão. A confusão, que ainda se mantém nos nossos dias, resultava, no entanto e apenas, da transição das tradições, usos e costumes, incluindo os testemunhos orais. Assim, esta do S. Vicente de Ferreira em Louredo ainda está para durar.

Seja como for, no texto que acima se transcreveu da monografia de autoria do Pe. Acácio, é referido pelo próprio que o S. Vicente Ferrer ou Ferreira, é pouco conhecido por cá. Assim é, efectivamente, mas dá-se a curiosidade de tal santo espanhol estar precisamente muito perto de Louredo, nem mais nem menos que na Capela do Viso - Guisande, sendo que, mesmo aqui, pouco conhecido e divulgado como tal. Apenas mais um dos muitos santos e santas de Deus que vão adornando igrejas, capelas e ermidas.

Abaixo fica a imagem do respectivo santo do qual alguém, há tempos, teve a feliz ideia de o passar para uma bonita pagela.


Outra curiosidade, encontrei pela internet uma pintura barroca da escola espanhola de Francisco Ribalta, sem data precisa, mas do séc. XVII, em que  aparecem lado a lado estes dois S. Vicentes, o Mártir e o Ferrer, acompanhados de S. Raimundo de Penhaforte, outro santo espanhol. Como se vê, de algum modo estes santos apesar de não serem contemporâneos entre si, encontram-se pela arte e certamente na devoção e oração de muitos devotos.


7 de agosto de 2017

A ver as bandas a passar





Festa no Viso. Domingo à tarde. Depois da solene procissão, com 16 andores, entres eles o de Santo António e o de Nossa Senhora da Boa Fortuna, que com orgulho ajudei a carregar, a exibição das bandas de música de Lobão e do Vale, num encontro inédito no nosso arraial. Qual delas a melhor sob um ponto de vista artístico? É uma opinião que pouco importa, mesmo que a tenhamos, porque de destacar acima de tudo o simbolismo da presença de duas bandas de música de freguesias próximas, ambas com jovens músicos de Guisande, que em muito ajudaram a abrilhantar as festividades na nossa aldeia. Um destaque ainda para a missa solene, o ponto mais importante da festividade, como salientou o pregador padre Couto. A missa foi superiormente acompanhada musicalmente por um quarteto que com a sua qualidade vocal excepcional demonstrou que poucos podem parecer muitos. De facto um momento também ele inédito e que ajudou a marcar a solenidade da  eucaristia da festa.

6 de agosto de 2017

Cantou-se o fado à luz da lua






Ontem, na Festa do Viso, houve lugar ao fado. Não foi inédito, pois Paulo Bragança cantou-o em 2004, antes da actuação de José Cid, mas foi uma bonita noite. Porventura sem o silêncio ambiente que se exigia para melhor o sentir e apreciar, mas resultou muito bem e foi feliz a opção da Comissão de Festas em fazer do escadório do Calvário o cenário. 
O arraial esteve muito bem composto e andou por ali muita gente. Foi uma noite bonita com um cenário a condizer e ao qual não faltou o holofote da lua quase cheia.
Antes da noite de fados, uma curta exibição de danças de salão pelos pares que frequentam as aulas no Centro Cívico. Estiverem muito certinhos e já com movimentos de alguma desenvoltura. Parabéns ao centro Social e aos pares pela sua coragem e alegria. Parabéns à Comissão de Festas por esta bonita noite.
A festa continua porque hoje é o dia grande, com uma forte vertente religiosa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e de Santo António, com missa solene ao final da manhã e procissão lá mais para a tardinha. Haverá duas bandas de música (Vale e Lobão) e ainda o folclore e concertinas a fechar a noite.