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1 de fevereiro de 2024

Coragem ou falta dela

Em comentário a alguém que pela blogosfera considerou como falta de coragem o facto de Luís Montenegro não defrontar directamente Pedro Nuno Santos pelo ciclo de Aveiro, preferindo encabeçar Lisboa, também acho que deveria concorrer por esse ciclo de residência, e apenas por esse princípio, legítimo. De resto não me agradam paraquedistas a encabeçar listas em distritos onde porventura nunca, ou raramente, lá puseram os pés.

Em todo o caso, em termos meramente estratégicos, parece-me que a escolha de Emídio de Sousa como cabeça-de-lista é acertada. Afinal, é só o presidente da Câmara do município (Santa Maria da Feira) de longe o mais populoso do distrito e que  tem gozado de popularidade bastante para ter vencido com vitórias amplas.

Mas vale o que vale. No resto, no toca a coragem, porque era dela que se falava, gostaria de ver estes candidatos a chefes de governo, Pedro Nuno Santos e Luis Montenegro, mas mesmo líderes de outros partidos, a intregrarem as listas em círculos de menor implantação e em posições de eleição não garantida. Aí sim, era de homens e, claro, de mulheres. 

28 de janeiro de 2024

Não há pachorra


Entre o que se vai passando na Madeira  dos Albuquerques e Calados, com os Cafofos já a aprontarem-se para um segundo round, e a campanha eleitoral nos Açores com Cordeiros e Bolieiros nos lados opostos da barricada, por cá também em pré-campanha, de um lado e doutro vamos ouvindo umas fogachadas, como se nós, eleitores, sejamos todos uma cambada de mentecaptos incapazes de distinguir certas coisas.

Por exemplo Pedro Nuno dos Santos, o neto do sapateiro, candidato a primeiro ministro pelo partido Socialista, diz que há cinco autoestradas (SCUTs) em que vai deixar de se pagar portagens no caso de o PS formar governo nas próximas eleições. E justifica-se de que os anteriores governos fizeram uma "maldade aos portugueses". E afirma-o com uma convicção tal que parece alheio ao facto do seu partido ter governado o país nos últimos 10 anos, dele fazendo parte, como se não fora tempo bastante para, logo no primeiro ano, concretizar o que uma década depois promete. Parece igualmente ignorar, ou esperar que não nos lembremos, que tal promessa havia sido já feita pelo seu correligionário António Costa em 2015 e que nunca foi cumprida. Realmente, uma maldade nunca vem só asim como a falta de memória.

Da esquerda à direita, passando pelos extremos, vamos assim assistindo a um bombardeamento de atoardas que mais do que incentivarem ao voto quando o calendário marcar 10 de Março, convidam, em boa verdade, à abstenção, ou então ir votar e nos boletins, em vez da cruzinha no sítio certo, desenhar uns manguitos ou uns erectos marsapos.

Não há pachorra!

17 de janeiro de 2024

TAP - Tenham Alguma Paciência (que isto ainda dura)

Quem segue as notícias sabe mais ou menos das broncas e grandes trapalhadas que têm voado à volta da TAP, uma empresa que alguns políticos teimam em classificar de estratégica para o país, mesmo que a maioria dos portugueses, os mesmos de cujos bolsos comuns saíram 3 mil e 200 milhões de euros para a sua dita reestruturação, nunca tenha posto o cu nos assentos dos aviões nem viajado sequer de Lisboa ao Porto ou vice-versa. É ruinosa mas é estratégica!

Dessas trapalhadas, incluindo uma indemnização milionária a uma gestora, assinada pelo então ministro das Infra-Estruturas, um tal de Pedro Nuno Santos, agora candidato a patrão dos ministros, mas que se esqueceu disso e que depois de se demitir lá se lembrou, ainda um filme de acção e comédia a envolver  o roubo de um computador e um ministro Galamba e a demissão de Christine Ourmiéres-Widener, a CEO da TAP, por suposta justa causa e pelo meio uma Comissão Parlamentar de Inquérito que foi assim uma espécie de Big Brother a entreter o país.

No entretanto, enquanto aguardamos pelo desfecho do processo judicial do pedido de indemnização pela gestora francesa, que levou a mal o despedimento, vem agora a público um conjunto de considerações pela própria TAP em que grosso modo deita por terra a situação da CEO francesa na empresa, que afinal nada fez para além de ter um vínculo e um ordenado ilegais, bem como contradiz e descalça a posição política do governo do PS. Tudo o que sobre esta questão foi agora escrito e noticiado é grave de mais e vem adensar sobremaneira tudo o que já nos parecia como uma valente dose de borradas. 

Espera-se agora, para mais já em pré-campanha eleitoral, que o PS, António Costa, Fernando Medina, Pedro Nuno dos Santos, Galamba, etc, etc, venham dar explicações e prendar-nos com habilidosos números acrobáticos porque, convenhamos, começa a ser difícil considerar como séria e lógica qualquer justificação. É daqueles casos em que em cada cavadela, cada minhoca, em cada tiro, cada melro.

Mas lá vamos indo sorridentes e os nossos 3 mil e 200 milhões ainda a voar. Não esqueçam de que há eleições para 10 de Março!

16 de janeiro de 2024

Emídio Sousa na Assembleia da República


Soube pela comunicação social de que o actual presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o Dr. Emídio Sousa, foi escolhido como cabeça-de-lista pela AD - Aliança Democrática, pelo círculo eleitoral de Aveiro. O ainda presidente da Câmara de Vagos, Silvério Regalado, é o número dois na lista a qual integra, entre outros, Ângela Almeida e Salvador Malheiro, presidente do município de Ovar.

Impedido pela lei de se recandidatar a um novo mandato como presidente do município, o Dr. Emídio Sousa continuará assim ligado à alta política e tendo em conta o posicionamento na lista é segura a sua eleição.

Do que conheço do seu currículo, postura pessoal e política, acredito que tem competência de sobra para o cargo e saberá defender os interesses da Feira e seu território, embora saibamos que estes estão sempre dependentes de outros interesses e vontades partidárias ou governamentais. Será difícil e nada certo que a AD venha a formar governo mas, em todo o caso, pelo psicionamento na lista a sua eleição é certa.

O lado menos positivo desta candidatura será, naturalmente, o ter que deixar a presidência da Câmara Municipal pouco mais que a meio do mandato. Por princípio, os mandatos devem ser cumpridos até ao final sob pena de defraudar as expectativas dos eleitores. 

10 de janeiro de 2024

Cinzento, mas um bom retrato

(...) Uma regra de ouro é a de não votar em alguém simplesmente pelo que é ou parece. Ou porque é um hábito. Aliás, em Portugal, hoje, nenhum partido merece que se vote nele pelo que é. Nem a direita, nem a esquerda, com currículos pouco recomendáveis após as últimas décadas.

O PS tem muito pesadas responsabilidades na degradação da vida nacional. Contribuiu, mais do que os outros, para os êxitos dos últimos 50 anos. Mas esse facto não desculpa a deterioração sistemática dos serviços públicos, a perda de capacidade para criar riqueza de modo consistente, nem a partilha de autoria e de culpas em todos os processos de corrupção e nepotismo.

O PSD tem enormes responsabilidades no declínio da vida nacional, tanto da economia como da cultura, da sociedade e da política. Depois de, com mérito indiscutível, ter contribuído para a consolidação da pertença europeia e para a afirmação democrática da direita portuguesa, este partido desinteressou-se da independência nacional e da afirmação da empresa portuguesa pública ou privada.

Em conjunto, PS e PSD, deixaram afundar o Serviço Nacional de Saúde e a educação pública. Um a vegetar na mais inacreditável desordem que se possa imaginar. Outra entregue à futilidade lúdica e a exibir os piores resultados de sempre.

O PCP, sempre o mesmo, tão irredutível e seguro de si! É-lhe indiferente ter 20%, 10% ou 3% dos votos, ou 40, 20 ou 5 deputados. Garante que tem sempre razão contra a população que não vota nele, que é quase toda. Persiste em afirmar que representa todos os trabalhadores, que a história sempre lhe deu razão. Até à derrota final. Até ao desaparecimento eleitoral.

O Bloco, moralmente superior e arrogante, convencido, presunçoso como poucos, firme na sua beatitude política e seguro da sua virtude ideológica, nunca fez nada de jeito que lhe dê qualquer espécie de currículo, qualquer folha de serviços prestados à sociedade.

O Chega não merece o voto só porque protesta, denuncia e ataca. Não é convincente, não tem políticas, não dá sinais de qualquer género de competência ou de saber. Utiliza as mais baratas receitas disponíveis, do nacionalismo ao grito dos descamisados.

A IL parece saída de uma produção laboratorial. É só mais um partido, sem currículo nem experiência, a vender camisolas de lã no deserto.

Nas próximas eleições, o momento é calhado, mais propício do que nunca, para votar de acordo com compromissos, em vez de repetirmos os gestos do sonâmbulo. Votar em compromissos é melhor do que votar em rebanho.

[António Barreto - in Sorumbático]

7 de janeiro de 2024

O bacalhau quer alho...

Terminou mais um congresso do PS - Partido Socialista. Não sou, de todo, consumidor de congressos partidários e o que vejo e ouço é apenas pelas notícias, resumos e análises. E entre um concurso "O Preço Certo" e um qualquer congresso político a diferença pode ser de conteúdo mas não de formato, porque em grande medida ambos entretenimentos de baixa qualidade.

Mas do que vi ou ouvi nessa forma condensada, acho que por ali se falou exageradamente do PSD. Não sei que leitura isso possa ter, mas pareceu-me em muito com os portistas a falarem mal dos benfiquistas e vice-versa. Por conseguinte, na política como no futebol, mais do que sermos nós próprios e as nossas ideias, somos sobretudo contra os outros, porque temos e não nos descolamos dos nossos ódios de estimação.

Hoje ao fim da manhã, já no encerramento do dito congresso, com o passeio do herói PNS e com uma musicazinha de fundo a puxar para a emotividade e os olhos embaciados de militantes mais dados a emoções, pensei que bastaria mudar a música de fundo para termos uma comparação literal com um circo, com acrobatas, malabaristas, ventríloquos e palhaços, muitos. Que tal se fosse a cantiga do Quim Barreiros, "Eu gosto de mamar nos peitos da cabritinha" ou então a do pequeno Saúl, "O bacalhau quer alho..." ? Só tinha a ganhar um congresso, do PS, do PSD ou PCP, etc, se a banda sonora fosse deste calibre porque retrataria de forma mais fiel o verdadeiro sentido destas coisas em que os políticos e as suas massas adeptas se reúnem para se mostrarem ao país em largos tempos de antena.

Seja como for, estas coisas fazem parte da nossa sociedade, e dizem que a democracia precisa de partidos e de politicos e tal como as gripes e as constipações é difícil escapar a elas, mesmo que devidamente pré-vacinados. 

Certo é que perante estes festivais, a vontade de votar nas próximas legislativas é neste momento menor do que tomar óleo de fígado de bacalhau mesmo que os nossos pais teimassem que era para nos fortalecer a saúde.

28 de dezembro de 2023

A raposa vai continuar dentro do galinheiro

As notícias por estes dias abrem com o caos que se regista nas urgências dos principais hospitais do país, sobretudo da Grande Lisboa, em que doentes urgentes chegam a esperar entre 12 horas (Santa Maria) a 20 horas (Beatriz Ângelo) pelo atendimento. 

Concorrem para esta situação os habituais episódios nesta altura do ano, devido às variações de gripe que originam problemas respiratórios. Mas não só, até porque ainda hoje de manhã ouvi um médico de uma associção de profissionais de medicina geral a dizer que a afluência não é significativamente superior à de anos anteriores, mas que o agravamento das condições de atendimento e tempo de espera, esse sim, resulta, em muito, dos problemas crescentes que o SNS atravessa e que o Governo não tem sabido resolver.

Por sua vez, o ministro da Saúde, mesmo que já a prazo, não faz outra coisa que não relativizar, a recusar alarmismos, e dizer que lá para o fim de Janeiro talvez os portugueses já andem melhorzinhos da saúde e com isso reduzir o impacto no sistema. Assim com esta incapacidade e ineficácia também eu poderia ser ministro neste país.

Em resumo, uma situação que cada vez mais parece ser normal. A anormalidade está ser normalizada. O pior de tudo é que a avaliar por algumas sondagens os portugueses, ou pelo menos os que pretendem votar nas próximas legislativas em 10 de Março, preparam-se para continuar a legitimar a raposa dentro do galinheiro. Assim sendo, é mesmo aguentar porque dali não virão mudanças substanciais e será mais, muito mais, do mesmo.

António Costa despediu-se do país com uma mensagem natalícia em que fala de um país irreal, só com coisas boas e bonitas. Deste caos que tem abalado o SNS, dos muitos  tiros nos próprios pés bem como das grandes e pequenas trapalhadas que fizeram ruir por dentro um Governo que (des)governava em maioria, não falou, nem sequer ao de leve. 

Agora, democraticamente, é aguentar porque já se percebeu que os portugueses na sua maioria gostam deste estado de coisas. Eu não gosto, mas pelo menos não os legitimo.

12 de dezembro de 2023

Mais do mesmo e 2+2 continua a ser 4

Não ouvi a entrevista que o cessante primeiro ministro, António Costa, concedeu ontem à CNN - TVI. Ouvi apenas, já hoje, as reacções dos partidos. Como se esperava o PS a enaltecer a acção e a figura  e os opositores a depreciarem, e nestes a tónica de que António Costa disse muito e não disse nada, jogando com números que não batem certo com a realidade, fazendo-o com arrogância e sobretudo sem reconhecer os erros.

Uns e outros, entrevistado e partidos, disseram o que se esperava que dissessem. Isto é, dali não vem qualquer novidade. Sempre foi assim e sempre assim será no jogo político. É um entretenimento. É como irmos ver um jogo de futebol sabendo previamente qual vai ser o resultado final, indo apenas quem gosta de rever o que já viu.

Mas de facto António Costa, que reconheço como uma boa pessoa mas melhor político na acepção da palavra, porque experiente, ardiloso e habilidoso, sabe jogar com vários naipes, mas quase nunca a reconhecer erros e neste mandato de maioria foram mais que muitos. Para além do mais, os números que aponta como um sentido positivo, crescimento e aumento de rendimentos na realidade não se traduzem em melhores condições de vida das pessoas e basta atentar nas realidades que todos os dias são notícia, desde logo o colapso do Serviço Nacional de Saúde, do INEM, da Educação, bem como de muitas outras maleitas que de tão óbvias se torna fastidioso a todas enumerar.

Mas isto é política, meus senhores! Venha o PS, PSD ou qualquer outra geringonça dita parlamentar, será mesmo para lamentar porque mais do mesmo! Habituem-se!

11 de dezembro de 2023

Vem aí uma guerra civil e a democracia está por um fiozinho

Vai engraçada a campanha interna no PS - Partido Socialista que decidirá o candidato a próximo primeiro ministro da nação lusa. Não sigo nem é assunto que me ocupe, mas como a televisão tanto nos mostra destas coisas como os reclames de perfumes e de outras lamechices do Natal comercial, sempre vou, mesmo que sem querer, ouvindo algumas coisas. 

O poeta Manuel Alegre convidado para o plantel dos opinadores, terá dito que "a democracia está em risco". Não ouvi nada para além do título de rodapé da televisão mas deduzo que encontra ele em Pedro Nuno Santos o garante da continuidade da nossa democracia. Não sei a que democracia se referia o poeta de Águeda, se à democracia como ele a concebe ou se a democracia em que o povo e o eleitorado é quem decide, mesmo que, a seu contragosto, numa viragem ao centro direita ou direita. Ou serão os de esquerda e dela da extrema, mais democratas que os do centro e da direita? Que raio de ideologias estas que compartimentam estas coisas de quem é mais ou menos. Se é democracia, que se respeite a vontade da maioria, mesmo que quem decida seja o Zé da Esquina.

Já Eduardo Cabrita, o ex-ministro que gostava de viajar em velocidade acima da regulamentar, sempre a assapar nas auto-estradas com o seu pópó e a arrastar literalmente que se atravessasse à frente, também disse que "a direita está em guerra civil" e que o salvador da pátria é Pedro Nuno, o messias dos tempos modernos.

Isto mesmo sem tiros e bombardeamentos está a ficar um pouco extremado. A democracia está em perigo e a direita está em guerra, dizem! Está dado o mote para quem tem que decidir pela cabeça dos outros e não pela sua. Pela parte que me toca, como decido pela minha cabecinha, com o devido respeito, quero mandar esses políticos anunciadores do apocalipse e do armagedeão à merdinha com uma giga.

5 de dezembro de 2023

O professor Marcelo reprovou

No caso mediático do tratamento das gémeas brasileiras com o medicamento mais caro do mundo, pago pelos contribuintes portugueses, no que parece ter sido um processo de claro favor e favorecimento e de contornos ainda em investigação, ontem o presidente da república veio dar explicações, desdizendo o que antes havia dito, ou seja, que afinal houve contactos com o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, sobre o tema. Desvalorizou e disse ter encaminhado o assunto como o faz em relação em milhares de outros pedidos mas isso não o iliba de ter estado envolvido. E porque é que o filho abordou o pai, presidente, nesse assunto? Certamente porque sabedor de que isso poderia abrir portas e desbravar caminhos na tal autorização de nacionalidade e dela o tratamento. Ou somos todos anjinhos, puros e inocentes?

Não me convenceu com as suas explicações e nem parece ter convencido os analistas porque no essencial ficam ainda muitas dúvidas que esperemos que o Ministério Público venha a esclarecer. Todavia, será mais um caso em que dará em coisa nenhuma, e que coisa e tal foram cumpridos todos os requisitos e que coisa e tal foi tudo limpinho, limpinho, e que uma vez mais quem paga (pagou) as favas é o Zé Contrbuinte. Andamos para aqui a adiar consultas, exames e tratamentos por meses e anos, tantas vezes contribuindo para agravamento de doenças e mesmo mortes e depois vem gente estrangeira, com bons padrinhos e intermediários, beneficiar de processos apressados de nacionalidade para colher tratamentos onerosos, literalmente de milhões de euros. 

Não está em causa, obviamente, o julgamento moral da necessidade e importância de tratamento das bebés gémeas mas a forma como administramos os nossos recursos em benefício de estrangeiros ou portugueses por via administrativa. Quem dera que pudéssemos pagara tratamentos de milhões a todos os doentes do mundo, mas isso é uma impossibilidade, a começar pelos nossos próprios. Haja, pois, bom senso e sentido da realidade.

Neste contexto, de processos pouco claros ou mesmo obscuros, não temos de todo alguém em quem confiar e mesmo o presidente que deveria ser uma figura de confiança a toda a prova, mesmo acreditando que sem responsabilidade directa, mostra que é apenas, mesmo que usado, mais um elo da importância de se ser importante e capaz de mexer uns cordelinhos ou lubrificar os mecanismos que decidem os processos. Afinal, a mola impulsionadora, o princípio de todos os actos de corrupção e tráfico de influências neste nosso pobre país. 

Em resumo, há sempre alguém da esfera pessoal e política a procurar tirar partido do nosso presidente e ser-lhe agradável. Foi nesse sentido, aqui há uns meses atrás, que alguém com ligações ao Governo PS, no caso  o ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes ao pedir à CEO da TAP, uma tal de demitida Christine, para adiar um voo de Moçambique que tinha como passageiro o Presidente da República - que, alegadamente, precisava de ficar mais dois dias em Maputo e com a justificação "...Ele tem sido um apoio para nós em relação à TAP, mas, se o humor dele se alterar, tudo fica perdido. Uma palavra dele contra a TAP/o Governo e ele empurra o país todo contra nós. Não estou a exagerar: ele é o nosso principal aliado político, mas pode transformar-se no nosso pior inimigo", respondeu Hugo Mendes.

Como se vê, o que não falta (faltava) no Governo do PS, era gente disposta a agradar ao presidente Marcelo. Vai daí este caso do tratamento milionário das gémeas brasileiras, nacionalizadas á pressa, pode ter sofrido da mesma "boa vontade".

4 de dezembro de 2023

Segunda-Feira, feira da ladra...

Depois de um fim-de-semana prolongado, com um bonito dia de sol pelo meio, regresso à rotina e monotonia do trabalho. Pelo meio as coisas habituais e corriqueiras. Sondagens sobre a nossa política reveladas aos bocadinhos, como num concurso televisivo, a ampliar  o suspense e a expectativa. Mais coisa menos coisa, candidatos do plano A ou do Plano B do lado do PS, tudo indica o que todos esperamos, uma disputa entre o PSD e o PS, mas este, apesar de tudo quanto tem envolvido o Governo e que levaram à sua queda, parece manter ritmo e poder vir a vencer de novo as eleições embora, sem maioria. O que voltaria a ser surpreendente mas não totalmente.

De tudo isto, e com as constatações do estado das coisas quanto à Sáude e serviço de urgência, aumento da pobreza, aumento da carga fiscal, guerra com professores, crise de habitação, etc, etc, a quase maioria dos portugueses parece gostar destes doces e do estado de coisas e com mais arroba menos quintal em 10 de Março próximo vai dizer democraticamente que quer que tudo continue na mesma. Sintomático! Faça-se a sua vontade democrática!

Por cá, no nosso querido terrão, também tudo na mesma. O positivo voluntarismo da Comissão de Festas já trabalha com azáfama no que toca a angariar fundos para a festa que há-de ser lá para Agosto. A padaria de Fornos, voltou a abrir depois de ter fechado, depois de ter aberto e depois de ter fechado. O Guisande F.C. veteranos promoveu neste Sábado o seu glamoroso jantar de Natal, bem participado e alegre. Parabéns! O Grupo Solidário também irá organizar a Ceia de Natal Solidária, a ter lugar em 16 de Dezembro, no Centro Cívico, já com lotação esgotada, pelo que também de parabéns pela dedicação. A missa do Galo neste ano, porque alternadamente com Guisande, será nas Caldas de S. Jorge.  O Natal, esse será no dia 25, também uma Segunda-Feira. O bacalhau está pela hora da morte mas como bom amigo na vida não faltará fielmente na ceia mais saborosa do ano.

Desportiva e entretidamente um dia destes eu, o LB e o HA vamos fazer uma corrida no Epic Awsome Challanger Trail da Aletria, em Santo Isidoro do Mazouco, Queixo-de-Espada-à-Cinta, que como todos sabem fica na ilha do Faial nos Açores, ali ao lado de Sevilha. 

O Sérgio Godinho cantava que "É Terça-Feira, Feira da Ladra..." mas bem pode ser mudada a feira para um dia antes. Vai dar ao mesmo! Boa semana!

12 de outubro de 2023

Quanto mais te bato...

Quando alguém nos dá algo com uma mão, disso fazendo banzé e alarido, mas em simultâneo nos tira com a outra, mantendo-se quase mudo e calado, não será pessoa séria.

Ora é isto que está acontecer com o nosso Governo ao apregoar em todos os altifalantes uma descida nalguns escalões do IRS, tidos como relacionados à classe média, mas simultaneamente vai aumentar a carga fiscal com receitas no IVA, nos combustíveis, tabaco, bebidas e até no imposto de circulação dos carros dos mais pobres, os mais velhos, e estes têm-nos porque não têm condições para ter carro novo.

Em resumo, apesar de estar a distribuir uns chouriços o Estado espera receber dos portugueses alguns presuntos e daí até prever o tal aumento significativo de receita no que espera um novo excedente orçamental.

Neste contexto, este Governo, a começar pelo seu primeiro ministro, é falacioso e só não merece outra classificação por respeito às suas mãezinhas.

Mas, siga, que o povo gosta de ser enganado. Como cantava a Ana "Quanto mais te bato, mais tu gostas de mim". É assim que este Governo nos tem em conta.

26 de julho de 2023

Ir a banhos. Olé, olé!

Atentos aos resultados das eleições legislativas em Espanha, neste último Domingo, apesar da vitória do PP, de Alberto Núñez Feijóo, em rigor as coisas mantêm-se mais ou menos iguais no que toca a indefinição e incerteza governativas, e tudo aponta para uma geringonça de esquerda à espanhola, em que tal como cá em 2015, o partido mais votado ficou de fora do governo pela equação de uma maioria parlamentar também de esquerda, ficando António Costa, o líder do partido derrotado, o PS, desde então a governar como primeiro-ministro. Por conseguinte, em Espanha, Pedro Sánchez, líder do PSOE, poderá encontrar uma solução à portuguesa, mesmo sabendo o que dela resultou ao fim de 6 anos apesar de várias cedências à extrema esquerda.

Mas isto é em Espanha e também, se forem inteligentes, poderão os espanhóis aprender a lição portuguesa de que mesmo com uma maioria absoluta, as coisas podem continuar a correr mal, com demissões, casos e casinhos, comissões parlamentares de inquérito e que apesar de um crescimento económico as pessoas continuam com dificuldades e os sistemas públicos em permanente crise. 

Isto significa que as eleições só por si, sejam quais forem os resultados que delas decorram, podem não resolver os problemas concretos das pessoas e das sociedades e dos respectivos países. É preciso acima de tudo uma boa interpretação dos resultados, um sentido de estado, coerência política e diálogo. Extremismos ideológicos não levam a lado nenhum ou, melhor dito, levam a esta constante indefinição. 

Apesar desta opinião, por mim podem os nuestros hermanos marcar já novas eleições para a próxima semana e se nada mudar, outras logo a seguir e assim sucessivamente, num estado de permanente acto eleitoral. Pode ser que o povo um dia se canse definitivamente destas particularidades dos nossos regimes democráticos, nomeadamente na nula importância dada ao partido ou força política ganhadora, em que às tantas um partido com um único elemento eleito é determinante em desfavor de um partido com centenas de deputados, e em vez de votar sem proveito aproveite o dia para ir a banhos. Ora o que não falta por lá, como cá, são boas praias.

Em resumo, tenho para mim que o partido mais votado deveria ser sempre o partido a governar, mesmo que em minoria. A instabilidade governativa eventualmente decorrente de desaprovações ou mesmo moções de censura, seria depois melhor analisada pelos eleitores que agiriam em consequência da sua leitura quanto a responsabilidades. Veja-se, como exemplo, em 1987 a moção de censura ao governo do PSD/CDS de Cavaco Silva, apresentada pelo PRD - Partido Renovador Democrático e apoiada pelo PS e pelo PCP. Em resultado da queda do governo, e marcadas eleições antecipadas pelo presidente da república, Mário Soares, o PSD venceu com maioria absoluta, com o eleitorado a penalizar quem derrubou o governo e a contribuir para o quase desaparecimento do PRD (passando este de 45 para 7 deputados) que pouco depois aconteceu, apesar de em rigor e com viragens ideológicas, ter vindo a dar lugar ao que é actualmente o Ergue-te (E), sem qualquer expressão política e eleitoral.

As maiorias parlamentares previstas pelo nosso regime eleitoral e constitucional têm provado ao longo dos tempos não serem grande solução nem garantia de estabilidade durante os respectivos mandatos bem como, de algum modo deturpam o sentido de voto. Por exemplo, o eleitor do partido "A" votaria nesse partido se soubesse que o mesmo se viria a aliar ou a coligar com o partido "B" ou "C"? Eu não votaria, pelo que acontecendo, sentir-me-ía, enquanto eleitor, defraudado. Ora na apologia das maiorias parlamentares urdidas por interesses políticos, com posições sobre elas nem sempre claras e assumidas em campnha eleitoral, quase sempre se ignora esta situação. Em bom rigor e em nome da transparência, seria preferível que em vez dos arranjinhos de maiorias parlamentares à posteriori os partidos concorressem em coligações. Nessas circunstâncias os eleitores votariam de forma esclarecida e já sabendo se concordavam ou não com tais coligações. Mas, é claro, os grandes partidos, raramente fazem isso. Em Portugal tem-no feito com regularidade o PSD com o CDS, sendo que este geralmente com pouca expressividade eleitoral. Mas de facto seria interessante ver o PS coligado com o BE e o PCP, ou o PSD com o IL (Chega p´ra lá!). Aí não haveria dúvidas na hora de votar por quem e os leitores decidiriam em consciência em qual geringonça apostar. Mas é tirar daí o cavalinho da chuva!

No fundo, esta forma de falsear a vontade dos eleitores, não é novidade e quem vota é sempre um boneco neste teatro de operações e daí se compreende o cada vez maior desinteresse pelos actos eleitorais que assim registam altas taxas de abstenção, de votos em branco e nulos.

14 de julho de 2023

É Sexta-Feira, 14!

É Sexta-Feira, 14! Há greves nos tribunais pelo sindicato dos funcionários judiciais, na CP e na Fertagus, pelo menos. O resto é o que se sabe, educação e saúde em polvorosa.

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP foi aprovado pela maioria socialista. Toda a oposição votou contra. O relatório é aquilo que o PS e o primeiro ministro queriam que fosse. Nem de encomenda seria tão conveniente. Uma farsa, uma novela, uma comédia, uma lavagem das nódoas da transportadora aérea e seus intervenientes com lixíva negra e OMO em que branco mais branco não há. Toda aquele gente evolvida em negócios e decisões de milhões passou incólume por entre os pingos da chuva. De facto, contradizendo o ditado, ainda há quem ande à chuva e não se molhe.

Mas tudo isto nada tem de relevante porque para isto é que servem as maiorias. Fosse qualquer outro partido a (des)governar e o desfecho seria o mesmo. Os políticos nisto no geral andam todos ao mesmo nível, baixinho, mas pouco se incomodam, porque haja eleições e lá estaremos a marcar a cruz no quadradinho do costume. É certo que cada vez mais em menor número, porque a malta cansa-se, mas ainda em número suficiente para legitimar a coisa.

Tem razão Rui Rio, também ele, mesmo com ar de enfant terrible a conduzir um dos seus clássicos, a ser acossado pela polícia de costumes por algo que todos reconhecem ser uma prática à Lagardére,  ao dizer que "...já não tenho esperança no país". 

Condene-se a prática e os praticantes! Pelo menos assim poderá haver uma esperança de varrer e limpar os aposentos e bancadas de Belém.

É Sexta-Feira, 14 e bem poderia ser 13, mas isso foi ontem e em Cabeçais - Fermedo, deve ter havido a anual Festa das Debulhas. 

Debulhar é preciso!

23 de maio de 2023

Memória selectiva ou falta dela

À recente intervenção do ex-primeiro ministro e presidente da república, Cavaco Silva (por quem não nutro especial simpatia quanto ao estilo político), em que tece duras críticas ao actual governo de António Costa, alguns membros do Partido Socialista vieram a terreiro considerar essa posição como uma postura anti-democrática. O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que de brilhante apenas tem o apelido, acusou o ex- chefe de estado de utilizar uma “linguagem ofensiva e antidemocrática” nas declarações que fez sobre o Governo e o PS.

Acontece que a classe política, e calha a todos, tem nestas coisas uma memória selectiva e esquece-se que há sempre o verso da medalha e que até um velho single de vinil tem sempre o lado B.

Assim, veja-se que num relativamente passado recente, há coisa de uma dúzia de anos, em 2012, o Partido Socialista veio a público e numa carta aberta subscrita pelo então ex-presidente da república Dr. Mários Soares, desancar nas políticas do Governo PSD-CDS e pedir a demissão do primeiro ministro Dr. Pedro Passos Coelho. Veja-se de seguida a transcrição da notícia para perceber a tal falta de memória ou memória selectiva do PS ou mesmo falta de vergonha para agora virem fazer papel de moralistas e de virgens ofendidas como se o direito à crítica política seja coisa para meninos de coro.

- Da imprensa em 2012:

Um conjunto de 70 personalidades entregou em São Bento uma carta aberta em que é pedida a demissão do Governo, segundo apurou a Antena1. O documento, cujo primeiro subscritor é o antigo Presidente da República Mário Soares, acusa o primeiro-ministro de encaminhar o país para o abismo.

Outros subscritores da carta são deputados do PS e do Bloco de Esquerda, mas também figuras de outros quadrantes da sociedade portuguesa, como é o caso do escritor Valter Hugo Mãe. Este documento foi entregue em São Bento, com o conhecimento do Presidente da República.

A missiva considera que “o crescente clamor que contra o Governo se ergue como uma exigência para que o primeiro-ministro altere urgentemente as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, por interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses a mais graves e imprevisíveis consequências”.

Em resumo: Onde é que ficamos? O que diz a isto o fosco Brilhante? 

18 de maio de 2023

Andar às notas e aos galambuzinos

Eu bem sei que a maioria da malta ontem preferiu assistir na TVI à segunda-mão da meia final da Liga dos Campeões em futebol, um jogo entre o Manchester City e o Real Madrid. Todavia, como nestas coisas tenho uma costela masoquista, passei a maior parte dessa hora e meia a assistir à CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP, onde era inquirida a chefe de gabinete do ministro das Infra-Estruturas, Dr.ª Eugénia Cabaço. No jogo anterior tinha sido ouvido na mesma Comissão o Dr. Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro, figura central na novela mexicana a que temos vindo a assistir, o tal que depois de exonerado terá tentado levar o computador das instalações do ministério contra as directrizes do pessoal presente incluindo a tal Dr.ª Eugénia, certamente boa pessoa e que até tem o nome da minha mãe.

Em resumo, do resumo do que vi e ouvi da parte destes dois intervenientes bem como do que já amplamente foi focado pela imprensa nas últimas semanas, é ponto assente que esta CPI é definitivamente uma telenovela mas igualmente uma espécie de Liga dos Campeões do descrédito da classe política e depois das meias-finais, hoje lá por volta das cinco da tarde terá início a grande final com a audição do ministro Galambuzinos das Infra-Estruturas. Ainda há-de ser chamado o ex-ministro Pedro Nuno Santos, mas esse, como já deu de fresques, já pouco terá a dizer que não se saiba.

É ainda uma certeza que no meio desta grande trapalhada alguém está a mentir ou, simpaticamente, a dizer meias-verdades. E mesmo sem qualquer apreciação clubista, parece-me que independentemente de quem tenha mais razão e capacidade de drible, ficam todos muito mal na fotografia. E são muitos, desde o pessoal da TAP até à malta das Infra-Estruturas e até mesmo do SIS, este serviço já com tiques de autoritarismo como se estivéssemos na Rússia ou China.

No meio desta açorda, o país cansa-se desta baixa qualidade de quem vai a jogo, exercendo cargos de governação ou da esfera do Estado. O presidente Marcelo, que por vezes fala mais que um papagio, teve razão na apreciação ao assunto do Galamba e companhia, mas o primeiro ministro não lhe fez a vontade e manteve no cargo um político medíocre e infectado com toda esta questão. Como bem disse um comentarista, João Galamba não passa de um cadáver político. Mesmo que na audição de logo não lhe façam definitivamente o enterro, nunca terá grandes condições para o exercício do cargo.

Toda aquela estrutura está a precisar de uma desinfestação e já agora, muita estruturação pois ficamos a saber que todos os documentos relevantes e importantes referentes à TAP estavam num único computador. Haverá por aí algumas tascas de comes-e-bebes bem mais organizadas informaticamente. 

Também achei curiosa a alegação da Dr.ª Eugénia Cabaço a dar ênfase aos documentos importantes e classificados e com informação priveligiada sobre a TAP, essa empresa "estratégica para todos os portugueses". Poupe-me, Dr.ª Eugénia e tire-me da lista dos portugueses interessados em meter milhões na TAP. Além disso, "documentos com informação relevante para a TAP"? Ui, ui! Podiam cair nas mãos da concorrência e estes ficavam a saber (como se não soubessem) os contornos de tão deficiente gestão ao longo das últimas décadas. O que é que dali podiam retirar? Lições e exemplos de como não se deve gerir uma transportadora aérea? Pode ser! Informações dessas se vendidas pelo "terrorista" Frederico aos concorrentes da TAP podiam valer milhões! 

Perante versões tão contraditórias a envolver um alegado furto, ameças de dois murros, agressões, agarranço de mochila, barramento de portas, 4 chamada para o 112 e para as polícias e ainda refúgio nas casas de banho, como se o Frederico, até ali uma pessoa de confiança, fosse um terrorista fanático do Estado Islámico armado até aos dentes e disposto a mandar meia Lisboa pelos ares, tudo parece realmente deplorável e mesmo irreal. Até houve idas ao hospital porque isto de apanhar alegados murros é coisa de partir costelas e fracturar o cránio. Terão recebido pulseira laranja ou vermelha no serviço de urgências?

Eu não sei como há-de terminar este jogo porque um empate numa final tem que ir a prolongamento ou mesmo a penalties. Vamos lá a ver quem falhará menos e possa cantar vitória mas perante este triste espectáculo o mais certo é que não haja taça para ninguém. O melhor mesmo é à primeira oportunidade substituir a equipa toda, desde o treinador ao roupeiro e ao homem que fecha o balneário.

Vamos lá aguardar para ver o desfecho desta telenovela e da tal Comissão de Inquérito, que está visto que o Governo quer terminar quanto antes, antes que surjam novos episódios.

...Já agora, o Real Madrid, tão habituado a ganhar o caneco da coisa, levou uma valente cabazada!

9 de maio de 2023

Internet à fartazana - Paga, tuga!

Da imprensa:

"Estado gastou 7,9 milhões de euros com cartões SIM para ligação à internet, entre 2020 e 2021, que nunca chegaram a ser usados por alunos ou professores, segundo a auditoria do Tribunal de Contas".

- Paga, tuga!

5 de maio de 2023

É sexta-feira - Galambadas e monos

É sexta-feira, 5 do 5.

- O país ouviu o seu presidente a dar explicações sobre a tal "guerra" entre a presidência e o governo. Para muitos um ralhete sem consequências, para outros apenas uma forma de queimar politicamente o tal ministro Galamba o qual, reconheça-se, a partir daqui é um ministro queimado e fragilizado, mesmo que defendido pelo seu chefe. Política!

Sinceramente, a mim nem me aquece nem arrefece e penso mesmo que o castigo maior para este governo de trapalhadas é mesmo obrigá-lo a cumprir o mandato até ao fim ou que impluda sobre ele próprio.

- Quanto a futebol, parece que ontem o F.C. do Porto recebeu e venceu o Famalicão para a tal taça do Jamor, como lhe chama o Pinto da Costa. Viram-se negros para vencer a eliminatória e , como vem sendo hábito, abriu as hostilidades com mais um penaltie. Serão quê, uns três ou quatro jogos seguidos a carimbar penalties?

No final, as cordialidades do costume de Sérgio Conceição com os treinadores adversários. Onde é que já vimos este filme? Desta vez parece que no centro das "amizades" o Pepe, esse digno exemplar da sarrafeirice rasteira, terá sido alvo de "racismo" por um colega de profissão lhe ter chamado "mono".  De facto é uma ofensa grave pois toda a malta sabe que o "stéreo" é bem melhor que o "mono".

Já quanto a Sérgio, o costume, a festejar a berrar na cara dos adversários. Não é bonito nem desportivo mas faz parte do seu pouco carácter enquanto treinador. Como pessoa acredito que será boa gente e bom chefe de família. O problema é o futebol!

- Por estes dias, tomei conhecimento de um processo de contra-ordenação duma Câmara Municipal a um contribuinte do município, aplicando-lhe a coima de 500 euros. O crime: Subir o muro à face da rua, alterando o existente, mesmo que não ultrapassando a altura regulamentar. Em rigor nem o muro foi subido mas apenas substituida a parte da grade metálica por muro fechado. Mesmo que no entretanto e após o embargo o contribuinte submetesse o pedido de licenciamento procurando regularizar a situação que de boa fé entendia não carecer de licenciamento.

Na justificação da aplicação da coima, foi considerada "elevada gravidade da infracção", "elevada culpa do contribuinte" e "benefício de vantagem económica". 

Já agora acrescente-se que o muro original foi realizado depois de cedência de terreno para alargamento da rua, o que torna engraçada a questão do "benefício económico". 

Ou seja, analisados todos os factos, sendo legítima à luz da lei a aplicação da coima, e uma lei pode ser sempre iníqua, parece-me uma decisão desproporcional, tanto mais que esta prática de contra-ordenações é aparentemente arbitrária pois o que não faltam por aí é muros a serem alterados sem sinais de terem sido licenciados. Isto para não falar em construções que vão sendo feitas em terrenos classificados como não urbanos. Aos olhos de todos. Mas neste país sempre foi mais fácil castigar por pequenas coisas do que por grandes aberrações. 

- Por cá, na aldeia, tudo na mesma paz e serenidade. Reza-se o Terço do mês de Maio, há flores e rosas a perfumar os jardins.

24 de abril de 2023

Diário de Bordo 24/04/2023


Da imprensa: 

"José Sócrates já não vai ser julgado pelos crimes de falsificação de documentos relacionados com o apartamento de Paris e com a tese de doutoramento. A defesa ganhou tempo e já não será humanamente possível avançar com uma decisão antes de os crimes prescreverem.

A defesa de José Sócrates ganhou, junto do Tribunal da Relação de Lisboa, mais três meses para argumentar que houve nulidades e irregularidades na decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, para avançar com um eventual recurso"

Conclusão: A Justiça portuguesa no seu melhor. Quem tem nome, dinheiro e poder, vence sempre. É outro campeonato!

Política:

"Em entrevista à RTP, na qualidade de secretário-geral do PS, ao ser questionado sobre o futuro político do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Costa reiterou a promessa de não interferir na escolha do seu sucessor e que tem procurado "identificar quem são os melhores quadros" do partido para que "provem as suas capacidades e que possam ser tudo aquilo que eles desejem ser e que os militantes do PS desejem que eles possam ser". E "Pedro Nuno Santos é indiscutivelmente um dos grandes quadros políticos do PS". [fonte: DN].

Comentário:  O problema de alguns dos nossos políticos é terem-se sempre em grande conta. Têm "muitos e bons quadros" mas falta-lhes espelhos. 


Futebol:

Continua igual a ele próprio: O Grupo de Desportivo de Chaves na última jornada venceu o primeiro classificado da I Liga e na jornada seguinte, ontem, não foi capaz de vencer o último. Problema de pilhas?

Quanto ao Benfica, uma vitória sofrida e já nem sabe converter um penaltie. Tão duvidosamente assinalado quanto mal marcado. A derrocada está a caminho.

Por cá:

Depois de longas semanas de abre, tapa, destapa e volta a tapar, aparentemente foram colocadas as redes de águas e esgotos na Rua de Trás-os-Lagos. Falta agora saber quantas semanas ou meses vai demorar a ser feita a repavimentação. Até lá, covas, lombas, pó e lama.

21 de abril de 2023

Cada terra tem o regedor que merece

Eu bem que tento desviar-me destas coisas da nossa política, até por uma questão de saúde mental e de higiene, porque o Governo nesta altura devia usar fraldas porque está num estado de incontinência tal que as cagadas são a toda a hora. Mas como hoje somos bombardeados de tudo quanto é buraco mediático, e até no relógio temos notícias, é complicado fugir a elas. Teria que ir como ermitão para a solidão do monte mais inóspito, mas não me estou a ver a viver de comer gafanhotos e rebentos de silvas e amoras, até porque estas só no Verão. Adiante.

Mas voltando ao Governo, ainda agora esta história de que Costa, o primeiro ministro, recusou fornecer um certo parecer jurídico que fundamentava o despedimento por justa causa da CEO da TAP, uma tal francesa, alegando a "defesa do interesse público". Ou seja, para o nosso Governo o defender o interesse público é ocultar os documentos ao  público ou aos seus representantes. Está tudo esclarecido!

Mas pasme-se, a coisa não ficou por aqui, porque ouvido o ministro das Finanças, o Medina, este veio dizer que afinal não havia qualquer parecer jurídico. Ou seja, se não for mais uma mentira e trapalhada, António Costa não queria divulgar um parecer que  afinal não existia? Vá lá, organizem-se!

Como diz alguém por aí, cada terra tem o regedor que merece. Ou então, se isto fosse um país a sério, como o Paquistão, já tinha havido um glope de estado.