15 de maio de 2018

Um cachorro para a mesa cinco


Lei é lei, por mais disparatada que seja. Como membros de uma sociedade regida por princípios de legalidade, temos que os respeitar mesmo que discordando no todo ou em parte. 
Neste contexto de pensamento, relativamente à lei que concede aos restaurantes a permissão de entrada de animais de companhia, não tenho muito a dizer, apenas que independentemente de um animal de companhia ser um periquito, gato, cão ou porco, em restaurantes que abram essa possibilidade, eu não entrarei. Tão simples quanto isso e para que não fiquem dúvidas quanto a alguma intolerância, porque gosto muito dos meus, já expliquei esta posição à minha bicharada de estimação, três gatos e um cão, este em tamanho e peso a valer por 40 chiwawas. Este ficou desanimado pois já estava a contar que o levasse um dia destes ao "Pedra Bela" ou ao "Bairradino dos Leitões". Ainda tentei explicar este princípio às galinhas mas, aparentemente na sua mítica estupidez, não me deram ouvidos e continuaram, indiferentes, à cata da minhoca.
Em todo o caso, creio que esta Lei devia ser estendida à Assembleia da República, podendo os deputados levar os seus animais de estimação. Assim como assim, na chamada "casa da democracia" estamos de há muito, na generalidade, entregues à bicharada.

14 de maio de 2018

Veteranos Guisande F.C. - Play-off



A equipa do Veteranos Guisande F.C. recebeu neste última sábado (12 de Maio de 2018) a equipa do Cucujães, em jogar a contar para os quartos-de-final do Play Off de Campeão, tendo empatado a 2 golos, perdendo no desempate em penaltis.
O próximo jogo, no Sábado, 19 de Maio, a equipa auri-negra jogará em Canedo contra a equipa local, uma das derrotadas  da jornada.

Amarelo pálido

Terminou ontem a competição principal do nosso futebol a chamada I Liga Nos. Para além do vencedor que já estava "decidido" desde o jogo Benfica-Porto, ficou  resolvida a questão do segundo lugar, com o Benfica a vencer com dificuldades o jogo caseiro com o Moreirense, e terceiro lugar para o Sporting, face à derrota na Madeira frente ao Marítimo. O Braga poderia ter saltado para o terceiro lugar mas não foi capaz de levar de vencida o Rio Ave em Vila do Conde.

A coisa esteve mais dramaticamente animada na luta pela manutenção. No final sorriram o Feirense, Vitória de Setúbal e Moreirense. Choraram os amarelos do Estoril e do Paços de Ferreira. 

Analisando as reacções pelos comentários nas redes sociais e jornais online, sempre com muito fanatismo e radicalismo, argumentam os adeptos benfiquistas que o Paços de Ferreira já merecia há muito estar nas divisões secundárias depois daquele frete ao F.C. Porto num jogo decisivo numa última jornada, em que tanto o então treinador, Paulo Fonseca como o jogador Josué estavam já de malas feitas para o clube das Antas. A vitória que garantia o título começou com um penalti cometido fora da área com um passe de morte de...Josué, para o avançado portista. Estranho.

Quanto ao Estoril, depois do não menos estranho jogo com o F.C. do Porto, que foi interrompido ao intervalo, quando ganhava por 1-0,  por suposto perigo de colapso de uma bancada que ainda continua bem  firme, a segunda parte desse jogo realizada passadas umas boas semanas, argumenta-se que foi um "esquisito abrir de pernas" para uma reviravolta com goleada. Pelo meio desse longo intervalo houve  ainda um pagamento de uma antiga dívida dos azuis aos amarelos. Azul com amarelo dá verde. Mas outros, ainda, têm uma teoria mais sinistra, argumentando que o destino da equipa capital do móvel ficou traçado desde que há algumas jornadas atrás teve a ousadia de vencer o F.C. do Porto, deixando Sérgio Conceição, no seu estilo habitual de mau perder, em modo agressivo, e toda a estrutura azul e branca, muito crítica pelo anti-jogo dos castores. Terá sido por isso?

Verdade ou mentira, tudo coisas muitos estranhas. Assim sendo, para alguns adeptos rivais da equipa portista, estas duas equipas canarinhas estão bem entregues à II Liga. "...Que andem por lá muitos anos".

Pessoalmente, da jornada de ontem confesso que até nem me incomodaria que o Benfica ficasse em terceiro lugar na classificação final. Porventura seria mais de acordo com a política errada de desinvestimento adoptada numa época que poderia ser de penta-campeonato. Quando se dá avanço aos adversários corre-se estes riscos. As asneiras e erros devem ser penalizadas e o terceiro lugar e a perda de alguns milhões por acesso ao play off da Liga dos Campeões seria um castigo merecido.

Quanto aos jogos de ontem, em rigor, torci apenas para que o V. Setúbal se aguentasse. Por um lado pela sua história no nosso futebol e por outro lado porque simpatizo com José Couceiro, um bom treinador e com algum humanismo, coisa que vai faltando à classe de treinadores. Foi um prémio pelo espírito de sacrifício, seu e do plantel, por  uma época carregada de dificuldades desportivas, directivas e financeiras..

Quanto ao Feirense, por mim fico naturalmente contente que tenha assegurado a manutenção, mas, não sendo de todo sócio adepto ou simpatizante, não perderia o sono pela descida. Mas fico contente que possa continuar entre os grandes do nosso futebol e pelo Nuno Manta, que parece-me um treinador humilde, dedicado e com futuro. Todavia, porventura a II Liga assentaria melhor na realidade estrutural e económica do clube fogaceiro, sendo que no futebol português, não só o Feirense mas todos os clubes em geral, há muito tempo que vivem bem acima das suas reais possibilidades e por isso quase todos tecnicamente falidos, vivendo de direitos televisivos e outros expedientes financeiros, alguns de investidores no mínimo duvidosos.  Quando assim é...

13 de maio de 2018

Regresso à normalidade

Ufa! Lá passou o Festival da Eurovisão.
Como se previa, o regresso à normalidade. Portugal regressou aos maus resultados e, maldade das maldades, a "jogar" em casa, ficou-se pelo último lugar, nada a que não estivesse habituado neste certamente.

Israel lá ganhou com algo que dizem que é uma canção. Mesmo no meio de alguma (muita) mediocridade, havia por lá coisas bem melhores. Em verdade, depois da inesperada vitória no ano passado por Salvador Sobral e do seu apelo final do que deveria ser o festival, esta vitória de Israel veio mostrar quem manda e qual o estilo que deve ser seguido. Lirismos e boa música é algo desafinado e que não rima com este evento. Depois, ironia das ironias, num festival que diz-se defensor da multiculturalidade, vê-se a maioria dos países muito pouco dados à defesa da sua identidade cultural, antes preferindo registos pops americanizados e globalizados. As raízes culturais e a diversidade do mosaico dos países participantes já tiveram melhores tempos. Mas sim, fica bem apregoar estes "valores". Dão um ar moderno e politicamente correcto à coisa e casam bem como apresentadores generosamente decotadas.

Assim sendo, mesmo com uma organização poupada em relação às anteriores, Portugal investiu uns largos milhões. Dizem que com retorno, mas é daqueles retornos que em concreto não enche o bolso a ninguém, sobretudo fora do contexto turístico relacionado à capital.
Mas o bom disto tudo é que já acabou, até mesmo a excessiva teatralização das apresentadores, com decotes excessivos, roupinhas feiolas e um inglês próprio de quem não é inglês. Mas acabou e para o ano é em Jerusalém. Para rimar, ainda bem!

Ufa!

11 de maio de 2018

Pe. Francisco - 20 anos de saudade


Passam na próxima terça-feira, 15 de Maio de 2018, vinte anos, duas décadas, sobre a morte do Pe. Francisco Gomes de Oliveira. São vinte anos de saudade de um homem e pastor que dedicou a maior parte da sua vida à paróquia de S. Mamede de Guisande, um percurso iniciado em Setembro de 1939. Paz à sua alma!

Desconheço se a paróquia de Guisande tem ou não prevista alguma celebração ou evento em memória e evocação da data, mas creio que seria justo.
Pela parte que me toca, disse-o por aqui há algum tempo, estou a elaborar alguns apontamentos biográficos e contextuais à freguesia e paróquia de Guisande, que entretanto serão passados a livro, mesmo que de edição de autor. Tinha como intenção que o livro já estivesse impresso e fosse apresentado neste mês de Maio à passagem da data, mas tal tornou-se impossível. Por um lado devido ao facto de estar a incluir mais apontamentos do que aqueles que inicialmente tinha previsto e por outro lado porque não tenho tido a colaboração de quem inicialmente esperava obtê-la. Vejo que nestas coisas temos que contar apenas connosco próprios. 
Seja como for, tenho a esperança de mais ano menos ano vir a concretizar essa intenção, nem que revista e enquadrada noutro contexto.

A. Almeida

Procissão de Velas - 11 Maio 2018

10 de maio de 2018

A vida como ela é

Creio que não sendo inédito, não deixa de ser notório que uma comunidade relativamente pequena como Guisande veja partir no mesmo dia, para a Casa do Pai, duas pessoas, no caso mulheres.  É assim uma tristeza a dobrar para a comunidade, a qual certamente está solidária na dor da perca com os familiares.

A vida é assim mesmo, nomeadamente quanto à fatalidade da morte, que calhará a todos, mas não deixa de ser significativo que numa época em que a medicina conhece avanços incríveis a cada dia, fazendo em muito aumentar a saúde das pessoas e com isso prolongar a idade de esperança média de vida, e simultaneamente somos confrontados cada vez com maior frequência, com doenças do foro oncológico que têm ceifado de forma surpreendente muitas e muitas vidas, mesmo e sobretudo pessoas com idades ainda relativamente curtas ou médias. A nossa comunidade, mesmo que pequena, tem sido testemunha nos últimos anos de várias situações de partidas precoces e surpreendentes de pessoas que até aí transpiravam saúde e vontade de viver.

A vida é mesmo assim, e porventura em muitas das situações que diariamente ocorrem um pouco por todo o lado, não deixa de ser consequência do nosso modo de vida, do stress diário da luta pela sobrevivência, bem como do que comemos, bebemos e do ar que respiramos. Ou talvez não, porventura apenas porque a genética assim o programa ou mais prosaicamente, o destino.

Em todo o caso, pelo menos devemos todos aproveitar estas tristes fatalidades para nos posicionarmos na vida, tendo sempre em conta que ela são dois dias e não uma eternidade. É que quase todos cometemos esse erro de pensar que somos eternos e vivemos e convivemos como se as fatalidades só aconteçam aos outros e vamos assim alimentando as nossas azias, as nossas invejas, as nossas inimizades e mesmo ódios, mantendo desavenças e guerras, mesmo no seio familiar. Bem sabemos que não somos perfeitos nem equiparáveis a quem inspirou os evangelhos, mas será importante que nos  esforcemos por viver mais de acordo com os seus valores cristãos, os do bem e do amor.