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27 de setembro de 2018

The Best - Ora bolas


A avaliar pelas opiniões e comentários expressas nos média online e redes sociais, parece que muita gente ficou desiludida ou até mesmo revoltada com o facto de Cristiano Ronaldo ter perdido o troféu de melhor futebolista mundial pela FIFA, para o seu ex-colega de equipa no Real Madrid, Luka Modric.
Certo é que depois do croata ter vencido recentemente o troféu de melhor jogador para a UEFA, adivinhava-se que Ronaldo não teria hipóteses de somar o seu sexto troféu (tem 5 tal como Lionel Messi). 

Pode ser apenas uma teoria, mas o facto de Cristiano Ronaldo ter deixado o Real Madrid no contexto em que o deixou, pode ter feito toda a diferença. Há quem garanta que se o CR7 ainda estivesse no Real o troféu não lhe fugiria. Não custa nadinha a acreditar.

Certo é que, como Messi, que nem sequer estava nomeado, Cristiano Ronaldo certamente pré-avisado do resultado, nem se dignou a aparecer à cerimónia. Verdade se diga, para além de todas as grandes qualidades de Ronaldo, tanto quanto atleta como homem, o saber perder nunca foi uma das suas boas qualidades. Daí, mesmo que com as habituais e legítimas desculpas, acabou por não aparecer. Ora é bom saber ganhar mas mais importante saber perder, independentemente dos critérios e do sentido de justiça da atribuição do troféu a Modric.

Pessoalmente acho sempre uma piada que os defensores de Ronaldo esgrimam a seu favor o número de golos e de títulos. Ora por estes critérios, pode-se pôr de lado a possibilidade de atribuição do troféu a um jogador na posição de defesa e mesmo a um guarda-redes (coitados, poucos ou nenhuns golos marcam). Por conseguinte, dito isto, creio que a atribuição de tal troféu não pode de todo corresponder tão somente aos golos e aos títulos mas à classe e qualidade intrínseca de um futebolista, em suma, a genialidade (no que Messi tem de sobra). Ora a conquista do "The Best" por Luka Modric veio de alguma forma fazer jus ao nome do troféu, mostrando que os golos não podem nem devem ser factor decisivo. Caso assim não fosse seria preferível e menos hipócrita que a FIFA tivesse um prémio semelhante para cada um dos sectores do futebol conforme a sua organização, ou seja, o melhor avançado, o melhor médio, o melhor defesa e o melhor guarda-redes. Seria preferível porque mais consentâneo com as características próprias de cada atleta na respectiva posição. Eventualmente até um prémio para cada posição específica, no que resultaria em 11 troféus. 

Mas manda quem pode e afinal de contas este tipo de troféus e cerimónias a eles associadas não passam de show-off e entretenimento à volta de quem ganha milhões a dar chutos numa bola. Portanto merece a importância que merece ou aquela que cada um de nós lhe quiser dar. Por mim, dou pouca.

25 de setembro de 2018

Pagará Roma a traidores?

Confesso que tenho passado ao lado do assunto da criação de um novo partido ou movimento político por Pedro Santana Lopes, designado de ALIANÇA, sabendo que o processo de criação está feito faltando o parecer do Tribunal Constitucional.

O Aliança adoptou um logótipo azul claro como símbolo, tendo como lema "unir respeitando a diferença e as diferenças". Tem sido apresentado como "um partido personalista (inspirado em Francisco Sá Carneiro), liberalista e solidário. Interessado pelo contexto europeísta, mas sem dogmas, sem seguir orientações confinadas e que contesta a receita macroeconómica ditada pelos senhores de Bruxelas". Santana Lopes tem dito  que "...queremos garantir representação política que nos permita participar no processo de decisão, seja no Governo seja na oposição."  Não encabeçará, todavia, as listas que venham a concorrer pelo movimento. Será?

Olhando agora para o que os média têm noticiado e comentado sobre o assunto, chego obviamente a algumas conclusões pessoais. Em todo o caso, num sentido geral será mais um partido ou movimento que, como qualquer coisa nova, procura apregoar ideias arejadas por comparação ao status quo vigente. O que é novo é novidade e daí poderá sempre colher alguma aceitação de muito eleitorado que não é carne nem peixe, nomeadamente no PSD acolhendo os descontentes com a orientação de Rui Rio por o considerarem algo permeável à esquerda. Ora, ao contrário, como argumentou na sua carta aberta de despedida do PSD, publicada dia 4 no diário online Observador, Santana Lopes dizia querer “intervir politicamente num espaço em que não se dê liberdade de voto quando se é confrontado com a agenda moral da extrema-esquerda”. Por aqui se percebe ou se procura justificar o processo ALIANÇA.

Poderá ser apenas uma espécie de PRD mas duvida-se que nos próximos actos eleitorais que venha a concorrer possa obter tamanha fatia como então em 1985 sob a égide do general Ramalho Eanes. Então o PRD propunha-se a "moralizar a vida política nacional". 
Ainda hoje, volvidos mais de trinta anos continua a haver uma imperiosa necessidade de moralização da vida política ou, melhor dizendo, uma moralização dos políticos, mas não creio que seja este Aliança a fazê-lo pois os vícios estão demasiado entranhados. Ademais, o Aliança nasce com o ónus de uma fractura, uma desistência ou até mesmo, como já li, uma traição, a ponto de alguns militantes comentarem que "Roma não paga a traidores"(analogia à resposta dada pelos romanos ao pedido da recompensa pelos assassinos de Viriato - (139 a.C.).

Mas a ver vamos. Para o bem e para o mal, Santana Lopes, reconheça-se, sempre teve essa capacidade política de estar continuamente em intervenção no "teatro de operações". Creio que não lhe faltarão seguidores,  provenientes sobretudo deste actual PSD, onde é evidente um clima onde não faltam alguns lusitanos prontos a esfaquear o seu líder. Restará saber se em algum momento receberão a lendária resposta "Roma não paga a traidores". Ou, pelo contrário, estará com o seu Aliança de braços abertos a todos quantos não encontrem protagonismo no PSD de Rui Rio. Não duvido que à primeira investida venha a fazer mossa nas hostes laranja, pelo menos no actual contexto. Só o tempo dirá se, tal como ao PRD, depois não virá a erosão até à extinção.

Seja como for, só o tempo realmente dirá da importância e validade deste novo movimento. Devemos estar sempre abertos ao lado positivo das mudanças e ver se as ideias que vierem a ser cimentadas correspondem ao que cada um de nós tem como válidas na definição da politica. Não devemos ver os partidos como clubes de futebol onde quase sempre somos indefectíveis seguidores mesmo que mal treinados e pior dirigidos.
Devemos ter em conta as pessoas e os projectos e colher de todos o que de positivo apresentam. As ideologias por estes tempos são o que menos contam porque provenientes de tempos e contextos já passados, não raras vezes com resultados dramáticos. Ora se este Aliança conseguirá ou não aplicar esse conjunto de valores é o que o tempo dirá.

24 de setembro de 2018

Desconfiar é preciso


Como se suspeitava, Joana Marques Vidal, Procuradora Geral da República, não foi reconduzida no cargo. Poderia tê-lo sido, mas não foi. Em seu lugar o Governo nomeou Lucília Gago. Poderá ter sido para contrariar a pressão à direita, poderá ter sido apenas porque sim e lhe dava jeito.

Entre muitas leituras e questões, incluindo a de que o presidente da república e o 1º ministro ficaram chamuscados neste "fogo", achei curisosa a génese das justificações de António Costa e do seu Governo, a de que nunca tivera em mente reconduzir a Procuradora, porque se pretendia que a mesma não se sentisse pressionada nem de tal resultasse uma dependência da nomeada face ao nomeador, justificando-se basicamente nas virtudes da alternância e do mandato único, apesar de a Constituição não o prever. Afinando, obviamente, pelo mesmo diapasão, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, também reforça que "a existência de um único mandato é a solução que melhor respeita a autonomia do Ministério Público".

Ora se a independência da Justiça e dos seus agentes face ao Poder Politico está sempre a ser apregoada e enaltecida, porque raio é que o primeiro ministro e seus governantes vêm sugerir possibilidades de limitações, influências e pressões? Houve sinais de tal? Sintomas de cedência a eventuais e obscuros interesses?

Com estas justificações, será também legítimo estender tais pressupostos a todos os cargos públicos deste país? Se sim, que se comece por limitar mandatos a presidentes de junta, presidentes de câmara, deputados, ministros, presidente da república. Ou seja, porque assim pensa o Governo, mandatos únicos serão mais eficientes e menos "susceptíveis" de pressões, influências, acomodamentos, aproveitamentos, etc, etc.

Ora, de António Costa que daqui a meses tem a legítima pretensão de vencer as eleições e renovar o cargo de ministro primeiro, se possível com maioria, não seria mais adequado ao país, que se ficasse apenas por aqui e que desse o lugar a outro?

Por mim, acho que esta decisão passa em muito pelo facto do poder político na generalidade não ter gostado da actuação de Joana Marques Vidal, impertinente quanto baste porque investigando e acusando mais do que a anterior tendência de arquivamento. Acusar políticos e figuras públicas com o calibre de Sócrates, Vara, Salgado, clubes como o Benfica e ainda o caso do angolano Manuel Vicente que despoletou um clima "irritante" entre Portugal e Angola, não cai bem a um Estado que se quer sem irritações. Grande parte do poder político, mesmo que o apregoe, de facto parece não se dar bem com as questões de independência da Justiça, porque por vezes dá jeito que os pratos da balança possam pender um bocadinho. Se a justiça é cega, como dizem e a retratam, certamente que não dará conta de um ligeiro desequilíbrio, mesmo que um subtil toque.

Neste contexto e com estas razões, já gora com estes políticos, fiquemos todos desconfiados.

8 de setembro de 2018

Eleições esverdeadas


Hoje é dia de eleições no Sporting Clube de Portugal. O que é que um benfiquista, com simpatia pelo Sporting pode desejar? Que tudo corra bem, com civilidade e democracia e que do acto eleitoral saiam um presidente e corpos dirigentes com competência e responsabilidade e sentido de Estado. E que daí fique definitivamente afastado o pequeno líder e ditador, BdC. Claro que ainda estrebucha e vai disparando com artifícios que a lei lhe confere, como providências cautelares e impugnações, mas creio que no final vai prevalecer a lei e a razão e sobretudo a vontade da maioria dos sócios.
Depois, o caminho para o futuro presidente não será nada fácil, mas terá que ser precorrido, porque o Sporting é um grande clube e instituição e é necessário e faz falta no panorama do desporto e do futebol em Portugal e sempre em grande nível.

[acima, uma equipa do Sporting da época 77/78]

5 de setembro de 2018

Que se extinga forever


Por estes dias, quem leu, ouviu e viu as notícias, ficou a saber que no âmbito do designado processo "e-toupeira", a Benfica SAD entre outros arguidos individuais, ficou a conhecer o enquadramento da acusação e segundo o "super isento" Jornal de Notícias da cidade do Porto, noticia eufórico que o  Ministério Público pretende que a equipa de futebol profissional encarnada fique privada de competição entre seis meses a três anos (pouca coisa, digo eu, para tão hediondo crime). 

Sem mais delongas, até porque não sou jurista, nem inspector, nem magistrado, resumo toda a questão no seguinte: Mesmo sendo adepto do Benfica, embora em modo cada vez mais desligado, não só do percurso do clube como do futebol nacional em geral, se neste ou noutros casos vier a ser inequivocamente provada e fundamentada culpa que tenha contribuído directamente para a adulteração da verdade desportiva, que sim, que seja penalizado, ou que desça de divisão, cumprindo-se a lei e o que dela resultar.

Mas, já agora, a pedido de muitas famílias, que seja mesmo extinto, indo aqui de encontro ao desejo de toda a nação rival, desde logo com o F.C. do Porto à cabeça.

Que a justiça não fique por meias medidas e que não se repitam impunidades descaradas como a do famoso "apito dourado" só porque alguns procedimentos na investigação, nomeadamente as escutas telefónicas, foram consideradas como "ilegais" pelo tribunal cível, mesmo que descaradamente visíveis e audíveis a cegos e a surdos. Mas, meus meninos, lei é lei e mesmo que fosse um reles assassino a confessar um crime, tal prova não serviria para a condenação. Justiça é justiça mas tem as suas regras, dizem. Assim sendo, tudo o que se ouviu, e que ainda se pode ouvir, foi algo que aconteceu apenas de forma fantasiosa no país das maravilhas em que a Alice se chamava Carolina e os convidados eram prendados com fruta fresca e viçosa a mando do rei de copas a partir do seu castelo à beira mar plantado.

Com o Benfica extinto(ufa, finalmente), regressará a harmonia ao nosso futebol e tudo será paz e amor entre virgens e anjos e como estes não têm sexo, de tal coexistência não haverá diabo que nasça para endiabrar a mui nobre e invicta nação lusitana do futebol. O F.C. do Porto, à maneira dos bons velhos tempos, ficará assim com todas as condições para dominar, sem rivais à altura. Vencer 10 títulos seguidos será canja, até que se enfadonhe e, por desfastio e benevolência, lá permita que o Sporting (se entretanto também não for extinto), ou mesmo um Braga, um Rio Ave ou um Tondela, meta um título pelo meio, para depois voltar afanosamente a recomeçar um ciclo de mais 10 títulos sem espinhas. Nada como ninguém a incomodar a nossa vidinha, mesmo que a mesma se torne uma pasmaceira de tão fácil.

Em conclusão, que sim, extinga-se esse cancro do futebol português, o Benfica, que entre outros pecados tem o dislate de ter 38 jogadores da sua formação convocados em todas as selecções nacionais de futebol (24 do clube e 14 ex-clube), mais do dobro do que os seus principais rivais. Não é admissível que tanto profissional do pontapé na bola possa medrar nesse antro de matéria negra (encarnada). 
Vade retro satanás! Que se extinga e que comece um novo ciclo purificado porque, tirando essa corja de corruptos, todos os demais são dóceis virgens e meninas do coro.
Que se extinga!

4 de setembro de 2018

Decoro nas condecorações


É certo que percebo as recepções e condecorações do Presidente da República, Dr Marcelo Rebelo de Sousa, como as que agora teve para com os atletas Nélson Évora e Inês Henriques (vencedores do triplo salto e 50 km marcha (Europeus de Atletismo - Berlim), bem como anteriormente a outros atletas e selecções.
Segundo o presidente, "Nelson Évora e Inês Henriques têm em comum talento, determinação, capacidade de luta, resistência física e psíquica, e espírito de reinvenção ilimitados. Para eles não há fronteiras inultrapassáveis, nem desafios invencíveis".
Todavia, apesar de estarmos mais ou menos todos de acordo com estes reconhecimentos públicos por parte do nosso presidente, porque merecidos e animadores das hostes, todavia, dou por mim a pensar em tantos milhares de portugueses anônimos, igualmente eles com todos os adjectivos e predicados referidos pelo Dr. Marcelo, desempregados ou vencendo precariamente ordenados mínimos, com filhos para educar e alimentar, com rendas, luz, água, telefone, medicamentos para pagar, enfim atletas dominadores de todas as acrobacias diárias necessárias a quem procura levar a vida com poucos recursos, certamente que com ordenados imensamente inferiores aos de qualquer um dos que têm sido condecorados,  mas com dignidade, sacrifício e coragem. Atletas e heróis, sem medalhas, sem hinos e mas sem tempo de antena.

Mas, claro está, estes anónimos atletas, de reinvenção ilimitada, que correm, marcham e saltam nas pistas da vida e do dia-a-dia, ganhando medalhas na prova de sobrevivência, não são convidados do Palácio de Belém nem aí recebem condecorações vistosas e elogios sumptuosos.

A vida é mesmo assim, mas mesmo que compreendendo estas situações, até porque politicamente correctas, creio que há nestas manifestações algum exagero, como se portugueses haja-os de primeira e de segunda. Não que considere que o presidente faça essa acepção, mas que os há, há.

[foto acima: JN]

9 de agosto de 2018

Incêndios - Mais do mesmo

Abaixo, alguns títulos de meios de comunicação social, recentes ou mesmo com algum tempo, mas que de algum modo indiciam o que de há muito parece indesmentível, ou seja,  a origem criminosa da maior parte dos incêndios florestais em Portugal e por outro lado, face a essa realidade, a mão leve da justiça mesmo que só à ponta do iceberg.
Enquanto isso, depois das tragédias mortais do ano passado, depois de muita demagogia, muita limpeza, muita ameaça de multas, aumento dos meios de prevenção e combates e alterações nas estruturas da protecção civil, uma nova tragédia de dimensões absurdas, agora na região algarvia da serra de Monchique. E o Verão até tem estado muito ameno, com excepção dos picos de temperatura da semana passada.
Afinal o que mudou? Parece que pouco, porque desde logo parece-me e parecerá a quase toda a gente que o problema não está a ser atacado pela raiz, ou seja no combate à criminalidade, com investigação profunda e com aplicação efectiva de penas pesadas para os dados como culpados. Apesar disso, por um lado os juízes dão segundas oportunidades e votos de confiança e os nossos governantes politicamente correctos evitam abordar esta questão como seja ela de somenos importância. Enquanto assim for, será sempre mais fácil aplicar pesadas multas a proprietários, muitos deles sem recursos físicos e financeiros para fazerem as limpezas conforme determinadas.
É o que temos, pelo que este assunto dos incêndios continuará a ser mais do mesmo.

Um homem de 39 anos que ateou nove incêndios florestais entre os meses de agosto e novembro de 2016 em Águeda, foi condenado a quatro anos e nove meses de prisão, com pena suspensa.
[fonte: TVI]

Dois bombeiros da corporação de Alenquer foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de terem ateado 20 a 30 incêndios neste concelho do distrito de Lisboa, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte policial.
[fonte: Diário de Notícias]

Habitantes de Alcobaça não têm dúvidas que incêndio resultou de fogo posto 480 bombeiros combateram as chamas na localidade. 
[fonte: CM]


A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve no passado sábado, um homem que estava a atear fogo ao Parque Natural Sintra-Cascais. O idoso, de 78 anos, foi apanhado em flagrante delito, avançaram as autoridades em comunicado enviado às redações.
[fonte: Notícias ao Minuto]

Indícios de fogo posto em Pedrógão Grande Associação de Comandos dos Bombeiros de Portugal garante que há relatos que indiciam mão criminosa na tragédia.
[fonte: CM]

A GNR anunciou hoje a detenção de um jovem de 19 anos em flagrante delito por suspeita do crime de incêndio florestal no Juncal, concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria.
[fonte: CM]

O suspeito foi surpreendido por um grupo de pessoas cerca da meia-noite. O suspeito estava com um isqueiro na mão numa zona de pinhal perto de uma estrada. Os populares chamaram as autoridades que lhe deram ordem de detenção. Depois de ter passado a noite nos calabouços da GNR, o jovem foi ontem presente ao Tribunal de Viseu para interrogatório judicial. Entretanto, o caso foi entregue à Polícia Judiciária de Coimbra, que agora procede a investigações. No período de três dias, foi a quarta detenção de supostos incendiários ocorrida na região de Viseu. No entanto, segundo o CM apurou junto de fontes policiais, são várias as investigações em curso relacionadas com o crime de fogo posto, havendo também já vários suspeitos referenciados.
[fonte: CM]

3 de agosto de 2018

Alerta CM - Está calor no Verão!


Falar do tempo sempre foi uma forma circunstancial de se meter ou complementar conversa, na rua ou numa sala de espera de um consultório ou de um qualquer serviço público. - Será que amanhã vai chover? - Hoje está quente! - Parece que vem aí uma chuvada forte! - Este nevoeiro que me dá cabo dos ossos... - Se viesse uma chuvinha para o meu nabal... - Se viesse um solzinho para a minha eira...

Para além disto, estar quente, frio ou a chover, nunca foi notícia porque, pelo menos no nosso clima, sempre foi normal estar frio no Inverno e quente no Verão.

Mas hoje em dia é notícia e preenche largas horas nos telejornais. Estar quente no Verão, mesmo que muito quente, parece algo extraordinariamente jornalístico e vemos repórteres a questionar simples transeuntes sobre o calor. E vão questionar quem, em princípio, está em melhores condições para do calor se refugiar ou dele gozar, os turistas e pessoas já em férias, com as pernas na água ou à sombra do coqueiro. Aqueles que realmente podem sofrer os efeitos do excessivo calor, como trabalhadores da construção civil e obras nas estradas, agricultores, etc, esses não merecem as perguntas idiotas dos repórteres pagos por tarefa.

É certo que temos muitos canais na televisão e podemos sempre mudar, mas esta estupidificação parece generalizada.

Santa Paciência, mas é o que temos.

31 de julho de 2018

Assalto ao castelo


O "assalto" a Castelo de Paiva, tal como a Arouca, tem sido dificultado por acessos bonitos mas com muitas curvas e de perfil estreito, pouco dados a rapidez, nomeadamente a partir do concelho de Santa Maria da Feira, Tanto Arouca como Paiva foram já há anos dotados com variantes (estradas nacionais 326 e 222), mas à falta de dinheiro e de desinteresse de sucessivos governos pelo interior, as vias rápidas ficaram-se a pouco mais ou menos pela metade. Este ostracismo do poder central obviamente que resulta em prejuízos no desenvolvimento destes concelhos vizinhos, ficando longe mesmo estando perto.

Volta e meia fala-se da coisa mas no que a Castelo de Paiva diz respeito, talvez por comportar menor investimento e menor extensão (à volta de 10 Km), está novamente na ordem dia a continuação da variante, que está parada na Zona Industrial de Lavagueiras - Pedorido, até ao nó de Canedo - Santa Maria da Feira,  permitindo a ligação à A32.  Assim por estes dias o Governo lançou o concurso para o estudo prévio e projecto de execução, num valor de 1,8 milhões de euros. 
É certo que depois desses passos faltará ainda adjudicar a obra e realizar a mesma, o que não será para breve e, dentro do que é habitual, dependerá da vontade e folga financeira do futuro Governo.

Seja como for, é uma notícia que se aplaude, como diz Gonçalo Rocha, presidente da edilidade paivense "Significa que, de facto, [o Governo] está com uma vontade clara de que esta obra aconteça, dando sequência ao compromisso que foi assumido. Isso para nós é motivo de grande satisfação".

Ler a notícia [aqui] e [aqui] .

16 de julho de 2018

Pequenas notas numa segunda-feira dia de Nª Sª do Carmo

- Ontem foi dia de Crisma para as paróquias de Guisande e Vale. As cerimónias ocorreram na igreja matriz do Vale. Presidiu às cerimónias e administração do Crisma o Sr. bispo auxiliar do Porto, D. António Augusto de Oliveira Azevedo.

- Finalmente! Terminou o Campeonato do Mundo de Futebol que se desenrolou na Rússia. Para mal dos nossos maus fígados com a França, esta venceu a prova, pela segunda vez depois de o ter feito precisamente há vinte anos na condição de organizadora da prova. E tal como com o Brasil em 1998, venceu agora com demasiada facilidade, num jogo pró fraco, onde ao intervalo, apenas com um remate à baliza sem dar golo, marcou dois, um de auto-golo e outro de penalti. Até houve tempo para uma fífia do guardião francês digna de uma final que amenizou o manto de pesada derrota da Croácia que no geral foi decepcionante nesta final, Talvez mais 90 minutos nas pernas e menos um dia de descanso do que os gauleses tenha feito mossa. O árbitro, esse pendeu sempre para os franceses. O lance de livre que resulta no primeiro golo surge de uma falta mal assinalada com a ilusão do teatro de Griezmann e o lance do penalti parece ser ajuizado de forma muito rigorosa. O futebol feio volta a triunfar e para a história fica o resultado.
Volta o sossego nos média, ou talvez não. Agora é apontar baterias para o nosso futebol tuga e para a novela venezuelana do Sporting.

- Jorge Jesus, mudo e calado lá para as Arábias ( e teria muito que contar sobre os episódios do Sporting), falou por estes dias, e instado a comentar a mudança de Cristiano Ronaldo do Real Madrid para a Juventus, disse que o jogador português demonstrou muita coragem ao optar pela mudança.
Mas, ó Jesus, convenhamos que a ganhar 30 milhões por ano, só de salário, não é propriamente uma questão de coragem, antes de oportunidade e naturalidade. Coragem é para quem, a larga maioria dos portugueses, ganha mensalmente apenas o ordenado mínimo, muito menos do que Ronaldo ganhará apenas em dez minutos, por aí. Isso sim, é coragem.


12 de julho de 2018

Mudança de género na generalidade


Está no pico da actualidade o assunto da aprovação pelo Parlamento da nova lei da  mudança de género.  Pessoalmente não tenho grande opinião e é assunto que não me aquece nem arrefece. Mas sim, se há homens que se sentem mulheres, mesmo com um par de tomates, seja feita a sua vontade. Ou ao contrário, se há mulheres que se sentem homens, mesmo que tenham que usar sutiã, porque não? Que não seja por isso. 

De resto até acho que estes direitos deviam alargar-se a outras espécies. Por exemplo, o meu cão, há tempos que anda a chatear-me que quer mudar para galinha, desconfiando eu que com isso reclame o pleno direito de poder aceder à capoeira. Ora estou certo que se a coisa avançar por aí fora, não faltarão até raposas a querer mudar para galinhas e lobos para cordeiros. Com um pouco de sorte teremos até porcos a reivindicar o direito a  serem considerados senhores doutores e concorrer a eleições e também eles fazerem parte da casa da democracia e assim legislar tão importantes matérias a favor das tão discriminadas minorias. E o que não faltam neste país são minorias, para as quais há um filão legislativo por explorar. 

Brincadeiras à parte, há muito que se deixou de chamar os bois pelos nomes e não devemos estar admirados por mais esta. Outras virão. Ainda não somos Deus ou deuses mas já vamos dando cartas no que toca a mudar algumas configurações de fábrica que até aqui pensávamos serem próprias da natureza das coisas e dos seres. 

Mas esta é apenas a modesta opinião de quem não tem opinião. Ora se o ele tem direito a ser ela, e vice-versa, deixem que eu tenha direito a ela, à opinião, mesmo não a tendo.

1 de julho de 2018

Rebentaram-se as águas


Já toda a nação sabe: A selecção portuguesa de futebol está fora do Mundial 2018 que se desenrola na Rússia. O culpado, a selecção do Uruguai que com Cavani cavou com mestria e demasiada simplicidade dois golos na baliza de Rui Patrício, contra apenas um golo do aportuguesado brasileiro Pepe. Com esse resultado Portugal de Ronaldo fica-se pelos oitavos e faz companhia à Argentina de Messi. A campeão do Mundo, a Alemanha, essa já está de férias há uma semana.

Uma vez rebentadas as águas e desfeita essa frágil película amniótica que nos mantinha numa espécie de bolsa de sonho, altamente alimentada pelos média e a costumeira fézada de Fernando Santos, importa sermos objectivos e realistas. Ora, nesta realidade, Portugal, o campeão europeu de 2016, não jogou um "corno" e, ironia das ironias, o jogo mais bem conseguido, muito pela posse de bola concedida pelos uruguaios sempre que em posição de vantagem no marcador (e foi quase todo o jogo), acabou por dar na única e fatal derrota. Os anteriores três jogos, mais fraquinhos, deram em dois empates e uma vitória, mesmo que com jogos muito sofridos.

Com tudo isto, regressou a normalidade, porque, convenhamos, a medalha e o estatuto de campeão europeu valiam de pouco ou nada até porque esse título conquistado há dois anos assentou num futebol medíocre, desempates em penalidades e um coelho da cartola do "patinho feio" Éder, numa final em que fomos massacrados, futebolisticamente falando. De resto essa ou esta França, depois de despachada a Argentina, será seguramente uma das fortes candidatas ao título mundial. A ver vamos.

Quanto a Fernando Santos, não houve fézada que lhe valesse e com os muitos equívocos estratégicos e de má escolha de pedras postas em jogo sai (in)satisfeito com os objectivos mínimos.
Ronaldo, apesar de tudo o menos mau, teve o habitual problema, o da idolatria exagerada, colocando-o constantemente nas nuvens, e depois quando cai ou desce à terra percebe-se que entre um ou outro jogo determinante, há os demais jogos em que anda por ali, como apenas mais um. De resto quando Ronaldo, por força da idade e do peso das pernas, deixar a selecção, porventura perceber-se-á que nem fará tanta falta, porque uma andorinha nunca fez primaveras e porque este Portugal de Fernando Santos joga demasiado para o seu capitão e os companheiros debatem-se a cada momento com essa "obrigação" de culto e de subserviência ao seu jogo. Ora, qualquer treinador de equipa adversária percebe isso, como percebeu Óscar Tabárez do Uruguai, anulando-o completamente em jogo corrido. Ficam fora desse controlo os livres directos e os penaltis, mas nem aí a coisa correu bem, com os poucos mísseis a explodirem nas barreiras. Não fosse isso e Portugal teria sempre melhores jogos e resultados e daí melhores perspectivas neste tipo de competições, porque tem um leque de bons jogadores que renderão bem mais sem a sombra intimidatória do CR7, de resto um pouco à imagem do que sucede com Messi na Argentina.

Em todo o caso, e em resumo, vistas as coisas de forma objectiva, Portugal fez um papel dentro da sua realidade. Não a realidade dos média e de muitos portugueses embalados nessa onda, mas não desprestigiou e cumpriu os tais mínimos. No mínimo, que seja sempre assim.

Ronaldo, esteve melhor no final do jogo do que dentro dele, tecendo considerações ponderadas e adequadas e que de algum modo, desfeita a tal nuvem da ilusão, retratam a sua participação e a de Portugal, resumindo-se na afirmação de que: "...«Jogámos melhor que o Uruguai, mas quem marca mais é quem ganha, infelizmente. Queríamos ganhar, a equipa bateu-se bem e temos que enaltecer aquilo que Portugal fez. O Uruguai está de parabéns. Em termos globais, saímos de cabeça erguida», afirmou o internacional português na zona mista do estádio, abordando depois o orgulho em capitanear esta seleção:
«Estou muito orgulhoso de representar a seleção de Portugal como capitão. Este é um grupo de trabalho fantástico. Estou orgulhoso dos meus companheiros e da equipa técnica. Não é um balanço brilhante, mas batemo-nos bem. Desfrutei bastante desta competição. Foi um torneio bem estruturado e uma organização que surpreendeu pela positiva».

[Citação de Ronaldo extraída da Bola Online]

28 de junho de 2018

Afinal qual é o problema do Queiroz - Perguntem ao Carlos!


Durante e depois do jogo entre as selecções de futebol de Portugal e o Irão, um jogo decisivo para o apuramento para os oitavos de final da prova do Campeonato do Mundo de Futebol, a decorrer na Rússia, parece que o verniz voltou a estalar entre alguns jogadores portugueses e o treinador Carlos Queiroz, seleccionador do Irão. Sobretudo no "bate-papo" entre este, ex-seleccionador da selecção portuguesa, e Ricardo Quaresma.

Carlos Queiroz, que esteve a uma remate, um pouquinho ao lado, de eliminar estrondosamente Portugal, queixou-se da desconsideração da maior parte dos jogadores portugueses ao não o cumprimentarem no final da partida que terminou empatada (1-1). Já depois do jogo e de Quaresma ter insinuado que sobre ele mais valia nada dizer porque teria muito a dizer, Queiroz deu uma entrevista ao jornal "Público" onde volta ao assunto da desconsideração de Quaresma, Ronaldo e a maior parte da companhia, dizendo entre outras "verdades" que "...conquistei títulos europeus e mundiais, com reformas e ideias. A história da Federação Portuguesa de Futebol não começou na ilha da Madeira com Cristiano Ronaldo. Começou muito antes. E os valores que eu recebi do José Augusto, do Simões, do Eusébio, do Torres, do Jaime Graça, do Humberto Coelho, do Toni não foram estes. Não estou a dizer que estão errados, apenas que não são os meus e não são os de muita gente. Já tive a minha conta na África do Sul [Mundial de 2010, quando orientava a selecção nacional]. Algumas das pessoas que tentaram destruir na altura a minha vida pessoal e profissional hoje até são arguidos e alguns estão na cadeia ou a ir para lá.".

Eu não sei se Carlos Queiroz tem toda a razão nestes episódios à volta do jogo entre Portugal-Irão, nomeadamente pela sua constante atitude de arreliado, sempre a questionar e a pressionar os árbitros (afinal apenas a defender os interesses da sua selecção), mas creio que já todos percebemos que, não só dos tempos em que foi seleccionador português, nomeadamente na campanha do Mundial da África do Sul (2010), que tem sido um treinador acossado por cá e muito desconsiderado pelas altas esferas do nosso futebol federativo e também por muitos dos jogadores que desses tempos ainda por ali andam, como Ronaldo, Quaresma, Moutinho e muitos outros.

Para contextualizar  o agora caso, recorde-se o episódio ocorrido a 17 de Novembro de 1993, em Milão, quando então seleccionador nacional falhou a qualificação para o Mundial-94 quando a Selecção Nacional caiu aos pés da Itália aos 83 minutos do jogo. No final, ainda no relvado, Carlos Queiroz, "explodiu" e soltou para fora toda a sua indignação, dizendo "...É preciso varrer a porcaria que há na federação portuguesa. Há muita coisa para mudar!". Esta declaração ficou para sempre na história do nosso futebol. É certo que depois disso Queiroz voltou a ser seleccionador mas as coisas voltaram a correr mal na relação entre federação e jogadores.

Em contraponto a Carlos Queiroz, Fernando Santos (amigos) tem tido a tarefa mais facilitada e mesmo premiada (mesmo com um mau futebol), sobretudo com a cereja do título de campeão europeu (2016). Porventura Fernando Santos nem será grande treinador mas, como bom católico, é certamente mais bonacheirão e uma figura paternal e sobretudo demasiado mole ou mesmo subserviente quanto às figuras principais da selecção, como Ronaldo, Quaresma, Pepe e Moutinho, etc.. Seja Fernando Santos treinador da selecção por mais vinte anos e todos esses jogadores, assim o queiram, têm lugar garantido na equipa principal. Serão os quatro e mais sete.

Ao contrário, Carlos Queiroz nunca colocou o vedetismo dos seus jogadores acima dos interesses da selecção. Resulta daí, e de outras coisas mais, que seja desconsiderado por Quaresma, Ronaldo e companhia, que não lhe passam cartão. De resto, Ronaldo, aziado no final de um mau jogo na África do Sul (2010), atirou às perguntas dos jornalistas: " - Perguntem ao Carlos!", numa clara alusão de que Queiroz era o responsável por uma fraca campanha.

Queiroz diz agora que "...A história da Federação Portuguesa de Futebol não começou na ilha da Madeira com Cristiano Ronaldo. Começou muito antes. E os valores que eu recebi do José Augusto, do Simões, do Eusébio, do Torres, do Jaime Graça, do Humberto Coelho, do Toni não foram estes. Não estou a dizer que estão errados, apenas que não são os meus e não são os de muita gente.". 

Ora Carlos Queiroz, dizendo a verdade que diz, tem um problema ao dizê-lo, é que a maior parte dos actuais jogadores e a larga maioria dos que idolatram Ronaldo e companhia não conheceram esses tempos nem essas figuras. De resto os valores nunca poderiam ser os de então, porque agora são sobretudo os do dinheiro, sempre ele, e o do prestígio, aquele que se joga sobretudo fora dos campos.

E pelos vistos, a imprensa portuguesa, até alinha nesta idolatria, sobretudo a Ronaldo, numa verborreia exagerada e até ridícula, como a da comparação entre as atitudes na marcação dos penaltis de Ronaldo (contra a Espanha) e de Messi (contra a Islândia). Para Ronaldo era a confiança, a determinação a liderança e para Messi era o desconforto, a descrença, a desmotivação. Afinal, como há tiros que saem pela culatra, até Ronaldo (até tu, Brutus), falhou um penalti contra o Irão, no que poderia ter custado o apuramento. Pois, quando se fala de mais...

Não surpreende, pois, que a maioria daqueles jogadores portugueses que aparentemente sabem cantar o hino nacional e beijam o emblema das quinas, acabem por ter uma demonstração de fracos valores e falta de educação ao desconsideraram de facto uma figura que, controversa ou frontal, foi sem dúvida uma pessoa importante na formação de largas dezenas de jogadores e que em muito contribuiu para o actual prestígio da federação portuguesa e das suas diferentes selecções.

Assim sendo, não dando toda a razão ao Queiroz, não deixo de lhe reconhecer alguma nas verdades que disse depois do jogo. O problema para ele, outro, é que certas verdades doem, e não será por preconceito, porque, ciganos ou não, burros e convencidos há em toda a parte. E seguramente não será Quaresma a dar lições de bom comportamento, a Queiroz ou a quem quer que seja. Uma boa trivela e ou um fantástico golo não são garantia de nada para lá do rectângulo e da dimensão do jogo.

14 de junho de 2018

Lorpategui


Creio que quem acompanha o fenómeno do futebol, por estes dias ficou a saber do caso Lopetegui, o treinador da selecção espanhola, presente e favorita no campeonato do mundo que arranca hoje na Rússia. De facto, numa fase de treino e concentração para a competição, já em terras russas, o treinador basco foi contratado pelo Real Madrid, órfão de Zidane, e em vez de deixar para depois do mundial a formalização do contrato e a divulgação da notícia, como se impunha, tudo foi tratado e comunicado em pleno estágio, ao arrepio do combinado com o presidente da Federação Espanhola, Luis Rubiales, e até mesmo dos superiores interesses de concentração da equipa, como se compreenderá.

Face a esta situação e aos  princípios e procedimentos inerentes, o presidente da Federação só podia ter tomado a decisão que tomou, a de despedir Lopetegui e nomear um substituto (Fernando Hierro). Os riscos desta decisão e neste timing, são concretos para a equipa, mas há princípios e valores de que não se pode abrir mão. Pelas reacções que se seguiram a esta "bomba", parece ser mais ou menos consensual a opinião de que foi tomada a decisão acertada por parte do responsável federativo.

Julen Lopetegui, que já havia passado, sem êxito pelo F.C. do Porto, mesmo aí e em muitas circunstâncias mostrou ter pouco nível quanto a fair-play, e sempre com muita sobranceria. Esta sua recente atitude, mesmo que tendo em conta o peso do Real Madrid, mesmo que segunda ou terceira escolha, só lhe acentua esse défice de carácter. Poderá até a vir a ter sucesso como treinador, o que não é difícil com um plantel de estrelas, mas ninguém lhe tirará este rótulo de traidor e de mau carácter. 

A ver vamos, mas creio que é justo que face ao seu desplante não lhe tivesse sido dado o prémio de dirigir a selecção durante a prova que hoje começa, até porque se abririam precedentes perigosos. Em todo o caso, o percurso que a selecção espanhola vier a ter neste mundial, ficará sempre ligado à sua decisão e às suas consequências, para o bem e para o mal, sendo que para bem de Lopetequi será desejável que a selecção tenha êxito, porque de alguma maneira colherá a sua parte de louros. Correndo mal as coisas, acentuarão o peso da traição e certamente que muitos dos aficionados espanhóis jamais lhe perdoarão.

Das muitas ilacções deste caso, que não é único e nem vai deixar de ser, é que sobretudo no futebol profissional tanto jogadores como até treinadores, mais do que amor e paixão pelos emblemas que representam e até beijam, gostam sobretudo o dinheiro e, se possível conciliar este com o prestígio e  o êxito pessoais. Como alguém já disse, no geral esta classe não difere muita das prostitutas de rua, alinhando com quem melhor lhes pagar. Dar-lhes mais que esse crédito é fanatismo porque o verdadeiro amor aos clubes por parte de atletas, é história de um passado já bem longínquo.

12 de junho de 2018

Trump, trump! - Quem é? - É o Kim!


Os presidentes da Coreia do Norte e dos Estados Unidos, Kim Jong-un e Donald Trump, encontraram-se numa reunião histórica em Singapura. A avaliar pelas notícias e pelo que no final disse o presidente norte-americano, o encontro foi produtivo e muito bom e em resultado dessa "ligação especial" esperam-se "coisas muito boas". 

Conhecendo as posições e estilos de ambos os presidentes, é esperar para ver. Oxalá que sim. Por vezes os loucos têm também alguma sã sanidade. Veremos o que esta dupla, até há pouco de costas voltadas, tem para dar ao mundo quanto à paz e prosperidade.

11 de junho de 2018

Vende-se...ou dá-se


Eu sei que há por aí muitos entusiastas do ciclismo que apesar dos seus 50, 60 ou 70 anos, ainda pedalam como se demonstrassem interesse e ambição a integrar o pelotão de uma Volta a Portugal, quiçá a Volta à França. Levam, pois, a coisa à séria e pedalam como desalmados e em grupos mais ou menos extensos, percorrem as estradas da zona e mais além, quase não olhando para o lado, não dando atenção à paisagem. Quilómetros, tempos, médias, alimentos energéticos, etc, são preocupações.

Pela parte que me toca, também entusiasta da bicicleta mas talvez mais por imperativos de obrigar o corpo a algum exercício físico do que por feitos desportivos, também vou pedalando, mas de forma solitária e por montes e vales, por terras de Cambra, Arouca e Paiva, mas remetido às limitação da idade e do peso e sem falsos objectivos de pedalar ao lado dos ases do ciclismo, mesmo dos amadores. Assim sendo, guardo tempo para também olhar para o lado e apreciar mesmo a paisagem que para as bandas da serra têm sempre o condão de alegrar os olhos.

Ora nessas solitárias corridas e nessa disponibilidade para olhar para o lado, tenho verificado que desde que está na moda o assunto das limpezas florestais, têm aumentado os avisos de VENDE-SE, afixados nas bordas de muitos prédios de mato e pinhal. E percebe-se as razões, pois a maior parte deles, localizados em locais que não permitem qualquer operação de construção urbana, limitam-se ao rendimento florestal. Só que este, face à obrigatoriedade de limpeza, pelo menos uma vez ao ano, a receita da venda de árvores (com excesso de oferta no mercado) já pouco ou nada compensa as inflaccionadas despesas da limpeza, ou então as pesadas coimas previstas. Todavia, pelas mesmas razões que esses matos e pinhais estão a ser colocados à venda, os eventuais interessados e compradores fogem dos mesmos como o diabo da cruz. Creio até, nalguns casos, que se fossem dados e arregaçados seriam caros e recusados como presentes envenenados pois só seriam motivo de despesa e nenhum ou escasso rendimento. Ora, hoje em dia ninguém gosta de trabalhar para aquecer. 

Creio que uma boa alternativa, se possível, era doar essas propriedades ao Estado e ser este a tomar conta do encargo da sua limpeza a troco de....nada. Só que o Estado, habitualmente ineficaz em muitas situações, nestes casos do "venha a nós" é uma máquina oleada e assim em caso de cobrança coerciva de eventuais coimas por não cumprimento das limpezas, colocará à cabeça de bens executados certamente os mais apetecíveis, como veículos, ordenados e mesmo habitação.

Neste contexto, para além de outras conclusões, como o facto de que os matos e pinhais depois de limpos em Março, Abril e Maio, já têm vegetação da altura de vacas adultas, percebe-se que a desbastação de algumas árvores e limpeza marginal permitiram condições de espaço e luz para o rápido desenvolvimento de nova vegetação, nomeadamente os fetos, crescendo com mais vigor a ponto de nos meses de Verão cobrir os terrenos de forma densa e novamente propícia aos incêndios, sobretudo a partir de Agosto, altura em que os fetos começam a secar. Creio que todos nós temos visto essa situação. Assim pergunta-se, qual a eficácia da obrigatoriedade de uma lei que, sendo positiva, é algo fundamentalista e "cega"? Como a melhorar de forma mais realista e sem penalizar demais os proprietários?

A ver vamos, mas sendo certo que será sempre positiva a limpeza nas envolventes das habitações e nas margens das estradas, por si só o problema dos incêndios e seus efeitos nefastos não será resolvido de todo porque dependerá sempre das condições climatéricas e da sua principal causa, a criminosa. Assim, o êxito pelo menos na sua redução e limitação passará por fortes medidas ao nível jurídico e penal e também na prevenção, com acções de limpeza devidamente estabelecidas e orientadas, mas também promover a vigilância, abertura e manutenção de caminhos, construção de aceiros, reservatórios de água, etc, etc. Como se vê, as soluções são muitas e diversas sem ir apenas pelo fundamentalismo de estabelecer 20 cm para altura de vegetação, 50 cm para arbustos e outras alarvidades definidas por quem não conhece o mínimo da realidade no terreno.

Vamos indo e vendo.

4 de junho de 2018

Charadas, pensamentos e chapéus

1 - E lá se foi a salsa-burra. Está reposta a circulação nos dois sentidos. Mas há por aí mais passadiços.

2 - E é este um mês de Junho? O de outros tempos, recuando aí uns 30 ou 40 anos, morreria de vergonha.

3 - O progresso diz-nos que os caminhos passam a estradas. Ora quando as estradas, ou parte destas, passam a caminhos, algo está mal ou o conceito de progresso está invertido, como quem diz, de pernas-para-o-ar. Mas se há coisa que de pouco vale, é chover no molhado ou malhar em ferro frio, até porque, como alguém dizia, "ovelhas não são para mato". Ora há rebanhos dos quais não faz sentido fazer parte enquanto neles houver velhos carneiros que já não mudam hábitos, não fazendo nem deixando fazer, pastando apenas onde a erva lhes cheira a viçosa. Quando assim é, mais vale deixar de mansinho o redil e deixar entregue o mesmo à "carneirada", como saberia dizer o indefectível presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, também ele um mestre em muitos ofícios e outras artes, incluindo a da autocracia. 

4 - Portugal, 2 - Tunísia, 2 ; Bélgica, 0 - Portugal, 0. A coisa promete. Afinal, no Europeu de 2016 a coisa foi mais ou menos por ali, tremida mas sem partir.

5 - O chapéu (vocábulo que deriva do francês antigo chapel, atual chapeau) é um item do vestuário, com inúmeros variantes, que tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça.
Várias palavras estão relacionadas ao chapéu e seu uso, confecção e tipos. Chapeleiro é aquele que confecciona o chapéu, ao passo que a chapelaria é o local onde este é feito ou vendido. Já chapeleira é a caixa onde o mesmo é acondicionado. O hábito antigo de saudar alguém tirando-se o chapéu era denominado chapelada.
Nas casas, no comércio e em repartições públicas até meados do século XX o porta-chapéus era um móvel presente e indispensável - uma vez que as regras de etiqueta não permitiam o uso do adereço em lugares cobertos. [fonte: wikipédia]

18 de maio de 2018

Sporting

Enquanto o Titanic se afundava, um músico ria e continuava a tocar. Alguém passou por ele e lhe perguntou:
- Estás a rir de quê? Não vês que o barco está a afundar?
- Que se foda...o barco não é meu! - Respondeu o músico.

(comentário num  blogue sportinguista)

Mesmo sendo adepto benfiquista, confesso que tenho uma grande simpatia pelo Sporting. Ora toda esta situação que se tem vivido nos últimos dias, mas de há muito adivinhada, deixa-me triste porque o clube é uma importante instituição com história e honra e custa-me ver estes rios de amargura que nascem na figura e estilo patéticos de um presidente populista, apoiado e escudado por uma cambada de grunhos. 
Costuma-se dizer que cada um tem o que merece, e porventura muitos daqueles que votaram e apoiaram Bruno de Carvalho, estão agora a colher esses frutos de alguém que tem presidido de forma sistematicamente reactiva e emocional, afinal as "virtudes" de alguém que se diz ser um presidente-adepto.
Não sei como vai terminar esta situação, patética e ridícula, para além de outros adjectivos, mas vai dar muito trabalho limpar a sujeira. Quem vier a seguir terá uma tarefa bem dura.

8 de maio de 2018

Parece que o festival da Eurovisão é por estes dias...


É verdade! Será por estes dias, culminando no próximo Sábado, que acontecerá mais uma edição do já velhinho Festival Eurovisão da Canção, a ter lugar em Lisboa. Logo após o Salvador Sobral ter carimbado o evento para Portugal, alguns líricos, incluindo feirenses, sonharam que o evento poderia decorrer num Europarque ou em qualquer outro sítio que não a capital, mas cedo despertaram para a realidade de que Portugal é Lisboa e o resto é quase paisagem.

Tenho dado pouca ou nenhuma atenção ao assunto, mas parece que o festival é coisa de muitos  milhares de pessoas e milhões de euros e espectadores, e que vai mexer com a economia portuguesa (lisboeta) e que toda a gente está a ganhar dinheiro com isso. Sinceramente, nunca percebi muito bem como é que Manel de Trancoso, o Zeca de Vinhais ou a Maria de Vila Franca de Xira virão a beneficiar com este "mexer" da economia. Mas são contas dos entendidos. Por mim, fico à espera de colher os dividendos de tão mediático acontecimento, porque, parecendo que não, há literalmente milhões que ainda se interessam por este tipo de eventos.

Por mim, não ía daqui a Lourosa para assistir a uma coisa destas, quanto mais a Lisboa, mas isso sou eu que não sou fã, porque se fosse teria que ir gastar o que não ganho e aguentar horas em filas por um bilhetinho para assistir ao vivo e a cores a uma das meias-finais para ouvir umas cantigazinhas de artistas anónimos provenientes da Europa de Leste e da Europa israelita e australiana. Restará a possibilidade de ver pela RTP, a entidade organizadora, mas nem por ali espero perder grande tempo. Como na bola, será melhor esperar pelos resumos finais depois do jogo.

Mas, fora brincadeira, é mesmo uma coisa séria e importante, dizem os especialistas, uma espécie de Liga dos Campeões de Futebol, por isso muito melhor que a Liga NOS do nosso humilde Festival RTP da Canção

24 de abril de 2018

Fetos feitos


Reparei por estes dias que nos matos e pinhais onde há semanas foi efectuada limpeza, já cresceram os fetos ((Pterydium aquilinum) e estão já com alturas entre 20 a 50 cm, se não mais. Estarão, pois, os proprietários, já em desrespeito pelas "rigorosas" medidas dos 20 cm, vertidas pelos políticos  para o Decreto-Lei no 124/2006, de 28 de Junho alterado pelo Decreto-Lei n. 17/2009 de 14 de Janeiro?
Entretanto, à luz do Decreto, muitas Juntas de Freguesias estão já em nítido desrespeito com valetas por limpar com vegetação bem acima do 20 cm. 
Se não fosse um assunto sério daria para rir.