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21 de abril de 2020

Frei João de cravo na lapela


"Da imprensa: A líder parlamentar do PS,  defendeu hoje a importância reforçada de assinalar o 25 de Abril no parlamento em período de emergência, considerando que as críticas feitas têm uma motivação "ideológica" e não de defesa da saúde pública."

Perante tais considerandos de Ana Catarina Mendes (Ferro Rodrigues não diria melhor), não temos hipótese para com estes democratas. Basta-lhes colocar um cravo vermelho na lapela para que fiquem dotados de super-poderes, quais super-heróis detentores de toda a reserva da boa ideologia, a do lado certo da História. Os outros, os não alinhados, são todos uns arruaceiros, uns fascistas, ideologicamente impuros. 

Felizmente, podemos sempre optar entre o assistir à celebração e aos discursos sempre tão entusiásticos quanto previsíveis e o ir ao mato arriar o calhau, porque liberdade é também poder baixar as calças, não para gestos de subserviência, para tão fisiologicamente apenas cagar.

Deixem, pois, que o Frei João pregue aquilo que não toma como exemplo. Celebrações da Páscoa, missas, funerais, não? Celebrações políticas e revolucionárias, com políticos muito bem remunerados, com boas pensões, vitalícias, sim, concerteza!

19 de abril de 2020

A democracia é um canivete suíço.


Eu não sei se partidos e figuras como o CHEGA e André Ventura vão subir nas intenções de voto com o contexto da pandemia e das crises que dela já veio e virão. É assunto que me merece tanta preocupação como saber quem vai ser o campeão do nosso futebol. Mas sei, ou pelo menos parece-me na minha modesta opinião, que se sim, figuras e personalidades como as de Ferro Rodrigues têm dado um importante contributo. O homem tem feito pela vida para que cheguemos todos para lá.

Em todo o caso, como o recado que o nosso presidente da Assembleia da República não resistiu a dar a um representante do CDS, que se mostrava contrário à cerimónia presencial da celebração do 25 de Abril, é apenas a democracia a funcionar e  a cerimónia vai ter lugar, doa a quem doer, porque a maioria dos deputados assim o determinou. 

Nada, pois, a obstar. Afinal, Ferro Rodrigues, como Trump, Bolsonaro e outros que tais, podendo estar em lados opostos e com funções diferenciadas, são frutos da mesma democracia, na mesma dose de cretinice ou no mesmo extremismo. Como num canivete suíço, mostram diferentes garras mas acomodam-se todos, aconchegadinhos no mesmo corpo.

16 de abril de 2020

O que não precisamos é de Fest

Pode não ser pela cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, mas seguramente não será pela música a esmo nas redes sociais que lá vamos no combate à Covid-19. Chego a questionar se as rádios estarão fechadas em quarentena. 

Em todo o caso, ao contrário das referidas drogas, tal como as velhinhas pastilhas Melhoral, a música nas redes sociais não fará bem nem mal, antes pelo contrário.

Mais grave seria a TV Fest,  o festival da monumental estupidez, como o classificou o João Miguel Tavares. Felizmente foi cancelado. Houve pelo menos algum decoro, sendo que a nódoa lá ficou e custa a crer que no actual contexto tenha sequer sido equacionado gastar 1 milhão de euros com alguns artistas a dar-nos música.

Portugal inteiro


De algum modo procurando compreender quem não concorda, parece-me que esta história do norte e do sul, a propósito de um legenda infeliz por parte da TVI, que num trabalho jornalístico relacionou uma maior incidência de Covid-19 no norte de Portugal com uma população "com menor educação, mais pobre e envelhecida", tem de algum modo mostrado muito do que somos, uns exagerados, para o bem e para o mal, reagindo muitas vezes de forma desproporcional e num seguidismo de "a Maria vai com as outras". Porventura, digo eu, tendo sido infeliz, a TVI não merecia tanta importância e destaque.

Criticamos os países do norte da Europa por criticarem os do sul, por os catalogarem com o cliché de apenas gostarem de "siestas", vinho e mulheres, mas quando a coisa nos toca, lá vêm posições de críticas a Lisboa e ao sul, porque o norte é que trabalha, porque Lisboa é que gasta, mouros, corruptos, etc.

Em resumo, para além da gaffe da TVI, que por ela já pediu desculpas, parece-me que muitas das reacções de um modo geral se nivelaram por baixo, desde logo porque mesmo admitindo que o fez de forma infeliz e irreflectida e sem medir as consequências e devia saber que se vivem tempos em que um peidinho nas redes sociais se torna rapidamente num trovão seguido de tempestade da grossa, a TVI não representa, de todo, o sul nem o seu pensamento quanto ao norte. E nestas coisas de ofender gratuitamente, sem procurar expor posições fundamentadas e racionais, somos todos uns ases. Em suma, mesmo acreditando na boa fé da TVI, creio que se pôs a jeito e não havia necessidade. Mas também não foi caso para reacções tão fundamentalistas e agressivas.

Por outro lado, estas aparentes divisões, que não fazem qualquer sentido 900 anos depois do estabelecimento da nação por D. Afonso Henriques e sua prole, mostram que muita gente não reconhece de que massa se faz um país, mesmo que territorialmente pequeno como Portugal. São as suas diferentes idiossincrasias, as diversas culturas e delas as características próprias, moldadas por diferenças geográficas, em suma, a diversidade, que fazem a riqueza de um país, de uma nação. 

Andamos bairristicamente a cantar virtudes de cada uma das nossas pequenas aldeias, porque os de Guisande consideram-se diferentes e melhores do que os de Lobão, das Caldas e de Louredo, e vice-versa, e depois vimos para aqui com estas reacções despropositadas e mesmo desproporcionais que em muito desautorizam quem pretende falar com alguma moralidade.

Mas haja alguma tolerância porque é disto que a casa gasta, e num tempo propício à paranóia, estas quezílias servem para alimentar os fazedores de "memes" e frases feitas.

Somos todos Portugal e este é feito, se quisermos, por Norte mas também por Centro, Sul e Ilhas. Somos e devemos ser um Portugal inteiro!

11 de abril de 2020

Estamos preparados...

Título principal:
Num país de optimistas e num estado de prontidão, o Carlos Abreu é um desmancha-prazeres. 
Título alternativo ao título principal: A mania de não se dar crédito às vozes da oposição.
Título alternativo ao título alternativo: Todos calados, era uma virtude.

29 de Janeiro de 2020
"A ministra da Saúde, Marta Temido, assegura que os hospitais portugueses estão preparados para lidar com uma eventual epidemia de coronavírus e que a situação está a ser tratada de forma "tranquila, mas rigorosa"."

28 de Fevereiro de 2020
"A ministra da Saúde sublinha que o país está preparado para lidar com casos de Covid-19.
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou, esta quinta-feira, que um cenário semelhante ao de Itália, onde mais de 600 pessoas estão infetadas, “é bem possível que aconteça em Portugal” mas sublinha que o país está preparado, numa entrevista à Sic Notícias."

01 de Fevereiro de 2020
Carlos Abreu, deputado do PSD:
"Estamos preparados? Sim, tal como estávamos nos incêndios de 2017"
Ex-deputado do PSD critica a forma como Portugal está preparado para tratar um caso suspeito do novo coronavírus."

26 de Fevereiro de 2020
A diretora-geral da Saúde explicou na RTP os procedimentos em Portugal para dar resposta eficaz quando surgem casos suspeitos no país. Graça Freitas garante que os hospitais estão preparados para uma eventual escalada da epidemia.

02 de Março de 2020
O primeiro-ministro insiste que o Serviço Nacional de Saúde está preparado para "o pior cenário" que o Covid-19 apresente.

07 de Março de 2020
O primeiro-ministro, António Costa, garante que Portugal está preparado para o surto de coronavírus e reiterou a confiança no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nos seus profissionais.

11 de Abril de 2020
Afinal não estávamos preparados mas pré parados. O recruta vai com o passo certo; O problema é o resto da companhia que vai com o passo trocado.

9 de março de 2020

Isto é uma vergonha...


O que arrelia no discurso da maioria dos treinadores de futebol quando as coisas não correm bem, é um estilo do politicamente correcto alicerçado nos chavões do "manter o foco", "vamos trabalhar mais", "pensar jogo a jogo" e outros que tais, nomeadamente o de continuarem a falar como se dependessem apenas deles quando por vezes já não.

Esta situação, creio, está a acontecer agora com Bruno Laje, no Benfica, como antes aconteceu com Rui Vitória. Falo destes  mas poderia falar de outros que bons (maus) exemplos é que não faltam.

Em resumo, falam como se estivessem a falar para criancinhas ou mesmo para mentecaptos. Preferível seria mesmo admitir que "estamos a jogar um futebol de merda", "temos sido incompetentes", "pedimos desculpas aos adeptos porque isto é uma vergonha", e ou "não temos justificado os milhões que ganhámos e vamos indemnizar o clube e os adeptos". 

Seria tudo mais directo e honesto. O resto sabe-se que é futebol e mesmo quanto aos treinadores sabe-se que passam de bestiais a bestas num piscar de olhos. Eles sabem disso mas no fundo não se importam porque na generalidade mesmo um despedimento significa milhões e receber. Que o diga Mourinho.

Quanto aos adeptos, na generalidade e ressalvadas as devidas excepções, não se pode esperar grandes reflexões, muito menos lúcidas e independentes e o grau de formação não é filtro porque tanto desbocam o trolha e o agricultor, como descambam o doutor e o engenheiro, sem desprimor pela comparação. O fanatismo turva o pensamento e desfoca o bom senso e não há como rescaldos de êxitos ou descalabros para perceber isso. Neste aspecto as redes sociais são bons barómetros. Também no café, dá sempre para perceber isso, com alguns falando em tom de comício, invocando com tanto ou mais vigor o André Ventura na proclamação do "...isto é uma vergonha".

29 de dezembro de 2019

Não há como a liberdade de expressão para se poder dizer..."a puta da liberdade de expressão"

A puta da liberdade de expressão tem umas costas bem largas. São com um canivete suiço, que dá para tudo. Não surpreende, pois, que à custa e em nome dela se ultrajem e ofendam gratuita e banalmente muitos dos valores tão caros a largos milhões de pessoas, como o caso da religião.

Não quero perder tempo com o falado caso do humor dos brasileiros "Porta dos Fundos", mas digo que sempre foi demasiado fácil banalizar, brincar e mesmo ofender valores e figuras ligados ao cristianismo e catolicismo do que de outras grandes religiões. Por isso, quando, mesmo que isoladamente, surge a reacção violenta, aqui-del-rei para a intolerância de quem não encaixa a brincadeira.

Ainda, hoje, num jornal diário, que compro com regularidade, mas que vou deixar de comprar, porque não quero contribuir para a alarvidade, voltou à carga com um cartoon que tem tanto de oportuno como de ofensivo, porque do género, - "não gostaram? então, olhem para mim cheio de medinho, e aqui vai mais do mesmo!" Foi de uma maneira ridícula e impregnada de clichês, mas poderia ser até de forma pornográfica que a liberdade de expressão lá estaria a servir de almofada.

É este humor rasca que é condenável, porque despropositado e ofensivamente gratuito.
Poderiam brincar com a mesma facilidade e alarvidade com as figuras do islão, mas aí, porque em casos semelhantes, a coisa deu para o torto, pode-se concluir que muitos humoristas gostam de humorar debaixo da liberdade de expressão, mas por regra, têm medo porque têm cu, e mal por mal, antes brincar e gozar com algo ou alguém de quem não se espera alguma reacção fundamentalista que possa por em risco as suas vidas.

Enfim, sinais dos tempos em que o respeitinho tem o mesmo valor da merda e em que a única arte é ofender e provocar, de forma provocadora, pois claro.

10 de dezembro de 2019

Cantem,cantem os anjos...


Perante certas alarvidades, logo a começar o dia, principalmente daquelas que, ditas solenemente por alguém com supostas responsabilidades, pretendem fazer das pessoas mentecaptos, apetecia dizer das boas, mas, porque a quadra é propícia à serenidade, mais vale fazermos de conta que somos anjinhos. Como diz o ditado, "lavar cabeça a burros dá trabalho e gasta sabão". Ora nem mais!

13 de outubro de 2019

A aventura do Ventura

Não faz o meu estilo, nem de discurso nem de conteúdo, mas confesso que me surpreende a animosidade de alguns sectores e figuras públicas para com André Ventura, o recém eleito deputado à Assembleia da República pelo partido ou movimento "Chega". 

Desde registos de personalidades tidas como sérias a humoristas, parece que é de bom tom desancar no Ventura e na força política que representa. E mais surpreendente, ou talvez não, é que esta animosidade que em tudo se parece com preconceito, seja de autoria de quem se pavoneia ter toda a moral para lutar contra os preconceitos, nomeadamente de alguma extrema-esquerda.

Mas pergunta-se: O homem caiu de pára-quedas na Assembleia da República, ou colocado por ligações familiares a membros do Governo ou foi lá posto por milhares de portugueses que usaram uma coisa chamada legitimidade democrática com voto expresso em urna eleitoral? Afinal de que têm medo os nossos "democratas" e alguma esquerda caviar? Democracia não é isto mesmo? Ter pontos de vista antagónicos, mesmo que deturpados à luz dos nossos modelos e padrões?

Deixem-se, pois, de preconceitos porque à custa deles é que o homem está eleito e porventura daqui a quatro anos não estará sozinho, mas com mais quatro, cinco ou dez correlegionários. E se em muito a dita extrema direita tem crescido um pouco por toda a Europa é precisamente porque em sentido contrário há uma extrema esquerda neo-moralista em que tudo que se mexa fora do seu círculo é rotulado como fascista, racista, xenófobo e outros mimos que tais. 

Continuem assim e Trumps, Bolsonaros, Venturas e outros bem-aventurados, cada vez ganham mais espaço, eleições e presidências, sem ditaduras ou sem golpes de estado, apenas pele voto no contexto democrático. Depois chamem-lhe nomes ou mesmo populistas.

17 de setembro de 2019

Justiça castiça


Na qualidade de testemunha de um simples processo judicial, tinha sido notificado há cerca de dois meses e meio para hoje comparecer em audiência no Tribunal Cível da Feira. Não soube por quem fui indicado, se pela parte do autor, se do réu, ou de qualquer outra iluminada figura. Ninguém me deu a mínima satisfação.

Faltei ao  trabalho, perdi tempo e tive gastos, para além do desconforto de ser testemunha em algo que nada tem a ver comigo. 

Depois da habitual chamada e algum tempo de espera, a audiência foi desmarcada por falta de qualquer formalismo.

Em suma, um cidadão livre e de folha limpa e que cumpre com rigor os seus compromissos com a máquina do Estado, é tratado como um simples pião, como um simples número de nove algarismos. 
O sistema judicial no seu melhor (pior), a brincar com o tempo das pessoas. 

Como dizia ontem o Dr. Rui Rio, a propósito e também em contexto de Justiça, a interrogar "que moralidade tem este sistema ou esta democracia em julgar e criticar o Estado Novo quando diariamente se constatam atropelos à lei e justiça ?

É certo que o caso em questão é quase irrelevante e um assunto de alecrim e manjerona, que até se podia resolver à moda do João Soares, mas, quando nada temos a ver e a haver com a questão, arrelia como pedra no sapato e formiga no umbigo.

Fica-se, assim, arreliado, neste limbo, à espera de nova notificação, nova audiência e, quiçá, novo adiamento. Tic tac tic tac...