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8 de dezembro de 2021

Bravo, Ambrósio!


AMBRÓSIO, APETECIA-ME ALGO...

Parece que em Portugal os motoristas privados têm um estatuto importante nas vidinhas de gente importante. Veja-se o motorista de José Sócrates, acartador de sacos de notas, o de João Rendeiro, fiel depositário de imobiliário de luxo a quem, por benevolência cede o usufruto à esposa carente do pobre patrão, e agora o do finalmente ex-ministro Eduardo Cabrita.

Para além de tudo, dessa confidencialidade suspeita e insuspeita, no caso de as coisas não correrem bem, são figuras descartáveis, porque os seus importantes chefes, afinal, são apenas meros passageiros que aproveitam as viagens para tirar uma sesta.

Com tudo isto, o Ambrósio, o motorista da senhora dos "Ferreros Rochês", deve andar envergonhado pela classe andar em tão más línguas. Sim, ele que nunca deixou de satisfazer a senhora do jet-set, sempre que lhe apetecia algo. 

Ora o Ambrósio, embora profissional requintado, é o principal culpado, porque deu os maus exemplos e criou piores hábitos ao tomar liberdades de pensar nos desejos da senhora.

Bravo Ambrósio!


Nota: Porque é sempre bom saber, leiam aqui alguns pormenores sobre o famoso reclame publicitário ao Ferrero-Rocher. Quem são na realidade o Ambrósio e a senhora e o que são na actualidade.


TRAIL DOS ROJÕES

Por estes dias ir almoçar ou jantar ao "Lavrador", no lugar da Sé, nas Caldas de S. Jorge, só mesmo com jipe todo-o-terreno ou de retro-escavadora. Não tenho dúvida que é uma situação que causa prejuízos aos estabelecimentos afectados pelas obras na zona do Parque das Termas. Ainda por cima, a única estrada por ora pavimentada que lá podia conduzir, tem sentido proibido.

Mas, quem sabe, talvez no orçamento da obra estejam previstos apoios ou indemnizações. A isso mandaria o bom senso e algum sentido de justiça. Será assim?

7 de dezembro de 2021

Acordeão desafinado


Bem sabemos que as nossas televisões, incluindo a pública RTP, há muito que encontraram nos telefonemas de valor acrescentado uma mina onde podem garimpar uma substancial receita e pau para toda a colher. Daí que em programas ditos de entretenimento, tantas vezes de apenas "encher chouriços", abundem os pseudo-concursos, apenas com o claro intuito de angariar verbas.

Assim, no programa "Praça da Alegria" que na RTP entretém reformados e salas de espera até que chegue à hora do almoço, começou agora um pseudo-concurso designado de "Acordeão D´Ouro", que supostamente pretende premiar e encontrar o melhor acordeonista de quantos se inscrevem e participam. 

Ora, a ter em conta o exemplo da primeira ronda de hoje, vê-se claramente que quem decide é o público e os seus votos-telefonemas, logo quem conseguir arrigimentar mais familiares, vizinhos e amigos e quem cativar mais popularidada e simpatia. 

O verdadeiro saber, a meritocracia, são atributos que valem pouco ou mesmo nada. Assim, um qualquer zé cabra das teclas, especialista em dar uns toques, pode facilmente vencer um aluno de Conservatório, com técnica apurada e formação musical, desde que faça figura de bom e alegre rapaz.

É certo que existe um júri, desde logo com o profissional e competente Tino Costa, algarvio com mais de 50 anos de carreira, mas a televisão não quer que a coisa seja decidida por júris, por quem supostamente percebe da poda, e daí o povo é que decide com o seu voto telefónico. Podia lá ficar de fora?...

Neste contexto, um dias destes teremos o povo anónimo a votar em qual será o melhor foguetão para nos levar a Marte. 

Portanto, quando se brinca com coisas sérias, a coisa não é para levar a sério. É pena, mas os modelos de negócio das televisões e dos média em geral não se compadecem com lirismos e coisas sérias.

29 de novembro de 2021

Caninamente obediente


Há nele um não sei quê de patego, mesmo um lorpa, e simultaneamente a esperteza cega de uma minhoca calculista que se adapta, contorce e progride nos meandros da oportunidade, mesmo do oportunismo. Pode parecer uma adaptação escorregadia, moldável, ou mesmo uma marioneta num contexto mais teatral, mas o certo é o que o homem lá vai indo e progredindo, assegurando que a sua sela esteja bem presa ao dorso do cavalo e assegura que os seus cavalguem também seguros. Por vezes aposta no cavalo errado mas, que raio, até um relógio parado tem horas certas duas vezes ao dia!

Se fosse carpinteiro ou serralheiro o rapaz só faria janelas de oportunidade. Mas verdade se diga, a reboque de algum trocadilho, ele tem mais pinta de mercenário de que marceneiro. O Marceneiro, o verdadeiro, esse pelo menos tinha o dom de bem cantar o fado. Já para este, o mercenário, o fado é foda, e prefere bem mais cantar loas trovadorescas e galantes a quem lhe dá solda e saldo. Nessa monocórdica concordância, está ele sempre na linha da frente e se os chefes dizem "mata" ele não perde tempo a dizer "esfola". 

Como chegou a caracterizá-o o Dinis Pastos, eminente leitor de carácteres, o tipo faz-nos lembrar aqueles cãezinhos que numa certa época de azeiteirice, ali pelos anos 60 e 70, criavam pulgas na traseiro peludo dos automóveis, sempre abanando a cabeça numa atitude de permanente concordância ante o dono. Sem cansaços, sem torcicolos.

Mas, foda-se, tanta prosa para contornar o que de forma mais prosaica se pode dizer que o gajo é apenas, e não é pouco, um grande lambe-botas.

Todavia, que se lhe dê mérito, pois nesse modo de estar, lá vai indo e progredindo, verde, viçoso e cheiroso, um verdadeiro pau para toda a colher, assente na sólida filosofia de que os chefes têm sempre toda a razão. Não o contrariemos, porque o manter um chefe bem disposto é, em si mesmo, um posto. E é esse o seu posto, manter os chefes bem dispostos, principalmente se estes não gostam de ser contrariados. Ora tudo menos indispôr as chefias. Nem que se apanhem sabonetes do chão da sauna. Com o sentido de missão não se brinca!

Posto isto, aposto que perceberam nada, mas perguntem ao Pastos, que ele descodifica; se há  fixação que o prenda, é a ficção.

Já agora, vou encomendar um desses cãezinhos de pescoço oscilante e, claro, uma alcatifa peluda para o instalar.

25 de novembro de 2021

Bola aos ferros

 





Eu não sei quem escreve e quem verifica as informações que nas televisões passam em roda-pé, se a senhora da limpeza, se o porteiro se um estagiário. Certo é que as os lapsos, gaffes e gralhas, eufemismos de "asneiras", são mais que muitos e até mesmo na televisão dita pública, entre notícias de assuntos de estado e de exibição em horário nobre das maminhas da Lenka, da Tété e da Áurea.

Ontem foi no canal "Bola TV", que até tenho como profissional, no rescaldo dos jogos de futebol para a Liga dos Campeões. No mesmo programa e de forma alternada e repetidamente, lá passava a informação contraditória de que o Sporting vencera o Dortmund por 3-1 mas também por 3-2. Como se uma asneira não bastasse, logo duas, pois era informado que o F.C. do Porto apanhara mais uma cabazada do Liverpool, por 4-0, para logo à frente informar que perdera apenas por 2-0.

Irra! É obra! E o que arrelia mais é que estas asneiradas fiquem por ali largos minutos, informando e  desinformando, sem que aparentemente alguém abra os olhos e corrija.

15 de novembro de 2021

Vão-se catar...


No jogo de ontem à noite, em que defrontou a selecção portuguesa de futebol, pela superioridade demonstrada em todos os momentos do jogo, seria de uma enorme injustiça que a Sérvia não carimbasse o apuramento directo para o Mundial do Qatar.

A Portugal bastava o empate e a coisa parecia começar bem demais, com um golo logo aos três minutos, no aproveitamento de um misto de azelhice de um defesa sérvio e de uma falta sobre o mesmo. O árbitro fez vista grossa e Renato Sanches aproveitou. A partir daí, Portugal foi sempre uma equipa vulgar com jogadores vulgares e com um futebol de qualidade vulgar mas não invulgar com este Fernando Santos.

É certo que foi com este mesmo Fernando Santos que Portugal venceu o Europeu de 2016 e a Liga das Nações, mas o certo ainda é que quando a qualidade do futebol colectivo é fraca ou frouxa, mesmo medíocre, só o rasgo ocasional de qualidade individual de um ou outro jogador e muita sorte à mistura pode dar em êxito e foi desse modo frouxo e triste e com toda a sorte do mundo que a selecção lusa logrou vencer na França em 2016.

Mas os milagres, mesmo para quem acredita neles, são eventos raros e excepcionais, diria mesmo, milagrosos.

Assim sendo, ainda é possível o apuramento pela via do play-off, que se há-de-jogar lá para Março do próximo ano, mas se a qualidade de jogo for esta, só mesmo um milagre ou uma equipa ainda mais frouxa  poderá valer o apuramento aos rapazes do engenheiro.

A ver vamos. O homem ainda acredita, mesmo que fosse incapaz de explicar aos portugueses porque é que uma secção com os melhores jogadores do mundo produz um futebol fraco, fraquinho, que não entusiasma ninguém e só tem vindo a ser disfarçado pelo encandeamento ou tolhimento por algum excesso de paixão.

De resto, no jogo de ontem, logo no início fiquei com um pressentimento de que a coisa ía terminar mal perante aquela desafinação colossal no cantar do hino nacional, com a malta à frente e a música atrás. Hilariante, mas um prenúncio do que aí vinha. É que lá para os lados da Luz, nem soubemos respeitar, porque com assobios ao hino sérvio, nem cantar, nem jogar. 

[foto:premierleaguebrasil.com.br/]

12 de novembro de 2021

Futeboladas

Portugal não se deu bem com o verde do S. Patrício e ontem na visita à Irlanda não foi além de um empate a zero na penúltima jornada do seu grupo de apuramento para o mundial de futebol que se há-de-realizar na terra dos camelos lá para o próximo ano.

Em todo o caso, mesmo que vencesse, o que nunca esteve perto de o fazer, tal foi a pobreza do seu futebol, ficaria sempre na condição de lhe bastar apenas o empate no próximo jogo caseiro frente à selecção da Sérvia.

O jogo na Irlanda foi um daqueles que não merecem que se perca mais de dez minutos a olhar para a televisão. Uma boa alternativa a este fraco espectáculo é mudar de canal e assistir a 90 minutos de Big Brother. É perigoso para a sanidade mental mas é um justo castigo.

Ainda do jogo, o sarrafeirito do Pepe lá coleccionou mais uma expulsão. Deste feita deu de caras com um árbitro menos complacente dos que por cá no nosso futebol vão apitando e por isso no próximo e decisivo jogo vai estar à sombra. Fez pela vida.

11 de novembro de 2021

Uma miríade de bananas


Agora que a malta com camuflados estava a dar um ar de competência e seriedade, mesmo que na guerra da logística e coordenação de vacinação, lá aparecem estes rambos associados a tráfico de ouro, diamantes, droga, etc. aproveitando-se da cobertura decorrente da missão da ONU na República Centro-Africana. 

Sendo certo que uma dúzia de andorinhões não fazem a Primavera, naturalmente que é uma vergonha e uma nódoa para as Forças Armadas. E pelos vistos, com a coisa já reportada em 2019, a malta que manda nestas coisas não sabia de nada sobre as investigações que estavam a decorrer. O ministro da Defesa não sabia, o seu morotista não sabia, a mulher a dias não sabia, o primeiro ministro não sabia, porque não foi informado e pelo que não informou o chefe das ditas Forças Armadas, o presidente Marcelo, que, é claro, também não sabia o que a sua malta andava por lá a fazer. 

Um pouco à laia do que sucedeu com o assalto aos galinheiros de Tancos, os principais responsáveis políticos nunca sabem de nada, pelo menos a tempos e horas e ficam sempre a saber pela comunicação social. Um pouco como os maridos traídos, vulgo cornos, sendo os últimos a saber.

No final de tudo, sai toda a gente desresponsabilizada porque as coisas são assim mesmo neste teatro de operações. Uma miríade de bananas num país delas.

Tá-se bem, mano!

9 de novembro de 2021

Desinteresses


As Juntas passam e sucedem-se, mas na realidade parece haver um ponto em comum: o desinteresse e o desleixo pela limpeza e asseio de alguns locais tidos como salas de visita. O Monte do Viso é disso um bom (mau) exemplo.

Quando acedi a fazer parte de uma lista que concorreu e venceu as eleições e delas fiz parte do executivo como vogal, fiz constar do programa a requalificação da zona de merendas do Monte do Viso. Na realidade desde cedo percebi que por parte de quem realmente mandava e detinha o poder, tanto do presidente da Junta como da própria Câmara Municipal, não havia o mínimo interesse em honrar o compromisso assumido perante os eleitores e realizar a obra. De resto, foi precisamente durante uma visita do executivo camarário ao local, que perante o seu desinteresse demonstrado, inclusive o de considerar que o local estava bem como estava, que selei ali a minha intenção de abandonar o executivo logo que cumprisse o mandato, porque dali, daquela postura e falta de ambição e desinteresse não esperava mais nada.

Cheguei a pagar do meu bolso limpezas no próprio parque e ruas envolventes  e fazer com as minhas mãos limpezas das instalações sanitárias e recolha de lixo, mas de facto foi uma decepção total quanto ao desinteresse superior. Assim não é possível.

Passou o curto mandato, passou um segundo e nada vezes nada ali se fez, nem sequer foi dada continuidade ao processo de alargamento da Rua de Santo António, na parte nascente, que havia sido iniciado no anterior mandato, já que havia a concordância de todos os proprietários dos terrenos e colhidos documentos para o tratamento do protocolo. Pelo contrário, pese a pavimentação por parte da Câmara, a largura da rua, já por si muito estreita, ao formar-se uma ligeira valeta para escorrimento das águas, ficou ainda mais reduzida, impedindo praticamente a passagem simultânea de dois carros. Claro que em dia de eventos no Monte do Viso, na capela ou no Centro Social, o constrangimento na circulação é mais notório.

Uma miséria e desinteresse geral. Felizmente, por vontade do povo, já foi arrumada essa gente desinteressada. Ovelhas não são para mato.

Já se iniciou um terceiro mandato. Esperemos que no actual algo se faça, porque ali há muito a fazer, desde logo uma intervenção profunda nas calçadas da alameda e passeio, mas, por ora, pede-se o mais simples: A limpeza periódica.

Por ora, é lixo que não se recolhe, são candeeiros danificados, é o lago desmazelado e repleto de jacintos e matéria orgânica. Dá pena ver assim a nossa sala tão abandonada.

Importa, pois, um olhar mais cuidado e que, alguém que represente a freguesia por ali passe com mais frequência, não para fazer limpezas pelas próprias mãos ou pagar do seu bolso a jornaleiros, mas pelo menos para dar conta do seu estado. Na eventualidade de não saber onde fica, pode ligar o GPS ou perguntar a quem saiba.

5 de novembro de 2021

Paradoxos


Por força do meu trabalho, um pouco por todo o concelho tenho visitado inúmeras instalações de pavilhões industriais, modernamente ditos de actividades económicas, na maior parte das vezes, com uma raíz clandestina ou com ampliações e alterações substanciais relativamente ao título de edificação original, sem alvarás de utilização e com actividades quase sempre sem as necessárias autorizações. E algumas dessas empresas literalmente com largas dezenas de trabalhadores. 

A enfeitar o ramalhete, muitas dessas instalações, onde trabalham pessoas, não têm condições de higiene e segurança nem cumprem alguns dos requisitos regulamentares, nomeadamente quanto a pés-direitos, instalações sanitárias, acessibilidades, etc. Já para não falar nas questões de gestão e tratamento de resíduos e efluentes. Quanto à integração urbana e qualidade arquitectónica, é melhor passar.

Mas apesar de tudo, porque a economia não pode parar, as coisas vão rolando nesta ilegalidade e parece que ninguém fiscaliza nem penaliza. De resto o problema não é de agora e a incidência é naturalmente maior em construções concretizadas nas décadas de 1970, 80 e 90 e englobam muitas das chamadas empresas de vão de escada. As zonas industriais vieram estabelecer alguma ordem e construções e actividades relativamente licenciadas, mas para trás é um Deus nos acuda.

Ainda por estes dias, estive numa empresa com a instalação implantada literalmente à face de uma linha de água com alguma importãncia na nossa rede hidrográfica, com instalações ainda sem acabamentos interiores, com tijolo e blocos à vista, com um sanitário para homens e mulheres, com as diferentes peças sanitárias num único espaço, etc. Pensei que isto não era possível nestes tempos, em que para se fazer um galinheiro ou levantar um muro aos 2,20 metros é obrigatório um projecto e uma licença. Mas sim, são mais que muitas estas situações precárias. No nosso concelho, claro.

Mas paradoxalmente, e nestas coisas há sempre paradoxos, fico chocado quando, como ainda há algum tempo em Canedo, o proprietário de uma humilde habitação, só porque estava a habitar sem o respectivo alvará de utilização, foi penalizado com a aplicação de uma coima que naturalmente teve que pagar, mesmo que com o especial favor de ser em prestações. O choque e esta disparidade de critérios, é maior quando se sabe que a família tem poucos recursos, a esposa tem um simples emprego de ordenado mínimo e o marido sem emprego porque com problemas de doença e de mobilidade.

Como cereja no topo do bolo, importa dizer que habitações habitadas no nosso concelho sem os respectivos alvarás de utilização são mais que muitas. Mesmo muitas. Já quanto a construções com alterações e ampliações não licenciadas, serão seguramente aos milhares.

Deixemos, pois, a economia rolar porque importa o índice de empregabilidade, dê-se tempo e lugar a que as empresas regularizem as suas situações, mas, por favor, não penalizem quem menos pode, quantas vezes por uma mera lana caprina, porque  só acentua o sentido de injustiça para os mais fracos e impunidade de quem mais pode e prevarica com coisas de significado. No fundo, evitar a máxima "ser fortes com os fracos e fracos com os fortes".

3 de novembro de 2021

Coisas do futebol

Como adepto benfiquista, mesmo que nos últimos tempos pouco seguidor, não sei se me custa mais encaixar uma nova pesada derrota, mesmo que no pressuposto de ter sido contra, porventura, a melhor equipa do mundo e arredores (o Bayern de Munique), se as (in)justificações do seu treinador, Jorge Jesus, que, parece-me, cada vez está mais um mestre das basófias do que outra coisa qualquer incluindo a de treinador.

Bem sei que, como lugar comum, isto são coisas do futebol e que se ganha a um Barcelona e que a seguir se perde com um Portimonense, etc, e portanto coisas  a relativizar, mas pelo menos alguma coerência e objectividade ficam sempre bem a quem se desculpa. É que a dado momento já não há pachorra para ouvir alguns dos nossos treinadores. Ouvir Jorge Jesus ou Sérgio Conceição é já quase como tomar remédio das bichas ou óleo de fígado de bacalhau. 

Em resumo, são mesmo coisas do futebol e só uma carga muito grande de irracionalidade e doentismo é que nos leva a perder algum tempo a ou dar alguma importância a estas coisas. 

Entretanto, outro mestre das táticas e dos seus esquemas em papel, que tanto sucesso fizeram enquanto treinador do F.C. do Porto, o NES, Nuno Espírito Santos, lá foi despedido do Tottenham, mas parece que, tal como o Mourinho, o Special One,se prepara para vir com uma mão à frente e outras atrás com, fala-se, 17 milhões. São uma imoralidade estes valores pagos pelo insucesso ou, quiçá, incompetência, mas, cá está, são as tais coisas do futebol. Com 17 milhões pode reformar-se e ir treinar algures um clube de veteranos lá para a Polinésia, que tem boas praias e melhor marisco.

Quanto ao Mourinho, o relógio estará em "countdown". Tic-tac, tic-tac. Os romanos que preparem mais uma malada para a despedida.

2 de novembro de 2021

- Tome apenas o que quiser!

 


Como povo e país temos muitas singularidades e algumas particularidades que mereciam ser alvo de um caso de estudo, uma delas a de valorizar, adoptar e mesmo importar de forma exagerada os anglicanismos e até mesmo algumas tradições.  Neste caso, o Halloween ou Dia das Bruxas, claramente uma importação asociada aos interesses comerciais e decorrente da colonização do show business das terras do Tio Sam. 

Esta, também uma forma de pandemia (e para a qual não há vacina), espalhou-se rapidamente e já não só interessa a espaços comerciais e restauração, como as própias escolas adoptaram-na e impuseram-na ao calendário, porventura até com mais força do que as relacionadas ao calendário litúrgico e religioso, como Natal e Páscoa, porque a muitos pais e educadores tá-se bem para a cultura das fantasias, bruxinhas e abóboras escavacadas, do que algo que se relacione à religião. Credo em cruz!

Assim, vamos indo confortáveis nesta onda a que alguns rotulam de provincianismo, mas já não há volta a dar a esta colonização. Claro está que, muitas das nossas genuínas  tradições ficam esquecidas ou desprezadas, mesmo que uma ou outra, a reboque de alguma agenda turística e de destaque dos média vá ganhando importância, como, por exemplo, os "caretos" de Podence, em Trás-os-Montes, mas quase sempre num contexto local.

Nada melhor, pois, que uma tradição que nos é servida em doses maciças em tudo quanto é série e filme com produção na terra dos camones.

Mas, como diria o Tiririca, "pior do que está não fica", e também não é por aí que vem o mal ao mundo e depois e além disso, como responderia o tasqueiro perante a reclamação do cliente de lhe ter servido o café com a chávena demasiado cheia, "- Ó amigo, tome apenas o que quiser!".


[Nota: Bruxinha "roubada" à Palmira no Restaurante "O Lavrador".]

29 de outubro de 2021

Alarvidade sem verdade

Com tanto destaque dado por toda a imprensa, ao assunto do chumbo do Orçamento de Estado e da consequente queda aparatosa da geringonça, da ida ao multibanco do presidente Marcelo, pouco ou nada se falou sobre a queda aparatosa do F.C. do Porto na Taça da Liga e a quase eminente saída dela do Benfica e muito menos se tem falado do facto do Noquinhas dos Anzóis andar de caganeira.

Seja como for, do muito que foi dito, registei sobretudo a deselegância e até arruaceirisse do ministro primeiro, António Costa, quando no hemiciclo da Assembleia da República disse que não se podia contar com a Direita parlamentar porque esta "estava encerrada para obras". 

Ora esta alarvidade, com maior significado porque dita por quem a disse, resulta de uma circunstância naturalíssima em democracia e na vida dos partidos políticos democráticos, que é a das disputas e clarificações de liderança nos mesmos. E estas situações são transversais a todos os partidos, mesmo que em diferentes momentos, seja o PSD, o CDS, o Chega ou o PS, etc. O próprio António Costa já participou nessas "obras" em disputas, nem sempre leais, mesmo com laivos de traição a outros correligionários, como a António José Seguro, no envolvimento das primárias do Partido Socialista de 2014.

A não ser, claro, em partidos totalitários onde não há disputas mas sim sucessões e dinastias, e onde os putativos elementos que se arvoram a opositores são puramente afastados, aniquiliados, envenenados ou detidos sumariamente, como acontece na Rússia, China e outros quejandos, onde vai mandando a ditadura e a autocracia.

Por isso, António Costa ao banalizar esta situação diz tudo do seu perfil e da sua democraticidade. Não lhe fica bem mas com aquele cabelo branco sobre um rosto sorridente em tom de canela dá-lhe um ar cómico e não falta quem disso se ria e entusiasme.

27 de outubro de 2021

A borralheirar

Para quem tem o hábito saudavel da fazer pela nossa freguesia a sua caminhada ao princípio da noite, por estes dias em certos locais terá que passar com dificuldades respiratórias tal é a quantidade de borralheiras a fumegar nos campos e quintais. Com o tempo mais fresco e o ar mais pessado, o fumo não sobe e espalha-se pelos lugares a envolver ruas e casas e em certos locais chega mesmo a intoxicar, como ainda ontem no lugar das Quintães e na Segunda-Feira no lugar de Casaldaça.

A freguesia está, pois, a borralheirar. Ainda com velhos e maus hábitos, a maioria desconhece ou ignora o conceito de compostagem ou de depositar os resíduos vegetais das limpezas da hortas e quintais nos locais adequados. No mínimo dá trabalho e é sempre mais fácil acender um fósforo e deixar a vizinhança a respirar fumo, como presuntos ou salpicões. Afinal o ditado diz que o fumo conserva.

Neste contexto de hábitos ancestrais, ainda há muito caminho a percorrer e muita borralheira para fumegar.

25 de outubro de 2021

O Ivaucher é uma caca


Digamos que, como somos pessoas educadas e civilizadas, o processo do Ivaucher "é uma merda". Já era "uma merda" e agora com a cena dos descontos nos combustíveis, é "uma merda maior". De resto mesmo tentando a adesão, e desde logo sendo certa a dificuldade a muitos que sofrem inaptidão ao uso de tecnologias, para além de obrigatoriedade de ter telemóvel e cartão de débito, por estes dias, e desde o anúncio por parte do Governo, tem sido impossível a adesão, nunca chegando o SMS do código de confirmação.

O jornalista da RTP José Rodrigues dos Santos há dias ainda questionou o membro do Governo que ali estava para dar esclarecimentos do funcionamento desta geringonça, se não seria mais fácil permitir o abaixamento directo de modo a reflectir o desconto, mas ele foi contornando a pergunta e respondendo enviesadamente, disfarçando ou relevando a complexidade da coisa e da pouca universalidade de acesso ao desconto previsto. Para além do mais, não garantiu a adesão de todos os operadores do sector da venda de combustíveis, o que significa que poderemos ter que ir abastecer só em determinados postos aderentes.

Enfim, coisas para enganar tolos, numa espécie de pista de saltos de cavalo com os obstáculos montados prepositadamente para nem todos os conseguirem transpor e com isso pouparem uns tostões. Dito de outra forma, um percurso com muitas cascas de banana espalhadas.

Portanto, o veredicto: "O Ivaucher é mesmo uma valente merda".

21 de outubro de 2021

Omissões...

A lei, dizem, é omissa. Pois, pois, é omissa porque é feita (ou não) precisamente por quem beneficia da omissão. 

Isto a propósito de, passado quase um mês após a realização das eleições autárquicas, em 26 de Setembro último, recorde-se, ainda estarem por aí plantados cartazes e outdoors da campanha eleitoral, um deles esparramado junto à rotunda da Cruz de Ferro, com os então candidatos à Câmara e à Assembleia de Freguesia, pelo PSD, a prometerem "Juntos vamos fazer obra". Por conseguinte, a ter em conta os resultados, faria sentido que fosse logo retirado no dia seguinte às eleições.

A tal lei que dizem omissa quanto aos prazos e obrigatoriedade de retirada dos mesmos elementos de campanha que teimam em manter-se firmes e hirtos, é mesmo omissa e permite caricatamente estes episódios fora de prazo.

Ora os partidos e as forças concorrentes responsáveis por essa publicidade política deveriam ser obrigados, no prazo mínimo de uma semana, vá lá, duas, a retirar do espaço público esses elementos sob pena de pesadas coimas. Mas, lá está, porque carga de água os partidos iriam fazer leis e regulamentos para se auto-penalizarem?

Asssim sendo, com jeitinho o outodoor na Cruz de Ferro, com outros mais por aí, estará ali até à Páscoa ou até que os rigores do Inverno tomem conta da ocorrência.

Um acidente estranho...

Quando logo pela manhã abres a internet e aparece um anúncio teimoso a dar a "novidade" de que "mulher (de 73 anos) descobriu acidentalmente método estranho que ajuda a rejuvenescer o rosto", é de se ficar logo com o dia estragado.

Dar de caras com este anúncio é por si só um acidente matinal muito estranho. Mas na publicidade é de esperar tudo, até a estranheza nos acidentes.

14 de outubro de 2021

Caguei

Parece que para muitas cabecinhas pensadoras, o respeito e tolerância para com os gays, lésbicas e afins passa por ser como eles ou como um deles. Daí, no seguimento das aventuras do herói da banda-desenhada, o filho e sucessor de Clark Kent e de Lois Lane, o novo Super-Homem, Jon Kent, é bi-sexual, ou seja, é polivalente e numa das aventuras a publicar pela DC Comics o super-herói perde-se de amores pelo colega jornalista Jay Nakamura, um japonês de cabelo-cor-de-rosa chok.

É certo que os super-heróis, quase todos a usarem colants coloridos e justinhos ao corpo, sempre foram suspeitos quanto à sua orientação sexual, mas verdade seja dita, já não há paciência para estas merdices, que agora passam do mundo real para o da fantasia, e daí o simples e terreno desabafo: - Caguei! 

12 de outubro de 2021

Como um pneu furado...


Em 1 de Julho de 2021, portanto já há quase 3 meses e meio, demos aqui conta de uns buracos que teimavam em ser buracos, mesmo às portas de entrada de uma instalação industrial, concretamente na Rua de Trás-os-Lagos, aqui em Guisande, defronte das antigas instalações da Patrícios S.A.

Pois bem, como ninguém mexeu uma palha, passado todo este tempo, os buracos lá continuam, firmes e hirtos e naturalmente mais largos e mais fundos.

No fundo, não dos buracos mas da questão, está neste episódio um bocadinho da explicação e justificação da derrota de quem pretendia dar continuidade à Junta que a partir do próximo Sábado deixa de o ser.

Há coisas assim, pequeninas, aparentemente insignificantes, quase invisíveis, como um furo numa câmara-de-ar, mas que aos poucos deixa o pneu vazio  e o veículo sem condições de circular.

Como disse Johann Goethe, "- Quem não é fiel às pequenas coisas, jamais será nas grandes!"

10 de outubro de 2021

Paradoxos...

 


Quando se promete um novo parque de lazer e no entanto não se requalifica, não se cuida nem limpa do que existe.

8 de outubro de 2021

O lavadouro de Cimo de Vila


O lavadouro-fontenário de Cimo de Vila, aqui em Guisande, em certa medida é um exemplo concreto do desmazelo e laxismo a que foi votado por vários executivos de Junta, antes e pós União de Freguesias. 

É certo que este equipamento público já não tem a importância que teve noutros tempos e já serve a poucos utilizadores, mas teve muita importância e como tal tem uma história social e patrimonial, e mesmo uma memória colectiva que importa preservar. 

Como diria alguém, ainda sou do tempo em que o lavadouro estava diariamente ocupado por mulheres, tanto de Cimo de Vila como do Viso, a lavar roupa. A fonte, sempre de água fresca, abundante, generosa e imprescindível a muitas casas e famílias, num tempo em que não havia rede pública e os poços eram raros.

Para além de tudo, a água enchia a presa ao lado que por sua vez no Verão regava diariamente campos em grande parte poente do lugar de Cimo de Vila e ainda do Viso e Quintães. Tinha, por isso, consortes e alguns deles pagaram comparticipações às Juntas de então para ter acesso à água.

Mas depois os tempos mudaram e os hábitos também e por isso, face a uma menor utilização, o equipamento foi perdendo importância e literalmente esquecido por quem dele devia zelar com limpeza e manutenção regulares. 

A agravar o retrato triste, vieram as obras de construção da Auto Estrada e a generosa nascente que alimentava a fonte noite e dia, foi puramente destruída. Claro que não foi garantida alternativa nem qualquer justa indemnização por parte dos responsáveis pela obra, ou se houve não entrou no cofre da freguesia. 

Como alternativa a esta situação deplorável, porque lesiva dos interesses da freguesia e do bem público, a Junta de então, de forma espertalhona, fez uma ligação à rede que traz a água da nascente do Monte de Mó para o Monte do Viso, numa espécie de solução partilhada, mas com os inerentes problemas de distribuição quando em tempo de Verão e de maior seca a água é escassa e a ser reclamada em ambos os lados. Uma esperteza saloia que deveria ter sido mais esperta e acautelado de forma firme perante a empresa concessionária, exigindo-se a esta uma justa e natural indemnização, até para ressarcir os consortes.

Enfim, uma situação triste que desemboca, afinal de contas, no desmazelo e laxismo. Como cereja no topo do bolo, e apesar de vários e prévios avisos e alertas, que deram em nada, parece que a cobertura do lavadouro, construída pelos idos de 70/80,  está com alguns problemas estruturais, com sinais notórios de desgaste, que importa resolver.

A ver vamos se com a nova Junta de União de Freguesias que entretanto tomará posse, o equipamento possa ser alvo de obras de requalificação com alguma dignidade, até porque parece que o agora futuro presidente da Junta da União por ali esteve em campanha a inteirar-se da situação.

Espera-se, por isso, um novo ciclo com mais respeito pelas coisas do património público e colectivo. E há tanto para fazer e remendar.