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30 de setembro de 2018

Não quero o bife porque não tem ovo a cavalo


Diz-nos a imprensa: "CDS pediu "debate sério", esquerda "chumba" pacote do CDS sobre natalidade"
Na primeira hora do debate, ficou claro que socialistas, comunistas e bloquistas iriam "chumbar" os sete projetos de lei e um projeto de resolução do CDS, em que se prevê uma redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e do IRS, dependente do número de filhos.
PS e partidos à esquerda alinharam pelos mesmos argumentos, criticando os democratas-cristãos por nada proporem sobre salários, precariedade laboral ou horários de trabalho, fatores que pesam na decisão dos casais para terem filhos, antevendo um "chumbo", no final do debate.

Pessoalmente considero que a esquerda tem alguma ou mesmo bastante razão quanto a várias questões de fundo que em si mesmas contribuem para o problema da baixa natalidade. De facto importa criar condições ao nível da questão do emprego das mulheres, nomeadamente na condição de maternidade.
Em todo o caso, o pacote de propostas avançado pelos centristas também me parece igualmente importante. Nem de longe nem de perto as medidas nele empacotadas resolverão o problema de fundo, mas dariam um contributo. Mas, eventualmente com alguma hipocrisia, parte a parte, porque enquanto governos nem CDS nem PS impulsionaram medidas objectivas de apoio às famílias e às jovens mães e delas um apoio à natalidade, esta posição da esquerda unida não deixa de ser caricata já que enquanto dona do actual governo, e tendo condições para o fazer, uma vez que se mostrou igualmente unida na identificação das necessidades e crítica aos populares, não criou ainda as condições laborais que reclama faltar às propostas do CDS. Ou seja, numa analogia gastronômica, a esquerda, mesmo reconhecendo a fome do problema, não aceita o bife do CDS porque lhe falta o ovo a cavalo, ou mesmo que ao contrário, não aceita o ovo porque lhe falta o bife.
Política rasca a nossa, em que importa desvalorizar sempre o que vem do lado oposto mesmo que com aspectos positivos. Traduzindo pela sabedoria popular, é "nem comer nem deixar comer".

7 de setembro de 2018

Os azulejos da nossa personalidade


É mais ou menos famoso o azulejo que neste belo painel da nossa igreja matriz (Guisande) está trocado, melhor dizendo, no sítio certo mas com uma rotação errada (90 graus no sentido oposto ao movimento dos ponteiros de um relógio). 

Ficará sempre a dúvida se tal erro foi distracção e erro involuntário do trolha ou se propositado para testar o sentido de observação. O saudoso Pe. Francisco usava este painel para pôr à prova algumas contradições humanas de alguns dos seus fregueses, perguntando-lhes se neste painel era a parte ou o todo que estava mal (sim, porque há soldados que ante o seu solitário desacerto, insistem que a restante companhia é que vai desacertada no passo). 

Também como desafio ao sentido de percepção de quem para ela olhava, mas nunca, pelo menos a mim, revelou se o azulejo foi rodado por distracção do assentador, se a seu mando. Em todo o caso, o seu sorriso deixou sempre algumas suspeitas.

Seja como for, também na vida somos assim uma espécie de painel de azulejos, à primeira vista com todos os ladrilhos no sítio, bem assentes, polidos, certinhos e direitinhos, mas em rigor, observando não o todo mas cada um dos aspectos da nossa personalidade, lá está o nosso azulejo trocado, fora do sítio, rodado ou invertido. O nosso mais disfarçado vício, pecado ou defeito ali escancarado sem que quase ninguém o perceba. Seja apenas um ladrilho de um painel de 42 deles e menos mal, que o desacerto passará quase despercebido. Pior é, todavia, quando o painel está todo baralhado e com todas peças fora do sítio. Aí a figura será desorganizada como algo abstracto.

Não surpreende, pois, que ande por aí muito artista com as peças fora do sítio, com os parafusos, dirão alguns, com os azulejos, dirão outros.

5 de setembro de 2018

Que se extinga forever


Por estes dias, quem leu, ouviu e viu as notícias, ficou a saber que no âmbito do designado processo "e-toupeira", a Benfica SAD entre outros arguidos individuais, ficou a conhecer o enquadramento da acusação e segundo o "super isento" Jornal de Notícias da cidade do Porto, noticia eufórico que o  Ministério Público pretende que a equipa de futebol profissional encarnada fique privada de competição entre seis meses a três anos (pouca coisa, digo eu, para tão hediondo crime). 

Sem mais delongas, até porque não sou jurista, nem inspector, nem magistrado, resumo toda a questão no seguinte: Mesmo sendo adepto do Benfica, embora em modo cada vez mais desligado, não só do percurso do clube como do futebol nacional em geral, se neste ou noutros casos vier a ser inequivocamente provada e fundamentada culpa que tenha contribuído directamente para a adulteração da verdade desportiva, que sim, que seja penalizado, ou que desça de divisão, cumprindo-se a lei e o que dela resultar.

Mas, já agora, a pedido de muitas famílias, que seja mesmo extinto, indo aqui de encontro ao desejo de toda a nação rival, desde logo com o F.C. do Porto à cabeça.

Que a justiça não fique por meias medidas e que não se repitam impunidades descaradas como a do famoso "apito dourado" só porque alguns procedimentos na investigação, nomeadamente as escutas telefónicas, foram consideradas como "ilegais" pelo tribunal cível, mesmo que descaradamente visíveis e audíveis a cegos e a surdos. Mas, meus meninos, lei é lei e mesmo que fosse um reles assassino a confessar um crime, tal prova não serviria para a condenação. Justiça é justiça mas tem as suas regras, dizem. Assim sendo, tudo o que se ouviu, e que ainda se pode ouvir, foi algo que aconteceu apenas de forma fantasiosa no país das maravilhas em que a Alice se chamava Carolina e os convidados eram prendados com fruta fresca e viçosa a mando do rei de copas a partir do seu castelo à beira mar plantado.

Com o Benfica extinto(ufa, finalmente), regressará a harmonia ao nosso futebol e tudo será paz e amor entre virgens e anjos e como estes não têm sexo, de tal coexistência não haverá diabo que nasça para endiabrar a mui nobre e invicta nação lusitana do futebol. O F.C. do Porto, à maneira dos bons velhos tempos, ficará assim com todas as condições para dominar, sem rivais à altura. Vencer 10 títulos seguidos será canja, até que se enfadonhe e, por desfastio e benevolência, lá permita que o Sporting (se entretanto também não for extinto), ou mesmo um Braga, um Rio Ave ou um Tondela, meta um título pelo meio, para depois voltar afanosamente a recomeçar um ciclo de mais 10 títulos sem espinhas. Nada como ninguém a incomodar a nossa vidinha, mesmo que a mesma se torne uma pasmaceira de tão fácil.

Em conclusão, que sim, extinga-se esse cancro do futebol português, o Benfica, que entre outros pecados tem o dislate de ter 38 jogadores da sua formação convocados em todas as selecções nacionais de futebol (24 do clube e 14 ex-clube), mais do dobro do que os seus principais rivais. Não é admissível que tanto profissional do pontapé na bola possa medrar nesse antro de matéria negra (encarnada). 
Vade retro satanás! Que se extinga e que comece um novo ciclo purificado porque, tirando essa corja de corruptos, todos os demais são dóceis virgens e meninas do coro.
Que se extinga!

7 de agosto de 2018

Duques do pedal


Como um puro amador, de muito baixo nível, até pelo peso da idade e peso do peso, vou pedalando por aí, por algumas das estradas da zona, sobretudo do lado da serra e vou vendo a passar e ouvindo falar de outros amadores com pinta de profissionais. Levam a coisa à séria, até mesmo, alguns, com as pastilhitas a ajudar. Postura, nariz no ar, equipamento top, máquina top, rodas top, como se na realidade fizessem parte de uma boa equipa num pelotão de uma grande prova.

Apesar deste ar de importância e mania de profissionais, os nossos ciclistas, mesmo os de topo, ainda têm muito que pedalar porque não deixa de ser triste que na maior prova do ciclismo nacional, a Volta a Portugal, já de há vários anos sejam ciclistas espanhóis de segundo ou terceiro planos a dominarem e a conquistarem. De resto, basta verificar que nas últimas 15 edições 11 foram ganhas pelos nossos vizinhos e apenas 3 por portugueses. E na edição que está na estrada, a 80º, a não ser que algo corra fora do normal, será conquistada novamente pelo Raúl Alarcon, vencedor da prova do ano transacto.

É certo que uma boa meia-dúzia dos nossos melhores ciclistas têm andado por equipas estrangeiras,  o que retira competitividade à nossa prova caseira, mas mesmo assim seria de esperar que de quem cá anda houvesse mais luta, pelo menos face a corredores espanhóis de segunda ou terceira linha.

Os verdadeiros ases do nosso ciclismo, como alguns dos acima retratados na capa de uma colecção de cromos dos anos 60/70, já fazem parte do passado. Esses sim, com máquinas pesadas, sem as condições que beneficiam os actuais ciclistas, eram verdadeiros heróis do pedal e em muito ajudaram a que o ciclismo se tornasse o desporto do povo, fazendo das estradas estádios.

31 de julho de 2018

Sporting sempre!



Um Domingo à tarde, em pleno Verão. Por cá já muitos emigrantes em merecido período de férias, a ajudar a encher as estradas, os restaurantes e as esplanadas. 
Nunca fui emigrante mas percebo e compreendo que esta nossa mania portuguesa dos saudosismos leva-nos a querer encher o corpo e a alma revendo pessoas, lugares e coisas mal se cruze a fronteira. Ora se o Casimiro esteve três dias a banhos no Gerês e quando chegou sentiu-se como estivesse ausente três anos, não surpreende que o Manel da Zira, depois de um ano longe de Guisande, logo que chegado à aldeia, mesmo antes de rever a família, passe por Espinho, para ver e sentir o mar e embriagar-se daquele ar salgado e sentir no rosto as frescas nortadas, as mesmas das idas à praia em solteiro. Já o Chico do Albertino, logo que arrumadas as trouxas vai direitinho à Tasca da Aida encostar-se ao balcão e beber o melhor "paralelo" do mundo e arredores, incluindo a Suiça. A Fernanda do Neves, essa faz questão de ir a Fátima agradecer a Nossa Senhora e aos pastorinhos. No regresso faz paragem na Mealhada, tão sagrada quanto a da Cova da Iria, e ver regalada na travessa um rosário de pedaços dourados de tenro leitão, seja no Virgílio, no Pedro, na Meta ou no Rocha (este já na estrada do Luso). Cá vai! Amém!

Ora o Zé Canadas, chegado da Suiça, nesse Domingo à tarde, encheu o carrão com a mulher e os filhos e foi de abalada até Castelo de Paiva e na Rua da Boavista, apontada à praça dominada pelo austero conde lá do sítio, entrou na concorrida Adega Sporting, lugar de antigas petiscadas e pela qual, nos domingos cinzentos entre  La-Chaux-des-Fonds e Le Locle, tanto suspirou, imaginando o doce sabor acanelado das rabanadas, o picante das moelas ou o vinhadalho do bucho.
Depois de alguma espera, porque ali o espaço é pequeno para tanta fama, lá arranjou uma mesa corrida e os cinco instalaram-se. - Então, o que vai ser? Para mim quero moelas e no final uma rabanada. E para vós? Quereis uma rabanada, bucho, moelas, rojões, orelha? E tu Nandinha? Vai uma punheta de bacalhau? Não querem nada?!!! Mau...
Que nada. Nem xus-nem-mus. Nem a filharada nem a esposa, de calcinha branca, medrosa de a pintar de tinto, estranhadiços naquele ambiente de tasca, mostraram qualquer interesse na petiscada. O Canadas percebeu o recado de tantos narizes torcidos e logo esmoreceu. Envergonhado e rendido, pediu apenas uma rabanada e "uma malga" (de verde tinto). O empregado recolheu as toalhas e os talheres dos putativos comensais. Toda aquela mesa cheia de gente para comer uma rabanada, terá questionado, intrigado e surpreso.

O Canadas, comeu rapidamente e nunca uma rabanada de Paiva lhe soube tão amarga. Saiu triste e envergonhado e de tão acompanhado sentiu-se sozinho e desamparado. Já nada era como dantes e as trainadas de outros tempos que viveu na Adega Sporting com os amigos do namoro, já eram apenas uma saudade e desejo que o atormentava no pouco tempo desocupado na Suiça.

Confesso que fiquei com pena do Canadas, ainda por cima com o Tono Henriques a testemunhar tal infortúnio, sorrindo, maroto, por debaixo do bigode branco ainda bordado do grosso tinto.
Já de saída, ainda vi o Canadas a esgueirar-se ligeiro para o carrão e contornar apressado a praça, certamente a jurar para si próprio que para matar estas saudades de petiscada numa adega castiça de paredes de um granito duro, mais vale só que mal acompanhado. - E anda um homem a vir por aí abaixo apressado, a comer quilómetros e a contar horas para vir comer uma rabanada sozinho no meio de uma multidão a torcer o nariz! Foda-se!

12 de julho de 2018

Mudança de género na generalidade


Está no pico da actualidade o assunto da aprovação pelo Parlamento da nova lei da  mudança de género.  Pessoalmente não tenho grande opinião e é assunto que não me aquece nem arrefece. Mas sim, se há homens que se sentem mulheres, mesmo com um par de tomates, seja feita a sua vontade. Ou ao contrário, se há mulheres que se sentem homens, mesmo que tenham que usar sutiã, porque não? Que não seja por isso. 

De resto até acho que estes direitos deviam alargar-se a outras espécies. Por exemplo, o meu cão, há tempos que anda a chatear-me que quer mudar para galinha, desconfiando eu que com isso reclame o pleno direito de poder aceder à capoeira. Ora estou certo que se a coisa avançar por aí fora, não faltarão até raposas a querer mudar para galinhas e lobos para cordeiros. Com um pouco de sorte teremos até porcos a reivindicar o direito a  serem considerados senhores doutores e concorrer a eleições e também eles fazerem parte da casa da democracia e assim legislar tão importantes matérias a favor das tão discriminadas minorias. E o que não faltam neste país são minorias, para as quais há um filão legislativo por explorar. 

Brincadeiras à parte, há muito que se deixou de chamar os bois pelos nomes e não devemos estar admirados por mais esta. Outras virão. Ainda não somos Deus ou deuses mas já vamos dando cartas no que toca a mudar algumas configurações de fábrica que até aqui pensávamos serem próprias da natureza das coisas e dos seres. 

Mas esta é apenas a modesta opinião de quem não tem opinião. Ora se o ele tem direito a ser ela, e vice-versa, deixem que eu tenha direito a ela, à opinião, mesmo não a tendo.

3 de julho de 2018

A seara é grande e os trabalhadores são poucos

Ai esta  linda terra, solar rico e fecundo de outros tempos! De belas searas, já crescidas e maduras das quais o cereal pende generoso  de altos caules em espigas douradas.
Mas os trabalhadores tardam. São poucos e porventura mal mandados, não por eles, coitados, que  obedientes fazem o que lhes mandam, mas pelos vetustos senhores, donos das searas e das vinhas do reino, que vão desperdiçando talentos como figueiras que, por mais que se lhes cave à volta e afofe a terra com estrume de minhoca ou de cavalariça, pouco ou nada frutificam, produzindo apenas folhas, como se, fosse vinha, muita parra e pouca uva.
- Mandai, pois, senhor, trabalhadores para a vossa seara, que é mais que tempo! Bem sabemos que foram muitos os ímpios e pecadores, mas talvez nesta linda terra se encontrem 10 justos e, coitados, mereçam a vossa misericórdia e, quiçá, um figuito da vossa quase estéril figueira, que são poucos, e não devem ser desperdiçados como nozes por quem não tem dentes (pensareis na vossa infinita e iluminada sapiência).

Parábola da salvação!

18 de junho de 2018

Semáforo intermitente



Parece-me que o Jornal de Notícias padece de alguma isenção e imparcialidade quanto a alguns assuntos, nomeadamente quando toca a escrever sobre o Benfica. É apenas a minha opinião, mas que nem será surpresa se tivermos em conta que sendo um jornal nacional tem muito de regionalista e por conseguinte nas matérias sobre o clube de Lisboa fala sempre à sombra da sua protecção e preferência ao F.C. do Porto. 
Neste contexto, na edição de hoje, segunda-feira, 18 de Junho, na sua rubrica "Semáforo" coloca o futebolista Luisão no sinal vermelho, de cariz negativo, considerando que o mesmo jogador, aos 37 anos está na "mó de baixo" e que poderá sair pela "porta pequena" ou remetido a um "plano secundário", apesar de se prever a renovação do seu contrato com o clube encarnado.

É que nem uma coisa nem outra. Naturalmente que com 37 anos, como com todos os futebolistas desta idade, já não se espera a frescura necessária para se continuar a impor como titular. É, pois, naturalíssimo, que o estar na "mó de baixo" seja apenas um reflexo da perda natural de capacidades físicas para o desenvolvimento da profissão a um nível de alta exigência competitiva. Já o sair pela "porta pequena" é igualmente uma conclusão disparatada quando se analisa o percurso do futebolista e dos números e títulos conseguidos. Será isto sair pela "porta pequena"? Numa perspectiva positiva, os argumentos para este "sinal vermelho" poderiam precisamente ser motivos para um "sinal verde".
Com jeitinho, e no mesmo contexto, agora que se fala na possível renovação de Maxi Pereira no F.C. do Porto (com baixa de salário), apesar de há muito ter perdido a titularidade e das perspectivas continuaram nesse sentido, ficando como segunda ou terceira opção para o lugar de defesa-direito, um dia destes o JN vai colocá-lo no "sinal verde". É ficar atento, porque aí a coisa será de "mó de cima" e "porta grande".

Como é que alguém deste calibre pode sair pela "porta pequena", tanto mais que apesar das limitações da idade o clube tem intenções de renovar o contrato? E já por várias vezes tem sido manifestada a intenção de integrar Luisão na estrutura do clube da Luz. Ou, para os iluminados do Camões, o sair pela porta grande implicaria que o fizesse numa situação de titular? E que grandes jogadores o têm feito nesta perspectiva, a não ser um ou outro guarda-redes, habitualmente com as carreiras mais estendidas? Por exemplo, Casillas, actualmente no F.C. do Porto não saiu pela "porta pequena" do Real Madrid? Creio que não, apenas porque naquele clube e com aquela exigência o seu percurso chegou naturalmente à fase descendente, como aconteceu a Pelé, a Eusébio, a Maradona e acontecerá  naturalmente a Ronaldo, a Messi e a tantos outros. E isto porque, como se dirá mais prosaicamente, é a vida!

Para Luisão sair do Benfica pela dita "porta pequena" teria que ser num situação de ruptura e de total desconsideração pelo clube, o que não nos parece que venha a acontecer. Se sair, de futebolista ou de um eventual cargo técnico, será sempre por opção do brasileiro, o que terá que se respeitar. Para além de tudo, cada fase da nossa vida não é necessariamente a de um "plano secundário" mas sim uma nova etapa, da resto a vida é feita delas.

Enfim, ler estes disparates com a chancela do JN, logo a começar a semana, é mesmo de se ficar  na "mó de baixo" quanto a bom jornalismo e daí a vontade de atirar o jornal pela "porta pequena" de uma qualquer sanita.

13 de junho de 2018

Sol na pulseira, chuva no nabal


Confesso que nunca percebi o superior interesse da venda de pulseiras de acesso à Viagem Medieval nas sedes das juntas de freguesias. Estará em causa o superior interesse da população? Ou da organização? 
Com algum jeitinho, até se poderiam ali vender bilhetes para festivais de música e jogos de futebol. O interesse seria exactamente o mesmo. 
Cada macaco no seu galho seria a melhor opção.

Benfica relegado para o último lugar


E pronto, Benfica, o bairro, ficou no último lugar (23º) no concurso das marchas de Santo António deste ano, uma prova em que o bairro de Alfama conquistou a vitória ( e vão três seguidas). 
Esta coisa das marchas de Lisboa até podem ter o seu quê de tradição e pitoresco mas ainda não percebi por que motivo todo o país, todos os anos, tem que apanhar com elas, em directo, pela RTP, a nossa televisão pública. 
Pelos vistos a coisa é de uma importância nacional pois até os também tradicionais casamentos de Santo António têm direito a directos e a horas e horas de cobertura televisiva. 

Toca a marchar, andar....

8 de junho de 2018

Certificação da F&%#$)/%#


Bonito exemplar de uma saborosa F&%#$)/%#

Parece que anda por aí alguma celeuma à volta do processo de certificação dos fabricantes de fogaça no concelho de Santa Maria da Feira. Atento ao que tem vindo na imprensa, parece-me que há razões de fundo de ambos os lados, mas parece-me, igualmente, que há também algum quase fundamentalismo inerente, sobretudo aquele que em princípio impedirá e penalizará o fabrico e venda de fogaça (com tal designação) não certificada a próprios produtores do próprio concelho. É que nestas coisas corporativistas e de confrades, bem sabemos como,  sob o proteccionismo da lei,  é fácil resvalar para uma posição de poder face aos desalinhados, Bem sei que tudo foi feito dentro das normas regulamentares e legais e que o assunto até esteve em discussão pública, dela não se registando oposição. De resto, na realidade quase ninguém toma conhecimento destes procedimentos legais, de avisos e editais, não passando de formalismos burocráticos.

Mesmo que legais e regulamentadas, as certificações de produtos, alimentares e agrícolas, não deixam de ter alguns vícios de criação de elites, de interesses locais, de clubes e outros alinhados. A invocada defesa dos produtos e dos consumidores, uma coisa tão bonita, muitas vezes não passa de panegíricos e argumentos legais para justificar o injustificável ou legitimar alguma injustiça.

Num tempo em que se privilegiam cada vez mais as liberdades e garantias, sobretudo quanto às escolhas pessoais, não faz sentido algum que os consumidores deixem de ter a liberdade de escolher de comprar e consumir o que querem, certificado ou não. É que antes da certificação já havia fogaça e esta é um património colectivo e não do município, de algum agrupamento ou associação de fabricantes ou de alguma bucólica confraria. A apropriação desse património, (mesmo que dentro dos procedimentos legais) para com ela retirar ou condicionar esse direito a fabricantes com historial, só porque não alinharam no clube, por dificuldades financeiras (fala-se em valores exorbitantes), logísticas ou de mera opção, parece-me, no mínimo, injusto. Compreende-se e aceita-se (tal como outros produtos de origem ou denominação geográfica específicas) que este património e a sua produção se confinem ao território da Feira, mas que se condicione alguns dos produtores feirenses e localizados no próprio concelho, só porque fora do clube dito agrupamento, é que me parece pouco natural.

Apesar das virtudes de princípio de uma certificação e concretamente quanto ao produto fogaça, e não as ignoro ou relevo, estas por si só não garantem a qualidade intrínseca quanto ao gosto particular por parte de cada um dos consumidores e apreciadores. Não há laboratório que o garanta, porque gostos não se discutem, nem quanto ao que vestimos, nem quanto ao que comemos. Por outro lado, a não certificação não significa que um fabricante experiente e com história na arte não produza uma fogaça de qualidade mesmo que não certificada, quiçá de melhor qualidade e sabor do que a que venha a ser certificada. Aceito, óbvia e naturalmente, que não se venda com equívocos quanto a certificada ou não certificada, de modo a que o consumidor compre informado da diferença, mas que se impeça de vender com o nome de "Fogaça", mesmo que não de "Fogaça da Feira", acho uma injustiça, porque pode defender, seguramente, o interesse de uma dúzia de fabricantes alinhados num agrupamento ou mesmo de alguns confrades iluminados, mas também seguramente em detrimento de centenas ou milhares de consumidores. É que estas coisas ditas certificadas não ficam mais baratas a quem as compra, e tudo, vire-se e revire-se, resume-se ao dinheirinho. Aquele selinho vai ter um "preço".

Se na prática vai ser assim, ou não, veremos. Por mim, continuarei a comprar a "Fogaça", mesmo que sem o pingarelho da "Feira", no sítio do costume, certificada ou não, chame-se-lhe fogaça, fogacilha, fogaçona ou outra qualquer designação como um ilegível F&%#$)/%#, porque tanto quanto se saiba, a certificação não é ingrediente nem segredo de confecção e por isso diferenciadora. Supor que só a certificada assegura o cumprimento das boas práticas de confecção e garantia de qualidade é um pressuposto subjectivo e de passagem de menoridade a quem a  fabrica com igual qualidade desde há décadas. De resto parte-se do princípio legal que todos os fabricantes da indústria de pastelaria e panificação já cumprem as regras de higiene e qualidade. Ou estas vão passar a ser exclusivo dos fogaceiros certificados?
Pelo que dizem, para quem não alinhar no clube ou no agrupamento, a ASAE vai ser chamada como polícia a fazer cumprir os bons costumes e a assegurar a moralidade.
Esperemos que as notícias que se vão lendo estejam exageradas e que na verdade vai-se respeitar a liberdade tanto na venda como na compra e que os consumidores comprem informados e cientes da diferença, mas que acima de tudo, comprem, como sempre, a fogaça, com ou sem selo, até porque o selo não será comestível, suponho.

Um gato não deixa de ser gato só porque não é persa ou siamês. Mas lá virá o dia em que, não estando certificado, terá que ser vendido por lebre.

4 de junho de 2018

Charadas, pensamentos e chapéus

1 - E lá se foi a salsa-burra. Está reposta a circulação nos dois sentidos. Mas há por aí mais passadiços.

2 - E é este um mês de Junho? O de outros tempos, recuando aí uns 30 ou 40 anos, morreria de vergonha.

3 - O progresso diz-nos que os caminhos passam a estradas. Ora quando as estradas, ou parte destas, passam a caminhos, algo está mal ou o conceito de progresso está invertido, como quem diz, de pernas-para-o-ar. Mas se há coisa que de pouco vale, é chover no molhado ou malhar em ferro frio, até porque, como alguém dizia, "ovelhas não são para mato". Ora há rebanhos dos quais não faz sentido fazer parte enquanto neles houver velhos carneiros que já não mudam hábitos, não fazendo nem deixando fazer, pastando apenas onde a erva lhes cheira a viçosa. Quando assim é, mais vale deixar de mansinho o redil e deixar entregue o mesmo à "carneirada", como saberia dizer o indefectível presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, também ele um mestre em muitos ofícios e outras artes, incluindo a da autocracia. 

4 - Portugal, 2 - Tunísia, 2 ; Bélgica, 0 - Portugal, 0. A coisa promete. Afinal, no Europeu de 2016 a coisa foi mais ou menos por ali, tremida mas sem partir.

5 - O chapéu (vocábulo que deriva do francês antigo chapel, atual chapeau) é um item do vestuário, com inúmeros variantes, que tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça.
Várias palavras estão relacionadas ao chapéu e seu uso, confecção e tipos. Chapeleiro é aquele que confecciona o chapéu, ao passo que a chapelaria é o local onde este é feito ou vendido. Já chapeleira é a caixa onde o mesmo é acondicionado. O hábito antigo de saudar alguém tirando-se o chapéu era denominado chapelada.
Nas casas, no comércio e em repartições públicas até meados do século XX o porta-chapéus era um móvel presente e indispensável - uma vez que as regras de etiqueta não permitiam o uso do adereço em lugares cobertos. [fonte: wikipédia]

28 de maio de 2018

Erros que saem karius

Tivesse sido num jogo de amadores veteranos e a coisa já seria escandalosa. Mas não, aconteceu ao guarda-redes da equipa do Liverpool, o alemão Lorius Karius, e logo num jogo com a importância de uma final da Liga dos Campeões de Futebol frente ao Real Madrid.
O resultado, que deu a 13ª Taça dos Campeões à equipa espanhola, já todos sabem: 1-1 na normalidade e 3-1 se juntarmos dois erros incríveis e infantis do guardião dos "reds".
Ronaldo, esteve demasiado discreto e nem seu deu por ele. Figura do jogo, foi o galês Gareth Bale, com um magnífico golo de "bicicleta" que só não tem sido mais falado e extasiado porque não foi do rei Midas Ronaldo.
Pelo meio, o "mauzinho" do costume, Sérgio Ramos, com a maldade e impunidade habituais, tratou de despachar o egípcio Salah, o goleador do Liverpool, prendendo-lhe o braço que na queda teve um deslocamento do ombro, atirando-o para fora do jogo e de outros futuros jogos, estando em risco a sua participação no Mundial da Rússia. No final, cinicamente, Ramos deseja-lhe as rápidas melhoras. Sem Salah e com Karius, o jogo ficou resolvido. Olé! 
É futebol, mesmo que se diga que este, da Liga dos Campeões, é de outro nível. Na verdade...até os "frangos" a este nível são monumentais e servidos em dose dupla e decisiva.
Há erros que saem Karius.

24 de maio de 2018

Ser português

Faleceu Julião Tomar. Tinha 95 anos. De origens modestas, filho de um pai carpinteiro e de uma mãe lavradeira, era o mais velho de onze irmãos. Ainda iniciou a escola primária mas bem antes do exame da quarta classe já tinha sido instalado como aprendiz de trolha de um tio paterno. Assim, muito cedo começou a ter contacto com o cimento, areia, cal e azulejos. Logo depois de amargar na tropa, onde lhe aproveitaram os dons de trolharia para conservar tudo o que era paiol e camarata, abalou até terras de França onde com muitas dificuldades lá arranjou trabalho na construção civil. Depois, casou, teve filhos, netos e bisnetos. Com a idade da reforma regressou à sua aldeia, em terras transmontanas e continuou a ser um comum cidadão, um português como milhões de outros.

Em face da importância deste português comum, o Governo mandou cumprir três dias de luto nacional e a Junta da aldeia vai erguer-lhe um busto na praça central. De todos os quadrantes da sociedade local e nacional, são inúmeros os testemunhos quanto à importância deste português comum pelo seu contributo para a sociedade portuguesa. Foi um mestre da argamassa e do assentamento de azulejos, sempre à frente do seu tempo, inovador quanto baste, sem renegar o conservadorismo da arte da trolharia e no uso da colher e talocha. Para além disso, destaque pela sua luta contra o regime do Estado Novo, principalmente quando viu um seu painel de azulejos com estrelas vermelhas, martelos e foices, removido da casa de banho de uma escola da freguesia por ser considerado subversivo, por fugir aos tradicionais padrões de flores e passarinhos.

É bom ser-se um português comum. 

17 de maio de 2018

E burra é a salsa?

É bom saber que Guisande ainda tem muita salsa-burra. Felizmente até temos uma passadiço a ladear tão bela plantação. Ora nos passadiços não passam carros mas apenas pessoas, as inteligentes, não as burras, como a salsa dita cuja.
Há que meter os pés à rua e ir à fonte do problema. O problema é que não se vai lá de Mercedes, sob pena de pisar, a salsa-burra, pois claro.

15 de maio de 2018

Um cachorro para a mesa cinco


Lei é lei, por mais disparatada que seja. Como membros de uma sociedade regida por princípios de legalidade, temos que os respeitar mesmo que discordando no todo ou em parte. 
Neste contexto de pensamento, relativamente à lei que concede aos restaurantes a permissão de entrada de animais de companhia, não tenho muito a dizer, apenas que independentemente de um animal de companhia ser um periquito, gato, cão ou porco, em restaurantes que abram essa possibilidade, eu não entrarei. Tão simples quanto isso e para que não fiquem dúvidas quanto a alguma intolerância, porque gosto muito dos meus, já expliquei esta posição à minha bicharada de estimação, três gatos e um cão, este em tamanho e peso a valer por 40 chiwawas. Este ficou desanimado pois já estava a contar que o levasse um dia destes ao "Pedra Bela" ou ao "Bairradino dos Leitões". Ainda tentei explicar este princípio às galinhas mas, aparentemente na sua mítica estupidez, não me deram ouvidos e continuaram, indiferentes, à cata da minhoca.
Em todo o caso, creio que esta Lei devia ser estendida à Assembleia da República, podendo os deputados levar os seus animais de estimação. Assim como assim, na chamada "casa da democracia" estamos de há muito, na generalidade, entregues à bicharada.

14 de maio de 2018

Amarelo pálido

Terminou ontem a competição principal do nosso futebol a chamada I Liga Nos. Para além do vencedor que já estava "decidido" desde o jogo Benfica-Porto, ficou  resolvida a questão do segundo lugar, com o Benfica a vencer com dificuldades o jogo caseiro com o Moreirense, e terceiro lugar para o Sporting, face à derrota na Madeira frente ao Marítimo. O Braga poderia ter saltado para o terceiro lugar mas não foi capaz de levar de vencida o Rio Ave em Vila do Conde.

A coisa esteve mais dramaticamente animada na luta pela manutenção. No final sorriram o Feirense, Vitória de Setúbal e Moreirense. Choraram os amarelos do Estoril e do Paços de Ferreira. 

Analisando as reacções pelos comentários nas redes sociais e jornais online, sempre com muito fanatismo e radicalismo, argumentam os adeptos benfiquistas que o Paços de Ferreira já merecia há muito estar nas divisões secundárias depois daquele frete ao F.C. Porto num jogo decisivo numa última jornada, em que tanto o então treinador, Paulo Fonseca como o jogador Josué estavam já de malas feitas para o clube das Antas. A vitória que garantia o título começou com um penalti cometido fora da área com um passe de morte de...Josué, para o avançado portista. Estranho.

Quanto ao Estoril, depois do não menos estranho jogo com o F.C. do Porto, que foi interrompido ao intervalo, quando ganhava por 1-0,  por suposto perigo de colapso de uma bancada que ainda continua bem  firme, a segunda parte desse jogo realizada passadas umas boas semanas, argumenta-se que foi um "esquisito abrir de pernas" para uma reviravolta com goleada. Pelo meio desse longo intervalo houve  ainda um pagamento de uma antiga dívida dos azuis aos amarelos. Azul com amarelo dá verde. Mas outros, ainda, têm uma teoria mais sinistra, argumentando que o destino da equipa capital do móvel ficou traçado desde que há algumas jornadas atrás teve a ousadia de vencer o F.C. do Porto, deixando Sérgio Conceição, no seu estilo habitual de mau perder, em modo agressivo, e toda a estrutura azul e branca, muito crítica pelo anti-jogo dos castores. Terá sido por isso?

Verdade ou mentira, tudo coisas muitos estranhas. Assim sendo, para alguns adeptos rivais da equipa portista, estas duas equipas canarinhas estão bem entregues à II Liga. "...Que andem por lá muitos anos".

Pessoalmente, da jornada de ontem confesso que até nem me incomodaria que o Benfica ficasse em terceiro lugar na classificação final. Porventura seria mais de acordo com a política errada de desinvestimento adoptada numa época que poderia ser de penta-campeonato. Quando se dá avanço aos adversários corre-se estes riscos. As asneiras e erros devem ser penalizadas e o terceiro lugar e a perda de alguns milhões por acesso ao play off da Liga dos Campeões seria um castigo merecido.

Quanto aos jogos de ontem, em rigor, torci apenas para que o V. Setúbal se aguentasse. Por um lado pela sua história no nosso futebol e por outro lado porque simpatizo com José Couceiro, um bom treinador e com algum humanismo, coisa que vai faltando à classe de treinadores. Foi um prémio pelo espírito de sacrifício, seu e do plantel, por  uma época carregada de dificuldades desportivas, directivas e financeiras..

Quanto ao Feirense, por mim fico naturalmente contente que tenha assegurado a manutenção, mas, não sendo de todo sócio adepto ou simpatizante, não perderia o sono pela descida. Mas fico contente que possa continuar entre os grandes do nosso futebol e pelo Nuno Manta, que parece-me um treinador humilde, dedicado e com futuro. Todavia, porventura a II Liga assentaria melhor na realidade estrutural e económica do clube fogaceiro, sendo que no futebol português, não só o Feirense mas todos os clubes em geral, há muito tempo que vivem bem acima das suas reais possibilidades e por isso quase todos tecnicamente falidos, vivendo de direitos televisivos e outros expedientes financeiros, alguns de investidores no mínimo duvidosos.  Quando assim é...

13 de maio de 2018

Regresso à normalidade

Ufa! Lá passou o Festival da Eurovisão.
Como se previa, o regresso à normalidade. Portugal regressou aos maus resultados e, maldade das maldades, a "jogar" em casa, ficou-se pelo último lugar, nada a que não estivesse habituado neste certamente.

Israel lá ganhou com algo que dizem que é uma canção. Mesmo no meio de alguma (muita) mediocridade, havia por lá coisas bem melhores. Em verdade, depois da inesperada vitória no ano passado por Salvador Sobral e do seu apelo final do que deveria ser o festival, esta vitória de Israel veio mostrar quem manda e qual o estilo que deve ser seguido. Lirismos e boa música é algo desafinado e que não rima com este evento. Depois, ironia das ironias, num festival que diz-se defensor da multiculturalidade, vê-se a maioria dos países muito pouco dados à defesa da sua identidade cultural, antes preferindo registos pops americanizados e globalizados. As raízes culturais e a diversidade do mosaico dos países participantes já tiveram melhores tempos. Mas sim, fica bem apregoar estes "valores". Dão um ar moderno e politicamente correcto à coisa e casam bem como apresentadores generosamente decotadas.

Assim sendo, mesmo com uma organização poupada em relação às anteriores, Portugal investiu uns largos milhões. Dizem que com retorno, mas é daqueles retornos que em concreto não enche o bolso a ninguém, sobretudo fora do contexto turístico relacionado à capital.
Mas o bom disto tudo é que já acabou, até mesmo a excessiva teatralização das apresentadores, com decotes excessivos, roupinhas feiolas e um inglês próprio de quem não é inglês. Mas acabou e para o ano é em Jerusalém. Para rimar, ainda bem!

Ufa!

8 de maio de 2018

Parece que o festival da Eurovisão é por estes dias...


É verdade! Será por estes dias, culminando no próximo Sábado, que acontecerá mais uma edição do já velhinho Festival Eurovisão da Canção, a ter lugar em Lisboa. Logo após o Salvador Sobral ter carimbado o evento para Portugal, alguns líricos, incluindo feirenses, sonharam que o evento poderia decorrer num Europarque ou em qualquer outro sítio que não a capital, mas cedo despertaram para a realidade de que Portugal é Lisboa e o resto é quase paisagem.

Tenho dado pouca ou nenhuma atenção ao assunto, mas parece que o festival é coisa de muitos  milhares de pessoas e milhões de euros e espectadores, e que vai mexer com a economia portuguesa (lisboeta) e que toda a gente está a ganhar dinheiro com isso. Sinceramente, nunca percebi muito bem como é que Manel de Trancoso, o Zeca de Vinhais ou a Maria de Vila Franca de Xira virão a beneficiar com este "mexer" da economia. Mas são contas dos entendidos. Por mim, fico à espera de colher os dividendos de tão mediático acontecimento, porque, parecendo que não, há literalmente milhões que ainda se interessam por este tipo de eventos.

Por mim, não ía daqui a Lourosa para assistir a uma coisa destas, quanto mais a Lisboa, mas isso sou eu que não sou fã, porque se fosse teria que ir gastar o que não ganho e aguentar horas em filas por um bilhetinho para assistir ao vivo e a cores a uma das meias-finais para ouvir umas cantigazinhas de artistas anónimos provenientes da Europa de Leste e da Europa israelita e australiana. Restará a possibilidade de ver pela RTP, a entidade organizadora, mas nem por ali espero perder grande tempo. Como na bola, será melhor esperar pelos resumos finais depois do jogo.

Mas, fora brincadeira, é mesmo uma coisa séria e importante, dizem os especialistas, uma espécie de Liga dos Campeões de Futebol, por isso muito melhor que a Liga NOS do nosso humilde Festival RTP da Canção