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9 de setembro de 2019

Troca de santidade


Sabemos que estas coisas acontecem e só não se engana ou não comete erros quem nada faz. E daí e por aí há muita santa gente a não se enganar nem a errar. Todavia, quando crasso, não ficará mal detectar o erro e dar o alerta para que pelo menos possa ser corrigido, se for caso disso.

Isto a propósito de numa consulta casual na página da Cáritas Diocesana do Porto, em que na referência à Paróquia de Cristo-Rei da Vergada a ficha esteja ilustrada com a Igreja Matriz de S. Tiago de Lobão. Ora o S. Tiago, certamente que não pretende nem quer tomar conta do que não é seu, tanto mais uma paróquia com a superior dedicação e invocação ao seu mestre Cristo-Rei. A Cristo o que é de Cristo e a S. Tiago o que é de S. Tiago.

Obviamente, que não sendo eu nem lobonense nem vergadense, este lapso é algo que não me põe em cuidados, mas quem sabe, se alguém de Lobão ou da Vergada procure alertar e reclamar da fífia e pôr o seu em seu dono.

Na foto abaixo, a igreja de Cristo-Rei da Vergada.

2 de setembro de 2019

Singularidades da bola


O futebol, já se sabia, é prodigioso em coisas mirabolantes. Apesar da sua secularidade, é ainda um poço de surpresas e quando pensamos que já vimos tudo, eis que se nos escancaram novas surpresas; Algumas de fazer sorrir, outras de arregalar os olhos pelo ineditismo.

Para justificar a introdução, basta analisar as particularidades ou mesmo singularidade dos jogos desta última jornada do nosso campeonato em que estiveram envolvidas as equipas dos chamados "três grandes".

- No Sporting- Rio Ave (2-3), o defesa-central Coates foi um autêntico rio de asneiras de que resultaram outros tantos penalties e a sua expulsão, promovendo a vitória inédita (pelos penalties) dos de Vila do Conde, para mais num jogo em que esperavam os sportinguistas a consolidação do lugar de líder na tabela classificativa na frente dos rivais. Como dizem alguns adeptos leoninos, mais valia que o uruguaio fosse expulso logo na falta do primeiro penaltie;

- No F.C. Porto - V.Guimarães (3-0), a equipa da casa viu-se em vantagem numérica logo nos primeiros segundos do jogo. Não terá sido inédito (dizem que o record refere-se a uma expulsão aos 3 segundos num jogo nas divisões inferiores em Inglaterra, e mesmo aos 2 segundos em Itália, por insulto ao árbitro), mas estará seguramente entre os mais rápidos, pelo menos em Portugal e com referência ao tempo da partida. Certo é que com a vantagem de apenas um golo conseguida depois da superioridade de unidades, os "dragões" viram a vida facilitada e subiram a parada para 3-0 já depois dos vitorianos estarem a jogar com apenas 9 jogadores. Dizem que, apesar disso, não foi fácil. Pois não. Talvez se fosse contra 8...

- Finalmente, no S.C. Braga - S.L. Benfica (0-4), apesar de incontestável o resultado (fácil num jogo teoricamente difícil), não deixa de ser significativo que os dois últimos golos dos encarnados tenham sido auto-golos dos bracarenses. Não havia necessidade nem fizeram falta mas ajudaram a expressar a goleada.

- E porque os "pequenos" também são grandes, merece nota o Tondela - Santa Clara (0-0) com os serranos a falharem dois penalties, desperdiçando assim a vitória e 2 pontos. O culpado, logo se vê, é o treinador.

- Como se vê, houve de tudo e faria mais sentido se em vez de um período de final de férias estivéssemos em plena época de Carnaval ou mesmo no dia das mentiras. Mas o futebol é isto e para além das "tragédias" não faltam as "comédias", o que só confirma a sua teatralidade.

25 de agosto de 2019

À sombra...



Sabemos que há quem goste de viver à sombra dos outros, ou mesmo quem vá vivendo bem à custa do suor alheio. Os exemplos são mais que muitos e não é preciso ir à China para os encontrar, por mais disfarçados que por aí andem, mesmo que sem qualquer aparente assomo de vergonha ou decoro.

Mas há igualmente quem precise da sombra apenas como uma bem natural, para sobreviver às agruras de um sol tórrido, como por estes dias em plena serra da Gralheira. Ali, na sombra norte de uma capelinha tão solitária quanto desolada, um grupo de cabras e ovelhas parece que reza encostado a uma qualquer parede sagrada, mas na realidade, apenas a proteger-se da inclemência do nosso astro-rei.

Por esses lados, a natureza maravilha-nos com a abrangência da paisagem e do horizonte, mas não é de meias medidas e ora fustiga com calor, ora castiga com vento, frio e neve. Sem a sorte de um cãozinho ou gato de estimação, é este o destino de alguns animais, por mais adaptados que estejam a esses lugares.

Porventura a vida será boa para alguns cabrões, mas não para estas e outras cabras. Valha-lhes S. Cristóvão e a sombrinha da sua capelinha!

22 de junho de 2019

Fábulas contadas

Ao grande filósofo espanhol José Ortega y Gasset está atribuído o pensamento de que "o homem é ele próprio e as suas circunstâncias". 
Não podia estar mais de acordo. Ora nesta linha de reflexão, é de torcer o nariz áqueles que alvitram preferir os desafios difíceis aos fáceis. Porventura, ao contrário, será de valorizar mais quem prefere os desafios fáceis, não porque sejam, efectivamente, fáceis, mas porque se por eles enfrentados, pelas suas capacidades, tornam-se desde logo e à partida fáceis. Como analogia, transpor um muro de um metro de altura pode ser tarefa difícil para um humilde e digno burro,  mas não o será seguramente para um fogoso cavalo. No entanto, pensará o burro que por alvitrar para a burricada que gosta de coisas difíceis o muro vai encolher ou a ele lhe vão crescer asas ou aumentar as pernas. Bem que dali pode "tirar o burrinho da chuva". 
Assim, pode até perceber-se a sobranceria dos que proclamam que gostam das missões difíceis, mas no fim de contas e no fim da jornada, alguns deles não fazem mais que contornar o muro que continua ali, solidamente teimoso, intransponível e demasiado alto para quem não sabe saltar, trepar ou voar.
Em todo o caso, para não complicar a filosofia que pode estar subjacente ao pensamento do filósofo espanhol, por cá o povo resume isso a um simples ditado ou provérbio: "quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?".
Cada  um é, pois, para o que nasce e para as circunstâncias que o fazem ou moldam como diferente e capacitado, ou não, a enfrentar ou a contornar os desafios de acordo com a sua natureza e grau de dificuldade.

17 de junho de 2019

Limpar o vidro protector da câmara do telemóvel


É sabido, está-nos no sangue, quando compramos algum equipamento novo, seja em grande, como um carro, ou pequeno, como um telemóvel ou relógio, nos primeiros tempos tudo é amor e cuidados para que o brinquedo não se estrague, não se arranhe nem fique empoeirado. Há até quem contrate um seguro.  Um pouco como com as nossas  mulheres. Mas, depois, com o passar do tempo, vem a rotina e o desleixo habitual e no que toca ao telemóvel, porque o usamos já como parte de nós próprios, arranhões e vidros partidos é o que mais há. Para agravar, e porque as reparações ou substituição de peças são em regra dispendiosas e manhosas, a ideia comum é que mais vale comprar outro novo e há até quem goste do pretexto, pelo que os divórcios com os telemóveis já são quase tantos como com os casais.

Pois bem, uma das coisas que com o passar do tempo perde qualidade se não houver o tal cuidado, amor e carinho iniciais, é o vidro protector da lente da câmara fotográfica, habitualmente na parte traseira do brinquedo. Aos poucos ficam arranhados, baços e por conseguinte com perda da qualidade da fotografia e não há óculos que lhes valha.

Como na Internet há solução para tudo, podem encontrar-se vídeos que explicam alguns truques mais ou menos caseiros para solucionar a coisa sem mandar substituir. Um deles utiliza a vulgar e antiga  palha-d´aço embebida em sabonete líquido para esfregar e polir o vidrinho. A avaliar pela maioria dos comentários, parece que a coisa resulta. Há quem diga que experimentou por "putaria" e que resultou mesmo; há quem afirme que experimentou na filosofia do "Tiririca", "porque pior não fica", mas há quem diga, aparentemente enfurecido, "foda-se, ficou pior!".

Como de são e de louco todos temos um pouco, no caso do meu Asus Zenfone 3 Max (como o da imagem acima) o tal vidrinho protector já tinha a sua miopia de tão gasto e arranhado. Um pouco na ideia do "Tiririca" experimentei, mas em vez da palha-d´aço utilizei massa de polir, grão fino, daquela usada pelos chapeiros nos automóveis. Embebi um pano macio num pouco de massa e suavemente e em movimentos circulares poli durante alguns minutos. Depois limpei com um pano embebido em álcool e em duas sessões o vidro ficou...isso mesmo, polido, brilhante e transparente e as fotos voltaram a ter qualidade.
Não é coisa que se recomende em público, mas no meu caso resultou.
Afinal, a experimentação muitas vezes é a base das grandes criações. Embora não confirmada, é atribuída ao grande inventor Thomas Edison, a frase "Deixem-me experimentar".

28 de maio de 2019

A carvão

Seria de esperar que no próprio dia, ou seguinte, e logo que descortinados os resultados das eleições de Domingo, estes, em nota informativa  fossem publicados e divulgados pelas Juntas de Freguesia, nas suas páginas oficiais ou mesmo nas do Facebook. No fundo seria um serviço de informação e divulgação, certamente do interesse de muitos. Cá pela nossa União de Freguesias, como em quase todas, nada vi.

Infelizmente, pelo que vou constatando, este é um mal geral e muito desaproveitado pela maioria das plataformas relacionadas ao poder local de base, ou seja, das Juntas de Freguesia, muitas vezes com gente impreparada nestas coisas da comunicação digital, ou mesmo desinteressada. Juntas há que não têm qualquer plataforma de comunicação digital.

Pessoalmente, a mim, faz-me alguma confusão que numa era de boas ferramentas e plataformas de comunicação e redes sociais, disponíveis e ao alcance de um clique da maioria da população, as mesmas não sejam devidamente usadas para dar respostas e  informações à comunidade em tempo útil. Uma página oficial desactualizada nalguns aspectos e com a última publicação datada de Agosto de 2018 não me parece sinal de eficiência e objectividade no que diz respeito à proximidade e transparência. Mas ainda há quem prefira assim, dar destaque e ênfase a cartazes de uma qualquer festa, do que tornar disponível online uma acta de Assembleia de Freguesia ou de reunião de Junta, ou mesmo um contrato de adjudicação de obras ou serviços, ou algo mais substancial, mesmo que susceptível a escrutínio e eventualmente a críticas, mesmo que nem sempre justas. Neste aspecto, as Juntas de Freguesia têm a aprender com as Câmaras Municipais, normalmente mais comprometidas com os valores da transparência e na disponibilidade de consulta e divulgação de documentos deliberativos e outros.

Em suma, de um modo geral e pelas diferentes juntas de freguesia ainda há quem ache preferível que certas coisas continuem a trabalhar a carvão porque ainda vigora a apologia de que mais vale omitir do que revelar e que a população e os contribuintes não precisam de saber tudo. Ora enquanto esta mentalidade não mudar, nem que seja por decreto, a coisa não vai lá.

29 de março de 2019

Falta de memória


Recordo-me, como se hoje fosse, da nota de 20 escudos, a verdinha do S.to António, que havia recebido de prenda de um familiar, que negligentemente perdi lá pelos idos dos anos 70, algures numa brincadeira de índios e cow-boys. Na altura uma pequena fortuna.

Por estes dias, porém, na Comissão Parlamentar à Caixa Geral de Depósitos, nem Carlos Costa, ex-administrador do referido Banco e actual governador do Banco de Portugal, nem Vitor Constâncio, o seu antecessor, se lembram, têm memória ou recordam-se de situações, de sinais e créditos ruinosos desbaratados no valor de largos milhões de euros, passando literalmente ao lado das suas funções e responsabilidades. 
Por aqui, creio que cargos desses, de Carlos Costas e Vitores Constâncios, mais valia serem ocupados por elefantes, pois estes, mesmo que andem de trombas, têm pelo menos o crédito de terem boa memória. E ficariam muito mais baratos pois em vez de largos milhares mensais contentar-se-iam com uns amendoins e uns repolhos. Quanto à competência para o cargo, não faria muita diferença, conhecida que é a inteligência dos quadrúpedes.

São, pois, estas algumas das figuras com responsabilidades nesse buraco sem fundo da banca portuguesa da última década, que inocente e despudoradamente apregoam a sua memória curta como se a importância disso se resuma à perda de uma notita de vinte escudos, coma  diferença de que, pela minha parte, nunca mais perdi a memória disso. E já lá vão quase cinquenta anos. 

26 de março de 2019

Estamos no bom caminho

A selecção portuguesa de futebol, porque nacional deixou de o ser já há algum tempo,  arrancou a fase de apuramento para o Europeu de 2020 com dois empates caseiros, precisamente contra os principais concorrentes no grupo, Ucrânia e Sérvia. Estamos, pois, no bom caminho para o apuramento e menos do que isso não se espera à ainda campeã em título. 
Sem ironia, porque faz sentido que se conquistamos o Europeu de 2016 com exibições medíocres e pouco futebol, alguma ou mesmo muita sorte e um grande coelho final de uma cartola improvável, com estes dois empates Portugal mantém-se fiel a esse futebol super canalizado para Ronaldo. Após a sua saída no jogo de ontem por lesão, a selecção até jogou um pouco melhor, mas ainda assim insuficiente para dar a volta.
Fernando Santos, o treinador, diz que vamos ganhar à Ucrânia e à Servia e com isso conquistar o primeiro lugar no grupo, mas parece-nos que é apenas mais uma das suas católicas fezadas. Oxalá que sim, que tenha razão, mas para que isso aconteça os nossos rapazes e os brasileiros vão ter que jogar um pouco mais.
Todavia, pelo menos por mim, antes Portugal ficar pelo caminho que uma dor de dentes. É apenas futebol.

12 de março de 2019

Veteranos do Carrasqueira, 2 - Belenenses SAD, 2

Sabemos que o futebol é pródigo em surpresas e em anedotas. O Youtube está repleto desses momentos. Todavia, quando num jogo de extrema importância, com a casa cheia, contra um adversário de valia que já foi do Belenenses, um clube chega à vantagem de dois golos, já na segunda parte, e depois em escassos minutos comete duas gordas fífias, duas infantilidades, que já seriam anedóticas num jogo de iniciados ou de veteranos barrigudos, a ponto de se deixar empatar e com isso perder a possibilidade de continuar isolado no primeiro posto da classificação, não tem desculpas. Mais do que isso, não merece que o mais humilde adepto, mesmo que recostado sem custos no seu sofá, perca tempo e fique desconfortável com esse balde de água fria que até os rivais surpreendeu. 
Pode-se perdoar um ressalto que se desvia, um corte involuntário, etc, etc, mas asneiras como as que fizeram o guarde-redes e o defesa central do Benfica não têm justificação a este nível e um clube que assim desperdiça uma vitória numa altura crucial da competição só pode merecer não ganhar merda nenhuma. Há mínimos, até porque acreditava eu que tínhamos esquecido a derrota em Portimão por 2-0 sem que o adversário tenha marcado qualquer golo.
O Youtube não precisava de mais estas pérolas. Vão-se foder!

10 de março de 2019

Histórias do feijoeiro de sete anos

Estamos já em plena Quaresma, um tempo que a Igreja Católica vive como preparação para a Páscoa. Depois das carnavaladas da última Terça-Feira, este período quaresmal teve início com a Quarta-Feira de Cinzas.

Apesar desta realidade e do Carnaval estar íntima e tradicionalmente ligado à religião, certo é que com o interesse comercial e mediático das folias, no Domingo de hoje são vários os corsos carnavalescos que saem à rua já que devido ao mau tempo foram adiados do dia próprio, nomeadamente o de Ovar e mesmo na aldeia nossa vizinha de Caldas de S. Jorge.

São, pois, diferentes estes tempos em que a vivência da religião já não é coisa que preocupe consciências e o que vale e manda são os ritmos do entretenimento, sejam eles adequados ou não à ocasião ou certas agendas.
Hoje o que manda é o parecer e não o ser. Em todo o caso, e como a merda seria a mesma, porque não adiar a festividade do Carnaval para um dia de Verão onde em teoria o tempo seria mais adequado às folias? Afinal, o que conta é que se faça e não a data. De resto até teria lógica face à lógica da conveniência.

Quanto ao feijoeiro de sete anos, acabamos por não ter tempo para falar sobre ele. Fica para outra altura, que hoje volta a ser Carnaval.

6 de março de 2019

Fradinho das Caldas

Tendo recentemente actualizado o cabeçalho deste espaço, em que à esquerda aparece um simpático "Fradinho das Caldas" com o seu pirilau levantado, substituindo o anterior e ternurento passarinho colorido entre um ramalhete de rosas, perguntaram-me o simbolismo da coisa. Ora a resposta é precisamente essa, um mero simbolismo de um brinquedo ou figura típica portuguesa e de modo especial das Caldas da Rainha onde a cerâmica ou faiança tem tradições, nomeadamente a ligada ao artista Raphael Bordallo Pinheiro que em 1884 ali se instalou com a Fábrica de Faianças nas Caldas, "...revelando peças de enorme labor técnico, qualidade artística e criativa, desenvolvendo: azulejos, painéis, potes, centros de mesa, jarros bustos, fontes lavatórios, bilhas, pratos, perfumadores, jarrões e animais agigantados, etc. ". 

Quanto ao fradinho, não consegui apurar a sua origem e se ligada ou não a Bordalo Pinheiro, sendo que é um artefacto bem conhecido e popularizado como "Fradinho das Caldas" ou "Frade Malandro", mas sempre relacionados às Caldas e aos seus famosos "caralhos". Estes, os "caralhos", terão surgido no final do século XIX. "...Os primeiros modelos terão sido criados por uma tal de Maria dos Cacos, (barrista e feirante), e posteriormente por Manuel Mafra. Só depois, o humor de Maria dos Cacos e o naturalismo de Manuel Mafra foram recriados por Rafael Bordalo Pinheiro."

Perante a ousadia do frade, pouco condizente com a sua condição de homem religioso, não há quem não esboçe pelo menos um sorriso com a malandrice da coisa e com o seu hirto instrumento que surge inesperado, ou não, debaixo do seu modesto hábito.

Aqui o simbolismo é também e sobretudo de crítica à falta de irreverência (positiva e interventiva) que tem sido notória nesta freguesia. Não será de agora, mas mais de agora em que a gestão da freguesia anda por mãos alheias.
 Não faltam por aqui artistas ou mestres do palpite fácil, da crítica escondida, da sabedoria de quem tudo faz mas nada fez ou tentou fazer, e quase sempre em círculos fechados, entre comparsas. Já o assumir da coisa em espaços públicos, seja pela escrita assinada, seja pela faladura e principalmente pela acção, aí é que a coisa se acobarda. Por conseguinte, para esses o pirilau do simpático mas malandreco fradinho tem o simbolismo adequado que cada um pode interpretar a seu gosto. E há quem se ponha a jeito.

28 de fevereiro de 2019

Mortos vivos

Diz-nos a imprensa de hoje que no resultado de uma auditoria se detectou que a Segurança Social, em cerca de 200 casos, pagou pensões após a morte dos beneficiários. Alguns pagamentos indevidos duraram mais de 10 anos. O Tribunal de Contas aponta para 4 milhões pagos indevidamente, dos quais terá recuperado pouco mais de 600 mil euros.

O que dizer desta incompetência, que soa a ridículo, num tempo em que existem ferramentas avançadas e cruzamento de dados? Todavia, é esta a mesma máquina fiscal que nos cobra impiedosamente altos juros de mora e coimas elevadíssimas para atrasos de pagamentos de deveres fiscais, mesmo que apenas por umas horas.
É caso para se dizer, com o devido distanciamento e a bater na madeira, que o que compensa é estar morto. Lamentável.

Em todo o caso, quem recebe indevidamente devia devolver e alertar, desde logo porque deveria desconfiar de grandes esmolas, tanto mais do Estado. Mas numa cultura de desconfiança mútua, em que ninguém confia no Estado e nas pessoas que o personalizam e governam, pelo sim e pelo não, aceita-se e fica-se com o dinheirinho mesmo que indevido, que mais não seja para rezar missas por quem já partiu.

25 de fevereiro de 2019

Esta mania da preocupação

As coisas foram como foram, aquém do que se esperava, reconheço pela minha parte, mas mesmo que muito limitadamente e sem poder algum , enquanto elemento do anterior executivo da Junta procurei estar atento e transmitir as diferentes situações relacionadas a Guisande. Podem não ter sido atendidas mas não deixaram de ser sinalizadas e pedidas. Uma delas, mesmo que de somenos importância, foi a de estar atento e reportar as avarias na iluminação pública. Foram largas dezenas de situações por mim comunicadas e quase todas resolvidas. Para além de dar atenção e seguimento a quem indicava cada situação, eu próprio percorria as ruas da freguesia com frequência semanal de modo a tomar nota das várias avarias. Isso era importante numa altura em que vigorava o programa de economia que desligou muitas iluminárias no concelho e sobretudo em Guisande, e que por isso uma iluminária desligada significava três postes seguidos sem luz  e a escuridão notória de muitas ruas. Esse programa terminou pelo que na teoria e na prática todos os postes com iluminárias têm que estar a funcionar, isto é, a iluminar.

Mas agora, já estando de fora de responsabilidades públicas, vejo que há muitas situações de iluminárias desligadas ou variadas, durante semanas e meses sem que aparentemente alguém se preocupe com a situação. É certo que essa não é uma responsabilidade directa de uma Junta, mas numa perspectiva de estar ao serviço, esta tem responsabilidades de chamar à atenção e comunicar à entidade da EDP responsável pela rede.

Seja como for, e quem te manda a ti sapateiro tocar o rabecão da preocupação, tendo recomeçado umas caminhadas nocturnas, verifico que em apenas duas ou três ruas são mais que muitas as avarias. Duas delas na Rua da Fonte (parcialmente às escuras) e uma na Rua das Quintães. Com esta mania da preocupação, que ninguém agradece ou reconhece, já as reportei, esperando que entretanto se dignem efectuar a reparação.

Para além do mais, para dificultar a coisa, os meios e os contactos disponíveis para o comum cidadão reportar a avaria, cada vez são mais mecanizados e menos ou nada pessoais. Terminaram os canais telefónicos e mesmo os canais por email. Cada vez mais as entidades fogem das reclamações e do atendimento personalizado como o diabo da cruz. Os cidadãos e clientes são apenas números a quem interessa cobrar. Somos regra geral atendidos por máquinas e encaminhados por opções que quase nunca dão resposta aos nossos problemas concretos. É o que é.

Quanto a esta gente da EDP, ou a mando dela, fazem o que podem e o que lhes mandam, mas, vá lá saber-se porquê, quase sempre fazem pouco, devagar e demoradamente. Mas como sabemos que o dar à luz leva-nos 9 meses, vamos esperar que para o caso leve um pouco menos. 

18 de fevereiro de 2019

Crónicas do cavalheiro de calças clássicas - Límpidos e azuis

"As leis são como as mulheres, existem para ser violadas". Creio que foi um espanhol, um tal de advogado José Manuel Castelao Bragaño, durante uma reunião do Conselho Geral da Cidadania no Exterior, órgão consultivo pertencente ao Ministério do Emprego espanhol, presidido por este ex deputado do PP no Parlamento da Galiza, a proferir esta emblemática e irreflectida frase no contexto de ultrapassar um problema de quórum da tal reunião. 

Mas para o caso, não é caso este espanhol, mas o sentido do que disse. Embora na altura fosse polémica e obrigasse o autor à demissão, aparte o politicamente correcto, todos perceberam o alcance da sentença. É certo que lhe bastaria dizer que as leis existem para serem desrespeitadas ou violadas, sem meter as mulheres na molhada, para o caso ter as mesmas consequências, mas as coisas são como são. Foi dito, foi dito. E de resto, assim é. As leis por si só não são imperativas do seu cumprimento. Por isso não falta quem no dia-a-dia, nas mais diversas situações, procure escapar da malha da rede das leis e das acções das autoridades ou de quem tem o dever de as fiscalizar e fazer cumprir. 

Tudo isto para dizer que pela aldeia vizinha de Cagalhães, Vendas de Pigeirães, há dias, por um acaso de visita a uns carvalhais plantados nas imediações,  assistimos a uma descarga pura e dura de esgotos de uma pocilga escorrendo directamente para um dos mais belos rios da zona, o rio Uíça. A instalação,  dizem alguns vizinhos ecologistas, comete tripla ilegalidade porque não retém nem trata os esgotos, encaminha-os directamente para o rio e está edificada em solo de reserva agrícola, mesmo na borda de reserva ecológica.

Bem sabemos que as pocilgas são necessárias e pelo impacto que geram, desde logo os fortes odores, imperativo é que se localizem afastadas dos núcleos habitacionais, mas nos tempos que correm esperar-se-ía que não acumulassem tanta ilegalidade quanto fezes e estrume. Há mínimos.

Aparte disso, a tal pocilga, diz quem sabe, é uma espécie de infantário pois o que ali se cultiva é leitões para serem assados e servidos como tal, dourados e estaladiços por um afamado restaurante da zona.

Mas, feitas as contas, é porque tudo está dentro da legalidade. Afinal, de outras contas, gente que tem poder e manda é cliente mais ou menos habitual do famoso petisco com origens na Bairrada. É porque tudo está bem. Estamos todos descansados. A pocilga fica bem longe do restaurante e os esgotos quando passam a jusante já são límpidos e azuis como a demais água do Uíça e até alimentam bogas e trutas, se é que as há. Pelo menos ajudam a medrar amieiros, choupos e salgueiros. Afinal, há merdas que bem lavadas deixam de o ser. Ora, como poderia proferir o tal galego Bragaño, "os rios existem para serem poluídos e os peixinhos também cagam".

CCCC

29 de janeiro de 2019

Crónicas do cavalheiro de calças clássicas - O Anjos

Soube há dias, poucos, que o Anjos, o Jorge Anjos, será candidato à presidência do Figães Sport Clube, agremiação graúda nas redondezas, já com uma vetusta história e uma sala repleta de canecos e galhardetes conquistados entre o futebol, o voleibol, o bilhar e os matraquilhos. Mas não sem surpresa, pois Figães é terra de segunda vizinhança, a uma boa légua de distância de Cagalhães. Aqui ,o Anjos a bem dizer nunca por cá fez parte de nada, nem de grupo da paróquia, nem de Junta ou Assembleia de Freguesia. Apenas, na folha de serviço, época e meia como vogal do Conselho Fiscal do Cagalhães F.C.. Assim sendo, por que raio é agora candidato a presidente dum clube forasteiro e de uma terra alheia? Nem sequer de Lomba da Burra, onde nasceu? Já seria grande a admiração de que fosse sócio desse clube, com cotas em dia, quanto mais abalançar-se a uma candidatura à sua presidência.

Realmente, espalhada a notícia, cá em Cagalhães ficamos todos a fazer figura de anjinhos perante a novidade do Anjos. É certo que, já na pré-reforma de professor, que junta à da esposa, também ela docente reformada, tem tempo e dinheiro para "fazer qualquer coisa pela humanidade", como sentenciou o Zé do Portal na tasca da Micas, mas que é surpreendente, é.

Em todo o caso, o que mais há por aí são Anjos, que pouco ou nada fazem pela "humanidade" da terra onde nasceram ou moram, mas um dia, vá lá saber-se por que carga de água, abrem as asas e esvoaçam para outros poisos, para maiores desígnios, para ali fazerem parte da história da cidadania local. É certo que o Anjos, homem de igreja, sabe que Jesus foi expulso da sinagoga nazarena, tido como o simples filho do carpinteiro local e que por aí ninguém é profeta na sua terra, mas não precisava de tanto, armar-se como tal em terra alheia. Afinal de contas não faltam por Cagalhães cargos e funções onde possa demonstrar o seu voluntarismo. Junta, Assembleia, Comissões de Festas, Centro Social, Paróquia, etc, etc, um rosário de necessidades. Até o Pe. Agostinho está a precisar de um diácono para o ajudar na sua missão espiritual. Logo um anjo, vinha mesmo a calhar.

Mas ele há coisas, e o Anjos surpreendeu. Virá mesmo a ser presidente? Por mim acho que não! Deve ter sido aliciado por algum doutor importante, na expectativa de mais altos voos, porque, foda-se, o lugar de um Anjo, mesmo que só de apelido, deve ser num poiso mais alto, num poleiro ou pedestal aveludado de nuvens de algodão. Mas acho, eu e muita gente por cá, que não. Quando o peido espreitar ao cu, vai-se encolher e desistir, como desistiu da função de Juiz da Cruz. Regressará à placidez das tardes calmas e tranquilas na tasca do Petróleo, a desfiar os jornais do dia e a fazer caminhadas solitárias pelas ribeiras. Quanto ao Figães, só de longe a longe, e até duvido que tenha as cotas em dia, que abrir mão não é com ele.

Cagalhães não terá a urbanidade de Figães, há muito elevada a vila, mas é modesta, bonita, e maneirinha como um presépio napolitano, quase mesmo um céu, bem ao jeito de um anjinho. O Jorge é mesmo desses: na hora de meter pés ao caminho, encolhe-se, recolhe as asas e transforma-se em anjinho, o que nem se importa se tal significar distância de canseiras e responsabilidades.
Tudo no seu lugar. Como diria Mário Quintana, "Os anjos não dão os ombros, não; quando querem mostrar indiferença os anjos dão as asas.” 

 CCCC

16 de janeiro de 2019

- Acudam que é lobo!


De volta e meia lá surgem as atoardas sobre a política de privacidade da rede social Facebook e que muitos utilizadores partilham e replicam às cegas, tornando-se no que se diz viral.
Por estes dias a coisa voltou a atacar com uma mensagem do género "Não se esqueça que o prazo termina amanhã. Tudo o que você já postou torna-se público a partir de amanhã. Até as mensagens que foram apagadas ou as fotos não permitidas.".

Esta, como muitas outras, é uma treta que já tem alguns anos e que volta e meia, apesar de desmentida, retorna a circular com intensidade. O que espanta é a quantidade de utilizadores que alinham nesta cadeia e copiam e colam sem sequer procurar saber se há algum fundamento na coisa. Alarmante não é, contudo, a réplica desta treta mas a predisposição que demonstramos para replicar outras, porventura, mais graves e com propósitos oportunistas  por quem as lança. Para além de tudo, com tanta treta misturada e tantos falsos alarmes, às tantas adoptamos a atitude do povo da aldeia para com Pedro o pequeno guardador de rebanhos que à custa de tantos falsos alarmes de "-Acudam que é lobo!", por brincadeira, quando o pedido de socorro tinha fundamento ninguém lhe deu ouvidos por pensar que era mais uma  do mentiroso. 

Apesar das fraquezas do Facebook, há coisas que ainda podemos controlar, desde logo o regime ou grau de privacidade que queremos dar a cada publicação, fotos incluídas. Para além de tudo há uma ferramenta muito boa que é de ir apagando o que de certa forma se tornou desactualizado. 

É certo que é fácil fabricar falsidades tidas como verdades mas um bocadinho de auto-regulação e sentido crítico só fariam bem. Já agora, menos exposição dos nossos e das nossas coisas mais pessoais e íntimas também seriam uma ajuda.

14 de janeiro de 2019

Tempo a falar do tempo


Noutros tempos não se perdia tanto tempo a falar do tempo. Na RTP, no final do Telejornal lá vinham então o Costa Malheiro ou o Anthímio de Azevedo, formais de fato e gravata, de ponteiro apontado ao preto quadro de lousa, com gatafunhos por eles desenhados manualmente a giz, como nas escolas primárias, a explicar-nos os estados de alma do anti-ciclone dos Açores e as consequências do mesmo na ondulação, vento e temperatura. Era o Boletim Meteorológico, em dois ou três minutos, se tanto, a preto-e-branco, como no quadro.

Hoje em dia a coisa pia mais fino e ele é alertas de várias cores, porque faz frio, porque faz calor porque chove ou porque não chove. Falar do tempo e sobre o tempo faz parte do nosso dia-a-dia e já não basta deitarmos o nariz de fora da porta para, constatando o óbvio, vermos o tempo que está, ou comprar o Seringador nas feiras dos "quatro" ou dos "dezoito" para saber quando estará de feição e de boa lua semear os nabos  ou plantar batatas. Alguém tem que o dizer, comentar e fundamentar. Dá lugar a reportagens, entrevistas a populares anónimos e a cientistas e até mesmo no "teatro de operações" com uma qualquer repórter, de cabelos a esvoaçar, afanosamente a informar com ares de coisa nunca vista de que está a chover ou a nevar forte e feio. As coisas do tempo até têm nomes, como pessoas. Um aguaceiro pode chamar-se Custódio ou Isaías, uma ventania, Alice ou Josefina. Coisa que parece brincadeira mas para levar a sério.

Não andamos com o quadro de lousa do Malheiro ou do Anthímio, mas trazemos no telemóvel uma ou mais apps que nos dizem o tempo em cada momento e em cada lugar. Já não vivemos sem as previsões e não nos basta a do dia seguinte nem nos contentamos sequer com a de dois ou três. Pelo menos uma previsão para 15 ou mesmo 30 dias. É uma aflição e expectativa saber se no dia do casamento, do piquenique da família ou da festa da aldeia vai haver sol ou chuva. Nas redes sociais somos todos meteorologistas e replicamos as previsões, partilhando-as numa vontade samaritana de avisarmos os vizinhos do perigo, não vá eles, distraídos, estarem desprevenidos para uma chuva ou uma ventania. E logo nos nossos dias em que ninguém anda de guarda-chuva pendurado na gola do casaco.

Sinais dos tempos, estes em que o exagerado 80 deixou o humilde 8 envergonhado, lá trás.

6 de janeiro de 2019

Reservado


Por estes dias que foram de festas, de cuja quadra termina hoje, Dia de Reis, mesmo não indo a todas (bem ao contrário do José Malhoa), fui a algumas coisas chamadas eventos ou espectáculos que um pouco por todo o lado têm sido oferecidos (de borla) ao povo. Concertos, espectáculos e outros que tais, quase todos bons. Mas para além do que era suposto ver, viu-se mais coisas, uma delas a de que invariavelmente se continua a reservar lugares da frente, para supostas pessoas importantes, representantes de alguma coisa no sítio, na aldeia, eventualmente, nem sempre, doutores e engenheiros. Por isso, porque o respeitinho deve ser respeitoso, os importantes na frente, os menos importantes dali para trás.

Apesar desta deferência, que faz parte dos protocolos da nossa sociedade, dita inclusiva, invariavelmente verifica-se que uma vez iniciado o evento alguns desses lugares reservados para gente que seria importante, ficam parcialmente, se não todos, vazios, vagos ou até mesmo ocupados quando o espectáculo, avançado, já mereceu palmas.

Assim, apesar da simpatia das organizações e dos prévios convites,  há sempre quem não apareça (problemas de agenda), ou se aparecem marcam o ponto e esgueiram-se porque há mais pontos a marcar, ou então, porque, sem o dom da ubiquidade, fazem-se representar por gente secundária e terciária nas hierarquias ou mesmo por moços de recados e outros assistentes operacionais que vestem na perfeição o "em nome de".

Em resumo, e nada disto é crítica nem chapéu que caiba em qualquer cabeça, é apenas uma simples constatação de que apesar da preocupação, simpatia e deferência de quem organiza, seja para um concerto, uma noite de fados ou um festival de sopas de nabos, nem sempre existe uma correspondência à altura por parte de quem acaba por deixar os lugares vazios, seja num auditório, seja à mesa. Feitas as contas, em muitos casos (obviamente que não em todos), aqueles que deveriam merecer as palmas e a atenção, são os relegados para as filas secundarias. Mas quanto a isto não há nada a fazer até porque sempre se diz que a cada um é preciso saber "ocupar o seu lugar". Ora há por aí muitos lugares ocupados por quem os não sabe ocupar, literalmente. Porém, felizmente, também o contrário, e a estes seria mesmo bom que tivessem o tal dom da ubiquidade, que mais não fosse para retribuirem na primeira pessoa a deferência do convite e da reserva nos lugares de primazia.

26 de dezembro de 2018

Ressacas e cuecas


Dia 26 de Dezembro. Depois de uma mensagem de Natal do nosso primeiro ministro que por momentos me fez pensar que em termos de país estava, se não lá ainda, pelo menos nos arredores do céu, o Jornal da Tarde da RTP abre hoje, numa assentada, com o relato de quatro greves; dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras, dos funcionários da Autoridade Tributária, dos serviços de Notariado e da CP. Creio que não me enganei, ou haverá mais? Mas dizem que vem aí mais do mesmo.
Nada mal para um dia tradicionalmente de ressaca. Podia ser pior, pois podia, mas há prendas que são assim, que, como as cuecas usadas, não há loja que as aceite trocar. É certo que a coisa pode nem cheirar muito bem mas uma boa mensagem de Natal em muitos casos tem a eficácia do melhor detergente. Não só ficamos de cuecas aparentemente limpas como também com a alma. 
Como cantarolava a saudosa Beatriz Costa, ..ai rio não te queixes, ai que o sabão não mata, ai até lava os peixes, ai põem-nos como prata.

21 de dezembro de 2018

Coletes

Das primeiras indicações do início da manhã, parece que não é desta que Portugal vai parar. Nalgumas cidades são mais os polícias do que os chamados coletes amarelos. Certamente que na festa do colete encarnado em Vila Franca de Xira junta-se maior multidão. Somos bons em coisas originais mas no que toca a copiar...
Em todo o caso algumas conclusões: Os sindicatos cá do sítio não gostam destas manifestações. E não gostam porque, a exemplo daquele funcionário público que só era assíduo para que o chefe não percebesse que era perfeitamente dispensável, também os sindicatos temem que destas iniciativas se perceba que é possível juntar multidões com bandeiras e slogans mas sem a máquina e sem a liderança dos dinossauros das centrais.