Mostrar mensagens com a etiqueta Junta de Freguesia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Junta de Freguesia. Mostrar todas as mensagens

18 de dezembro de 2017

Limpeza de ruas


A Junta da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande começou hoje a limpeza da Rua Cónego Ferreira Pinto, de norte para sul. 
Esta é uma das principais rua da freguesia e havia sido limpa pela última vez no princípio de Agosto de 2016, por isso há quase um ano e meio. 
Num novo mandato já sem impedimentos anormais de ordem financeira e com uma herança positiva do anterior mandato superior a 100 mil euros, importa que a limpeza das ruas, sobretudo das principais e junto às habitações, seja feita de forma mais regular e nunca ao ponto de atingir a situação actual, acima fotografada.

17 de outubro de 2017

Terminado



Ontem, segunda-feira, 16 de Outubro, terminou para mim a responsabilidade de atendimento semanal prestada no polo de Guisande da Junta da União de Freguesias. A partir da próxima semana esse serviço será já da responsabilidade dos eleitos no último e recente acto eleitoral, cuja tomada de posse está agendada para esta sexta-feira, 20 de Outubro pelas 21:00 horas na sede em Lobão. Por conseguinte, a partir desse acto de posse, termina o meu mandato e com ele as responsabilidades ou funções inerentes.

Durante o mandato de três anos, em Guisande o atendimento decorreu todas as semanas, às segundas-feiras entre as 18:30 e 19:30 horas, sendo que com frequência entre as 18:15 e 20:00 horas e mesmo em diferentes dias e horas quando alguém tinha uma situação mais urgente ou inadiável. A todos atendi, mesmo interrompendo afazeres pessoais ou refeições. Em três anos foram por isso mais de 150 horas dispensadas gratuitamente a este serviço que fiz com sentido de voluntariado a favor da população. Atendi pessoas, ouvi pedidos, queixas e reparos, que sempre considerei e transmiti ao presidente. Declarações, atestados, provas de vida, registo e licenças de canídeos, situações referentes ao cemitério, como compra e transferência de sepulturas, reporte de avarias na iluminação pública, entre outras, foram as principais necessidades atendidas ao longo destes últimos três anos. 

Esta é uma observação e informação apenas a título de curiosidade e em jeito de balanço, já que obviamente é um serviço cujo reconhecimento passa ao lado da população por o achar de obrigação (em certa medida verdade) ou muito bem pago (totalmente mentira). 

Em todo o caso, e porque na campanha eleitoral recente alguns partidos concorrentes esgrimiram em forma de promessa a necessidade do alargamento deste atendimento de proximidade, creio que, pelo que pude constatar ao longo do mandato, esta ainda não é justificável já que basta ter em conta que em muitas das horas de atendimento semanal, não apareceu ninguém e porventura a média no mandato terá sido de duas ou eventualmente três pessoas. Por outro lado, tendo em conta que a maior parte dos assuntos tratáveis está centralizada num sistema informático acessível de qualquer polo, ou na sede todos os dias na parte da manhã, não há, pois, uma necessidade extrema para que cada assunto seja tratado exclusivamente na própria freguesia. 
Mas sim, doravante continua a ser importante que se mantenha o atendimento semanal em cada uma das freguesias até por uma questão de respeito à identidade e proximidade, bem como pelo conhecimento mais directo e profundo de cada uma das pessoas, certamente desconhecidas nas demais freguesias se ali se dirigissem, obrigadas por isso a mais perguntas e respostas. Todavia, quanto ao eventual alargamento do atendimento, mesmo não sendo de extrema necessidade, desde que haja vontade e disponibilidade de pessoal, não pecará por excesso.

Apesar das muitas dificuldades e incapacidades em dar respostas e soluções às necessidades das pessoas e da freguesia, desde logo pela irrelevância do meu cargo (vogal) e da inerente falta de poder e competências, está assim terminado um ciclo de cidadania e voluntariado. Mesmo que em juízo próprio, apesar de pessoal e objectivamente desiludido com o rumo do mandato, estou consciente de ao longo do mesmo ter feito o melhor que podia e sabia, porventura imensuravelmente mais do que era suposto fazer-se a troco de 42,00 euros mensais (*) que recebia da Junta, de resto esta verba apenas para pagamento da participação nas reuniões de Junta.
A questão do dinheiro e do vencimento sempre me foi irrelevante, mas refiro-a apenas para informação aos desinformados e porque é um pouco aborrecido quando a este respeito ficamos injustamente com a fama mas sem o proveito.

(*) A este valor mensal somava o valor da senha de presença (21,37 euros) pela participação na Assembleia de Freguesia - quatro sessões ordinárias por ano)

12 de outubro de 2017

Um novo ciclo ou a sua continuação?

Conforme divulgação do edital abaixo, sabemos que terá lugar no próximo dia 20 de Outubro, pelas 21:00 horas, na sede da Junta da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, em Lobão, a instalação/tomada de posse dos dois órgãos de poder local, a Junta, órgão executivo, e a Assembleia de Freguesia, órgão deliberativo.
De acordo com os resultados decorrentes das eleições do passado dia 1 de Outubro, a Junta da União de Freguesias ficará composta por cinco elementos do PSD - Partido Social Democrata e a Assembleia de Freguesia por sete elementos da mesma força partidária e por seis elementos do PS - Partido Socialista. 

Por conseguinte, comparativamente ao mandato que agora termina, o PS ganhou mais um elemento na Assembleia, passando por isso de cinco para seis e por sua vez o CDS deixa de ter representação, o que se lamenta porque enfraquece a Assembleia, já que Fernando Almeida, o anterior eleito pelo partido centrista sempre teve uma postura de conhecimento e intervenção atenta e responsável e era uma mais valia no debate. É, pois, a vontade do povo a funcionar, mas da qual seguramente resulta um empobrecimento da pluralidade. O CDS tem, pois, que analisar e penalizar-se pelas opções tomadas para estas eleições. 

Em suma, apesar de uma vitória sofrida, com cartões amarelos em Lobão e Louredo e um cartão vermelho em Guisande, valeu ao PSD a vitória de um homem sobre o partido, Manuel Oliveira Leite em Gião, o vencedor da noite, que assim renovou de forma surpreendente a maioria absoluta e prepara-se agora para governar um mandato completo e com as contas em dia e a casa quase arrumada. Será por isso um mandato sem desculpas e para compensar o que ficou por fazer.

Quanto ao PS, há alguma dúvida se alguns dos membros agora eleitos irão ou não assumir os respectivos lugares na Assembleia de Freguesia, o que de resto já aconteceu no mandato que agora está a terminar, nomeadamente com a desistência, logo no início, daquela que era a representante de Louredo, um autêntico erro de casting do PS. A sua substituição foi também desastrosa para a imagem do partido e mesmo as sucessivas faltas de alguns elementos, sobretudo na segunda metade do mandato, não ajudaram em nada a uma credibilização que era importante para a futura luta eleitoral (agora terminada).

No meio destas vicissitudes da oposição,  uma palavra de apreço para David Neves que no meu entendimento, sempre cumpriu de forma elevada as suas responsabilidades como líder da oposição, com intervenções assertivas, num contexto difícil porque contra uma maioria que, como todas as maiorias, pouco sensíveis ao aprofundamento, debate e acolhimento de propostas ou críticas da oposição. Este é um mal de que padecem todas as maiorias do nosso sistema democrático uma vez que, regra geral, vão-se alternando os partidos e as figuras mas mantêm-se os vícios e os defeitos inerentes. Não tenho dívidas em reconhecer que David Neves, caso o povo o escolhesse, seria um presidente de proximidade e interessado pelas diferentes freguesias e pelo respeito das suas características específicas. Mas em democracia e em eleições governa quem a maioria do povo escolher e por isso há que dar crédito e confiar em quem foi escolhido.

Seja como for, adivinha-se um mandato de oposição muito difícil para o PS pois se de algum modo teve um bom resultado e ganhou mais um elemento, a verdade é que aquela que se apregoava como uma insatisfação geral da população, não se traduziu na prática numa vitória, sendo que esta evitada  apenas devido à especificidade própria do resultado em Gião.

Agora sendo certo que a partir do dia 20 de Outubro começará um outro ciclo, fica a dúvida se novo ou de continuação. O futuro responderá, havendo, no entanto, condições para que seja um novo ciclo porque, como tenho opinado, o difícil será não fazer melhor.

2 de setembro de 2017

Subsídios

Na última reunião de Junta da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, foi proposto pelo presidente a atribuição de um subsídio de 25 mil euros à Associação Desportiva e Cultural de Lobão, para apoio às obras de colocação de relva artificial e requalificação dos balneários.
Este apoio, depois de analisado e debatido, acabou por ser aprovado por unanimidade. Todavia, pela parte que me toca, como ressalva, considerei a obra importante e como tal merecedora de apoio bem como o valor proposto nem ser exagerado face ao montante a investir, mas fiz notar a discrepância quando comparado ao valor até aqui atribuído ao Centro Social S. Mamede de Guisande para apoio às obras de construção do Centro Cívico.
Para além de tudo, o apoio às obras do centro Cívico faziam parte do programa eleitoral da lista do PSD e assim considero que neste aspecto foi uma promessa cumprida apenas parcialmente.

Na mesma reunião, o presidente propôs a atribuição de um segundo subsídio ao Centro Social de S. Mamede de Guisande para apoio às referidas obras do Centro Cívico, no valor de 5 mil euros. Depois das naturais considerações e debate da proposta, este valor acabou por ser aumentado e aprovado por unanimidade, no montante de 7 mil euros. Em resumo, com o subsídio de 3 mil euros já anteriormente aprovado e concedido, cifra-se assim em 10 mil euros o apoio financeiro concedido ao Centro Social S. Mamede de Guisande para apoio às obras de construção do Centro Cívico.
Na mesma reunião foi ainda aprovado um subsídio de 2 mil euros para apoio à construção de um muro de suporte de terras junto ao arraial da  Capela de Vila Seca - Louredo, o qual foi solicitado pela Comissão Fabriqueira da paróquia de S. Vicente de Louredo.

Tendo em conta os compromissos assumidos aquando da elaboração do programa eleitoral há três anos, obviamente que considero que a verba atribuída ao Centro Social S. Mamede de Guisande é um valor que fica abaixo do que eu tinha perspectivado como um apoio condizente com a importância da obra e do equipamento para a freguesia de Guisande.

Veremos se ainda neste contexto de apoio ao melhoramento de um equipamento desportivo em Lobão, qual será, em contrapartida, o apoio a conceder ao Campo de Jogos do Guisande F.C. pela próxima Junta. Neste mandato, para além de uma ajuda muito positiva na atribuição de materiais por parte da Câmara Municipal, nomeadamente com tintas para pintura dos muros e exterior dos balneários e pó de pedra para a regularização do rectângulo de jogo, o investimento por parte da Junta foi nulo. Em todo o caso, paralelamente a qualquer investimento deverão ser criadas condições para a regular actividade do Guisande F.C., nomeadamente no que se refere ao pleno funcionamento dos corpos directivos, o que para já não acontece.

Quando há três anos aceitei integrar uma lista concorrente à Junta da União de Freguesias, referi publicamente que tinha expectativa e esperança de que dentro da grande asneirada política  do PSD-CDS que foi a reforma administrativa alinhavada por um mau político como o Sr. Relvas, pelo menos a nossa União de Freguesias servisse para aos poucos  serem limadas as diferenças entre as quatro freguesias de União de modo a que o investimento tivesse em conta um acertar de passo no progresso. Infelizmente neste mandato isso ainda não aconteceu, e esta disparidade na atribuição de subsídios bem como nos investimentos feitos em algumas poucas obras, é de algum modo demonstrativa. É certo que pelo meio esta Junta deparou-se com enormes dificuldades financeiras ao ter que cumprir responsabilidades e dívidas herdadas das anteriores Juntas de Guisande e Gião e com a agravante de um mandato encurtado, mas em rigor, e para minha desilusão, foram fracos ou mesmo inexistentes os sinais dados nesse sentido. Acredito, contudo, que com as contas regularizadas e a casa arrumada, qualquer Junta que venha a sair das eleições de 1 de Outubro próximo terá bem melhores condições para o fazer. Resta saber se existirá a vontade.

26 de agosto de 2017

Professor Joaquim Ferreira Pinto e outras histórias


Joaquim Ferreira Pinto, nasceu a 14 de Janeiro de 1879, no lugar de Fornos, freguesia de Guisande. Filho de Joaquim Caetano Pinto e de Ana Rosa Duarte. 
Foi baptizado na igreja matriz de Guisande, tendo como padrinho o Abade António Ferreira Duarte (1), então pároco de S. Miguel do Mato - Arouca e Joaquina Rosa Duarte.
Era neto paterno de Manuel Caetano Pinto e de Joana de Jesus e neto materno de Manuel Ferreira Duarte e de Joana Margarida Gomes.
Formou-se em professor e exerceu numa escola privada que tinha no lugar de Casaldaça, Guisande.
Faleceu em 03 de Setembro do ano de 1971 com 91 anos de idade. Está sepultado no cemitério de Guisande.


Extracto da certidão de baptismo do Prof. Joaquim Ferreira Pinto.

Nota: (1) - O Abade António Ferreira Duarte, nasceu em Cedofeita, freguesia do Vale - Vila da Feira, no dia 04 de Janeiro de 1813. Era filho de António Ferreira Duarte e de Maria Eufrásia de Jesus, ambos de Cedofeita. Em 1833 já aparece na freguesia do Vale como padre. Foi abade de S. Miguel do Mato, concelho de Arouca, tendo falecido  no dia 24 de Março de 1888.

Notas complementares: Pelo que referimos em artigos anteriores, nomeadamente aqui e aqui, sabemos que o edifício da Escola Primária do Viso foi edificado no ano de 1949 e que a Escola Primária da Igreja teve a sua construção vinte anos depois, ou seja em 1969. De construção posterior apenas as instalações dos Jardins de Infância ou Pré-Primária da Igreja e de Fornos (esta a única em actividade).

Apesar destes factos relativos aos dois mais conhecidos edifícios escolares na freguesia, o ensino escolar primário em Guisande é anterior, remontando seguramente ao início dos anos vinte, sendo que então apenas para alunos do sexo masculino. Assim as primeiras referências a esta fase inicial da escolaridade primária em Guisande vão para o professor Joaquim Ferreira Pinto, irmão do cónego António Ferreira Pinto, o qual leccionava as quatro classes numa escola em edifício, pertencente ao próprio, situado no lugar de Casaldaça, mais concretamente no local onde actualmente existe a casa da Sr.ª Natália.

Esta escola integrava os rapazes da freguesia, no entanto não extensível à sua totalidade uma vez que então a frequência não era obrigatória e iriam apenas os filhos de gente mais abastada ou pelo menos mais receptiva a dispensar a mão-de-obra tão importante quanto necessária na lide da casa e dos campos.

Tenho indicação que já por essa altura a frequentaram o meu falecido pai (António Gomes de Almeida), nascido em 1917 e o meu tio Neca (Manuel Joaquim Gomes de Almeida), ainda vivo, com quase 94 anos de idade, que ainda relata as memórias desse tempo e de modo particular o seu tempo de escola. Segundo esses mesmos relatos na primeira pessoa, a escola era composta por uma única e ampla sala na qual o professor Joaquim leccionava em simultâneo as quatro classes. O número de rapazes terá chegado aos 80, por isso uma média de 20 por classe. O horário seria das 08:00 horas às 14:30 horas, sem intervalo para almoço e não raras vezes, por castigo, era suprimida a hora de recreio. Para além deste horário exigente, os alunos que estavam em vias de realizar o exame da quarta classe tinham ainda umas horas adicionais no resto da tarde.

Ainda segundo as memórias do meu tio Neca, o professor Joaquim, era extremamente exigente e mesmo muito severo nos castigos e na disciplina que fazia cumprir a reguadas, canadas e até a "biqueiradas e palmadas". Seria o "terror" dos alunos. Não espanta, pois, que muitos dos rapazes simulassem dores de barriga, vómitos (forçados com dedos enfiados pela goela abaixo) e dores de cabeça, para  de algum modo, com o seu ar de doentes e abatidos sensibilizarem os pais (sobretudo as mães) e poderem escapar a umas aulas. A severidade dos regentes/professores desses tempos era quase uma regra. Para o bem e para o mal, as coisas inverteram-se e em poucos anos passamos do 8 ao 80 e por agora a tônica é o desrespeito e mesmo abusos dos alunos para com os professores.

Esta situação de ensino escolar aberto apenas a rapazes, e não a todos, mantinha-se ainda no ano de 1936, pois o cónego António Ferreira Pinto, na sua monografia sobre a freguesia de Guisande, "Defendei Vossas Terras...", fazia uma referência a essa situação, concretamente: 

(...Há escola apenas para o sexo masculino e o edifício, que é pequeno, pertence ao professor por herança. Está criada a escola para o sexo feminino, mas não pode funcionar, porque não há edifício em condições. Todos reconhecem a necessidade duma construção para as duas escolas, mas a pouca vontade de uns, a falta de recursos de outros, o individualismo ou egoísmo de alguns que não têm filhos ou já estão crescidos e educados e talvez outros motivos que desconheço — tudo impede um melhoramento que é de necessidade e de utilidade sobretudo para as meninas. E uma obra de utilidade pública e social. Oxalá que isto seja compreendido por todos para honra da terra, realizando-se a obra para bem e interesse geral.)

Resulta daqui que já por essa época sentia-se a necessidade de abrir o ensino das primeiras letras às raparigas de Guisande, mas a dificuldade, para além de culturais, porque numa época em que era comum o analfabetismo e os filhos eram mão-de-obra não dispensável, era também material já que não havia posses para um edifício público próprio.
Seja como for, a ter em conta a leitura da acta da Junta de Freguesia dessa época (que abaixo se reproduz), em que era presidente o Sr. José Gomes Leite, do lugar do Reguengo, a opinião do ilustre cónego era partilhada pela Junta. Leia-se, por isso, a acta da reunião de Março de 1937, mesmo que num português rudimentar, a precisar de escola:

Acta da sessão da Junta de Freguesia de Guisande, concelho de Vila da Feira.
Aos ... dias do mês de Março do ano de mil nove centos e trinta e sete, se reuniu em sessão ordinária a Junta de Paróquia na sala das sessões. Disse o Sr. Presidente que não tendo escola feminina temos necessidade da criação de um posto escolar para o sexo feminino, para ser a sede no lugar do Reguengo, com os lugares adjuntos, sendo Reguengo, Barrosa, Fornos, Lama, Casaldaça, Quintães e Cimo de Vila. Para a regente ser nomeada a D. Branca Ester dos Santos Cabral de Sousido, o que isto foi resolvido pelo Sr. Presidente para não ficarem as crianças sem escola por não haver escola feminina. Temos a escola criada mas não temos edifício para exercer a escola para a professora. Esperamos ver a criação do posto para benefício de tantas meninas que há na nossa freguesia e que aquelas que precisam aprender e tem vontade andam fora, em Lobão. e outras não aprendem por não ter.
Não havendo mais nada a tratar foi encerrada a sessão lavrando-se o presente acta que vai ser assinada por todos.
José Gomes leite
António Custódio Gonçalves
António Augusto Guedes.


Não deixa de ser curiosa a situação abordada na referida acta da Junta em 1937, sendo que mesmo pela leitura de actas seguintes não é líquido que tal escola ou simplificadamente esse posto escolar tenha mesmo sido concretizado. De resto, por relatos do meu tio Neca, com a autoridade dos seus quase 94 anos e boa memória, não se recorda de ter havido escola ou posto escolar no lugar do Reguengo. Funcionou, isso sim, no lugar do Viso, no local na casa do falecido Sr. Antoninho (sogro do Sr. Manuel Tavares), por isso ao fundo monte. E a professora foi precisamente a referida D. Branca (D. Branquinha, como era conhecida), da freguesia de Louredo. Terá, pois, sido alterada para o lugar do Viso a pretensão inicial da Junta de Freguesia de localizar  o posto escolar no lugar do Reguengo, eventualmente este proposto pelo facto do presidente da Junta da época (José Gomes Leite) ser dali. Eventualmente o edifício a ser considerado para tal função seria até do próprio.
Outra nota curiosa, este posto escolar no lugar do Viso terá sido posteriormente deslocado (cerca de 150 metros para sul) para  o lugar das Quintães, passando a funcionar no edifício actualmente pertencente ao Sr. Rogério Neves, próximo da Casa do Santiago e na altura de propriedade do sogro do Sr. Rogério, precisamente o referido presidente da Junta de então, o Sr. José Gomes Leite.

Um ano depois, em 1937, a mesma Junta de Freguesia, por acta datada de 27 de Março de 1938, faz referência à intenção de abrir um segundo posto escolar para raparigas, a sediar no lugar da Leira e a abranger alunos dos lugares não referidos na acta de 1936 (sendo que por curiosidade não são mencionados os lugares da Igreja e Viso, que viriam precisamente anos depois a ser a sede das duas escolas primárias). Convém referir que por essas alturas os acessos entre os diferentes lugares da freguesia eram poucos e fracos, essencialmente por caminhos, e por isso, sobretudo em tempos de chuva, ir de uma ponta da freguesia à outra era um autêntico cabo dos trabalhos. Não espantaria que para se ir de Estôze ao Reguengo ou vice-versa fosse coisa para demorar uma hora por mau caminho, com covas e lama. Por outro lado, as raparigas eram seguramente mais que as mães pelo que a justificação de dois postos assentaria numa necessidade geográfica mas também de lotação.

Vejamos então a deliberação da referia acta da Junta de Freguesia datada de 27 de Março de 1938:

Aos vinte e sete dias do mês de Março de mil e nove centos e trinta e oito  na sala das sessões da Junta de Freguesia de Guisande, concelho da Feira, compareceram os cidadãos José Gomes Leite, António Custódio Gonçalves e António Augusto Guedes, respectivamente presidente e vogais, às onze horas precisas foi pelo presidente declarada aberta a sessão. Pelo presidente foi dito havendo inteira necessidade de criação de um posto escolar feminino nesta freguesia no lugar da leira, visto os lugares abaixo mencionados ficarem muito distantes do posto escolar que existe e a escola masculina não poder aceitar as meninas a sua frequência por determinação da lei. Mais propôs que este posto escolar venha a servir os lugares de Leira (sede), Gândara, Estôze, Pereirada e Outeiro. Para regente a D. Gracinda Gomes da Silva, habilitada com exame de aptidão desde Outubro de mil e nove centos e trinta e sete, natural desta freguesia, órfã de mãe e ser de absoluta necessidade de haver protecção às famílias numerosas visto serem mais dez irmãos e por lutar com dificuldade para a sustentação e educação dos seus onze filhos. Depois de discutida e apreciada a proposta em todos os pontos, esta Junta deliberou por unanimidade a aprová-la. Não havendo mais a tratar pelo presidente foi encerrada a sessão. Para que conste lavrei a presente acta que vai ser lida em voz alta e assinada por todos.
José Gomes Leite
António Custódio Gonçalves
António Augusto Guedes.

Nesta acta, para além da referência à tal necessidade da abertura de um segundo posto escolar para meninas, a referência pessoal à nomeação da regente (professora), órfã de mãe, uma de onze irmãos. Não deixa de ser notável que alguém de uma família numerosa, sem mãe e com dificuldades inerentes, tenha conseguido fazer exame de habilitação para regente de uma escola primária, mesmo sabendo-se que os requisitos da época para este cargo não fossem obviamente muito exigentes, não sendo para o efeito necessária qualquer licenciatura, mas apenas uma formação básica e um exame. Refira-se, ainda a titulo de curiosidade que esta D. Gracinda, era natural de Guisande e irmã da Sr.ª Celeste, esta mãe da professora Marilda e do Jorge Ferreira,e que também ela durante muitos anos foi regente/professora na freguesia de Caldas de S. Jorge e sobretudo em Lobão, na Escola do lugar do Ribeiro. Esta professora Gracinda casou e viveu posteriormente em S. João da Madeira.

Destas duas actas que se referem à criação de dois postos escolares destinados a raparigas, conclui-se que Guisande pelos meados dos anos 30 e até final dos anos 40 teve assim uma escola para rapazes e dois postos para raparigas. Há ainda a informação de que terá também funcionado um posto escolar no lugar da Gândara, onde actualmente existe a Casa Neves, facto que ainda não conseguimos confirmar. Este edifício, e novamente a curiosidade, seria então de António Augusto Guedes, precisamente um membro da Junta da época, o que é perfeitamente compreensível que se tenha disposto a conseguir disponibilizar um local para o posto escolar. Será, pois, de supor que a tal intenção de sediar o posto escolar feminino dirigido pela D. Gracinda tivesse funcionado um pouco mais a norte, no lugar da Gândara.

Estas situações de postos escolares em edifícios particulares e de carácter provisório e certamente que por isso não vocacionados ou preparados condignamente para o ensino, terão sido resolvidas com a construção da Escola Primária do Viso, com duas salas, uma para rapazes e outra para raparigas, como dissemos, no ano de 1949. A partir daí, com uma construção de raiz e com carácter público, terá ficado centralizado na Escola do Viso todo o ensino primário na nossa freguesia de Guisande. Apenas vinte anos depois, em 1969, a  freguesia sentiu necessidade de edificar um novo edifício, com a construção da Escola Primária da Igreja. Estas duas escolas funcionaram em simultâneo durante pelo menos 40 anos. Infelizmente, com as políticas de centralização dos serviços do ensino primário a par da nítida baixa de natalidade, tornou-se inevitável o encerramento da actividade escolar primária na nossa freguesia (de que é excepção o Jardim de Infância de Fornos e mesmo assim com algumas crianças de fora da freguesia)  e por conseguinte do encerramento dos respectivos edifícios escolares. Do mal o menos, ainda continuam de propriedade pública e por isso ou já integrados ou a integrar em actividades sócio-culturais da nossa freguesia.




Actas da Junta de Freguesia acima referidas.

10 de agosto de 2017

Mais esclarecimentos - Convites

Por esta altura de pré-campanha para as eleições autárquicas do próximo dia 1 de Outubro é natural que haja alguma desinformação e contra-informação, alguma por ignorância, outra intencional.
Neste momento, há algumas situações que já estão definidas, desde logo a composição das diferentes listas as quais já deram entrada no Tribunal. Não sendo ainda conhecidas oficialmente, já se sabe quem na nossa União de Freguesias encabeçará as listas. 
Pela minha parte, conforme já justifiquei, estarei de fora e a minha relação com as próximas eleições será apenas a de um eleitor independente, ainda sem definição de intenção de voto, já que estou a aguardar pela listas, seus nomes e pelos respectivos programas para poder decidir de acordo com os mesmos.

Apesar disso, porque têm surgido algumas dúvidas, volto a referir que a minha decisão de não recandidatura deve-se a algumas opções pessoais e obviamente pela assunção das responsabilidades próprias, por considerar que as coisas não correram conforme eu tinha perspectivado e por isso com alguma natural desilusão.  Mas esta é apenas uma conclusão e responsabilidade pessoais pelo que não falo pelos outros mas apenas pela parte que me toca. Porventura as minhas expectativas estavam desajustadas e exageradas face a uma realidade que no começo ainda desconhecia, nomeadamente o peso das responsabilidades herdadas das juntas extintas, nomeadamente de Guisande e Gião e que em muito dificultaram a acção e programa da Junta. Estas dificuldades objectivas, aliadas a um mandato curto e com as exigências de uma nova realidade administrativa, obviamente que marcaram todo o mandato. Quem quiser fizer uma análise de boa fé não pode deixar de as ter em conta.

Quanto ao convite, confirmo que, embora algo tardiamente, fui convidado pelo presidente a recandidatar-me para um lugar no executivo ou mesmo, recusada essa primeira hipótese, para a Assembleia de Freguesia, o que registei com apreço mas que, obviamente, declinei ambas as situações. Ficou assim livre o presidente para convidar quem quer que fosse para suprimir o meu lugar, não tendo eu indicado ou referenciado qualquer pessoa como alternativa. Por isso a escolha feita não teve nada a ver comigo nem teria que ter. 

Em resumo, não se tendo seguido um modelo de gestão baseado em alguma autonomia para os representantes das freguesias, que eu pessoalmente entendia como o mais adequado, porque decorrente de um melhor conhecimento das realidades locais, todavia, sempre procurei compreender e respeitar o modelo  seguido, mesmo que o considerasse como marcadamente presidencialista, com os defeitos e virtudes inerentes. Nestes três anos nunca deixei de colaborar com o executivo.  Fi-lo sempre, como já o disse, consciente de que bem acima do que seria suposto exigir-se a um simples vogal a quem a Junta, por definição legal, paga pouco mais que quarenta euros mensais.

Em todo este processo de convite, não guardo obviamente rancor ou desconsideração contra quem quer que seja. Se alguma desilusão sobra deste assunto, para além de ter sido feito tardiamente, foi a forma como a concelhia do partido tratou ou não tratou do assunto. Eram elementares alguns procedimentos de consulta ou "apalpar do pulso", que a meu ver não foram considerados com tempo nem mesmo a destempo. Mas isso são outras histórias e que para o caso já não contam para o totobola, sendo que ficam registadas.

Os dados estão agora lançados e que todos os intervenientes façam o seu melhor pois, como também já disse, acredito que todos, mesmo que com diferentes estilos,  projectos e visões, querem o melhor para a União de Freguesias e a sua população. Acima de tudo que seja uma campanha esclarecedora e sem ataques pessoais como, infelizmente, fui vítima há três anos.

9 de agosto de 2017

Eleições Autárquicas 2017 - O que se vai lendo, vendo e ouvindo - III

A reforma administrativa imposta em 2013 extinguiu 10 das 31 juntas de freguesias do nosso Concelho, o que veio acrescentar dificuldades no que diz respeito à mobilidade, principalmente da população idosa, devido à extinção de diversos serviços administrativos.
Fomos contra essa reforma administrativa e continuamos contra uma decisão que consideramos prejudicial para os feirenses. Temos propostas concretas para reverter alguns dos problemas causados por essa reforma!

Margarida Rocha Gariso - Candidata do Partido Socialista à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira - in página de candidatura no Facebook

7 de agosto de 2017

Escola Primária do Viso - A compra do terreno


- Acima: Vista parcial da escola em fotografia de 1961


Nestes nossos apontamentos relacionados com aspectos do passado de Guisande, voltamos ao tema da Escola Primária do Viso. Depois das referências relacionadas com a concessão da água que abastecia o edifício, de que já falámos aqui, neste artigo trazemos à memória a parte da aquisição do terreno cujo assunto mereceu referência numa das actas das reuniões da Junta de Freguesia de Guisande dessa época. O documento de tal reunião, está datado de 29 de Maio de 1949 e abaixo se reproduz, dividido em duas imagens para facilitar a ampliação. Para melhor leitura, transcreve-se a mesma:

Aos 29 dias do mês de Maio do ano de mil e novecentos e quarenta e nove, se reuniu a Junta da Freguesia de Guisande, concelho da Feira, na sala das sessões. Aberta a sessão e depois de lida e assinada a acta anterior, o presidente disse que acharia bem que a sessão de hoje referir-se-ía à apreciação das contas referentes ao terreno onde foi construído o edifício escolar situado ao lado do arraial da Sª da Boa Fortuna. Foram precisos 1071 metros quadrados ao preço de 7$50 cada metro, sendo o total de 8032$50.
A freguesia entrou com 4165$00, a Junta com 485$00 e a Câmara com 3382$50.
O referido terreno pertencia a dois proprietários desta freguesia, que são: Joaquim Gomes de Almeida, que vendeu 509 metros quadrados, que confina pela parte norte e nascente com o caminho público, sul com o arraial da Sª da Boa Fortuna e poente com Bernardina Joaquina da Conceição e a Bernardina Joaquina da Conceição vendeu 562 metros quadrados, que confina pela parte norte com caminho público, nascente com Joaquim Gomes de Almeida, poente com Glória Azevedo e do sul com o arraial da Sª da Boa Fortuna.
Não havendo mais nada a tratar, depois de lida e aprovada por nós vai ser assinada.

O presidente: António Leite D´Oliveira Gomes
O secretário: Joaquim Gomes de Almeida
O tesoureiro: António Francisco de Paiva



Ficamos assim a saber que o terreno, com uma área de 1071 metros quadrados foi adquirido a dois proprietários, concretamente a Joaquim Gomes de Almeida, meu avô (509 m2) e a Bernardina Joaquina da Conceição (562 m2), ao preço de 7$50 por cada metro quadrado, o que totalizou um investimento de 8032$50 escudos.
Não deixa de ser curiosa a fonte do dinheiro necessário à compra, cabendo 4165$00 à freguesia, certamente por peditório efectuado, 485$00  à Junta e  3382$50 à Câmara Municipal. Assim, ao contrário do que se poderia pensar nos dias de hoje, e sendo a construção das escolas da responsabilidade do Estado e das Câmaras Municipais, a Escola Primária do Viso não era de todo apenas um investimento público, já que pelo menos na parte que toca ao terreno era de maioria da própria freguesia. Por conseguinte, pelo menos quanto ao factor do investimento, o edifício era também propriedade de Guisande.

5 de agosto de 2017

Eleições Autárquicas 2017 - O que se vai lendo, vendo e ouvindo II

Por estes dias, na Rádio Clube da Feira, ouvi Margarida Gariso, a candidata à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, pelo Partiudo Socialista, entre outras acusações a algumas das políticas do actual executivo camarário, liderado pelo recandidato Emídio Sousa, a abordar a questão do abastecimento de água. Disse o que considero serem algumas verdades, mas rematou dizendo que na negociação com a Indáqua a Câmara tem sido fraca, em contraponto com uma posição de força adoptada para com os contribuintes e consumidores, ou seja, "fraca com os fortes e forte com os fracos".
Nem tudo o que a candidata disse será exactamente como o dissem mas pela parte que me toca, e como muitos milhares de feirenses, tendo sido obrigado a pagar pela medida grande os ramais de ligação e agora vendo que outros deixaram de pagar, não posso deixar de estar de acordo. Mas pior do que isso, é o facto dos consumidores que pagaram os ramais serem agora penalizados com o aumento das tarifas tendentes à compensação à Indáqua por agora deixar de se encher comas taxas dos ramais. Não é novidade nem afirmado por qualquer Zé Ninguém que o preço da água no nosso concelho é do mais alto praticado na área metropolitana do Porto. Posto isto, tem razão quem o afirma e denuncia estas "mãos na carteira", seja a Margarida Gariso, o Zé da Esquina ou Toninho das Iscas. A razão é sempre ele própria.

26 de julho de 2017

Construção da Escola da Igreja






O edifício da Escola Primária da Igreja foi construído e terminado no ano de 1969. Tal data está assinalada numa pequena placa de mármore disposta sensivelmente a meio da fachada principal, conforme fotografia acima. 
Pessoalmente, fiz a primeira classe na Escola Primária do Viso e já a segunda classe  e seguintes frequentei-as na nova escola da Igreja apesar de morar a dois passos da escola do Viso. Fui para lá no ano escolar de 1970/1971, por isso quase a estrear.

Infelizmente não são conhecidos documentos relacionados com a construção, sendo que o projecto obedeceu a um modelo tipo e que por essa época era generalizado e seguido um pouco por todo o país, de resto como aconteceu com a Escola Primária do Viso (edificada entre o final dos anos 40 e princípios dos anos 50), também ela com projecto de modelo tipo aplicado em todo o país, embora com as adaptações de dimensionamento de acordo com a população escolar, havendo edifícios com uma sala, com duas (como a do Viso), com três, quatro e até seis.

Nos dias que correm, seria normal que a construção de um edifício escolar, mesmo que da responsabilidade do Ministério da Educação ou da Câmara Municipal, merecesse o interesse, acompanhamento e referências documentais por parte da respectiva Junta de Freguesia. Todavia, pesquisando no livro de actas da Junta de Freguesia de Guisande em exercício nesse referido ano de 1969, em que era presidente António Alves Santiago, apenas encontrei umas ligeiras referências à construção da Escola Primária da Igreja. Trata-se da acta datada de 12 de Janeiro de 1969, a qual é toda ocupada com o assunto da escola. O documento, que abaixo se reproduz, é legível, mas em resumo diz que "...pelo presidente foi dito que no dia nove do corrente mês principiou a terraplanagem para o edifício escolar no sítio indicado pelo Sr. Engenheiro da Câmara, no lugar da Igreja, sítio muito arejado e bom; é empreiteiro desta obra o Sr. Joaquim Marques Lopes do lugar do Picôto da freguesia de Argoncilhe, empreiteiro com muita competência, ficando todo o serviço bem feito e seguro. O edifício já terminou de pedreiro no dia oito de Março, seguindo-se os trolhas e carpinteiros, que dentro de pouco tempo estará concluído todo. Fica um  belo edifício e num sítio muito aprasado."

Como se vê, as referências mesmo que ocupando toda a acta, são muito vagas mas pelo menos fica-se a saber o nome do empreiteiro para além da consideração do sítio como "arejado" e "aprasado". Há ali, no entanto, uma contradição de tempo já que é referido que a obra de pedreiro ficou terminada no dia 8 de Março quando a acta é de 12 de Janeiro, por isso uma data anterior. É uma contradição que só se justifica como tendo a acta sido lavrada já depois de Março embora reportada a Janeiro. É uma possibilidade já que a periodicidade e regularidade das reuniões de Junta  nesses tempos não eram rigorosamente cumpridas. Eram realizadas quando desse jeito.

A escola na altura era obviamente nova e com linhas modernas para o padrão da época. Tinha um jardim frontal e uma zona de recreio bastante ampla, em terra batida, a qual foi cimentada muitos anos depois. Claro está que no início, eram os próprios alunos quem tratavam da manutenção e limpeza semanais, varrendo-se as salas e o terreiro do recreio, limpando-se as instalações sanitárias e cuidando do jardim. Existia também uma cabine com a bomba do poço que alguns alunos tinham que girar a grande roda para encher o depósito de água para serviço dos sanitários. Claro que era uma brincadeira pois aproveitava-se o balanço da roda para fazer uma espécie de baloiço. Outros tempos, em que as empregadas de limpeza (hoje pomposamente técnicas auxiliares ou técnicas operacionais) eram uma raridade.

Nos anos seguintes foram sendo feitas algumas obras bem como a construção da parte do Jardim de Infância (nos anos 90). A cabine do poço e respectiva bomba foram posteriormente removidas.

Infelizmente, por más políticas caseiras e decréscimo da população escolar, como quem diz das crianças, tanto a escola do Viso como da Igreja ficaram sem alunos, deslocados para Louredo e Lobão. Apenas subsiste uma amostra de alunos no Jardim de Infância no lugar de Fornos.

Do mal o menos, o emblemático edifício da escola do Viso está aproveitado e integrado no Centro Cívico, bem como parte da escola da Igreja está entregue por protocolo a uma associação local, sendo que aqui o desejável é que seja ocupado e dinamizado plenamente por outras colectividades da freguesia, nomeadamente a Associação "O Despertar". Veremos o que reserva o futuro para estes equipamentos que marcaram gerações, onde lá aprendemos e brincamos e de certa forma moldamos muito do que somos hoje como pessoas e cidadãos.

Actualização a 11 de Novembro de 2018:
A sala até aqui vaga, do lado nascente, será ocupada pelo Banco Solidário, dinamizado pelo Grupo Solidário de Guisande e inserido no Fórum Social da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, com inauguração prevista para o próximo Domingo, 18 de Novembro.



24 de julho de 2017

Esclarecimento

Já esclareci, por aqui, que terminado o mandato da actual Junta da União de Freguesias, do qual faço parte como vogal, não serei recandidato na lista do PSD que concorrerá nas próximas eleições autárquicas de 1 de Outubro de 2017. É pois um assunto decidido e encerrado. Por conseguinte, tendo sido formalizada essa decisão, os responsáveis pela lista ficaram com o caminho livre para convidar quem quer que fosse para minha substituição. Apesar disso, mesmo que me tenha sido solicitado, por não conhecer quem com interesse nem por querer interferir no processo, não indiquei nem sugeri qualquer nome como alternativo ao meu. Por conseguinte, quando tomei conhecimento oficial da pessoa escolhida foi já no dia seguinte à sua apresentação no jantar-comício do PSD realizado a 14 de Julho no Europarque.

Dada a naturalidade do assunto e da forma como decorreu, não deixo de achar estranho que já ande por aí a circular a ideia de que terei sido eu a indicar a pessoa e que terá sido escolhida em função das minhas supostas referências. Como tal não corresponde à verdade, serve esta nota para esclarecer que não tive nada a ver com a indicação da pessoa ou com a escolha feita. Como tal, qualquer informação nesse sentido é falsa. Não está em causa a pessoa, de resto por quem tenho apreço e estima, mas apenas a necessidade de salientar a verdade dos factos. O seu a seu dono.

Quanto à escolha, obviamente que não me pronuncio pois importa respeitar a opção de quem escolheu e convidou e naturalmente de quem foi convidada e aceitou. Apenas entendo que por uma questão de princípio, de resto estabelecido aquando da minha aceitação há três anos, caberia agora à representante de Guisande candidatar-se a ocupar o cargo de tesoureira ou secretária, promovendo-se assim uma natural e saudável rotação dos cargos no executivo de acordo com as freguesias representadas. Se sim ou não, e porque  sim ou porque não, é assunto que já não me diz respeito mas apenas aos envolvidos.

Américo Almeida

18 de julho de 2017

As minhas responsabilidades

Até ao momento não conheço na totalidade a composição e distribuição dos elementos na lista do PSD, candidata à Assembleia/Junta da nossa União de Freguesias, nas próximas Eleições Autárquicas de 1 de Outubro. Sei, sim, que da equipa do actual executivo apenas o presidente será recandidato, de resto foi já apresentado oficialmente na última sexta-feira (14 de Julho) em jantar-comício no Europarque.

Por conseguinte, percebe-se que não se recandidatam os restantes elementos, a secretária (Louredo), o tesoureiro (Gião) e os dois vogais (Guisande e Lobão), nos quais me incluo. Independentemente das razões e motivos de cada um, pela parte que me toca, para além de outras razões, incluindo as pessoais, obviamente que saio porque desiludido e decepcionado. As coisas não correram de acordo com as minhas expectativas iniciais nem com as expectativas que em campanha, cara-a-cara, transmiti à generalidade dos eleitores, numa fundada esperança de mudança para melhor. Do programa eleitoral apresentado à população, dos sete pontos principais definidos para Guisande, em rigor nenhum foi ainda cumprido, apenas um ou outro parcialmente, e já faltará tempo para que ainda se concretizem no presente mandato. Por outro lado não custa reconhecer que a Junta mostrou incapacidade nalguns aspectos básicos como a limpeza regular de valetas, ruas, espaços ajardinados e tapamento de buracos. Para estas dificuldades e incapacidades em muito contribuíram as responsabilidades e dívidas transmitidas por anteriores juntas, incluindo a de Guisande, que condicionaram o alargamento do reduzido quadro de pessoal e algumas obras perspectivadas, bem como um mandato encurtado devido às eleições intercalares, pois o que seria o primeiro ano foi gasto numa gestão corrente que adiou ou agravou algumas necessidades da União. Com mais um ano no mandato certamente que ainda muito seria concretizado. Por outro lado, os inerentes obstáculos e custos com as mudanças decorrentes da nova organização administrativa que já tendo sido ultrapassados em muitos aspectos, ainda há situações a resolver e que certamente passarão para o futuro executivo. Mas percebe-se que estas dificuldades e constrangimentos surgidos são situações que a generalidade dos eleitores ignora ou não quer reconhecer, o que de resto é condizente com o desinteresse e pouca participação do público nas assembleias de freguesia.

Por conseguinte, mesmo que ocupando um cargo menor e sendo apenas um elemento numa equipa de cinco, sem responsabilidades directas no modelo de gestão seguido, diferente até do que desde o início preconizei, em que defendia alguma autonomia e distribuição de poderes e competências para cada um dos representantes de cada freguesia e no âmbito de cada uma, e porque entendo que as coisas não se resolviam com "pressões", "murros na mesa" nem com ameaças de demissão, sempre procurei cumprir as minhas obrigações, porventura acima do exigível a um simples vogal. Procurei privilegiar o diálogo e a cooperação em detrimento do confronto ou da ruptura, colocando sempre as questões e alertando para as necessidades que iam surgindo no dia-a-dia.

Neste contexto e num sentido geral, entendo que quando termina um ciclo e quando consideramos que nele não cumprimos os objectivos propostos e as expectativas criadas, mesmo que com naturais e pesadas condicionantes, temos que ter a ombridade de reconhecer o que falhou, assumir as nossas responsabilidades e sair de cena para dar lugar a outros. Porque esta é a minha maneira de pensar, e cada um pensará pela sua própria cabeça, pela parte que me toca é o que farei terminado o mandato e com ele um ciclo de participação e cidadania. Entendo que é assim que funciona em democracia a disputa de cargos públicos. O importante é que em todo o processo cada um tenha a sua consciência tranquila e sentimento de dever cumprido, e eu tenho seguramente. Daí, em grande parte, pela assunção desta minha responsabilidade, a decisão de não me recandidatar na mesma lista onde há três anos entrei como independente. Para o futuro, noutro ciclo, com outras pessoas e com outros projectos, tudo será possível.

Quanto a quem fica, a quem sai e a quem entra, mesmo que tenha opinião, por enquanto é assunto que não me preocupa e sobre o qual não me quero pronunciar. Mas, para todas as listas, desejo que façam obviamente o seu papel e deem o seu melhor e que o povo escolha, tanto quanto possível, ciente, consciente e esclarecido. O importante é que o território e a população sejam sempre tidos em conta, independentemente de quem venha a vencer e ser chamado a comandar os destinos da nossa União de Freguesias nos próximos quatro anos. Não tenho dúvidas que todos, por diferentes projectos e modelos de gestão, quererão o melhor para a nossa União e para cada uma das suas quatro freguesias, como não tenho dúvidas, também, de que independentemente de quem venha a dirigir a Junta no próximo mandato, terá bem melhores condições para realizar um bom trabalho, desde logo porque muito caminho já foi arrepiado, e porque certamente a actual tesouraria não transmitirá calotes nem pesados compromissos que condicionem a sua acção.

Américo Almeida

Post Scriptum:
Como o próprio título do artigo expressa, esta minha reflexão é obviamente  pessoal e apenas diz respeito à minha posição e opinião e não pretende ser mais do que isso. Não está implícita qualquer crítica ou julgamento a quem quer que seja, mas apenas ao que penso num sentido particular e até mesmo geral. De resto, em democracia e em eleições, em primeira e última análise é o povo, o eleitorado, quem decide ou faz as escolhas a partir do direito legítimo e secreto do voto.  Fazer segundas leituras ou interpretações ficam sempre à responsabilidade e suposições de quem a fizer.

17 de julho de 2017

"Tachos", "gamelas" e outras quinquilharias

Na sexta-feira passada, 14 de Julho, decorreu no Europarque um jantar-comício do PSD, com a presença de Pedro Passos Coelho, no qual foram apresentados todos os candidatos às eleições para a Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleias/Juntas de Freguesia. 
Como a casamentos e a baptizados vão os convidados, não o tendo sido, eu não participei. De resto, sem hipocrisia, também não iria se convidado fosse.
Em todo o caso, soube por quem lá foi, que Emídio Sousa, actual presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e candidato à mesma nas próximas eleições de 1 de Outubro, por mais ou menos palavras, terá dado um elogio aos candidatos às Assembleias/Juntas de Freguesias, por se disporem a trabalhar em prol das comunidades e das pessoas a troco de quase nada, referindo que os tesoureiros/secretários ganhariam pouco mais que 240 euros por mês, não chegando para pagar despesas com telemóvel e gasolina. É uma verdade o que referiu Emídio Sousa, o que lhe fica bem ao reconhecer essa dedicação de muita gente que integra as juntas no nosso concelho, mas poderia ir mais longe e em contrapartida referir que existem alguns presidentes de Junta a ganhar um valor a rondar os dois mil euros (dependendo do nº de eleitores, se a tempo inteiro e em regime de exclusividade), o que não é nada mau, e, no lado oposto, ainda pessoas com cargos de vogais, como o meu caso, em que apenas ganham senhas de presença nas reuniões de Junta (uma ou duas por mês, normalmente) e sessões da Assembleia de Freguesia (normalmente 4 por ano). Tudo somado (reuniões de Junta e sessões de Assembleia de Freguesia), um vogal ganhará em média 50 euros por mês, ou seja, 600 euros por ano, afinal pouco mais que um ordenado mínimo, ainda sujeito a IRS. Esta situação desproporcional é obviamente mais flagrante quando um vogal tem responsabilidades e tarefas ao nível de qualquer outro elemento da Junta e que no caso de um representante de uma freguesia de uma União, tem que enfrentar toda uma população nas suas diferentes necessidades, exigências e reclamações e ainda o atendimento semanal ou mesmo quase permanente.
Seja como for, a situação é o que é, mesmo que erradamente ainda haja muita gente que considere este cargo de vogal como de "gamela" ou de "tacho". Fica-se com a fama, mas, no caso, sem proveito.
Por estas e por outras desconsiderações, o incentivo a trabalhar pelos outros de forma quase voluntária e ate mesmo com prejuízo efectivo, é obviamente reduzido. Ainda há, pois, muito caminho a percorrer no sentido da compreensão e valorização do exercício da cidadania, sem rótulos de oportunismo, de "tachos", "gamelas" e outras quinquilharias.

Nota: Sobre este assunto do vencimento enquanto vogal da Junta, já havia feito um esclarecimento em Fevereiro passado, com o respectivo comprovativo.

30 de junho de 2017

Assembleia de Freguesia - 29 de Junho de 2017 - Louredo



Ontem, 29 de Junho, teve lugar uma sessão ordinária da Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Lobão, Gião Louredo e Guisande. Decorreu no salão nobre do edifício da Junta em Louredo e teve início por volta das 21:15 horas.
Da ordem de trabalhos constavam os seguintes pontos:
- Aprovação da Acta da Sessão Anterior
- Informações Gerais
- Informação Financeira do 2º Trimestre
No período antes da ordem do dia, algumas intervenções dos elementos da Assembleia, com a bancada do PSD (Jorge Santos) a elogiar a pavimentação da Rua João Paulo II, uma importante artéria viária da freguesia de Louredo, no que era uma antiga prioridade, mas a pedir que os trabalhos não fiquem com partes por concluir, nomeadamente decorrentes do alargamento que será feito na zona do lugar do Convento. Este alargamento a envolver vários proprietários têm protocolos com a Câmara Municipal e traduzem-se na cedência de terreno a troco da construção de passeio e muros de vedação. O presidente do executivo prometeu fazer os possíveis para que não haja atrasos na conclusão global da pavimentação e alargamento.
 
Já a oposição, PS (Nuno Almeida e David Neves) e CDS (Fernando Almeida) centraram-se em algumas críticas e reparos à Junta, nomeadamente quanto à falta de limpeza junto ao Ecocentro, em que ali estão lixos depositados há vários meses, e sobre a velha e recorrente questão da falta de limpeza das bermas e ruas e ainda quanto à Semana Cultural, sendo a esta apontados defeitos por não ter chamado ao envolvimento todas as associações da União, bem como falhas na logística sonora e divulgação do evento, bem como por estar muito centralizada em Lobão, não tendo, por exemplo, qualquer evento programado em Gião, conforme crítica do deputado Fernando Almeida do CDS.
O presidente da Junta, quanto à questão da limpeza, reconheceu o "flagelo" e voltou a justificar com a falta de pessoal, a dificuldade e obstáculos legais à aplicação de herbicida e a indisponibilidade de empresas de limpeza quando solicitadas a prestar o serviço. Quanto à Semana Cultural, justificou que o evento que chegou a estar programado para Gião foi desmarcado já que coincidia com o dia do Passeio dos Seniores e daí a impossibilidade do evento ser reprogramado. Quando à aparelhagem sonora reconheceu não ter estado à altura mas declinou responsabilidade já que não foi estabelecido qualquer requisito ou plafond financeiro. Quanto à falta de divulgação, não concordou com a crítica, considerando que existiu e foi feita com afixação de cartazes, distribuição de panfletos, divulgação nas redes sociais e ainda durante 15 dias na rádio concelhia.
Em resposta à sugestão de Fernando Almeida quanto ao interesse de criação de uma plataforma digital onde as associações da União se pudessem inscrever e divulgar as suas actividades, o presidente da Junta achou pertinente e prometeu considerar a mesma.
Respondendo ainda a uma questão do membro do PS, David Neves, sobre se estaria já completa a re-ligação da iluminação pública na nossa União de Freguesias, o presidente da Junta esclareceu que sim, que tinha essa informação, mas que poderiam existir alguns postes  com lâmpadas avariadas ou fundidas, mas que sendo do conhecimento da Junta ou solicitado pelos moradores seria efectuado à EDP o pedido para a sua reparação.

Quanto à acta da sessão anterior a mesma foi aprovada por maioria depois de alguns reparos para rectificação.

Quanto à informação financeira do 2º trimestre a mesma não mereceu quaisquer considerações por parte dos membros da Assembleia.

Quanto ao público, que esteve presente em razoável número, chamado a intervir apenas se registou uma intervenção questionando, a propósito de uma plantação de eucaliptos que não estaria a cumprir as regras legais de afastamento aos prédios e à rua, se a Junta tinha alguma intervenção nos processos de plantação, ao que o presidente do executivo respondeu que não tinha qualquer competência para autorizar ou impedir a plantação em terrenos privados mesmo que à face de uma rua local, cabendo o licenciamento e fiscalização a outras entidades.

A sessão encerrou por volta das 22:00 horas, por isso uma sessão  bastante breve.

23 de junho de 2017

Passeio dos Seniores 2017

Os seniores de Guisande participaram ontem, 22 de Junho, no Passeio Convívio promovido pela Junta da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande. Foram quase 500 os participantes, transportados em 9 autocarros, sendo que de Guisande foram 75 pessoas. Não se andou a bater de porta em porta, porque, uma vez avisadas, as pessoas devem participar de forma livre, espontânea e com interesse próprio, caso contrário seria fácil reunir pelo menos uma centena de pessoas e assim encher dois autocarros.
O evento constou de passagem pela cidade de Vila do Conde e paragem no Santuário de Alexandrina de Balasar, onde foi distribuído pequeno-almoço, seguido-se a viagem até à Quinta da Granja, em Alheira - Barcelos, onde decorreu o convívio com serviço de almoço e lanche ajantarado para os quais os seniores pagaram uma contribuição.
Os seniores da nossa freguesia demonstraram a sua habitual boa disposição destacando-se da restante comunidade da nossa União de Freguesias, pela espontaneidade e alegria, tanto no bailarico como na cantoria. Fosse no autocarro fosse na Quinta, volta e meia lá se ouvia o grupo de Guisande com os seus cantares contagiantes.

















(clicar nas imagens para ampliar)

1 de junho de 2017

Para mim, na recta final

As próximas eleições autárquicas estão marcadas para o dia 1 de Outubro de 2017. Porque hoje é dia 1 de Junho,  estamos, pois, apenas a quatro meses de distância temporal das respectivas eleições. Após as mesmas, seguir-se-ão as consequentes tomadas de posse, terminando então os mandatos de todos os órgãos de poder local eleitos em 2013, incluindo o mandato da actual Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, por sua vez legitimado pelas eleições intercalares de 28 de Setembro de 2014.
Porque faço parte do actual executivo, na função de vogal, por conseguinte, várias pessoas, incluindo familiares e amigos, têm-me perguntado se vou ou não recandidatar-me. É natural a curiosidade, porque aos poucos, pelo país e pelo nosso concelho, começam já a definir-se candidatos e recandidatos. Todavia, e apesar de já o ter dito de forma escrita, pela parte que me toca, em resposta a quem agora o pergunta, reitero que não serei candidato nem recandidato a coisa nenhuma. Estou, pois, na recta final da minha função de cidadania.
Posto isto, a questão de se saber quem vai ou não corporizar as próximas listas concorrentes à Assembleia de Freguesia e consequentemente à Junta da União das Freguesias, seja pela lista do partido A, B ou C, é assunto que francamente já não me preocupará porque estarei de fora. Obviamente que reservarei a independência do meu voto e apoio formal ou informal a quem dos diferentes candidatos me merecer a maior confiança e que poderei ou não manifestar na altura adequada.
Que venham, pois, os próximos e que o povo faça a escolha conforme manda a democracia.

Américo Almeida

24 de maio de 2017

Sepulturas - Compre uma e leve uma - O seu a seu dono



Na edição desta segunda-feira, 22 de Maio, do semanário regional "Terras Notícias",  foi publicado um texto de autoria do Sr. Mário Baptista, em que a propósito da construção de um cantão com vinte sepulturas no cemitério de Guisande, pela Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, dá a sugerir que os interessados na compra de uma sepultura terão que ser obrigados a comprar duas. Isto porque na construção, as mesmas foram feitas numa disposição aos pares. Mais diz que várias pessoas lhe manifestaram essa dúvida e que não sabem ou não entendem o motivo, dizendo que assim "estas sepulturas foram feitas para vender aos menos pobres".

Ora, independentemente de todos termos direito à opinião e à crítica, e haverá sempre que prefira o vinho branco ao tinto, e vice-versa, tal insinuação não tem de todo qualquer fundamento. Desde logo, das vinte sepulturas construídas, quatro já estão vendidas e duas delas de forma individual, uma a cada proprietário. Seria totalmente descabido que alguém fosse obrigado a adquirir duas sepulturas precisando só de uma. Que estão caras comparando com o anterior preço, até podemos concordar, mas mesmo assim com preço inferior (1400 euros) ao praticado nos cemitérios de Lobão, Gião e Louredo (1700 euros).

Por outro lado estranha-se que seja dito que várias pessoas mostraram essa dúvida e preocupação quando, na realidade, com a Junta nunca ninguém colocou a questão ou a dúvida.
Assim, para reposição da verdade, esclarece-se que ninguém é obrigado a comprar duas sepulturas, podendo obviamente comprar apenas uma. A opção de construir aos pares, mas divididas entre si, tem a ver apenas com o objectivo de criar entre sepulturas um maior espaço permitindo melhor acesso e mais facilidade na limpeza e manutenção. Assim, cada proprietário, para além da frente da sepultura voltada ao passeio, tem um espaço lateral relativamente amplo quando comparado com o da maioria das sepulturas existentes tanto no cemitério velho como no novo. Apesar de estarem aos pares, o revestimento do jazigo (mármore ou granito)  pode ser feito obviamente de forma independente já que a separação entre ambas o permite. Por outro lado pretendeu-se criar uma métrica mais uniforme, ao contrário do que tem acontecido nas outras sepulturas. Não se pretendeu poupar nem desperdiçar espaço, mas apenas construir o número de sepulturas que estava previsto para o respectivo cantão.

Em resumo, é sempre bom haver uma consciência crítica, e felizmente o Sr. Mário Baptista, por quem tenho especial simpatia e consideração, tem sabido exercê-la ao longo dos tempos, apontando às diferentes Juntas situações que merecem ser apontadas, mas no que se refere a este assunto das sepulturas, o que escreveu ou procurou transmitir, mesmo que decorrente de algum desconhecimento manifestado por terceiros,  não corresponde de todo à verdade.

19 de maio de 2017

Numeração e identificação de sepulturas

A Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande solicita para fazer o seguinte aviso:

No cemitério de Guisande, a cada sepultura está a ser atribuído um número de identificação, estando o mesmo a ser pintado provisoriamente junto a cada uma.

Os proprietários das sepulturas, devem tomar nota do respectivo número ou números atribuídos e dirigirem-se à Junta no sentido de confirmarem se as mesmas estão devidamente identificadas no que diz respeito à sua propriedade.

A Junta mais informa que todas as obras realizadas nas sepulturas, alterações de jazigo ou melhoramentos, carecem previamente de uma licença de obras, conforme a tabela de taxas em vigor, a qual deve ser requerida e paga na Junta.

Licença de obras nos cemitérios:
1 sepultura: 70,00 euros
2 sepulturas: 100,00 euros
3 sepulturas: 150,00 euros
Licença de obras em capelas: 150,00 euros