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7 de maio de 2018

Manadas


(...É evidente hoje que o Facebook – e o mesmo se poderia dizer do Twitter ou do Youtube (que pertence à Google) – albergam e difundem o melhor e o pior, porque, como dizia recentemente na Argentina o sociólogo Manuel Castells, “as redes são a expressão do que somos e a espécie humana não é necessariamente boa”.

A meu ver, porém, não basta repetir o que o senso comum diz habitualmente das tecnologias: que elas, em si mesmas, “não são boas nem más”; e que “o uso que delas fazemos é que é determinante”. É verdade que muito depende do utilizador e do uso. Mas é preciso não ser ingénuo relativamente à natureza e finalidades das redes sociais. O Facebook ou o Instagram são bem mais do que brinquedos que nos ofereceram para realizar a promessa de pôr de pé uma rede de comunicação à escala do mundo. E não é só pelas utilizações fraudulentas e mal-intencionadas de que vamos tendo conhecimento. Somos também nós que fazemos essas redes, em particular quando nos desinteressamos de conhecer a sua lógica de funcionamento e adotamos, no seu uso, ‘comporta-mentos de manada’....)


(Manuel Pinto in Rádio Renascença)

1 de maio de 2018

Fome...guerra e paz.

Convenhamos que, quando estamos com fome, famintos mesmo, seja por falta de apetite ou por algum jejum forçado, quando temos possibilidade de lançar unhas e dentes ao alimento, até a mais sensaborona comida afigura-se-nos como um divinal repasto. Assim sendo, sejam eles quem forem, os comensais com dentes enferrujados e tripas vazias, que festejem e tirem a barriga de misérias porque nunca se sabe se vêm aí dias de mais fome ou de fartura.

A paz é um bem supremo e desejável como premissa para a estabilidade e desenvolvimento dos povos e nações. A uma escala mais micro, de pessoas, grupos e instituições.  Seja ela a paz social ou paz bélica, sadia ou podre, é sempre necessária.
Ora o erro de alguns ou de muitos, sobretudo de quem dirige e preside a destinos, é esquecer um já antigo ensinamento ou provérbio de autor latino "Si vis pacem, para bellum", isto é, "se queres paz, prepara-te para a guerra".
Assim, perante a cobardia de quem vive permanentemente a guerrear, no exercício constante da guerrilha manhosa, oculta, disfarçada, cobarde, a paz conseguida poderá ser sempre podre, mas só com guerra à altura é que será possível o equilíbrio que a ela conduzirá. Enquanto assim não for, é ver, indiferente e impotente, o cobarde a bater na velhinha ou na criança com ares de fanfarronice intocável.
Na pocilga não faz sentido perfumar as axilas dos porcos, mesmo que com Chanel.

24 de abril de 2018

Fetos feitos


Reparei por estes dias que nos matos e pinhais onde há semanas foi efectuada limpeza, já cresceram os fetos ((Pterydium aquilinum) e estão já com alturas entre 20 a 50 cm, se não mais. Estarão, pois, os proprietários, já em desrespeito pelas "rigorosas" medidas dos 20 cm, vertidas pelos políticos  para o Decreto-Lei no 124/2006, de 28 de Junho alterado pelo Decreto-Lei n. 17/2009 de 14 de Janeiro?
Entretanto, à luz do Decreto, muitas Juntas de Freguesias estão já em nítido desrespeito com valetas por limpar com vegetação bem acima do 20 cm. 
Se não fosse um assunto sério daria para rir.

15 de abril de 2018

Amanhã será segunda-feira e depois terça e depois...


Que bonito, que lírico, ver o entusiasmo à hora da partida dos "soldados"para uma "batalha", por mais literal que seja sem o dever ser. Mas, e à hora da chegada se os que partiram voltarem cabisbaixos como derrotados? Estarão à sua espera os mesmos que os aplaudiram à partida? Ou serão menos? Ou bem mais, para em vez de aplausos haver lugar aos assobios, vaias e críticas. E que filme tão repetido é este que até enjoa de previsibilidade....Os bestiais e as bestas.

Tudo é tão volátil e e ao sabor dos ventos que custa a acreditar que a certeza e sonhos por vitórias antecipadas possa residir em cenários, fumos e bandeirolas como se quem fizer mais barulho e demonstrar mais aparato é que é mais forte e melhor, um pouco como na vida animal em que minúsculos seres se incham e inflamam de ar ou a matraquear os bicos para mostrarem aquilo que não são e com isso tentar impressionar adversários. Assim, como antídoto a alguma fanfarronice, para qualquer exército, nada melhor que manter sempre os pés assentes na terra e alguma distância e sobretudo respeito pela valia de cada adversário, mesmo que uma jovem ala de namorados, porque o que for há-de ser  e quem vai à guerra dá e leva e amanhã será segunda-feira e depois terça e depois por aí fora.

12 de abril de 2018

Leões à solta


É verdade que com os males dos outros podemos nós. Mas em jeito de comentário, creio que o que está a acontecer na grande instituição que é o Sporting Club de Portugal, resulta essencialmente de um presidente que apesar de maioritariamente apoiado por sócios e adeptos, para além dos seus evidentes méritos na recuperação financeira e mesmo desportiva do clube, tem tido uma postura e posicionamento, sobretudo comunicacional, pouco dignos com a posição que ocupa. A necessidade de guerra com o rival da capital, não justifica tudo, para além de quem tem "disparado" sobre tudo e sobre todos, mesmo para os da casa.

Os acontecimentos pós Atlético de Madrid-Sporting, em que criticou publicamente de forma contundente (e injusta, diga-se) os seus jogadores profissionais, confundindo azares e erros involuntários com mau profissionalismo, e depois destes tomarem uma posição conjunta de auto-defesa e desagrado com a crítica do seu presidente, como um bom ditador Bruno de Carvalho voltou, sempre de forma pública, a acusá-los e a suspende-los, sujeitando-os (os "meninos mimados") ao regulamento disciplinar.

Ora qualquer leigo nestas coisas do futebol caseiro, soube desde logo que Bruno de Carvalho criou uma situação insustentável e altamente danosa, para si próprio mas sobretudo para os interesses do Sporting, desportivos mas também financeiros e mesmo de imagem. Por isso seguiu-se a natural indignação e reacção de muitos sócios e adeptos, anónimos e "notáveis", não havendo outro remédio senão dar um passo atrás e "virar o bico ao prego", suspendendo-se a suspensão, porque logo de seguida (no Domingo passado)  havia um jogo com o Paços de Ferreira, ainda importante para a definição do pódio da Primeira Liga de Futebol, e logo depois o jogo da segunda mão para a Liga Europa com o Atlético de Madrid (naturalmente ainda com hipóteses de inverter o 2-0 de Madrid) e um pouco mais à frente o importante jogo da segunda mão da meia-final para a taça de Portugal com o F.C. do Porto, por isso com um título em jogo para além da recepção ao Benfica, jogo que pode decidir o título e mesmo o pódio. Ora Jorge Jesus, que tem tido uma posição de defesa dos seus jogadores mas sem confrontar publicamente o seu presidente, por óbvios motivos de lealdade institucional, certamente que teve muito a ver com a mudança de posição e rumo dos acontecimentos quanto à suspensão da maior parte do plantel. Não cedesse o presidente e teríamos o caldo entornado, com Jorge Jesus certamente a não abrir mão dos seus melhores jogadores para o embate dos jogos atrás referidos. E não surpreenderá que logo que terminada a época, com toda esta instabilidade, "dê à sola".

Assim sendo, perante toda esta previsibilidade, em nome do sportinguismo, diálogo, humildade ou acobardamento, o que lhe queiram chamar, a SAD determinou que está suspensa a suspensão e para além da luta interna e das condições que Bruno de Carvalho tem ou não para continuar a presidir ao Conselho Directivo, e muitos acham que não tem, mesmo que tenha abandonado a "metralhadora" do Facebook, está a passar-se a ideia de que afinal tudo isto foi um equívoco, uma precipitação mútua e que o presidente até estará doente e com stress por causa do nascimento da filha, etc, etc, e não passou de um "faz-de-conta". Vamos, pois, todos dormir e amanhã acordaremos com a sensação de que tudo não passou de um sonho, muito menos um pesadelo.

Mas, como dizia no princípio, com os males dos outros podemos nós. Mas não deixo de lamentar até porque, parecendo paradoxal, porque benfiquista, sempre tive muita simpatia pelo Sporting, considerando-o mesmo o meu segundo clube no que a preferência clubística nacional diz respeito.

5 de abril de 2018

Janela de oportunidade

Por vezes certas coisas só se conseguem num momento próprio, muito específico, no que modernamente caiu em voga dizer-se como "janela de oportunidade" ou "timing certo". Ora nesta fotografia, a tal janela de oportunidade surgiu em 2013, após um incêndio que varreu o terreno  sobranceiro ao lugar da Igreja, pondo o mesmo a descoberto e permitindo este olhar, esta perspectiva sobre a igreja matriz e envolvente. 
Hoje, passados cinco anos, já não será possível repetir (talvez com um drone), pois entretanto os eucaliptos cresceram em bom ritmo e já voltaram a povoar densamente o terreno, o que de algum modo nos diz que tudo quanto ardeu no país de forma dramática com os incêndios do ano passado, dentro de poucos anos voltará a estar renovado, essencialmente quanto a eucaliptos. Claro que há espécies que se perderam de forma irreparável e outras que só daqui a pelo menos duas décadas poderão ter portes com alguma imponência. A natureza tem este dom de renovar-se e transformar-se mesmo que nem sempre volte a ser como dantes.

23 de dezembro de 2017

É Natal na nossa aldeia



É Natal na nossa aldeia,
Feliz tempo que enternece;
Cada casa com mesa cheia,
E uma lareira que aquece.

À casa doce paterna,
Vão dar todos os caminhos,
Todos a ela acorrem
Quais aves aos seus ninhos.

Chegam filhos, genros e noras,
Chegam netos, já crescidos,
Qual bagos de doces amoras,
Todos juntos, bem juntinhos.

Na mesa grande há fartura
De coisas boas, da avó,
A fome também  é de ternura
De aconchegos e não só.

Abre-se espaço na mesa
Que a rainha é chegada,
Qual tesouro da pobreza,
Já fumega a caldeirada.

O bacalhau lá está, claro,
A batata e a penca que é couve,
O azeite dourado, do mais caro.
- Que Nosso Senhor o louve!

De vinho bom, bem regadas,
Santa e doce esta alegria,
Lá vêm, vejam, as rabanadas,
As filhoses e a aletria.

A mãe, avó eternecida,
Enlevada neste amor,
Junta as mãos, agradecida:
- Louvado Deus meu Senhor.

É Natal na nossa aldeia,
O do Menino, o de Jesus;
Nossa alma está cheia
Da sua imensa, intensa luz.

É Natal na nossa aldeia!



A. Almeida 12/2017

14 de novembro de 2017

Chover no molhado


À água, como à saúde, de resto como a muitas outras coisas, só lhe damos importância quando dela temos falta. Com um ano de 2017 quase sem chuva e com um outono armado em verão, não surpreende que os especialistas declarem Portugal em estado de seca, seja ela severa ou extrema. 
Uma grande parte do país, como os agricultores e criadores de gado nas zonas interiores e Alentejo, está já a sofrer na pele e na carteira as consequências. A outra parte, quase não a sente porque, como dizia há dias o Ministro do Ambiente, apesar de tudo a água continua a estar acessível nas torneiras dos portugueses.
Não admira, assim, que regressem as velhas campanhas a apelar à poupança da água, esse precioso e insubstituível bem para a sobrevivência de tudo quento tem vida.
Perante esta caristia de água, andamos todos quase a pedir, até mesmo aos santinhos, que a chuva faça favor de cair e se possível em abundância para reforçar nascentes, fontes, poços, furos e encher regatos, albufeiras e rios. 
Mas isto é por agora porque em circunstâncias normais ficamos todos aborrecidos quando chove, porque complica as nossas vidas, porque é chata, perigosa para a condução e para quem trabalha ao ar livre, porque estraga planos de viagens, de férias, de idas à praia, piqueniques, casamentos, etc, etc.
Vamos, pois, esperar que de facto a chuva venha quanto antes, na justa medida se possível, mas quando ela é abundante, mesmo que excessiva, convirá sempre pensar na falta que faz e por isso dar-lhe o valor que merece.

30 de setembro de 2017

Tempo de repouso

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Amanhã é outro dia. Por ora há que descansar, porque a vida ou as coisas são efêmeras. O importante é que se viva e que pervaleca o amor, a  amizade entre as pessoas, independentemente de raças, credos, cores, clubes, partidos, gostos, etc, etc. Tudo o resto pouca ou nenhuma importância tem.

24 de setembro de 2017

Olhares - Capela do Viso e sineta





Capela do Viso e sineta. São horas da andança e da mudança...

Noutros tempos, tocava todos os domingos, logo pela manhãzinha, bem cedo,  a chamar o povo, ainda dorminhoco, a subir ao monte do Viso para assistir à missa das sete. O padre Francisco, ainda fresco, já subira ligeiro pelas Quintães e Barreiradas fora e o Ti Franklim, antecipando-se-lhe, já entrara na sacristia a puxar pela corda do badalo, fazendo-o martelar num ritmo incerto, pelo seu cansaço, na preguiçosa sineta. Tlim, tlim, toca o franklim, Tão preguiçosa que mais tarde foi preciso mecanizá-la, quase castrá-la, sim porque agora já não é o pobre badalo a acariciar o cobre, resignado por isso a uma figura de corpo presente e impotente, enquanto pelo lado de fora, um martelo cilíndrico e impessoal chega-lhe a roupa ao pêlo quando é preciso anunciar a missa, poucas vezes, diga-se.

Pobre badalo, longe já dos tempos em que, conta-se, numa noite de S. João alguém o fez trabalhar umas horas a fio, quando lhe amarraram uma corda a uma cabra inquieta, surripiada de um qualquer curral. Houve quem, estremunhado, se levantasse para ir apressado à missa sem hora marcada ou mesmo a acudir a algum improvável incêndio, dada a inquietação e insistência com que o raio do badalo martelava na sineta. Outros tempos, mas o badalo ainda ali está, desde 1874, para confirmar esta e outras histórias. É só perguntar-lhe.

Nota: Mas sim, a sineta, conforme se vê pela fotografia acima, ainda tem um sistema que lhe permite balançar e assim ser tocada pelo badalo, mas parece que tal tarefa tem sido incumbida ao martelo exterior.

23 de setembro de 2017

Outono...


Parecendo que não, já estamos no Outono. Tempo de colheitas, vindimas, castanhas, diospiros, romãs e nozes. Tempo de mais roupa no corpo e cobertores cama. Tempo em que um vinho do Porto sabe melhor que uma cerveja e uma camisola de lã melhor que uma t´shirt.

3 de julho de 2017

Mais uma segunda-feira...

Mais uma segunda-feira, a primeira do mês de Julho, para muitos já um período de merecidas férias, para outros, nem por isso. Começa quente a semana mas parece que lá mais para o meio dela voltará o tempo fresco e algumas chuvas, por isso um Verão que começa inconstante, no que vai sendo já uma característica. As alterações climáticas a fazerem das suas.
Por cá, na nossa freguesia, neste fim-de-semana o grupo da LIAM participou na Peregrinação Nacional da Família Espiritana, em Fátima, o que faz com regularidade há mais de vinte anos.
Para a próxima semana, a 8 de Julho, sábado, o Centro Social leva a cabo mais um evento recreativo com vista à angariação de fundos para as despesas correntes, tal como aconteceu neste fim-de-semana com a sua 4ª Feirinha Social. Por enquanto, ainda dependente da decisão da Segurança Social em desbloquear as verbas previstas pelo programa de cooperação, sem as quais não pode começar a funcionar, o Centro Social tem procurado não esmorecer, no que é de louvar a dedicação e persistência da sua Direcção. Pelo que resultou de uma reunião em Maio com o director da Segurança Social, há perspectivas de que a coisa seja despachada no entretanto, até porque há eleições à porta, mas até lá nada mais pode fazer que esperar a boa vontade do Estado e das suas instituições. O controlo do famoso défice também é feito de cortes e não apenas de crescimento económico, mesmo que com isso se adiem projectos e se prejudiquem pessoas e comunidades.
Quanto à política, local ou regional, tem merecido destaque pela negativa o caso de justiça que envolve autarcas e empreiteiros de Oliveira de Azeméis, com suspeitas de corrupção e favorecimento nos ajustes de obras públicas a troco de luvas. Uma má imagem para os próprios e para os políticos em geral, uma classe já muito pouco tida em consideração. Estes e outros casos, em vésperas de eleições autárquicas, têm obviamente um impacto negativo junto dos eleitores e tornam pouco credíveis as mensagens e os habituais chavões de campanha como "fazer mais e melhor", "mais proximidade", "mais pelas pessoas", "competência e dedicação", "rigor e transparência", etc, etc. Afinal, bem sabemos que na maior parte dos casos estes são slogans de circunstância, escritos em bom papel e entoados em alto som, mas que depois na realidade são esquecidos, por incapacidade ou mesmo por falta de vontade.

16 de junho de 2017

Cartaz da Comunhão Solene - Memórias de tempos idos


Quero deixar aqui um agradecimento às muitas pessoas que elogiaram o cartaz da Comunhão Solene, nomeadamente pela inclusão de fotografias antigas alusivas à procissão, e que trouxeram um sentimento de memória, nostalgia e saudade de outros tempos. Afinal recordar é viver ou mesmo reviver. Quantos de nós, os mais velhos, não guardamos doces recordações desse dia da nossa Comunhão Solene?  Certamente que quase todos. Pela parte que me toca, as memórias desse já longínquo dia 21 de Junho de 1973.

5 de junho de 2017

Visitas e visitantes

Este site "A Minha Aldeia de Guisande" tem tido resultados muito positivos no que ao número diário de visitas diz respeito. Quase todos os dias passam por cá mais de duas centenas de internautas. A sua larga maioria tem obviamente origem em Portugal, seguindo-se a Suiça, o que reflecte uma boa referência para os muitos emigrantes guisandenses por terras helvéticas. Como curiosidade, as visitas de França, também com forte emigração, aparecem em número só depois do Japão e Estados Unidos, o que não deixa de ser intrigante, mas certamente que encaminhadas por temas ou tópicos relacionados ao nosso concelho de Santa Maria da Feira, que também têm merecido o nosso destaque.
Assim sendo, é deveras positivo e incentivador que este espaço continue a publicar temas e assuntos relacionados à nossa freguesia, à minha aldeia, mas obviamente, acima de tudo, como um espaço pessoal.
Agradeço, pois, a todos aqueles que visitam com regularidade este espaço e o ajudam a partilhar e a divulgar, nomeadamente na rede social Facebook.

30 de maio de 2017

Vem aí chuva...



"...Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo..."

- Mario Quintana

15 de maio de 2017

Adaptação, conhecimento e respeito

 
Na edição desta segunda-feira, 15 de Maio, o semanário feirense “Terras Notícias  num especial dedicado a Caldas de S. Jorge, dá voz ao presidente da Junta da União de Freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.
José Martins, entre outras considerações relacionadas ao território que gere, refere que “…nunca fazemos aquilo que gostaríamos de ter feito, mas também temos a noção de que em três anos tivemos uma nova realidade com a agregação de freguesias e isso obrigou-nos a alterar os nossos pressupostos.”.
 
Esta constatação é óbvia e reflecte uma realidade que por enquanto o grosso da população certamente ainda não assimilou e por conseguinte ainda não a compreende. Ora se isto é verdade para uma união de duas freguesias, como Caldas de S. Jorge e Pigeiros, ainda é mais notória  quanto às dificuldades inerentes para uma união com três freguesias, como Canedo, Vale e Vila Maior ou, ainda mais, para quatro freguesias, como a nossa, com Lobão, Gião, Louredo e Guisande.
 
Num sentido geral às diversas uniões de freguesia do nosso concelho,  nestes primeiros tempos de uma nova realidade decorrente de uma atabalhoada reforma administrativa, em que ainda há muito caminho a arrepiar e mentalidades a mudar,  não surpreende que exista a tentação de predominância por parte da freguesia que encabeça qualquer união sobre as demais e que em face disso, de um modo geral, se perceba nas populações das freguesias integradas um sentimento de  desconsideração e descontentamento, sendo que este muitas vezes alheado das reais dificuldades financeiras das respectivas Juntas e das consequentes dificuldades em ampliar os quadros de pessoal ou contratar serviços para poderem dar resposta a necessidades tão básicas como a limpeza regular das ruas e jardins, para além de reparações e pequenas obras do dia-a-dia.
 
José Martins, mais refere que “…Tivemos de conhecer bem a outra freguesia e criam-se dinâmicas diferentes numa e noutra freguesia. Estas coisas levam o seu tempo. Para muita gente, três anos é muito tempo, mas para quem está numa nova realidade, é pouco tempo. Foi uma fase de adaptação.”.
O presidente da União de Freguesias das Caldas de S. Jorge e Pigeiros, diz aqui uma verdade indesmentível, mas na forma como a diz sub-entende-se que Caldas de S. Jorge teve que “conhecer bem” a freguesia de Pigeiros. Ora não teria que ser assim, porque este conhecimento deve ser mútuo porque uma não tem que ser predominante nem adaptar-se em relação a outra. Enquanto este sentimento de predominância se mantiver, seja em que união de freguesias for, a coisa não funcionará e as populações, porque não são tolas nem cegas, perceberão, e quem não adoptar uma postura e mentalidade de verdadeira união, mais cedo ou mais tarde não terá lugar nos órgãos de poder local.
 
José Martins, no entanto está certo na essência da questão, porque de facto uma verdadeira união de freguesias exige por parte de quem a comanda, um conhecimento de todas as freguesias mas também um respeito pelas particularidades sociais, culturais e históricas de cada uma e que isso naturalmente se traduza no relacionamento institucional e pessoal com a população, grupos e associações. Creio pessoalmente que a mais valia e riqueza de uma qualquer união de freguesias, a duas, a três ou a quatro unidades, como a nossa, é precisamente a diversidade das características de cada uma, geográficas ou humanas. Uma qualquer Junta ou um qualquer presidente que não percebam esta realidade nem tenham uma actuação condizente, nunca terão sucesso nem nunca serão bem acolhidos.
 
No caso da união de freguesias presidida por José Martins, sendo uma opinião de quem apenas está e olha de fora, até penso que tem havido um respeito mútuo e têm-se feito coisas interessantes no que diz respeito à dinâmica social e cultural entre ambas as freguesias. É claro que dificuldades e críticas existirão sempre e nem tudo tem sido positivo ou fácil, mas creio que esta União de Freguesias unidas pelo rio Uíma, passada a fase de adaptação, tem todas as condições para funcionar de forma muito positiva e inclusiva.
 
Em resumo e não dizendo nenhuma novidade, é fácil perceber que um qualquer presidente de Junta para uma qualquer união de freguesias, para além das qualidades inerentes à sua competência e da sua equipa , ainda de um estilo dinâmico, objectivo, determinado e não hesitante, inclusivo e agregador, tem que compreender e respeitar as características de cada uma das freguesias e não fazer contas em cada obra ou iniciativa em função do grau de importância eleitoral de cada uma delas ou, sendo natural de uma, não tratar as demais como enteadas ou filhas ilegítimas. Um qualquer presidente de Junta de uma qualquer união de freguesias tem que ser mais que um presidente da sua própria freguesia. Tem que saber ser e estar em consonância com as exigências e contribuir em todas as acções e momentos para o sucesso de cada uma das uniões, contribuindo para uma união plena e mesmo encurtar distâncias e assimetrias de desenvolvimento quando existam.
 
Se não for assim, não valerá a pena o esforço e a malfadada reforma administrativa, para além de muito mal ataviada, não terá, nem no presente nem no futuro, qualquer crédito a seu favor, para além de trazer à memória um mau político como o Sr. Relvas, e de fazer  poupar uns cobres ao Estado.

26 de abril de 2017

Cidadãos e cidadania

É sabido que em 1 de Outubro próximo Portugal terá eleições para as autarquias locais (Câmara Municipais e Juntas de Freguesia). Fica assim aberta, sobretudo ao nível das Juntas e Assembleias de Freguesias, a possibilidade de muitos cidadãos descontentes e habitualmente críticos, de se integrarem em listas concorrentes e apresentarem-se a votos e, se eleitos, mostrarem como é que se faz mais e melhor. Para além disso, será uma oportunidade de exercerem a sua cidadania pondo-se ao serviço das populações mesmo que a troco de pouco ou nada, sujeitando-se à crítica e ao julgamento público.

Claro está que muitas das pessoas habitualmente críticas, gostam de exercer a crítica, mesmo que nem sempre justa ou construtiva, como também de reclamar os direitos, mas raramente de assumir responsabilidades e exercer cargos e com eles os deveres. Ora, não sendo excepção, em Guisande há alguns destes “cidadãos exemplares” especialistas em nada fazer. Mas é pena, porque assim perdem uma oportunidade de fazerem alguma coisa pela sua freguesia, ou pelo menos tentar. Ficava-lhes bem, é certo, mas não lhes está na sua natureza.

Felizmente a freguesia de Guisande ao longo do tempo da democracia, e já lá vão quarenta e três anos, completados agora, tem tido um bom grupo de cidadãos que se abalançaram a ser autarcas, fazendo parte da Junta ou da Assembleia de Freguesia. É certo que em tempos e contextos diferentes, uns com mais ou menos capacidades, com mais ou menos êxito nos seus propósitos, mas estou certo que todos, com os seus defeitos e virtudes, justa ou injustamente julgados, tentaram fazer e dar o seu melhor em prol da freguesia. É, pois, de justiça, que por esta altura em que se comemora o 25 de Abril de 1974, esse vasto grupo de autarcas de Guisande seja lembrado e dele tanto os que ainda andam por cá, como os que já partiram e que aqui relembro, nomeadamente, sem intenção de esquecer ou omitir alguns outros nomes, o Sr. Leandro Ferreira das Neves, sepultado neste emblemático 25 de Abril, o Dr. Joaquim Inácio da Costa e Silva, o Sr. Martinho Rocha Vieira, o Sr. Joaquim Ferreira Coelho, o Sr. Avelino de Sousa, o Sr. Fernando de Almeida Anunciação e o Sr. Germano da Conceição Gonçalves, os quais passaram pela Assembleia e Junta de Freguesia nesses primeiros tempos da nossa democracia.


21 de abril de 2017

Sporting Club do Porto - Benfica

Será já amanhã, o tão falado e esperado jogo de futebol entre o Sporting Club do Porto e o Benfica. Não, não me enganei. Na realidade com o Sporting Clube de Portugal estará toda a nação do F.C. do Porto a torcer pela vitória dos verdes contra os vermelhos, já que depositam toda a confiança e mesmo todas as fichas na vitória do Sporting como permissa para ainda poderem chegar ao título de campeão nacional da Primeira Liga do Futebol Português.
É certo que, independentemente do resultado, o jogo poderá não ser decisivo pois ficam ainda a faltar quatro difíceis jornadas para ambos os pretendentes ao título, mas poderá ser determinante.
Quanto ao Sporting, vencendo, será o campeão moral, tal tem sido a rivalidade e confronto crispado entre os clubes da capital. Ajudando o Porto a ser campeão, será uma vitória para Jorge Jesus e Bruno de Carvalho. Será o equivalente a vencer uma Liga dos Campeões.
Um empate deixa a certeza do Benfica continuar ainda no primeiro lugar e a depender apenas de si, mas ainda com jogos difíceis. Uma vitória para o Benfica, mais do que os três pontos será um reforço da moral para a ponta final, ficando com uma margem de manobra pontual que, não dando para folgas, permitirá ceder um empate, isto considerando que o F.C. Porto vencerá facilmente os jogos que lhe faltam disputar.
Mas isto são tudo suposições e no futebol a lógica por vezes, quase sempre, é uma batata.

7 de abril de 2017

Vamos ao teatro!


Amanhã, sábado 8 de Abril, pelas 21:30 horas, há teatro (à borla) no Multiusos de Louredo. Num espectáculo considerado de multidisciplinar, a peça Raixpartamort será levada à cena pelo grupo TEATRAMOS – Teatro Amador de Mosteirô.
Este evento faz parte do programa "Teatro-à-Roda", promovido pela Federação das Colectividades de Santa Maria da Feira, e tem como objectivo divulgar o teatro que se faz nas terras feirenses e levá-lo aos palcos das comunidades com menor acesso a esta expressão de arte.
Na União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, para além desta peça a exibir amanhã, estão programadas mais duas sessões para todas as idades e com entrada livre: A saber:

15 de abril | 21h30
Eu Manuel Inácio, quero ser santo! (Comédia)
por: CiRAC
local: Centro Cultural de Lobão

27 de maio | 21h30
A Cantora Careca (Comédia/Absurdo)
por: Juv-Setas
local: Auditório do Multiusos de Louredo

Esta notícia remete-me para os bons tempos em que em Guisande o teatro era apreciado e chegou a ter alguma tradição. Tanto por grupos ligados à dinâmica da paróquia (catequese e grupos de jovens), como pelas associações "ACJG" e o "O Despertar", volta e meia, com incidência por alturas do Natal, o teatro dava vida ao salão paroquial de Guisande. Pagavam-se bilhetes e mesmo assim a sala esgotava, sobretudo nas peças exibidas na véspera de Natal, antes da Missa do Galo. 
Infelizmente, hoje em dia nem à borla esta ancestral forma de arte consegue reunir assistências pelo menos razoáveis. O que é que se estará a perder? Que motivos estão a contribuir para que cada vez sejamos menos sensíveis a estas manifestações culturais?  Será que a televisão, a Internet e as novas tecnologias são a causa principal?

6 de abril de 2017

Turismo no concelho



Foi por estes dias apresentado o Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo de Santa Maria da Feira. Nada de mais, pragmático e previsível quanto baste.  Nele são exaltadas as potencialidades e optimizadas as metas para o futuro. 

 Pretende-se um plano transversal que abranja todo o território mas obviamente que muito desse território ficará de fora, seja por escassez de focos de interesse em qualquer uma das vertentes do turismo da actualidade, como património, cultura e ambiente, seja por falta de investimento e potencialização no que há, mesmo que pouco. De resto era sabido que o nosso turismo concelhio está e vai continuar a estar muito centralizado na sede, à volta do castelo, dos Lóios e do Rossio, não no valor intrínseco do próprio território como um todo e de muitos dos seus importantes focos, mas sobretudo nos eventos de massas, como o caso da Viagem Medieval, Imaginárius e Perlim.

Em todo o caso, Santa Maria da Feira tem sabido projectar-se e vender muito bem o que tem e até mesmo o que não tem, como o caso sintomático do licor "Chamoa", um produto recente, sem antiguidade, mas rebocado pela Viagem Medieval e que é agora vendido como "se fosse um produto secular". Mérito, óbvio, do marketing, que não poucas vezes procura vender gato por lebre, mesmo até no turismo.

Seja como for, Santa Maria da Feira está atenta e a trabalhar bem, usando as ferramentas do moderno marketing para potenciar o que tem de melhor. É importante que, com ou sem plano, a aposta na divulgação e investimento se estendam a todo o território para que nenhuma freguesia fique de fora. Só aí é que este será um plano transversal.