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5 de setembro de 2021

Futuros...

 


Eu não sei se será o Renato, o Manel ou a Maria, mas parece-me, que Canedo, como cabeça da União das Freguesias de Canedo, Vale e Vila Maior, merecerá um executivo à altura das responsabilidades e grandeza. De facto Canedo, tem crescido, é óbvio, em grande parte devido às contrapartidas por desde há décadas ser a lixeira do concelho e arredores e também pelo dinamismo do tecido comercial e empresarial local. 

Do esforço, visão e dinâmica da Junta de Freguesia, pouco ou nada se tem visto, numa estagnação que só pode enganar quem vê pelas lentes de algum partidarismo. A freguesia tem um potencial enorme, desde logo pelo seu amplo território, o maior do concelho, mas ainda pela relação com vias como a A32 e Estradas Nacionais 222 e 223. Por conseguinte, tem tido executivos fraquinhos e apenas disfarçados e confundidos pelo referido dinamismo do tecido empresarial e comercial local bem como do tal contexto de localização de excelência de que goza. 

Da freguesia do Vale, nem vale a pena falar, pois tal como Guisande, tem sido relegada para a indiferença total neste regime disfuncional das Uniões de Freguesias.

Neste contexto, não surpreende que nas Uniões de Freguesias próximas, os slogans eleitorais pareçam residir na ideia comum de fazer futuro. De facto, o presente tem sido mesmo fraquinho pelo que qualquer melhor futuro terá que passar necessariamente por mudanças. Caberá, naturalmente, às populações locais escolher quem decidirá os seus futuros. Ou se mais do mesmo, ou se novas oportunidades.

4 de agosto de 2021

Lista do PSD à Câmara da Feira

 


Foi já apresentada a lista candidata do PSD - Partido Social Democrata à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, concorrente às próximas eleições autárquicas que terão lugar a 26 de Setembro próximo. 

Comparativamente ao actual executivo, há a registar saídas importantes e naturalmente entradas para as colmatar. Da equipa do atual executivo PSD, registam-se as saídas de Cristina Tenreiro, Helena Portela, António Topa Gomes e Teresa Vieira. Apesar de se ter falado nas suas saídas, mantêm-se Vítor Marques e Gil Ferreira. 

Com o Dr. Emídio Sousa à cabeça, o segundo lugar da lista será ocupado por Amadeu Albergaria, advogado, de S. João de Ver. Em terceiro lugar, surge a economista Sónia Azevedo, natural de Lourosa. O atual vereador do Pelouro da Proteção Civil e Ação Social, Vítor Marques, surge na quarta posição, seguindo-se Gil Ferreira, atual vereador do Pelouro da Cultura. 

A arquiteta paisagista, Ana Osório e o empresário Mário Jorge Reis, que cumpre ainda o seu último mandato enquanto presidente da Junta de Freguesia de Rio Meão, Beatriz Silva, natural de Argoncilhe, gestora de empresas, Alexandra Rocha, assistente de direção, e André Coelho, de Santa Maria de Lamas, advogado, completam a lista.

[fonte: Jornal N]

2 de agosto de 2021

Afinal havia outro....

A propósito das Eleições Autárquicas marcadas para 26 de Setembro próximo, há dias noticiamos aqui que Joaquim Santos, ex-presidente de Junta da Freguesia de Guisande e actual presidente do Centro Social de Guisande, tinha sido escolhido para integrar a lista concorrente pelo PSD na União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, como candidato ao cargo de tesoureiro. Uma situação normal e esperada e que certamente, em caso de eleição, corresponderia a um bom representante para Guisande, porque dela conhecedor. Tomou parte, inclusive, na sessão de apresentação das listas do partido a nível concelhio e foi mesmo tirar as fotos oficiais para a campanha.

Pois bem, ainda sem conhecer oficialmente o alinhamento definitivo da lista, parece que as coisas deram uma reviravolta e, "chamando os bois pelos nomes", o Joaquim Santos foi "afastado" da lista, de tesoureiro para vogal e pouco depois foi mesmo "encaminhado" para a porta de saída. Mesmo admitindo a a sua eventual concordância ou um "encolher de ombros" face a este saneamento, para, compreensivelmente num sentido de responsabilidade para com o partido, não levantar ondas nem agitar as águas numa fase crucial, todo este filme é exibido com um mau argumento num misto de drama e comédia.

Falta confirmar oficialmente o que se sabe oficiosamente, mas esperemos que não se confirme a saída do Joaquim Santos, pois para além de "um tiro no pé", esta situação pode ser interpretada pelo eleitorado como um desrespeito que, a somar ao quase total ostracismo a que foi votada a freguesia neste mandato, trará óbvias dificuldades à lista do PSD em justificar esta situação. Mais do que justificar, convencer.

Vamos aguardar pela confirmação desta estranha situação, mas numa primeira impressão parece haver contornos no mínimo "estranhos" e a carecerem de boas explicações. O eleitorado, particularmente o do PSD, merecerá isso. É que a confirmar-se, nem quem afastou nem quem foi afastado ficará bem nesta fotografia.

Na eventualidade da "saída" se confirmar, espera-se que o lugar seja preenchido por alguém bem conhecedor da freguesia e, naturalmente, candidato à função de secretário ou tesoureiro. O contrário, será piorar ainda mais a situação e acentuar a desconsideração para com a  freguesia, tão ostracizada neste último mandato.

Figuras

 


Pedro Ferreira, de 35 anos, nosso conterrâneo (Rua das Quintães - Guisande), foi o escolhido pelo Bloco de Esquerda para liderar a lista concorrente à Junta de Freguesia de São João de Ver, nas próximas Autárquicas.

Votos de sucesso!

19 de julho de 2021

Amigos, amigos, política à parte

Ainda não vi nem li documento oficial que o confirme, mas a ter em conta informações tidas como fidedignas, o representante de Guisande na lista do PS- Partido Socialista, concorrente às próximas eleições autárquicas, será novamente Celestino Sacramento, antigo presidente de Junta.

Ou seja, pelo PSD teremos Joaquim Santos e pelo PS será Celestino Sacramento. Não deixa de ser curiosa esta situação tendo em conta que ambos são amigos e fazem parte do elenco directivo do Centro Social de Guisande. 

Esta conjugação pode ter outras leituras, mas para mim resulta de que a política não tem necessariamente de ser divisionista ou fracturante, e embora por vias e pessoas diferentes, os interesses de uma freguesia podem ser defendidos em diferentes lados e por diferentes visões relativamente ao posicionamento político.

Assim, importante será que qualquer um deles, em caso de eleição e se na Junta ou na Assembleia de Freguesia, possam ter voz activa e empenhada na defesa das particularidades e necessidades de Guisande no contexto da União.

Se me perguntam quem tem melhores condições de vencer em Guisande, respondendo e deixando de lado as aprecições de estilo e personalidade, porque diferentes, mas apenas pela leitura do contexto actual que tenho por aqui analisado, parece-me que Celestino Sacramento e o PS têm todas as condições para ganhar, porque objectivamente o impacto da gestão do PSD em Guisande neste último mandato foi de facto uma nulidade, em todas as frentes. Se é certo que o primeiro mandato, porque mais curto e com as finanças condicionadas por responsabilidades herdadas das anteriores Juntas, foi difícil e mesmo com o ônus do experimentalismo face à nova realidade administrativa, ainda assim se conseguiram realizar certas obras e melhoramentos. Nos últimos quatro anos, num mandato já a expirar, paradoxalmente tem sido de facto uma nulidade, e nem mesmo nos aspectos básicos de limpeza das ruas as coisas correram bem, como o panorama na envolvente no edifício da Habitação Social o demonstra.

Creio que por este cenário será difícil ao PSD e seus concorrentes explicar aos Guisandenses que tal nulidade não terá resultado de algum ressentimento pela vitória do PS em Guisande, em contra-mão com as restantes freguesias. E não venham, como bandeira, com a lista das pavimentações porque o povo não é burro e sabe que estas foram da exclusiva responsabilidade e investimento da Câmara Municipal, a  exemplo do que tem feito por todo o concelho, num esforço notório da requalificação das nossas estradas. E mesmo assim tudo indica que ainda vão ficar algumas ruas em mau estado, como a da Zona Industrial, a Rua de Estôse e Rua dos Quatro Caminhos ou mesmo parte da Rua de Trás-os-Lagos.

Vamos, pois, ver no que dá esta interessante disputa entre dois amigos em posições diferentes. Certamente que terão em comum a defesa de Guisande bem como da concretização de apoio ao processo de funcionamento do Centro Social, o qual, recorde-se, tem estado condicionado por opções políticas ao nível do Estado bem como por sucessivos entraves, para além do contexto da pandemia.

A ver vamos, sendo certo que me parecem ambos dois bons candidatos. Esperava-se, é certo, novos elementos, com outra juventude e dinâmica, tanto mais que ambos já deram o seu contributo no passado, mas isso também revela as dificuldades no contexto actual em conseguir cativar elementos mais jovens para estas coisas da cidadania e poder local. O cenário de uniões de freguesias veio afastar todos aqueles que no passado o faziam por amor à terra. Assim, como diria o outro, é o que se pode arranjar!

13 de julho de 2021

PS - David Neves encabeça lista à União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande


Como não há duas sem três, David Neves concorrerá pela terceira vez ao cargo de presidente da Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo Guisande, encabeçando a lista do Partido Socialista. 

Nas últimas eleições, em 2017, só não venceu porque a par da falta de comparência do CDS, que serviria de fiel de balança, Manuel Oliveira Leite (agora cabeça-de-lista pelo PSD) teve de facto um excelente resultado em Gião. Não fora isso e o candidato socialista teria conseguido.

Não é muito normal que um candidato se submeta a um terceiro escrutínio depois de ter falhado duas eleições consecutivas, mas, pela parte que me toca, parece-me que o PS apostou bem, porque percebe-se que o David Neves é uma figura capaz de reunir consensos e produzir a cola que poderá unir as diferentes freguesias da União, coisa que de todo tem faltado até aqui devido a um modelo e filosofia desajustados, excessivamente presidencialista. Desde logo o respeito e compreensão pelas diferentes identidades sócio-culturais das quatro freguesias. Não basta reunir representantes das quatro unidades. É preciso mais que isso, como descentralizar e distribuir poderes e competências por quem realmente as conhece. Uma figura de um qualquer presidente que do alto do seu ego olhe apenas para o seu umbigo e para a sua freguesia, não deve ter lugar neste modelo de uniões.

A ver vamos se será desta, mas creio que o David tem a tarefa mais facilitada, dado que do actual executivo do PSD a herança é muito pobre porque pouco ou nada se fez.  No caso de Guisande, mesmo nada, e mesmo o básico da limpeza (mais do que necessária) que se venha a fazer será já em período de pré-campanha. Bastará, pois, apenas fazer balanços.

Não será fácil, desde logo porque a população está obviamente decepcionada e desmotivada, percebendo que tem sido surripiada da tal proximidade e respeito pelos seus valores, mas dos candidatos apresentados até agora, parece-me que o David Neves será aquele que melhor percebe a dinâmica que de algum modo poderá tornar a nossa União de Freguesias um pouco melhor que um projecto de todo falhado.

12 de julho de 2021

Autárquicas 2021 - PSD Feira apresenta listas


Decorreu na passada Sexta-feira, 10 de Julho, a apresentação das listas do PSD concorrentes ás Eleições Autárquicas de 2021 no concelho de Santa Maria da Feira.

A nível da Câmara Municipal, sem supressa, a recandidatura do Dr. Emídio de Sousa. Era esperada e de resto é o melhor candidato, não só pela experiência acumulada, qualidade do trabalho realizado e porque a concorrência, sem desmerecer, sempre a começar do zero, terá óbvias dificuldades.

Quanto às freguesias, no que toca à União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, será Manuel de Oliveira Leite, actual Tesoureiro, a substituir José Henriques dos Santos, que sai de cena. Também uma candidatura que era já esperada  e por demais previsível desde há quatro anos.

Quanto a Guisande, o representante será Joaquim Santos, que já foi presidente de Junta de Freguesia (2005/2009) e actual presidente da Direcção do Centro Social. 

Como seria mais que justo, e no contexto do qual já por aqui opinei,  houve suficiente bom senso e será candidato a Tesoureiro.

Do que conheço de Joaquim Santos, independentemente da popularidade que possa ou não ter, do estilo que se pode ou não apreciar, é competente para o cargo e função a que se candidata e pessoa dedicada e esforçada, de resto bem patente na sua função ligada ao Centro Social, num contexto muito difícil. Pessoalmente, mesmo sem conhecer os representantes pelas demais listas concorrentes, acredito que Guisande será bem representada com o Joaquim Santos. 

Quanto ao resto, a avaliar por algumas figuras ausentes ou presentes, é sinal de que cada vez mais é difícil congregar pessoas e competências para a intervenção e acção política, sobretudo autárquica. O Estado não tem feito nada por isso, antes pelo contrário, como a borrada da reforma administrativa que conduziu às uniões de freguesias, incaracterísticas, ineficazes e pouco ou nada representativas. Assim a mediocridade acaba por ter espaço para se implantar.

No início do terceiro mandato, por isso já com resultados tangíveis a uma análise, percebe-se que, pelo menos a nossa União de Freguesias tem sido um fracasso a toda a prova e não há absolutamente um único exemplo que possa ser apontado como algo positivo e demonstrativo dos objectivos propalados da reforma. 

Pegando no lema da recandidatura do Dr. Emídio de Sousa, no caso das uniões de freguesias, de modo particular da nossa, seguramente nestes oito anos, foram vários os passos dados, não para a frente mas para trás.

Um fracasso total, sobretudo no aspecto de proximidade e serviço às pessoas para além dos prejuízos identitários e afastamento de quem por amor à terra poderia dar mais e servir melhor. Assim, como está, parece uma missão para o Tom Cruise. Impossível.

20 de junho de 2021

Equilíbrio e rotatividade

Só para lembrar que lá para final de Setembro, início Outubro, deste ano, vai haver eleições autárquicas. Parece que cá pela nossa União de Freguesias está já definida a lista do PSD bem como o representante da freguesia de Guisande. A seu tempo a coisa será divulgada com pompa e circunstância.

Para lá das dificuldades naturais que a lista vai ter na campanha, pelo menos cá na terrinha, desde logo como explicar e justificar aos guisandenses o que parece injustificável, o porquê de nada de digno de registo ter sido feito neste mandato que está a terminar, importará por ora, digo eu, que, finalmente, o elemento representante da nossa freguesia venha, caso vença, a ocupar o cargo de secretário ou tesoureiro, isto porque de há muito, mesmo sem necessidade de adivinhos, que está definido o de presidente. 

Parece-me, e parecerá a  muita gente, que por uma questão de justiça, equilíbrio e, vá lá, rotatividade, depois de dois mandatos acomodados com cargos de vogal, sem qualquer peso e competências, será legítimo esperar que no alinhamento da lista o representante de Guisande possa vir a ser secretário ou tesoureiro. Não será pedir nada de mais e qualquer pessoa perceberá isto como algo perfeitamente mais que natural. De resto, sendo quem é, reúne seguramente as capacidades e competências para o cargo.

O contrário, ou seja, novamente e pelo terceiro mandato remeter o candidato de Guisande ao lugar de vogal, será  mesmo um desrespeito para com a freguesia, ainda que até admitindo que o representante não tenha exigido cargo nem faça disso questão. Guisande e Louredo também são da União e depois de dois mandatos com elementos no papel de voluntariosos moços de recados, têm a legitimidade de ter cargos com mais expressão. Afinal o conceito de união, tem aqui este significado de equilíbrio e justeza.

A propósito, quando integrei a lista nas eleições intercalares de 2014, aceitei com naturalidade e sem reticências o lugar de vogal, uma vez que era esse o alinhamento já definido na lista concorrente em 2013. Tratava-se do primeiro mandato e era aceitável e natural que nesse ponto de partida os lugares seguissem a ordem de importância em número de eleitores. Já em 2017, com o segundo mandato, seria expectável que por rotatividade a Guisande coubesse um cargo de secretário ou tesoureiro. Não o tendo sido, é agora, na terceira eleição, mais que justo que o seja.

A ver vamos se haverá esse natural bom senso. Será mau de mais o contrário.

8 de abril de 2021

Sócrates vai ou não a julgamento? - Bahhh! Achas?...

Parece que amanhã a nação vai ficar a saber se o juiz Ivo Rosa vai levar José Sócrates a julgamento. A decisão instrutória sobre a Operação Marquês ocorrerá no início da tarde e será transmitida em directo, à laia de um Big Brother.

Mas é claro que, para além de tudo quanto se disse e das evidências evidentes, o ex-primeiro-ministro vai  sair do tribunal como um herói e mártir da coisa. Quando muito, da longa lista de graves crimes de que é acusado, ficarão dois ou três "para inglês ver", que depois também não darão em nada. 

Afinal, neste país vai-se preso por roubar uma lata de salsichas, mas as grandes figuras são intocáveis num sistema de protecção mútua e corporativista. A caducidade de crimes por arrasto do processo, sendo por si mesma condenável, é apenas um artifício necessário, porque importa, ao sistema, que estes mega processos se arrastem quase indefinidamente para perderem o impacto e a eficácia.

Por conseguinte, fosse assim tão fácil acertar no Euro Milhões quanto ao que vai ser decidido.

No final tudo acaba bem e o quem se fode é quem foi fodido, o povo! Siga!

1 de março de 2021

O senhor que se segue...


A notícia é de meados do passado mês de Fevereiro. A Comissão Política do PS - Partido Socialista, de Santa Maria da Feira, escolheu o jovem advogado Dr. Márcio Correia, sw 42 anos e actual presidente da estrutura concelhia, ex-vereador, como cabeça-de-lista às próximas eleições (em Outubro) para a Câmara Municipal.

Da parte do PSD - Partido Social Democrata, que tem governado a Câmara há mais de quarenta anos, ainda não se sabe oficialmente qual o candidato, mas tudo indica que o actual presidente, Dr. Emídio de Sousa será novamente o cabeça-de-lista, propondo-se àquele que, a ser reconduzido, será o seu último mandato por força do limite regulamentar. Recorde-se que há quatro anos a sua apresentação oficial ocorreu no início do mês de Maio. Não nos parece, pois, que oficialmente, tal anúncio se dê antes do próximo mês de Maio, até porque por ora a pandemia vai marcando outras urgências.

A quatro anos de distância, todavia, já se adivinha quem estará alinhavado para tentar a sua sucessão, mas até lá muita água correrá na Ribeira de Cáster.

Pessoalmente, para mim, o Dr. Márcio Correia é um quase desconhecido, para além de episódicas escutas da sua intervenção politica no programa de debate "Câmara Aberta", em que participa na Rádio Clube da Feira, juntamente com Alferes Pereira (CDS-PP).

Das poucas vezes que o escutei, pareceu-me ser conhecedor da realidade do concelho, pelo menos dos seus principais dossiês, e com um discurso deveras ponderado. Mas não passa de uma mera impressão colhida no palco mediático, quase sempre pouco revelador do valor de alguém. 

De resto, o Partido Socialista feirense tem tido sempre esta dificuldade crónica em apresentar uma figura consistente como cabeça-de-lista, como se em todos os ciclos eleitorais para o município tenha que recomeçar sempre do zero, já que enquanto oposição, o protagonismo dos líderes tem-se esvaziado ou mesmo dissolvido durante o mandato, quando seria expectável um crescimento, uma sedimentação, notoriedade e peso político e de intervenção no eleitorado do município a ponto de uma natural recandidatura. Ora como isso não tem acontecido desde António Cardoso, com os anteriores candidatos (Alcides Branco, Strecht Monteiro e Margarida Gariso), a coisa torna-se sempre complicada. Mesmo quanto a Margarida Gariso, recorde-se, a mesma abandonou a vereação, por motivos pessoais é certo, mas que de algum modo reafirmam esta dificuldade sistémica do PS em apresentar recandidaturas. Pessoalmente creio que uma recandidatura amadurecida pela tal experiência de oposição seria positiva.

Por todas estas questões, e pela qualidade intrínseca do candidato Dr. Emídio Sousa e sua experiência cimentada por dois mandatos, bem como do peso de uma máquina oleada que se tem perpetuado, a tarefa do Dr. Márcio Correia afigura-se como muito difícil, mas é um caminho que tem que percorrer e uma disputa a travar.

[foto: diariodafeira.com]

8 de fevereiro de 2021

Ó Ana, não arredondes a saia

Já se sabia que na política e nas suas ideologias, ou lá o que isso seja, também há extremos e extremistas.  A eurodeputada Ana Gomes, parece reunir todos os ingredientes para um bom caldo de algum extremismo e até fundamentalismo. É uma acérrima inimiga do extremista André Ventura e do seu movimento Chega, e mais agora após um acto eleitoral para a escolha da figura maior do Estado, em que percebeu que valeu pouco mais que um ou dois por cento que o seu nêmesis.

Vai daí, se não o combate pelos votos e vê o inimigo com potencial de crescimento, a Ana Gomes não querendo perceber as razões que levam o Chega a estar em crescimento, exige a sua ilegalização. Ora parece que para que isso possa legalmente acontecer, terá que haver situações de crime factuais e não nos parece, nem a quem é especialista, que isso tenha acontecido para além da prosápia e extremismo de algumas das posições de André Ventura.

Vamos, pois, ver no que a coisa dá, e qual será a resposta da Procuradoria Geral da República, mas a ter em conta o contexto  seria algo de muito grave que a coisa fosse por aí. É que isto de calar quem nos contesta, de extinguir quem pensa e fala diferente, é algo que não combina com democracia. A Ana Gomes reclama-se como democrata mas parece não se dar bem com algumas das suas premissas. Os outros, os que pensam diferente, considerará ele que esses devem ser extintos ou condicionados até que alinhem no rebanho por ora dominante.

Para além de tudo, este tipo de comportamentos e acções de Ana Gomes, só têm dado força a quem pretende combater. A sua luta devia centrar-se em estabelecer os princípios equilibrados e rigorosos dos direitos e dos deveres, da disciplina e do rigor e não do facilitismo e da parasitismo de que naturalmente padece a nossa sociedade, em que poucos trabalham para muitos. Essa é que é a questão.

Por fim, para que possa perceber um bocadinho da coisa, a Ana Gomes que dê um saltinho às muitas freguesias que no Alentejo, preterindo-a, deram vitórias ou segundos lugares a André Ventura, e que pergunte a toda aquela gente quais os motivos, os receios e as razões para nele votarem. A eles mesmos, comunistas de gema.

25 de novembro de 2020

25 de Novembro de 1975 - O verdadeiro 25 de Abril


Passam hoje 45 anos sobre os acontecimentos de 25 de Abril de 1975, que na realidade consolidaram os pressupostos da revolução do 25 de Abril de 1974. 

O país libertado pouco antes de uma ditadura de direita, descambava para uma ditadura de esquerda com uma tentativa de golpe militar conduzido e apoiado por uma facção das forças armadas com o apoio do PCP - Partido Comunista Português.

A esta tentativa opôs-se um grupo operacional de militares, chefiado pelo então Tenente Coronel Ramalho Eanes, mais tarde General, que desse modo conseguiu contrariar a revolta.

Face ao fracasso do golpe, o  PCP comprometeu-se a não convocar qualquer manifestação para esse dia, substituindo o PREC, acrónimo para Processo Revolucionário em Curso, pelo Processo Constitucional em Curso. Foi, pois, a partir desta data que se começaram a solidificar os pressupostos para uma transição democrática. Por isso o 25 de Novembro de 1975 é considerado o verdadeiro 25 de Abril na sua essência de derrube de uma ditadura para instaurar uma democracia.

Infelizmente a memória é curta e esses revolucionários de esquerda, adeptos de uma ditadura à sua maneira, passaram intocáveis pelos pingos da chuva e hoje são considerados bons e exemplares democratas, moralistas acérrimos dos valores da democracia contra a qual atentaram. Contrariados, mas democratas.

23 de novembro de 2020

Vendedores de supositórios

Começa a não haver paciência para certas façanhas e recorrentes "chover no molhado". Deve ser da idade. Talvez por isso, declarações ao país tanto pelo presidente Marcelo Sousa como pelo primeiro ministro António Costa, merecem-me a mesma consideração que os intervalos publicitários para venda de Calcitrim ou Mangostão +. Muda-se de canal quanto mais rápido melhor. 

Nada contra as pessoas em causa, mas apenas por uma questão de higiene mental, tanto mais nestes tempos em que não convém de todo ficar doente.

 

20 de novembro de 2020

O verdadeiro debate

Pode-se, ou não gostar do André Ventura e do seu Chega, e se há muitos que não gostam, odeiam e discriminam até, mesmo os defensores da antidiscriminação, parece que cada vez mais cresce o número daqueles que cansados deste sistema do "politicamente correcto" que tem descambado o país para um antro de parasitas e oportunistas do sistema, se refugiam em movimentos mais fracturantes.

Todavia, independentemente disso, cabe a um jornalista ser isento e imparcial e ainda mais quando desempenha o papel de entrevistador e moderador. Ora o conhecido Miguel Sousa Tavares em "entrevista" ao André Ventura, enquanto candidato às próximas presidenciais, foi tudo menos jornalista, foi tudo menos entrevistador. Foi apenas a outra parta, como se em vez de uma entrevista fosse um debate ou mesmo um julgamento. Em resumo, tomou com afinco o lugar de Ana Gomes, João Ferreira ou Marisa Martins, como se também ele fosse um candidato ao poleiro de Belém. Porventura até foi mais longe na contundência.

Há limites para a indecência e a antipatia ou mesmo ódio por uma pessoa. Nem tudo se justifica, principalmente por parte de alguém que supostamente pretende dar lições de moral. Se a mim me faltasse um bom motivo para pensar em aderir ao Chega, a forma como esta pseudo-entrevista foi conduzida daria um forte empurrão. Obviamente que não basta, ou, por trocadilho, não chega, porque também há limites quanto ao populismo e troca-tintismo que demonstram o Chega e o seu líder, mas estou certo que a muitos indecisos o Sr. Miguel Sousa Tavares, conhecido pelas suas posições extremistas, deu um importante contributo para o crescimento do partido.

Perguntas inusitadas, que dizem tudo do "entrevistador", como "gostaria que sua filha casasse com um cigano", poderiam levar Ventura a contra questionar se ele, Miguel Sousa Tavares", estava feliz pela sua filha estar casada com o filho de alguém tão corrupto como Ricardo Salgado. 

Enfim, um triste exemplo de como anda a nossa classe dos jornalistas, vendida à subsídio-dependência do Estado. Vão longe os tempos da ética, isenção, imparcialidade e profissionalismo.

4 de novembro de 2020

Burros e Elefantes

Sabe-se que ontem foi dia de eleições presidenciais nos Estados Unidos. A contagem dos votos está parada em vários Estados e será retomada só lá para o final da manha e início da tarde locais. 

Donald Trump já veio reclamar vitória e diz só não celebrar porque a contagem foi parada, anunciando vitórias ou diferenças de votos substanciais em Estados chave e que as sondagens vinham a dar como certos para Joe Biden. Por outro lado, dizem os especialistas que a coisa está dividida e em rigor nesta altura qualquer um dos dois candidatos poderá vencer.

Pela parte que me toca, pese esta simples opinião, é quase um não assunto, desde logo porque devemos deixar que cada casa se governe como bem entender. Depois porque vejo em ambos os candidatos duas figuras que já tinham idade para estar sossegados a escrever memórias, para além de virem a demonstrar não terem jeito para a coisa. 

Não queria estar, pois, na pele dos americanos, com tão poucas e fracas opções. Mas nesse grande caldeirão de diferentes credos, culturas e raças, que é a América, que façam a escolha que lhes parecer mais adequada. Por conseguinte, tanto se me dá como se me deu, que vença o Trump ou o Biden. Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim.

Por outro lado, mesmo que isso possa fazer mossa e deixar aziados muitos dos ditos "verdadeiros democratas", a modos de quem leva um pontapé nos testículos, a eleição será sempre decidida por ela própria, pela Democracia, mesmo que para muitos seja do "caralho" ter que encaixar a vitória de qualquer um dos lados. 

God bless América!


25 de setembro de 2020

Profecias...

"Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa

Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie, que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República.""

Este pensamento foi proferido a propósito do 25 de Abril de 1974 por Marcello Caetano, à época, o Presidente do Conselho, que havia sucedido a António de Oliveira Salazar.

Pode-se pensar que Marcello Caetano, mercê da ditadura que representava, teve pouca ou nenhuma moral para tecer essa profecia. E isso é verdade, mesmo que apesar das suas ideias, que deram azo à designada  "primavera marcelista", não tivessem seguimento no sentido da transição para a democracia. Porventura o regime já não dependia do chefe do Governo, mas da estrutura que consubstanciava o regime em si. Mas isso é matéria de historiadores.

Certo é que pela época em que a proferiu (relembre-se que faleceu em 26 de Outubro de 1980), ainda havia muito caminho a percorrer até aos dias de hoje para que o país e os governantes que conseguiram emergir das tropelias do PREC, rumando a uma democracia em detrimento de uma nova ditadura, já não de direita mas de esquerda, pudessem provar precisamente o contrário da profecia do Caetano, seguindo por caminhos e políticas que nos conduzissem a um país livre, independente, transparente, sem corrupção, sem clientelismos, inovador e sustentável, com políticas que garantissem a coesão total do país, de sul a norte, do litoral ao interior, capaz de suster a emigração, mantendo um país povoado a produzir e orgulhoso das suas raízes mas também do presente e futuro.

Em resumo, exceptuando das contas o período em que o país andou a brincar aos governos provisórios e os militares a brincar "às casinhas"  a decidirem entre si e alguns partidos se haviam de seguir pela direita se pela esquerda, foram pelo menos 40 anos, até auxiliados pela UE, em que andamos a dar tiros nos pés. Agora, por mais que isso nos azie e doa, somos obrigados a, senão dizê-lo, pelo menos admiti-lo, que o "caixa-de-óculos" tinha razão. Relevando o óbvio exagero de que o Portugal de Marcello estava a caminho de se transformar numa Suiça, bem como da necessária dependência dos países ultramarinos, inviável na sua manutenção enquanto colónias, e de resto o principal cancro da ditadura ao persistir numa guerra devastadora, consumidora de vidas e de recuros, há de facto ali muitas previsões concretizadas. Desde logo, à cabeça, o estarmos reduzidos à indigência, ou seja à caridade de outras nações. A cada vez mais galopante dívida pública é disso prova. Muitos dos nossos governantes, políticos e administradores ainda continuam a não servir para criados de quarto, mas estão alçados no poder e nas estruturas politicas que lhes dão acesso à mina. Ora esses são bem mais que as quatro dezenas da gruta do Ali Bábá. Não, foram, pois, apenas 40 os ladrões deste país, mas mais, muitos mais, mas também 40 anos roubados à esperança que nos dizem que trouxe o 25 de Abril de 1974. 

Serão precisos outros 40 anos para reverter a profecia? Ou daqui a outros 40 anos, decorrido quase um século, ainda andaremos a desculpar a situação com o Salazar e o Caetano? Ou será mais do mesmo, a dobrar, vivendo aparentemente à grande e à francesa, subtraindo a quem trabalha e gera riqueza e distribuindo-a a uma classe de malandros e subsídio-dependentes, dando cama, mesa e dinheiro a quem nos assalta, envergonhando-nos da nossa cultura e história para não ferir susceptibilidades de quem devia respeitar e adaptar-se à nossa casa? Somos, pois, um país que vive em permanente estado de cócoras.