6 de agosto de 2020

Migalhas

Quando na sua página da rede social Facebook, a Junta da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, faz, e muito bem, referência à festa ou festividade de S. Tiago, padroeiro de Lobão, e não o faz relativamente às demais festas nas demais freguesias, não está, parece-me, a prestar um bom serviço nem a mostrar imparcialidade. 

Mesmo uma eventual justificação de que a referência deve-se ao facto da Junta ter assumido a reactivação da festividade, depois de muitos anos sem ser organizada, ainda acentua mais a diferença de tratamento pois não pode ou não deve assumir organizações festivas numa freguesia quando nas demais essa é uma responsabilidade da comunidade. Se acha que tal é relevante, então que assuma as despesas e organização de todas as festas na união. Deve, sim, apoiar e incentivar.

Nestas coisas de união, ou há um critério de equilíbrio e igual tratamento e referência, e defesa dos diferentes aspectos de identidade, ou então algo não está bem nem contribui para a já por si pouco ou nada aceite união de freguesias. 
Por conseguinte, uma política de um certo banquete para uns e migalhas para outros, não é aceitável, não fica bem e nem havia necessidade.  Afinal, é uma questão de bom senso.
 

4 de agosto de 2020

20 anos


Parece que foi ontem, mas na realidade já passaram 20 anos desde a criação deste sítio na internet  sobre a freguesia de Guisande. 
Inicialmente na plataforma dos blogues Sapo, mas depois foi dando outras voltas e noutras plataformas. Inicialmente um percurso com alguns altos e baixos, é certo, mas a verdade verdadinha é que chegou até aqui. Não é que seja nada de especial, mas mesmo assim é caso único na nossa freguesia. Mesmo nas redondezas, não conheço algo similar que tenha tido esta longevidade e alguma regularidade.

Desde o início e até hoje tem sido um espaço de cariz pessoal. Nunca foi nem pretendeu ser um espaço oficial ou institucional da freguesia. De resto o pouco que se referia a Guisande na anterior versão da página da Junta da União de Freguesias, foi apagado. Porque por vezes há disto: Mudam-se as coisas, supostamente para algo melhor e mais profissional mas em rigor fica-se com uma página cheia de nada. 

Sendo um espaço pessoal, como disse, nele se expressam e partilham coisas próprias do autor, como opiniões, pensamentos, fotografias, vídeos, ilustrações, etc. Numa perspectiva pessoal e de interesse comunitário, é dado  natural destaque à divulgação de assuntos relacionados à freguesia de Guisande,  nos seus diversos aspectos históricos, geográficos e sócio-culturais, incluindo temas da sua vida diária e actual, mas também com espaço e lugar para as informações e notícias. Também se dispensa um olhar atento sobre assuntos relacionados com o município de Santa Maria da Feira e opiniões e reflexões sobre assuntos do dia-a-dia do país e do mundo, porque dele sou cidadão.

Ao fim destes vinte anos, tenho noção que o espaço incomodou alguns, e continua a incomodar, mas tem agradado e sido seguido por muitos mais. Sei, por testemunhos pessoais, que é muito seguido sobretudo pelas comunidades dos nossos emigrantes, nomeadamente de França e Suiça, mas também no Brasil e África do Sul.

Sendo um espaço de âmbito local, e não global, tem tido um número de visitantes diários muito apreciável. Tem oscilações, mas normalmente regista entre 7000 a 15000 visitas mensais, por vezes com mais de 500 visitas diárias, dependendo dos assuntos tratados e da divulgação dos mesmos, nomeadamente através das redes sociais. Por vezes recebo indicações de visitantes, pedindo-me que publique ainda com mais regularidade pois querem saber notícias e apontamentos da sua freguesia.

Em suma, este espaço vai cumprindo os propósitos a que me propus há 20 anos. Nem tudo terá sido bem feito, mas certo é que não vejo ninguém a fazer melhor, e ficaria contente se assim fosse. De resto, há por aí artistas especialistas na arte de tudo contestar mas nada fazer. Eu também contesto e critico mas parece-me que de algum modo tenho procurado alguma coisa fazer, mesmo que nem sempre como desejável, e este espaço online é uma delas. Também nem sempre publico com a regularidade desejável, que seria diária, mas vai indo de modo a não se perder o fio à meada da actualidade. 

Modéstia à parte, creio que tem sido um veículo de transmissão de notícias, olhares e apontamentos sobre a história e identidade cultural e social da nossa freguesia, ganhando uma maior importância desde que a freguesia tem estado numa espécie de interregno, quase uma criogenia nesta coisa chamada União de Freguesias que, muito lobãonizada, pouco ou nada tem feito pela valorização dos diferentes aspectos identitários de cada uma das demais partes integrantes. 

Bem haja a todos os visitantes regulares e a todos quantos encontram neste espaço alguma utilidade. Os parabéns são para eles.

3 de agosto de 2020

Festa do Viso 2020 - Celebração de Missa Solene



Devido aos condicionalismos conhecidos, decorrentes da pandemia de Covid-19, a Festa do Viso neste ano de 2020 foi cancelada, sendo que foi possível realizar a celebração de Missa Solene em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António.
A missam celebrada pelo pároco Pe. Arnaldo Farinha, foi campal, com o altar montado no coreto e com a presença dos andores de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António. 
A celebração teve uma boa afluência e com espaços adequados ao respeito pelas regras de distanciamento. Foi assim possível dignificar o dia e a festividade. Durante a tarde de Domingo a capela esteve aberta para quem quisesse visitar, ver os andores e fazer as suas orações pessoais.
Certamente que para o próximo ano teremos já uma organização e festa plena.
Parabéns à Comissão de Festas e serviços da paróquia pelos aspectos organizativos. Bem hajam!. 







2 de agosto de 2020

Festa do Viso - O assado...

 

Poderia ter vindo do "O Júlio", pois podia, mas não seria a mesma coisa. E isto porque há ingredientes que não se vendem, como o amor, o carinho e a tradição. A preparação do forno, o seu aquecimento, o embalar das assadeiras e a sua vigilância experimentada e paciente são coisas que não se aviam em cuvetes de alumínio.

O assado, de lombo de porco, de vitela, cabrito ou borrego, ou misto, preparado em forno a lenha, é de facto umas das tradições inerentes à celebração da festividade da Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António. Modernamente, porque a coisa dá trabalho e canseira, já há quem prefira fazer a encomenda num restaurante, mas de facto, por mais bem aviado que fique, não é de todo a mesma coisa. Porque, cá, está, há valores, saberes e sabores que não se compram.

Seja como for, a refeição é apenas uma parte da festa e importará sempre valorizar as demais, como a partilha e convívio familiares. Sem eles, pouco ou nada feito e tudo perde sentido.




31 de julho de 2020

Festa do Viso 2020 - Comunicado da Comissão de Festas


Dadas as circunstâncias especiais por que estamos a passar, este ano a Festa do Viso só terá a celebração religiosa. 
No domingo, dia 2 de Agosto, teremos missa campal no Monte do Viso, às 09:30 horas com a presença dos andores da Nossa Senhora da Boa Fortuna e de Santo António. 
A capela do Viso ficará aberta após a missa para quem desejar visitá-la e fazer as suas orações, tal como a sacristia, para as pessoas que pretenderem contribuir para as despesas (tanto das mordomas como dos festeiros) da nossa Festa.
Pedimos a todos que cumpram com as indicações presentes no local e todas as instruções de segurança estipuladas pela DGS.
A Comissão de Festas agradece todo o apoio que nos foi dado pela população.

29 de julho de 2020

Festa do Viso 2020


Não fosse esta coisa dita pandemia da Covid-19, que, por ela própria e por muitas decisões e indecisões políticas nem todas acertadas, tem adiado e cancelado muita da normalidade que tínhamos como adquirida dentro de um estado de direito, e estaríamos já na semana que antecede a nossa Festa do Viso. Por esta altura o arraial já estaria em preparação, e estamos certos que seria uma boa festa, e com bom tempo, com a tradição e inovação que a Comissão de Festas pretendia implementar.

Foi pena, e é pena, não só, naturalmente, para Guisande, como para todas as aldeias que se viram privadas destes tão importantes eventos comunitários que são as festas e romarias.
Porventura, adivinhasse a Comissão de Festas e tivesse contratado o Bruno Nogueira, o Jerónimo de Sousa e a líder da CGTP e poderíamos ter a festa quase plena. Mas como não parecem ser artistas à altura das exigências da nossa tradição, nem sequer se pensou neles. A classe política e os artistas do status quo, têm outra classe e são-lhes permitidas excepções.

Seja como for, não tendo ainda informações, creio que será natural que pelo menos se realize a Missa com a solenidade possível para honrar Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António. Talvez uma procissão não solene pelo percurso habitual mas automóvel pelas ruas da freguesias. Quem sabe?

Vamos, pois, acreditar que para o próximo ano já será possível voltar à plena normalidade. É certo que ,pelo actual contexto económico, o ano que aí vem será difícil, mas certamente que a Comissão de Festas, que aceitou prolongar até lá o seu mandato, saberá com arte e engenho promover as iniciativas adequadas à angariação de receitas. A todos nós cabe-nos apoiar.


26 de julho de 2020

Varredura


A propósito de uma denúncia com fotografia (acima) que o Sr. presidente da Câmara de Santa Maria da Feira , Dr. Emídio Sousa, deixou na sua página do Facebook, entristecendo-se pelo abate de árvores "a varrer" num terreno marginal ao rio Uíma e junto ao trajecto da extensão do passadiço que irá ligar Lobão a Caldas de S. Jorge,  numa primeira vista, e desconhecendo as causas por parte do proprietário, de facto é de se lamentar.

Em todo o caso, convém lembrar que uma grande parte dos terrenos envolventes ao Uíma, nomeadamente em toda a zona conhecida por ribeiras, e de resto em todas as zonas de vale de qualquer rio ou ribeira, num passado não muito distante, os terrenos eram isso mesmo, ribeiras, campos de cultivo, com poucas árvores, eventualmente na bordadura dos ditos campos e na margem do rio, para sustentar videiras. Imaginemos que agora o proprietário pretende voltar ao cultivo. Pode não ser o caso, mas coloca-se a questão. Também me parece que alguma diversidade de ocupação (agrícola e florestal) ao longo do passadiço pode ser positiva.

Também não sei se foi feito e se o terreno em questão abrange o novo passadiço, mas se sim, nos protocolos de cedência ou venda das parcelas, deveria ser acautelada a preservação das árvores e manta vegetal, não só na galeria do rio como até determinado afastamento. Mas, como referi, não conheço esta situação em concreto, suas causas e motivações, pelo que é apenas uma reflexão com algumas questões.

Mas sim, numa primeira impressão, afigura-se como injustificável esta varredura, sem qualquer sensibilidade ambiental.