Conjunto de brasões heráldicos de Guisande e algumas freguesias vizinhas. Todos desenhados por mim, em base vectorial.
Podem ser usados livremente mas fica sempre bem a referência à fonte.
Conjunto de brasões heráldicos de Guisande e algumas freguesias vizinhas. Todos desenhados por mim, em base vectorial.
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Conforme previsto e divulgado, decorreu ontem, Terça-Feira, 4 de Novembro de 2025 a sessão de instalação e tomada de posse dos órgãos de poder local para a freguesia de Guisande, decorrente dos resultados eleitorais de 12 de Outubro passado.
O processo decorreu com normalidade, sem sobressaltos, e com o formalismo à altura do acto.
Como se esperava, o Dr. Rui Giro foi proposto e eleito como presidente da mesa da Assembleia de Freguesia, coadjuvado por Dr.ª Inês Bastos e Vera Encarnação, como 1.ª e 2.ª secretárias.
O Partido Socialista não apresentou listas à mesa da Assembleia e votou mesmo a favor das listas proposta pelo PSD. Sendo certo que face à sua posição de minoria não teria qualquer efeito prático, mas foi uma postura bonita e interpretada como voto de confiança e de sentido de união. Gostei e todos apreciaram.
Deste modo, a Junta de Freguesia ficou com a seguinte composição: Johnny Almeida, como presidente, Patrícia Almeida, como secretária e Daniele Oliveira, como tesoureiro.
Por sua vez a Assembleia de Freguesia ficou com a seguinte composição: Pelo PSD: Dr. Rui Giro, Dr.ª Inês Bastos, Vera Encarnação, Fernando Almeida e Ricardo Santos.
Pelo PS: Celestino Sacramento, Liliana Monteiro, Alcides Conceição e António Ribeiro.
Depois da tomada de posse o Dr. Rui Giro usou da palavra e na sua alocução realçou a importância do acto e da data e algumas palavras à volta do processo da desagregação, suas dificuldades, entraves e incertezas mas em que foi possível obter a desejada desagregação da união de freguesias e da consequente independência de Guisande. Entre as várias considerações, enalteceu o papel fundamental do Celestino Sacramento, que desde o início do processo até ao seu final, se manteve firme, mesmo contra a orientação seguida pelo seu partido, e fiel na sua convicção e compromisso para com a freguesia de Guisande, no que mereceu uma ampla salva de palmas dos presentes. Foi justo e merecido.
Nas suas palavras, o presidente da Assembleia Geral teve ainda a simpatia de mencionar a minha pessoa, enaltecendo e valorizando o meu papel no processo da desagregação, mesmo que de forma indirecta, sobretudo nas posições que fui tomando ao nível das redes sociais e de internet. Confesso que não estava à espera desse reconhecimento, e porventura terá sido exagerado, porque o papel importante e decisivo foi dele próprio, da bancada do PSD e do Celestino Sacramento. Foram todos eles os obreiros da nova realidade em que as quatro freguesias, incluindo a nossa de Guisande, almejaram por via legal retomar a sua independência. O seu a seu dono.
Depois da intervenção do Dr. Rui Giro, que de algum modo foi positiva e empolgante e tendente a elevar o nosso orgulho de freguesia independente, usou da palavra o presidente da Junta de Freguesia, Johnny Almeida. Foi mais breve e naturalmente com algum nervosismo justificado pela importância e responsabilidade do momento, mas foi sucinto e objectivo. Agradeceu a todos, a começar pela sua família, aos presentes, aos eleitos e também aos elementos da oposição e sobretudo ao Celestino Sacramento, voltando a destacar o seu papel no processo da desagregação.
Finalmente, a título excepcional e justificado pela importância do acto e do seu significado, o presidente da mesa da Assembleia deu a possibilidade ao público presente de usar da palavra. Ninguém mais mostrou essa vontade, mas eu próprio aproveitei a oportunidade concedida para dirigir algumas palavras, desde logo agradecer os elogios que me foram dirigidos pelo Dr. Rui Giro e pelo Johnny Almeida, mas também para voltar a realçar o reconhecimento ao Celestino Sacramento pelo seu papel na independência de Guisande, exprimindo-lhe o agradecimento e consideração pela sua acção e que como tal a freguesia nunca esquecerá o seu papel, a sua atitude e convicção. É certo que perdeu as eleições em 12 de Outubro, mas não era esse seu papel que estava em julgamento. O seu papel na desagregação bem como o seu passado como autarca e presidente de Junta em dois mandatos nunca será esquecido e a freguesia ser-lhe-á sempre reconhecida. A história futura da freguesia mencionará a sua figura e o seu papel.
De um modo geral procurei ser positivo, mesmo agradecendo ao cessante presidente da Junta da União de Freguesias, Sr. David Neves, que também marcou presença. Certamente que nem tudo correu bem, nem mesmo a sua posição face à desagregação foi no sentido favorável, mas no fundo tomou as acções que no seu entendimento julgou serem as mais certas. Por conseguinte, mesmo que em desacordo com algumas questões, mesmo na gestão, foram sempre em contexto político e nunca pessoal. Todos os que tomaram parte na Junta e na Assembleia de Freguesia durante os 12 anos de vigência da União de Freguesias, procuraram fazer o seu melhor e de acordo com as suas convicções e cada um na justa medida das suas competência, mas sempre num contexto difícil, porque numa união desequilibrada, com um vasto território e uma numerosa população, com muitas necessidades e com recursos limitados e mesmo insuficientes.
Um ciclo fecha-se, um novo recomeça, com uma nova finalidade em vista, o de recuperar tempo perdido e proximidade dissolvida bem como a erosão dos valores que nos definem como comunidade e identidade.
A união de freguesias, no que resultou e não resultou, é já passado. Importa agora, a cada uma das quatro freguesias, seguir em frente, cada uma com as suas próprias capacidades e limitações, na certeza de que voltam a ser donas das suas acções.
Em resumo, todo o acto e momento foram positivos e marcantes e mesmo histórico, e todos os que ali estiveram presentes, como intervenientes ou como meros assistentes, farão parte desse bocado da nossa história.
De realçar a presença de várias pessoas das outras freguesias como Lobão, Louredo e Gião. Marcou também presença o vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o Dr. Mário Jorge Reis.
A fechar, mesmo admitindo que nem todos vi ou fixei, notei a falta de algumas pessoas , desde logo alguns elementos não eleitos que fizeram parte das listas concorrentes às eleições de 12 de Outubro, sobretudo por parte do PS. Considero que ficaria bem e bonito que tivessem estado presentes, pelo carácter institucional do acto mas até em apoio aos seus colegas. Também registei a ausência de alguns ex-autarcas da nossa freguesia. Teria sido bonito que marcassem presença. Mas, naturalmente, cada um é dono da sua vontade e pode ter havido motivos pessoais e legítimos que se devem respeitar. Mas, sim, seria positivo e significativo que tivessem estado presentes.
Fica assim feito o resumo, numa pespectiva pessoal, do que foi um acto marcante e significativo para a nossa freguesia. Agora é seguir em frente e desejar que as coisas corram bem à Junta de Freguesia porque isso será bom para a comunidade.
De minha parte, como também ali disse perante todos, e já o tenho escrito, estou disponível para colaborar no que me for possível e solicitado, como já o fiz no passado, mas também serei atento, crítico e elogioso quando entender justificar-se.
Continua com consistência o número de visitas diárias a este espaço. Como se pode perceber pelo gráfico acima, a maior parte dos dias tem tido visitas acima do milhar e com alguns picos significativos, um deles acima das 3 mil visitas e outro superior a 5 mil visitas (5401).
Para quem não está por dentro destas realidades, estes números são significativos porque trata-se de um espaço pessoal e sobretudo de interesse relativo e local.
Mesmo os artigos que de quando em vez vou partilhando na minha página do Facebook, ainda que com poucas ou sem reacções, como gostos ou comentários, na realidade habitualmente expressam-se em centenas de visualizações.
Por tudo isto, é notório e incontestável que muitos guisandenses reconhecem neste espaço um certo serviço público, o que não deixa de ser verdade, mas tenho-o como aquilo que realmente é, um espaço pessoal, sem obrigações de deveres para além disso, mas que vai ao encontro do interesse e acompanhamento de muitos guisandenses e vizinhos, nomeadamente na nossa comunidade emigrante.
Fico grato aos muitos que passam por aqui diariamente e que desse modo vão dando estímulo à sua continuação e regularidade nas publicações.
Resta acrescentar que a este espaço soma-se o grupo privado na plataforma Facebook, designado de "Guisande: Ontem e hoje", onde procuro também partilhar assuntos do passado e presente da nossa freguesia e comunidade e que no momento conta com 391 membros, naturais, residentes ou com ligações justificadas à freguesia. Não é, pois, para todos, mas apenas para os que cumpram esses critérios. Por isso, têm sido largas dezenas os pedidos de adesão que não tenho aceite. O objectivo não é ter muitos membros, mas apenas conhecidos e interessados no que ali vou partilhando. Nem mais, nem menos.
Será já amanhã, Terça-Feira, 4 de Novembro, pelas 21:00 horas, no nosso edifício da sede da Junta, de Guisande, que serão instalados os órgãos da Assembleia de Freguesia de Guisande e Junta de Freguesia.
Será o fim de um ciclo de 12 anos e o início de um novo, a partir do qual a freguesia volta a ser gerida por gente da própria terra.
Não há ilusões, como as que esperançosamente sempre colocamos no início de aventuras e empreendimentos pessoais, mas antes a noção de uma realidade repleta de dificuldades, porque os meios financeiros e humanos postos à disposição das Juntas, sobretudo de freguesias de reduzidas diemnsões, serão sempre escassos e insuficientes para todas as necessidades.
Fará diferença, por isso, a capacidade de gestão, de inovação e de mobilização de todos os recursos, nomeadamente junto da edilidade municipal. Espera-se e deseja-se que a equipa liderada pelo Johnny Almeida, legitimada substancialmente pelo voto popular nas eleições de 12 de Outubro passado, seja capaz de conseguir fazer mais e melhor por menos. Se as grandes obras precisam necessariamente de apoios extra, também é verdade que há muitas coisas que podem fazer a diferença e com custos reduzidos ou com pouca expressão. A proximidade, o esforço de estar próximo, de atender e entender, de procurar dar respostas e soluções, são coisas que pouco ou nada custam.
Espero eu e creio que toda a comunidade, que a Junta seja capaz, agregadora, pró-activa, atenta e sempre com humildade e nunca numa postura de sobranceria, desligamento e indiferença.
Acredito que o executivo será capaz e nos contactos informais que tenho tido com o Johnny Almeida, tenho notado vontade, atenção, interesse e receptividade a várias sugestões e ideias. Concerteza que sei que muito do que irei sugerindo não será possível concretizar no imediato, mas acredito que várias situações serão atendidas e tidas em conta.
Quanto ao resto, é ir e vendo e saber que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Em todo o caso, com o devido respeito, não será difícil fazer mais e melhor do que o que foi no conjunto dos 12 anos de vigência da defunta União de Freguesias.
Em diferentes artigos de opinião ou pensamento, fui apontando alguns aspectos menos positivos das diferentes gestões da União de Freguesias, suas capacidades e incapacidades, mas procurei nunca confundir os lados pessoal e político das pessoas que foram fazendo parte dos três executivos e por todos tive e tenho consideração. De resto, num dos quais me incluí nos primeiros 3 anos, mesmo que, como simples vogal, sem qualquer poder e capacidade de decisão em fazer atender às necessidades da nossa freguesia. Mas bastou essa experiência, em contexto muito difícil, sem dúvida o mais exigente dos três mandatos, para perceber as dificuldades de atender a tudo e a todos.
Mas, retomo, apesar de tudo, dos falhanços e dos modelos errados seguidos, de alguns excessos e muitas insuficiências, de boa fé acredito que todos fizeram e deram o melhor de si, mesmo que à sua maneira, quase sempre puxando a brasa à sua terrinha, quase nunca sendo capazes de pensar e agir como um todo. De um modo geral foi sempre Lobão, Gião, Louredo e Guisande. Com excepção de uma ou outra coisa, nomeadamente o certame de entretenimento designado de “Corga da Moura”, raramente a União funcionou como tal.
Em resumo, bem ou mal, a União de Freguesias foi o que foi e depois de amanhã, com todas as novas freguesias instaladas, fará já parte do passado e pouco deixou de positivo para ser lembrado no futuro. Nunca foi fácil porque o território era grande e a comunidade numerosa, as necessidades muitas e os recursos escassos e os modelos nunca terão sido os mais adequados às necessidades e particularidades de cada parte. Repito, gostando-se ou não do estilo e modelos seguidos, não duvido que todos procuraram dar o seu melhor. Foi o que foi.
Felizmente, digo eu, e nem todos concordarão, os políticos e o poder central deram a oportunidade de se reverter e de se conseguir a desagregação e as nossas freguesias aproveitaram. É certo que Lobão desinteressou-se desde o início porque, de facto e em rigor, foi a freguesia que menos perdeu, porque manteve todas a primazias e privilégios, até os aumentando, ao contrário das demais freguesias.
Por conseguinte, termina aqui um ciclo e começa outro. A partir de Terça-Feira à noite teremos um filho da terra como presidente de Junta e não um qualquer lobonense, sem qualquer desconsideração. É o que é. Em vez de um simples vogal no executivo sem competências a represenetar a nossa terra e a nossa comunidade, como sempre foi nos três mandatos da União de Freguesias, a nova Junta de Freguesia terá três elementos da freguesia, todos atentos e próximos. Do mesmo modo, na Assembleia de Freguesia serão mais 9 elementos da freguesia, igualmente atentos e interessados. Não teremos, pois, gente de Lobão, de Gião e de Louredo, mesmo que todas boas pessoas, a decidir o que fazer e como fazer na nossa freguesia. A partir de agora, bem ou mal, mandaremos e decidiremos nós!
Apesar da nossa dimensão, e a perda de população tem afectado quase todas as freguesias sem matriz marcadamente urbana, no passado fomos capazes de fazer coisas bonitas e interessantes. Certamente que com todos a remar para o mesmo lado, neste novo ciclo seremos novamente capazes de voltar a realizar coisas importantes e sobretudo de unir a comunidade e a voltar a dar-lhe o orgulho de ser Guisande.
Quanto às freguesias agora independentes, espero e desejo que haja boa vizinhança e boas relações entre as respectivas Juntas e que dentro do possível possam cooperar entre si, ajudando-se no que for possível. De resto, fora dos nossos quintais, todos precisamos de todos.
No momento de mudança, bem-haja a todos quantos procuraram fazer o melhor nestes 12 anos, mas agora é, de facto, tempo de terminar um ciclo e iniciar outro. O resto já é passado!
Fui informado de que no fecho das contas da defunta União de Freguesias, apenas irá sobrar um saldo de pouco mais de 16 mil euros, o que dividido proporcionalmente pelas quatro novas freguesias, a Guisande calhará, mais coisa menos coisa, 3 mil euros. Sou de opinião de que esta verba seja doada a uma instituição de caridade.
Verdade se diga, a perspectiva deste saldo final tão insignificante nunca foi surpresa, pelo menos para mim, e de há muito se sabia que os cerca de 350 mil euros que a Junta do PS herdou do anterior mandato PSD iria ser gasto na totalidade.
Com isto, tinham razão aqueles que disseram que assim não custava governar e fazer brilharetes, porque com o dinheiro deixado pela gestão de outros. Mas, tenho para mim, que quem mais culpa teve neste processo foram os que no anterior mandato, por manifesta incapacidade, por mau cálculo ou porque apenas poupadinhos, se permitiram ao luxo de deixar tão avultado saldo. Creio que no concelho da Feira e arredores terá sido inédito, deixar de fazer obras essenciais e melhoramentos necessários, para com isso perderem as eleições e, como se costuma dizer na gíria, e passe a expressão, "entregarem o ouro ao bandido".
Sendo assim, se bem ou mal gasto, certo é que foi gasto, quase até à última gota. Eventuais questões de obrigação ética e proporcionalidade em deixar um saldo similar ao recebido, aqui pouco contam para o totobola, porque certamente que foi gasto dentro de toda a legitimidade e legalidade. Se era bonito ser transmitido um saldo semelhante ao recebido? Concerteza que sim, até como prova de que uma boa gestão não precisa de prendas extra, mas isso já é entrar no domínio dos sonhos cor-de-rosa com fadas e unicórnios. O mundo real é outro e nem sempre se compadece com lirismos.
Em resumo, nada me surpreende este desfecho e estas contas. De resto, sabia-se que desde que a desagregação se transformou numa realidade, tornou-se claro que nada de substancial iria sobrar, e antes disso o compromisso assumido publicamente no apoio ao relvado sintético do campo de jogos do Guizande F.C. já tinha ido ao ar.
Por conseguinte, sabia-se que o castelo da União de Freguesias, sem alicerces sólidos, estava a ruir e caíu assim, com estrondo, mas sem surpresa. Agora é levantar dos escombros e voltar a pôr a nossa freguesia nos carris, porque em todo o tempo da união de freguesias foi de facto tempo perdido e com pouco proveito.
Quanto aos 3 mil euros, sim, acho que se deviam doar a uma instituição de caridade. Concertza que o digo com alguma ironia, mas porque não? Seria simbólico.
Continuando com a série de apontamentos designada de "Cadernos da Memória", um olhar sobre a tradição na nossa freguesia sobre o Compasso da Páscoa e Juíz da Cruz.
Fica aqui o link para o documento: