2 de novembro de 2018

Biblioteca Abade de Pigeiros


Como a casamentos e a baptizados vão os convidados..., apenas hoje tive a oportunidade de visitar a Biblioteca Pe. Domingos A. Moreira - Abade de Pigeiros. Foi uma visita guiada pela simpática responsável, Maria de Fátima, precisamente a sobrinha do Pe. Domingos, que demonstrou conhecimento e sobretudo amor e paixão pelo rico legado deixado por seu tio. Desde os simples mas emblemáticos objectos de uso pessoal e que demonstram o sentido arquivista do sacerdote e professor, até às obras mais significativas, passando pelos manuscritos, há de facto um imenso e importante espólio, naturalmente na sua maior parte a precisar de catalogação. 

Por conseguinte, não me surpreendeu que não tivesse resposta a algumas questões ou eventuais referências documentais deixadas pelo Pe. Domingos relativamente a Guisande onde foi administrador paroquial durante uma dezena de anos para além da frequente colaboração com o Pe. Francisco. Talvez noutra altura. Mas, registei, com emoção, o facto de também ter guardado um exemplar do jornal "O Mês de Guisande", precisamente o número especial sobre a celebração das Bodas de Ouro Sacerdotais do Pe. Francisco G. Oliveira, de Agosto de 1989.

Quanto ao espaço, tem a suficiente dignidade,  mas obviamente muito longe do que seria expectável e condizente. O pé-direito é baixo e o espaço livre nas diferentes salas é exíguo e nada compatível com o que se espera de uma moderna biblioteca com amplos e iluminados espaços para além dos requisitos técnicos de controlo de temperatura e ambiente. A este respeito colhi o sentir da responsável  mas obviamente que não interessa ao caso aqui o reproduzir.

Em todo o caso, é uma biblioteca rica e diversificada, obviamente que predominando as temáticas de interesse do Pe. Domingos A. Moreira, mas também com conteúdos mais generalistas e que podem colher a atenção de visitantes ou utilizadores menos estudiosos. No entanto, a interesse de todos e do próprio espaço convém que tenha a devida dinamização de modo a que, passada a novidade, não se torne num mero arquivo morto. Um espaço na internet, individualizado ou ligado à Biblioteca Municipal, será importante pelo menos, para já, como apresentação ainda que sumária, do espaço, dos seus objectivos bem como alguns apontamentos biográficos do Pe. Domingos. O trabalho até já está feito, bastando procurar reproduzir o que sobre ele publicou a revista "Villa da Feira" edição Nº 28 de Junho de 2011, da Liga dos Amigos da Feira. Certamente que com tempo farão isso, mas não deixo de me espantar que ainda não esteja online esse espaço próprio mesmo que numa versão simplificada.

1 de novembro de 2018

1, 2, 20, 30?


Em certa ocasião alguém terá perguntado a Galileu Galilei: - Quantos anos tens?
- Cinco, oito ou dez... - respondeu Galileu, em evidente contradição com as suas rugas, cabelo e barbas brancas.
Mas justificou:- Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais.

É verdade, muitos o sabem, faço anos neste emblemático dia 1 de Novembro, dia que a Igreja consagra a todos os Santos e Santas. E todos os anos, invariavelmente, sou cumprimentado por isso. Alguns cumprimentos sentidos, sobretudo de familiares e outros de circunstância, mas igualmente saborosos. Todavia, há sempre um misto de sentimentos porque, pelas características do dia, sou cumprimentado em pleno cemitério, onde me encontram. E assim, não apenas a partir dos 50 anos e da tal  curva do tempo e da vida, em que supostamente o percurso passa a ser de descida (sabe-se lá se aos céus se aos infernos), em tal cenário receber um cumprimento de parabéns lembra-nos de forma mais vincada a efemeridade da vida e o nosso inevitável destino terreno, ali, envolto em terra fria e sob uma pesada lápide de granito. É certo que em face da nossa crença e fé, aspiramos a que haja uma segunda vida, porventura mais gloriosa e menos infernal do que esta terrena, mas isso é apenas fé e tantas vezes fezada, pelo que sem certezas desse lado místico ou espiritual, importa que procuremos fazer desta vida terrena, enquanto por cá andamos, um pequeno céu. Por isso, a amizade e cordialidade entre outros bons valores humanos são sempre rumos certos que devemos procurar seguir e transmitir. É verdade que somos de barro fraco e nem sempre suportamos as pequenas ou grandes colisões do dia-a-dia, mas se formos capazes de fazer algum esforço nesse sentido, pelo menos não teremos passado pela vida  em vão. Não temos que passar a constar nos livros da História, não que sejamos fracos, mas , porra, pelo menos justificar uma ou outra lágrima sentida de quem por cá fica.

31 de outubro de 2018

Tradição bem portuguesa...


Dizem que é hoje o Halloween ou Dia das Bruxas. Uma ou outra são uma tradição bem portuguesa. Não, não estou a dizer nenhuma asneira porque a tradição a que me refiro é a dos portugueses adoptarem muito facilmente as tradições estrangeiras. Nisso somos bons. Já quanto a defender as nossas...hummm. É certo que muito por culpa da globalização e dos interesses comerciais e da onda de alta pressão por eles gerada, a mesma que daqui a dias irá dar corpo ao já costumeiro massacre publicitário alusivo ao Natal.
Como diria alguém, é fruta da época. Todavia, para entrar no espírito da coisa, fica aqui uma ilustração que a propósito rabisquei há tempos e que tem andado a ser partilhada a partir do Pixabay, embora o fizesse como destinada a países onde realmente é tradição.

39


O Guisande Futebol Clube foi formalmente constituído como associação em 31 de Outubro de 1979, com o objectivo de promoção desportiva, cultural e recreativa. Em rigor hoje é o seu 39º aniversário e para o próximo ano será com conta redonda a representar quatro décadas. Todavia, este 39º aniversário é de algum modo emblemático mas triste porque em rigor o clube está inactivo desde há alguns anos, por isso sem actividade e sem corpos directivos. 

Felizmente, tem estado activa uma equipa designada de Veteranos Guisande F.C. que tem participado no campeonato da Associação de Atletas Veteranos de Terras de Santa Maria, uma organização fora do âmbito da Associação de Futebol de Aveiro, mas que de forma meritória tem reunido um bom conjunto de clubes da nossa região numa competição muito positiva sobre vários aspectos para além dos da própria competição. 
Embora de forma não oficial, reconhece-se esta equipa dos veteranos como a legítima representante do clube e que o tem dignificado com um lote de bons atletas e gente com paixão pelas suas cores e pelo seu passado. De resto, inicialmente houve a vontade e a intenção do grupo em regularizar a situação do clube, mas por impedimentos vários, desde logo os compromissos financeiros para com a Associação de Futebol de Aveiro (que se mantêm), tal não se concretizou. 
A equipa tem vindo a utilizar as instalação do Campo de Jogos Oliveira e Santos e tem assegurado a sua manutenção, no que é de louvar.

Neste contexto que, reconheça-se, não é o melhor, é sempre importante pelo menos lembrar as datas significativas, como o aniversário da fundação, porque fazendo-o lembramos o esforço e dedicação de muitas pessoas que ao longo dos tempos, mesmo antes da fundação, deram muito à história do clube. De algum modo, com esse propósito tenho procurado pelo menos trazer à memória alguns momentos e aspectos documentais ligados ao clube, como os que aqui tenho vindo a escrever.

Quanto ao futuro, é imprevisível porque para além da situação presente as expectativas não são de facto as melhores e o contexto de uma União de Freguesias centralizadora e sem sensibilidade para as questões identitárias, só veio piorar a situação mesmo quando em teoria seria para melhorar.
Para além disso, cada vez mais se nota um desligamento das pessoas aos actos de cidadania inerentes a uma sociedade e comunidade e poucos são os que pretendem investir o seu tempo e muitas vezes o seu dinheiro em dinâmicas associativas que na maior parte das vezes são desvalorizadas, desconsideradas e até mesmo criticadas, o que é duplamente penalizador para quem tem a ousadia de se integrar num qualquer grupo associativo a favor da comunidade. É que, infelizmente, em Guisande ainda há muitos que pouco ou nada fazem mas muito criticam. E pior do que isso, nem fazem nem deixam fazer e minam mesmo o trabalho, esforço e dedicação de quem se aplica. Mas, mesmo que eventualmente pintada com cores pessimistas, em grande medida é esta a nossa realidade e temos que saber viver com ela e esperar que das novas gerações surja a curto prazo um envolvimento e interesse pelas coisas da sua terra, o que, diga-se, não é muito expectável.

29 de outubro de 2018

É a democracia...


Bolsonaro venceu as eleições e será o futuro presidente do Brasil. É o que nos diz as notícias desta manhã. As coisas, a notícia e a realidade, não têm nada de extraordinário nem surpreendente, afinal apenas a normalíssima consequência da democracia. Agora, para o bem e para o mal, é aguentar. Ou a democracia só é válida e meritória quando vencem os nossos? É que, e isto chateia muitos "democratas", há sempre os outros, por mais bolsonaros e trumpistas que sejam. Nenhum barco resiste só com o lastro demasiado à esquerda ou excessivamente à direita. É preciso misturar e equilibrar princípios e valores, ideológicos, sociais e culturais, porque as sociedades são, regra geral, uma amálgama deles.
Porventura o Brasil e os brasileiros fartaram-se da ilusória realidade de que a um partido basta dar o nome de trabalhadores para que as virtudes intrínsecas de quem trabalha fossem extensíveis a quem governa. Não foi assim e o povo não só se cansou como se revoltou porque, parece-me,  esta eleição em Bolsonaro foi mais do que uma eleição, talvez mesmo uma revolução. Para já pelos votos, depois, quem sabe, pelas armas. Esperemos que não, porque o Brasil, essa imensa nação irmã, merece mais, muito mais, a começar pelos políticos e depois tudo o resto.

28 de outubro de 2018

2ª Noite de Fados no Centro Cívico


Ontem ao final do dia o Centro Cívico no Monte do Viso acolheu a 2ª Noite de Fados. Jantar com música ao vivo, uma boa combinação, aliada ainda à ajuda na angariação de fundos para esta importante obra do Centro Social.
Em nome da Direcção, um agradecimento a todos quantos colaboraram, tanto na cozinha e serventia como quem acedeu ao convite participando no jantar. Bem hajam!
Lamenta-se, e isto sou eu a dizer, que,  apesar de convidados, nenhum representante da Junta ou da Câmara tenha marcado presença, nem que fosse apenas para dizer olá, vou ali e já venho. 

O horário de Inverno é um inferno



Senhores passageiros do tempo, bem-vindos ao País do Horário de Inverno. Levantar tarde e cedo deitar é esse o segredo a revelar.
Parece que uma larga maioria dos europeus manifestou-se a favor da manutenção do Horário de Verão mas o nosso Governo, tão adepto da "vontade popular" decidiu-se por não a ter em conta, não alterando os velhos hábitos. 
Vamos, pois, sair do trabalho já com noite alta e a melatonina a pedir para ir para a caminha às seis, e com isso sem possibilidade de ir passear o cão ou ainda dar uma voltinha de bike. Apenas para quem despega as quatro. É a vida. Até Março!