6 de janeiro de 2021

Autárquicas - Já se mexem

Pode parecer cedo, mas já começam a mexer as coisas para a preparação das Eleições Autárquicas neste ano de 2021, que se preveem lá para início Outubro. Mesmo que em surdina, já se traçam cenários.

No entretanto, não se sabe o que vai dar a questão da prometida reversão de algumas das famigeradas uniões de freguesia, nomeadamente quanto à nossa. Com uma situação de pandemia em mãos e entretido com a presidência da União Europeia, que agora começa e se prolonga durante o primeiro semestre, tudo indica que o Governo vai protelar a reversão, ficando esta a navegar em "águas-de-bacalhau". 

Assim, não parece crível que a coisa possa vir a fazer efeitos práticos e a tempo das eleições que se aproximam. Mas seria fantástico que sim, devolvendo-se a dignidade e funcionalidade às freguesias que têm estado paralisadas devido às doenças que padecem as uniões de freguesia, nomeadamente as que não souberam nestes quase oito anos compreender e respeitar as diferenças próprias de cada uma das unidades.

Seja como for, terá que haver eleições. Alguém terá que assumir os comandos e é importante que seja gente capaz a todos os níveis. Será sempre uma missão difícil neste contexto de união de freguesias porque a coisa nasceu torta e será inglório o endireitamento.

Quanto às eventuais listas concorrentes, cabeças-de-lista e demais elementos, que estes sejam capazes e interessados em reunir consensos para dar a cada uma das freguesias a importância e respeito que merecem. Não apenas num critério de justa proporção, mas preferencialmente no sentido de limar diferenças de modo a que todas as partes venham a ter igual nível de desenvolvimento.

Quanto à participação na disputa eleitoral, pela parte que me toca é peditório para o qual já contribui. Neste cenário de união de freguesias o meu contributo já foi dado. Ficarei, pois, a ver na bancada. Além do mais importa dar lugar a tantos que tão inflamadamente encontram apenas defeitos em quem de algum modo se presta a exercer cargos e funções de cidadania, mas para as quais nunca se predispuseram a dar a cara e a fazer parte e a sujeitarem-se às críticas fáceis, gratuitas e tantas vezes desonestas e desconhecedoras das realidades e dificuldades de cada um. Esses devem ser os primeiros a avançar para que, pelo menos, depois passem a ter alguma legitimidade para o arremesso.

Neste contexto, os próximos tempos serão mais do mesmo, com as habituais movimentações, a escolha de candidatos, nem sempre a mais acertada, nem sempre a possível, os perfis, as disponibilidades, as segunda e terceiras vagas, os posicionamentos para o futuro próximo, etc, etc. É, pois, coisa interessante para se assistir (de fora).

4 de janeiro de 2021

Notas dos primeiros dias de um ano

Todos os dias morrem dezenas de pessoas devido à irresponsabilidade politica e incapacidade de gestão do Serviço Nacional de Saúde. Morre o pedreiro, o trolha, o pescador, o mineiro. Todos com uma vida de trabalho, dignidade e serviço ao país. Mas para esses não há luto nacional. Há luto nacional para um artista, que por mais importante que tenha sido, não deixou de ser um artista que levou a vida a cantar, a fazer o que mais gostava, e vivendo bem dessa carreira.

Em Portugal somos assim. Não fazemos por menos. É o nosso fado.

Mais uma trapalhada do Governo com o caso das informações falsas informadas sobre currículo de José Guerra, prestadas no âmbito da nomeação do Procurador Europeu, tudo para colocar de fora outra candidata que não era do seu agrado. O que mais custa é ver uma ministra a justificar o injustificável. Deve pensar que somos todos uma cambada de idiotas e que nos distraímos com jogos de palavras e emaranhados de semântica. Mau demais.

Volta-se a falar do significativo aumento da média de mortes em Portugal, comparativamente aos últimos anos e mesmo últimas décadas. A Covid só justifica uma pequena parte desse aumento. O resto continua a passar ao lado das contas do Governo. As vagas de calor e de frio são ainda a melhor justificação como se os milhares de actos médicos, consultas, análises, exames, tratamentos e cirurgias adiadas e canceladas devido à exclusividade da Covid sejam coisas menores na equação.

Apesar de todas estas trapalhadas, o Governo está em alta nas sondagens o que pode querer dizer que enquanto portugueses gostamos é de apanhar umas valentes surras. Quanto mais nos batem mais deles gostamos. Mais umas mortes e umas boas trapalhadas e chegará à maioria. Nisso, mesmo que politicamente incorrecto de se dizer, Rui Rio tem razão.

23 de dezembro de 2020

Normal anormalidade

Nas nossas notas breves de hoje, damos conta que afinal tudo continua normal nestes tempos de anormalidade. 

Soubemos que um bando de 16 "valentes" caçadores vindos de Espanha dizimaram meio milhar de animais (javalis, gamos e veados) indefesos e encurralados numa herdade de caça na Azambuja. Com este tipo de Rambos, deem-lhes total liberdade e artilharia à fartazana e não seriam necessárias bombas atómicas nem aquecimento global para dizimar tudo quanto seja animal à face da terra. Uns heróis do gatilho neste país de bananas.

Quanto a política a coisa não fede menos. Vamos tendo que aguentar o fedor, desde o presidente manipulado, no papel de vice-primeiro ministro, em vias de renovar o mandato, até ao ao Governo. Taps, tancos, aeroportos, novos bancos e sefes vão marcando a pouca vergonha. Da oposição a coisa não vai melhor.

Continuam a ser contados às milésimas os mortos por Covid mas ignoram-se os milhares que vão rebentando com as médias da última década. Sintomático.

A Ana Gomes, continua igual a ela própria, estridente e extremista. Até diz que se for eleita (é cavalo em quem não aposto) vai pedir a verificação de constitucionalidade do CHEGA. É que esta gente "democrata" e "amiga" das diferenças, na realidade não gosta de quem pense e fale diferente, sobretudo quando a coisa faz doer os calos e tende a destapar a tampa da fossa.

Quanto ao futebol, o melhor é esquecer. Dali não sai nada que nos enriqueça. Pelo contrário, jesuses, conceições, cmtvs e companhia, continuam a dar-nos lições diárias de embrutecimento. Nesta arte da estupidificação, comentada por ilustres paineleiros, engenheiros e doutores pintos, só encontramos rivalidade no Big Brother comentado por quintinos rodrigues e outras abelhas maias. Mas há quem goste porque, afinal, somos um país de "bons gostos".

Foge, Quim! Valha-nos Nossa Senhora dos Penhascos!