21 de outubro de 2021

Quase, quase...

E pronto! O Benfica lá foi despachado pelo super Bayern com quatro secos na própria casa. É certo que baqueou já na parte final, e até deu um auto-golo, mas embates entre camiões e fiats unos normalmente dão mau resultado na chaparia.

Tal como há poucas semanas para o Sporting e para o Porto, a "manita" esteve por um fio. Durasse o jogo mais cinco mintos...

Com tudo isto, numa luta com dois tubarões por si só candidatos ao título, o terceiro lugar nesta fase de grupos é aquele que em rigor o maior clube de Portugal e arredores pode esperar. E não se pode desmazelar.

19 de outubro de 2021

Comeres...

 


Defraudado

Não faço nem farei juízos de valor pessoal sobre Celestino Sacramento, por quem tenho uma natural estima e consideração, para além do laço familiar, pelo que o que a seguir escrevo é tão somente num contexto de política.

Assim, nesse contexto político, há quatro anos apresentou-se como elemento integrante da lista do PS- Partido Socialista à eleição para a Assembleia da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, e como primeiro representante da freguesia de Guisande. O eleitorado na sua maioria reconheceu nele legitimidade e provas dadas de cidadania ao serviço da freguesia e por conseguinte deu-lhe a vitória, de resto a única das quatro freguesias da União onde tal aconteceu. 

Agora, tal como há quatro anos, Celestino Sacramento voltou a apresentar-se como candidato e como principal representante da freguesia. Novamente e com naturalidade venceu em Guisande e desta feita, à terceira tentativa, o PS conseguiu a maioria levando o cabeça-de-lista David Neves à vitória, sendo já o justo presidente da Junta da União de Freguesias. Era assim legítimo e esperado que Celestino Sacramento integrasse o executivo da Junta, merecendo até, pela vitória na freguesia, o cargo de secretário ou tesoureiro.

Infelizmente, na sessão de instalação dos órgãos autárquicos, realizada no passado Sábado, 16 de Outubro, houve um "golpe de teatro" e Celestino, por conta própria ou alheia, pouco interessa, abdicou do lugar de direito que lhe competia na Junta e remeteu-se a um papel circunstancial de elemento da Assembleia de Freguesia.

Pela parte que me toca, e só falo por mim, lamento esta "descida de divisão" e porque nele votei nesse pressuposto de o considerar de longe, em todas as listas concorrentes, o elemento de Guisande mais conhecedor e com mais provas dadas quanto ao conhecimento e defesa dos interesses da freguesia, sinto-me agora, pela sua opçao, defraudado.

Lamento que Celestino Sacramento tenha abdicado das suas responsabilidades como membro de pleno direito na nova Junta, de algum modo defraudando muitos dos que nele votaram nessa expectativa. Pode dizer e argumentar o que quiser em sua defesa, mas, em minha opinião, parece claro que este "golpe de teatro" não fica bem. 

Não tenho dúvidas que continuará a defender os interessses de Guisande, mas o seu posicionamento tanto nas eleições de 2017 como nas de agora em 2021, tinham esse pressuposto claro e objectivo de ser o principal representante da freguesia. Abdicar dessa responsabilidade em favor de uma ilustre desconhecida da população, por mais valor e competência que tenha ou venha a demonstrar, não é a mesma coisa. Se tinha esse propósito de se remeter a um papel secundário, que fosse claro com o eleitorado e disso lhe desse conta em fase de campanha. 

Das pessoas com quem já falei a este propósito, parece que o sentimento é similar, ou seja, que se sentem defraudadas.

É pena e não havia necessidade. Bastaria apenas respeitar a confiança depositada pelos eleitores, mesmo os muitos sociais-democratas, que nele confiaram para desempenhar esse cargo.

Mas, como diz a cantiga, é a vida! Parece-me que com este tipo de atitudes até mesmo os políticos na sua versão caseira vão perdendo credibilidade, gerando um desinteresse por estas coisas e concorrendo para o aumento da abstenção.

Obviamente que não dou como perdido o meu voto, até porque confio na nova equipa e sobretudo no seu presidente, David Neves, mas que me entristece, entristece.

18 de outubro de 2021

Alinhamentos e rotundas

 

Foi posto à venda, e não há como não ver com o tamanho do cartaz e contacto, o terreno localizado no gaveto entre a Rua da Igreja e Rua S. Sebastião, aqui em Guisande.

É um terreno com duas frentes e com uma boa localização. Interessante para quem procura terreno para construir ou para investir.

Importará, todavia, aos pretendentes, ter em conta o estudo de alinhamentos previsto para o local e que prevê um ampla rotunda no respectivo cruzamente e por conseguinte um constrangimento no potencial de implantação/construção e uma ampla cedência obrigatória para alargamento, rua e passeio. 

Caminho a percorrer

Parece evidente para muita gente, sobretudo para os militantes, que alguns dos motivos que levaram à derrota do PSD nas recentes eleições autárquicas para a Assembleia/Junta da nossa União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, para além dos motivos óbvios de uma herança pouco ou nada positiva e uma lista montada às quatro pancadas, residem, em parte, na falta de organização na base interna do partido e até mesmo alguma desagregação. Os núcleos ou não funcionam ou foram ao longo dos últimos anos abandonados e esquecidos e apenas visitados por figuras gradas do sistema e da concelhia apenas em vésperas de eleições ou na hora de arrigementar pessoas para encher pavilhões para comícios.

Quando assim é, as coisas tendem a não correr bem. Depois, quando o processo de escolha de candidatos e cabeças de lista é feito sem escutar as bases, a coisa descamba mesmo e daí a ver-se militantes influentes a apoiarem figuras e listas opositoras vai um passo. Ora isso de algum modo parece ter acontecido, sobretudo em Lobão, que, diga-se, representa no mínimo 50% do peso eleitoral da União.

A acrescentar essa falta de união e organização, numa era de tecnologias de informação e redes sociais que podem ser um elo de informação, ligação e motivação, surprendia o afcto de um partido como o PSD não ter localmente uma página activa e actualizada na web e nas redes sociais. 

Mas como mais vale tarde que nunca, parece que após a derrota eleitoral o PSD da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande lá arrancou com a sua página no Facebook. Atrasada oito anos, mas aí está para o que der e vier, agora num contexto de oposição. 

A ver vamos se será proveitosa ao partido e aos militantes ou se será apenas um impulso no iniciar de um novo ciclo. Certo é que para o PSD há caminho a percorrer até ao próximo acto eleitoral e mostrar ser capaz de estar atenta à actividade da Junta. Todavia, parece-me que a nova Junta liderada por David Neves não vai dar grandes motivos aos adversários nem desperdiçar o tempo a dar tiros nos pés e a cometer os mesmo erros grosseiros de uma gestão desadequada à realidade de uma União de Freguesias num estilo presidencialista obsoleto. Bastará ser fiel e consentâneo com todas as suas linhas de orientação que o levaram à vitória, sobretudo as que conduzem ao respeito pelas diferentes identidades das quatro partes e uma proximidade terra-a-terra com as populações, para daqui a quatro anos renovar o mandato. E claro, realizar obras e melhoramentos. Para quem está no poder o difícil não é ganhar eleições; Difícil é perdê-las.

Pela parte que me toca, independente (mas não neutro), não filiado nem militante de qualquer partido, avesso à arregimentação cega e clubista, gosto de acompanhar o dia-a-dia dos diferentes partidos e forças políticas e por conseguinte valorizo o que de positivo ambos possam oferecer em termos de comunicação e esclarecimento. 

Nesse contexto, e porque o PSD local estava desaparecido do mapa, congratulo-me por passar a dar a cara. É claro que importará que esse dar a cara seja regular, estrutural, hierárquico e legitimamente representativo dos militantes e que fale a uma voz.  Só assim poderá marcar pontos enquanto oposição e conseguir mais valias para o futuro.

Apanhar tau-tau no rabinho

Vamos todos mostrando indignação pela escalada dos preços dos combustíveis em Portugal, que nos remete para os valores dos mais altos praticados na Europa, mas na realidade nada fazemos, e se amanhã houver eleições para o Governo, o PS e António Costa serão novamente eleitos, quiçá por maior diferença. Gostamos, pois, de apanhar tau-tau no rabinho.

De facto o Governo não tem dado sinais de abrir mão da escandalosa carga fiscal que cobra por cada litro de gasóleo ou gasolina e que dizem representar mais de metade do custo final. No caso, 56% sobre o gasóleo simples e 59% sobre a gasolina 95. Só no último ano e meio o preço aumentou 30%.

Ainda há dias ouvi dois elementos do aparelho do Governo a justificar que não iriam reduzir o preço do combustível porque isso seria incentivar o consumo de energias fósseis e poluentes quando o paradigma das alterações climáticas indica um sentido de redução das emissões poluentes e utilização de energias alternativas, limpas e renováveis, bem como ao uso dos transportes públicos. 

Ora esta justificação é tacanha e absurda porque pretende alegar que todos os portugueses têm capacidade financeira para comprar carros eléctricos, que podem ir de bicicleta ou a pé ou têm um autocarro à porta para os levar ao trabalho. Isto é ainda um maior absurdo quando nos afastamentos do litoral e nos embrenhamos no interior em que os transportes públicos não existem de todo. E depois as empresas de transportes de passageiros e mercadorias? Onde é que ficam? 

Em todo o caso importa tentar compreender um pouco esta situação dos combustíveis, do preço do gasóleo e da gasolina que mesmo sem os preços escandalosos de Portugal está a afectar muitos países incluindo grandes economias como a Inglaterra e a Alemanha. Tudo isto porque no contexto da redução das emissões poluentes, se têm desmantelado infra-estruturas de produção de energia baseadas no carvão e mesmo de energia nuclear sem que a oferta das ditas energias limpas cubra esse défice. Basta dizer que a Alemanha tem desmantelado centrais nucleares que representavam cerca de 30% das suas necessidades energéticas e ainda não conseguiu cobrir essa parcela com energia alternativa. É como deixar de usar lâmpadas na nossa casa e em alternativa termos apenas uma vela de cera à moda antiga.

Neste contexto de muito desacerto político que tem varrido a Europa, a relação de procura/oferta tem estado desequilibrada e daí, em grande parte, o crescente registo de aumentos nos combustíveis petrolíferos e da energia em geral.

Claro que todas estas políticas e jogadas económicas passam ao lado dos consumidores os quais são quem na realidade pagam todos os desaforos.

A manter-se este crescente aumento nos combustíveis e se o Governo não abrir mão da sua escandalosa margem fiscal, não surpreenderá a muito curto prazo o aumento dos bens, produtos e serviços bem como a insolvência e falência de empresas num efeito dominó.

A ver vamos mas a coisa está a carburar muito mal.