28 de maio de 2022

Família Gonçalves - Guisande - 20º Convívio


A família Gonçalves de Guisande teve hoje, 28 de Maio, o seu convívio anual, depois da interrupção nos últimos dois anos devido à pandemia. A última edição realizou-se no Monte do Viso em 2019 e neste ano de 2022 decorreu no Parque de Lazer da Várzea - Pigeiros. 

Como será compreensível, ainda em contexto de pandemia, e porque naturalmente a muitos não será fácil conciliar as agendas pessoais e profissionais com a data e o local, até porque vivendo em locais afastados e mesmo no estrangeiro, o número de participantes esteve bem abaixo do que se verificou em anos anteriores. Seja como for, é sempre importante manter a ligação a quem quer e pode participar.

Esta família, de cujo ramo começa no lugar de Estôse, mas com ligações antecedentes à freguesia de Duas Igrejas, actualmente lugar da freguesia de Romariz, tem já centenas de elementos espalhados pelo país, ilhas e estrangeiro. 

Parabéns ao Pedro Santos pela organização e a todos quantos contribuiram para que nada faltasse. Bem-hajam!

Sobre as origens da família Gonçalves:

Do latim Gundisalvici, de formação patronímica - "filho de Gonçalo" - Deriva ainda do germânico Gundisalvus que pode significar "salvo no combate", "homem disposto a participar de toda luta" ou simplesmente "guerreiro".

A família é de origem espanhola , do reino da Galícia, com Moniz Gonzalo. Seu descendente Dom Antão Gonçalves foi o primeiro da linhagem portuguesa. Senhor de Alentejo, Visconde e Arquiduque, títulos nobiliários reconhecidos com méritos pelos serviços prestados à Coroa, a quem antes do séc. XVI, foram concedidas armas que já figuram no Livro do Armeiro-Mor datado de 1509.


Brasão:

-De verde, uma banda de prata, carregada de dois leões (ou leopardos) rampantes (de pé, eréctil, com as patas dianteiras levantadas) ou passantes (caminhando com a pata direita levantada) de púrpura, armados e lampassados (língua de fora) de vermelho.

-Timbre: um leão de púrpura, sainte, armado (garras de fora) e lampassado de vermelho.

É bonito quando somos fiéis aos nossos princípios


...E é tão bonito quando somos fiéis aos nossos princípios, leais às nossas causas e sobretudo à terra e às pessoas que representamos e em nós confiam. Parabéns, Celestino, por nos fazeres acreditar que ainda há valores que valem!

Assim foi na sequência da sessão extraordinária da Assembleia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, realizada no polo da Junta em Guisande.

Inexplicavelmente as coisas estavam combinadas para fazer esbarrar. Numa posição legítima mas incompreensível, a lista do Partido Socialista tentou virar o bico ao prego contra a manifesta vontade das freguesias que pedia a desagregação (Gião, Louredo e Guisande). 

Lobão não requereu porque sente-se bem nesta União, como peixe na água, porque em rigor foi a única freguesia que não perdeu identidade, por razões óbvias, desde logo como cabeça da União, a manutenção da sua sede como principal e o presidente da sua área geográfica. É compreensível que se sinta bem. 

Celestino Sacramento, apesar das tentativas em fazer mudar a sua posição, bem como do seu estado de saúde na ocasião, manteve-se fiel aos seus princípios e causas e com toda a naturalidade votou a favor da desagregação, indo contra a sua bancada, que se absteve depois de perceber que já não inverteria a posição da maioria que se pronucniou a favor. Foi estranho, mas foi assim.

É de registar esta posição firme, convicta e fiel do Celestino. Nem poderia ser diferente!

Luz de Maio

Não! Não há luz como a de Maio

Porque límpida, desenevoada,

Quase um esplendor em ensaio.


Nasce na manhã fresca, solteira

Como noiva bela, perfumada

No seio em flores de laranjeira.


Ao poeta tão pouco lhe basta

Mas Maio, farto, dá-lhe tanto

Chegando a sobrar inspiração.


Então a palavra sai pura, casta,

Num devaneio de singelo encanto

E dela o poema brota de emoção.


A. Almeida

26 de maio de 2022

Recuar no tempo



P´los caminhos da minha aldeia

Percorro paisagens de infância

Captando o tempo com o olhar.

Renovado, de alma plena, cheia,

Volto aos montes numa ânsia

De rever lugares... recomeçar.


Quem dera que o tempo, teimoso,

Atrás voltasse, por instantes,

Como num sonho dormente, feliz;

E pudera, então, infantil, viçoso

Rever coisas e rostos radiantes

Repetir tudo quanto de bom fiz.


A. Almeida

25 de maio de 2022

O Jorge Ferreira está de parabéns!


Sei que não vai muito com estas manifestações (lamechices) expressas de forma pública, mas atrevo-me a fazê-lo, essencialmente porque me considero seu amigo e tenho-o igualmente em tal conta.

Sendo certo que é um pouco mais velho do que eu, temos tido uma boa relação desde há muito. E começou logo quando foi convidado ao meu casamento, ainda com o cabelo e bigode pretos. 

Depois, muitos anos em actividades ligadas à Associação Cultural de Guisande "O Despertar", companheiro de futebol de salão quase durante vinte anos e, mais recentemente, companheiro habitual das caminhadas por trilhos, subindo e descendo montes e vales, sempre numa boa passada.

Por tudo isso é merecida uma justificação de parabéns por mais um aniversário. De resto nem custa dar os parabéns aos amigos. 

Em todo o caso, principalmente para os mais novos que naturalmente não conhecem ou ignoram o percurso dos mais velhos, importa lembrar que o Ferreira, como quase sempre lhe chamámos, merece os parabéns, não só dos mais chegados, como familiares e amigos, mas de um modo geral de todos os guisandenses, já que para além de tudo teve e ainda tem um importante percurso e um contributo de cidadania, que é de enaltecer num tempo em que muitos dos valores que nos ligam à identidade da freguesia estão em perigo. 

O Jorge foi um exemplar jogador do Guisande F.C., dirigente da Associação “O Despertar”, sempre pronto e disponível, nomeadamente quando existia a secção de natação e Escola de Música. Ainda membro da Assembleia de Freguesia e secretário da Junta de Freguesia de Guisande (2001-2005). Colaborador nas coisas da paróquia, provavlemente mais que muitos que são assíduos fregueses.

Mesmo agora, já merecedor do retempero da reforma, continua a ajudar o Centro Social, a Associação de Dadores de Sangue, etc.

Para além de tudo, enquanto funcionário do Banco Espírito Santo, foi sempre prestável e disponível para ajudar na questão das burocracias relacionadas às nossas poupanças. Quem já não precisou dos seus serviços e favores?

Por tudo isso, desculpa lá, Jorge, mas fica aqui este registo. Não devemos guardar para amanhã o que podemos e devemos dizer hoje.

Parabéns, e quanto a anos de vida que venham, se não muitos, pelo menos os suficientes, mas bons, pois ainda temos muitos quilómetros para trilhar por esses montes e vales e a próxima jornada já está marcada. 

Não importa quantos faças mas os que faltam fazer. Parabéns!

23 de maio de 2022

Parolamente baloiçando

 



Convenhamos que a moda dos baloiços colocados em locais altos com vistas deslumbrantes, pela generalização, é em rigor uma parolice bem à portuguesa. Já são centenas por todo o país e a coisa continua a crescer e de uma interessante novidade inicial está a transformar-se numa praga porque todos querem instalar um.

Mesmo os passadiços e os miradouros são já mais que muitos, mesmo em locais que até podem ser percorridos e visitados de forma natural pelos simples trilhos e caminhos. Até pontes são feitas onde não há essa necessidade.

Mas somos assim, de modas e exagerados, sempre à procura de sítios falados, porque onde vai um vão todos. 

Os defensores da coisa dizem que são uma forma de chamar as pessoas e dar-lhes-lhes a conhecer os muitos e belos sítios das nossas paisagens. É um bom argumento e de facto assim é, mas em rigor o que é que um baloiço acrescenta na maior parte dos locais? Um miradouro todo xpto, em madeira, gradil de ferro ou vidro, balançado sobre o vazio o que acrescenta à vista já possível em qualquer outro local na imediação? Não é uma redundância artificial e desnecessária? E quanto ao impacto nos locais e natureza com o excesso de pessoas, carros, motas, motos-quatro, bicicletas, jeeps e outros artistas da adrenalina? 

De resto em vários desses pontos, como no conhecido Baloiço da Serra da Boneca, em Sebolido - Penafiel, já tem havido problemas de excesso de pessoas e viaturas, com risco de segurança e impacto negativo, porque boa educação e civismo são qualidades um pouco arredadas de muita boa gente. Mesmo com a mudança do local para minimizar o impacto, os atropelos têm sido muitos, contornando-se e desrespeitando-se as recomendações dos promotores.

Mas a coisa não vai ficar por aqui porque os responsáveis por essas instalações sabem que as pessoas agem por impulso e vão atrás das novidades como moscas atrás daquela coisa e daí a tentação de instalar mais e mais é forte.

Agora, porque a cena do baloiço em si já não é surpresa, porque se vulgarizou, a novidade da coisa passa por montar cavalos de baloiço e mesmo uma velha bicicleta pasteleira instalada sobre uma plataforma metálica giratória no alto dos montes e penhasco para se rodar e escolher o melhor ângulo para a selfie, para mostrar aos amigos que se esteve ali.

O que virá a seguir? Uma casa na árvore, uma torre Eiffel de vidro, um porco com asas, uma drone disfarçado de unicórnio? 

O equilíbrio e o bom senso são as palavras chaves. As modas podem ser interessantes mas quando transformadas em pregas deixam de o ser. Quem não for capaz de gostar e usufruir dos encantos da natureza, nos seus diferentes aspectos, e procurá-la mas de forma natural, não será por lhe acrescentarem um baloiço ou um miradouro que a coisa será diferente.

Confesso que, mesmo pouco ou nada entusiasta, também já terei tirado uma ou outra foto no baloiço, porque acaba por ser da praxe quando por eles se passa, mas perante tanto exagero, haja alguma paciência. Afinal, a natureza deve ser desfrutada de forma, imagine-se, natural. 

Naturalmente!

Já sinto saudade do baloiço que nos tempos de criança montáva-mos no sobreiro do monte do Viso. Duas cordas, um fueiro, um empurrão e toca a subir às alturas. Nesse altura não era novidade.