4 de abril de 2025

Festa de Pigeiros - Logotipo

 


Elaborei para a Festa de Pigeiros o logotipo. Naturalmente com satisfação por ficar associado a uma festividade com tanta tradição.

Adoptei um grafismo estilizado, em tom monocromático de modo a poder ser utilizado em diferentes suportes. Num elemento de elipse, representa-se a fachada da igreja ladeada de um elemento orgânico, com três pardais sobre um ramo interligado à moldura. 

Para os que não conhecem a ligação aos pardais, a origem é antiga e por isso a festa de Pigeiros era conhecida por Festa dos Pardais ou da Pardalada. 

Essa popular designação caíu em desuso, mas  pretendem os pigeirenses assumir e valorizar essa imagem como parte da identidade popular da festa da freguesia. O logotipo pode ser usado em edições seguintes bastando actualizar a referência ao ano.

A primeira referência escrita à Festa dos Pardais, encontrei-a nas memórias paroquiais de 1758, uma espécie de inquérito a todas as paróquias portuguesas, mandado fazer pelo Marquês de Pombal, a que todos os párocos foram obrigados a responder, e que com isso se pretendia uma caracterização geográfica, natural e patrimonial de cada paróquia. O então pároco de Pigeiros, o Abade João Carlos da Rocha Tavares, ao descrever a igreja, os altares e os santos existentes, referiu que existia ali a imagem de Nossa Senhora dos Remédios,  “imagem milagrosa cognominada de Senhora dos Pardais”, que na tradição popular atendia as preces para afugentar os pardais dos campos e das sementeiras, que por esses tempos eram numerosos e que grandes prejuízos causavam aos lavradores.

Fica, pois, a explicação e a razão de associar no logotipo essa imagem desses pássaros tão comuns na nossa região.

Pessoalmente acho que é de enaltecer a valorização desta imagem porque d efacto é uma forma de respeitar a cultura e tradição de uma comunidade e de um povo.

31 de março de 2025

A dar à sola - Por terras onde o Vouga abraça o Paiva


Excelente companhia, da melhor, percurso fantástico, deslumbrante, num dia de sol mas com vento gélido a soprar matreiro do lado da Estrela. Comida e bebida quase à fartazana mas, decididamente, não é chinela para o meu pé o pagar para ir correr ou caminhar em multidão. Prefiro mil vezes antes fazê-lo sozinho, ou com três ou quatro amigos, eu os meus pensamentos e a minha máquina de fotografar, do que andar pelo meio do rebanho a entupir os caminhos. Foram 45 minutos para fazer um kilómetro que sozinho demoraria 9 minutos? Nem de gatas. 
Mas, cada qual, cada qual, e cada burro com a sua mania e sempre haverá gostos para tudo e todos.  Para amostra, esta chegou. Valeu a companhia e a paisagem!







28 de março de 2025

Nota de falecimento - Maria Celeste da Conceição Guedes

 


Faleceu Maria Celeste da Conceição Guedes, do lugar da Leira. Ainda no último dia 18 deste mês de Março completou 101 anos de idade. Um vida longa mas Deus chamou-a agora à Sua presença.

Maria Celeste da Conceição Guedes, nasceu no dia 18 de Março de 1924.

A Maria Celeste era filha de António Augusto Guedes e de Maria da Conceição, da Casa do Ferreiro, da Leira.

Era neta paterna de Manuel Augusto Guedes e de Rosa Gomes da Silva e materna de Bernardino Caetano de Azevedo e de Clemência Rosa.

Teve como padrinho de baptismo o seu tio paterno Pe. Delfim Augusto Guedes, o qual paroquiou S. Vicente de Louredo, Santa Eulália de Sanguedo e Santo André de Escariz, em cujo cemitério local está sepultado.

A Maria Celeste casou em 17 de Agosto de 1946 com Manuel Fernandes Coelho, falecido em 20 de Março de 1973 quando tinha apenas 50 anos de idade.

O funeral será no próximo Domingo, 30 de Março, pelas 11:00 horas, na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7.º Dia na Sexta-Feira pelas 18:30 horas na igreja matriz de Guisande.

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular às suas filhas, genros, noras e netos bem como à sua irmã Palmira, do lugar da Gânadara, esta também a caminho do centenário de vida.

Deus a guarde na sua companhia e descanse eternamente em paz!

27 de março de 2025

Porquê a demora?


Como é do conhecimento público, depois de vários avanços e recuos, dúvidas e mais dúvidas, a Lei nº 25-A/2025 (desagregação de uniões de freguesias) foi reconfirmada pelo Parlamento com maioria qualificada e obrigatoriamente promulgada pelo presidente da república e logo depois publicada em Diário da República, entrando em vigor.

O N.º 2 do artigo 5.º da referida lei estabelece que "A comissão de extinção de freguesia é constituída e toma posse no prazo de 30 dias após a entrada em vigor da presente lei, e funciona até à conclusão da última instalação dos órgãos eleitos nas eleições autárquicas de 2025.".

Ora, parece-me que, ainda que estando no prazo, todavia, já houve mais que tempo para a presidente da Assembleia da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande ter convocado uma sessão extraordinária para formalizar a constituição da Comissão de Extinção da União de Freguesias.

Sabendo-se que o prazo e o tempo não é muito, de resto um dos argumentos do presidente da república para justificar o seu inesperado veto, parece estranho que a coisa já não esteja em andamento. Faria, pois, todo o sentido que tal sessão extraordinária fosse agendada logo nos dias imediatos à publicação da Lei, tal como já fizeram muitas das uniões de freguesias abrangidas pelo processo de desagregação. Todo o tempo é necessário.

Posto isto, importa que não se protele a situação. Até podemos compreender a má vontade de quem ao longo do atribulado processo se opôs à desagregação, mas agora, chegados aqui, não se justifica qualquer atraso no início do processo.

25 de março de 2025

Retretes e gente importante em férias


Na actualidade e desde há vários anos, nomeadamente desde a edificação da Capela Mortuária, que todo o conjunto de edifícios e equipamentos à volta da igreja matriz de Guisande tem instalações sanitárias decentes. Apesar disso, os actos de vandalismo são recorrentes, como ainda recentemente, e tal situação dificulta a gestão do espaço pela Junta de Freguesia e a coloca num dilema de o encerrar durante a noite ou o manter aberto. Mas face à impossibilidade de ter um polícia 24 horas em cada canto, há que aguentar a selvajaria dos modernos tempos e da ineficácia das autoridades em vigiar, investigar e levar a julgamento os javardos que se prestam a esses serviços.

Mas dizia, há instalações sanitárias a servir os espaços da paróquia, mas nem sempre foi assim. De facto, antes das actuais, no passado existiram outras, mesmo que fraquinhas e, antes dessas, outras ainda mais básicas.

O recorte de jornal de uma notícia publicada no jornal "Correio da Feira" de 2 de Setembro de 1967, expressava a falta de instalações sanitárias pois as que existiam anteriormente, mesmo que fraquinhas, tinham sido demolidas com as obras de construção do Salão Paroquial, uns dois anos antes, por 1965.

Por comparação, o correspondente salientava que essa situação era uma necessidade já que em quase todas as outras freguesias do concelho já existiam essas instalações sanitárias.

Por último, a notícia também dava a conhecer que o capitão Manuel Ferreira Linhares, em serviço no exército em Angola, estava de férias em casa de seus pais em Casaldaça. 

É certo que os jornais, mesmo os regionais, já não fazem notícias de casamentos, baptizados, aniversários e estadias de férias, dos senhores e senhoras abastados, mas o que não faltam são as revistas cor-de-rosa a dar estampa colorida e brilhante às figurinhas e figurões da nossa sociedade e isto porque o interesse pelas vidinhas dos outros é coisa que nunca há-de acabar.

20 de março de 2025

...E o resto é paisagem



Até dou o benefício da dúvida de que estas e outras situações não sejam intencionais, mas dizem muito do que num sentido geral uma boa parte da população de Lobão vê e entende a nossa União de Freguesias. Para eles é Lobão e o resto são apêndices, mera paisagem. A centralidade é Lobão. O presidente é da Junta de Lobão e a capa de um grupo de Facebook de residentes da União é ilustrado com um mapa apenas com o território e designação de Lobão. Sintomático!

Também por isso se percebe porque é que em quase 12 anos de União a sede da união de freguesias continua a ostentar na fachada a designação de Junta de Freguesia de Lobão.

Por aqui compreende-se porque dali não veio uma vontade expressa quanto ao processo de desagregação, porque em rigor Lobão nunca foi penalizada no que toca a perda de identidade e proximidade. O presidente de Junta sempre foi de Lobão, a sede sempre foi em Lobão, e por aí fora, em tudo, e sempre seria assim.

O processo da desagregação de freguesias foi aprovado, promulgado e publicado, por isso passando a fazer efeito legal, mas sobre mesmo ainda pairam nuvens em virtude de um partido que, não aceitando as regras da democracia, pretende questionar a legalidade jurídica da sua aplicação. 

Não sei o que vai sair disso, porque como costumo dizer, é tudo gente de pouca confiança, e por isso já só mesmo como o S. Tomé, ver para crer, mas fica aqui esta impressão quanto à mentalidade que tem vigorado numa união de freguesias feita às três pancadas, composta por partes desproporciondas, onde uma sempre manteve a preponderância sobre as demais, mesmo que não deliberadamente intencional, mas seguramente instintiva. 

Mas seja o que Deus quiser, sendo que duvido que O Todo Poderoso tenha tempo para se preocupar com estas minudências terrenas.