03/11/2025

Fim de um ciclo, início de outro


Será já amanhã, Terça-Feira, 4 de Novembro, pelas 21:00 horas, no nosso edifício da sede da Junta, de Guisande, que serão instalados os órgãos da Assembleia de Freguesia de Guisande e Junta de Freguesia.

Será o fim de um ciclo de 12 anos e o início de um novo, a partir do qual a freguesia volta a ser gerida por gente da própria terra.

Não há ilusões, como as que esperançosamente sempre colocamos no início de aventuras e empreendimentos pessoais, mas antes a noção de uma realidade repleta de dificuldades, porque os meios financeiros e humanos postos à disposição das Juntas, sobretudo de freguesias de reduzidas diemnsões, serão sempre escassos e insuficientes para todas as necessidades. 

Fará diferença, por isso, a capacidade de gestão, de inovação e de mobilização de todos os recursos, nomeadamente junto da edilidade municipal. Espera-se e deseja-se que a equipa liderada pelo Johnny Almeida, legitimada substancialmente pelo voto popular nas eleições de 12 de Outubro passado, seja capaz de conseguir fazer mais e melhor  por menos. Se as grandes obras precisam necessariamente de apoios extra, também é verdade que há muitas coisas que podem fazer a diferença e com custos reduzidos ou com pouca expressão. A proximidade, o esforço de estar próximo, de atender e entender, de procurar dar respostas e soluções, são coisas que pouco ou nada custam. 

Espero eu e creio que toda a comunidade, que a Junta seja capaz,  agregadora, pró-activa, atenta e sempre com humildade e nunca numa postura de sobranceria, desligamento e indiferença.

Acredito que o executivo será capaz e nos contactos informais que tenho tido com o Johnny Almeida, tenho notado vontade, atenção, interesse e receptividade a várias sugestões e ideias. Concerteza que sei que muito do que irei sugerindo não será possível concretizar no imediato, mas acredito que várias situações serão atendidas e tidas em conta.

Quanto ao resto, é ir e vendo e saber que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Em todo o caso, com o devido respeito, não será difícil fazer mais e melhor do que o que foi no conjunto dos 12 anos de vigência da defunta União de Freguesias.

Em diferentes artigos de opinião ou pensamento, fui apontando alguns aspectos menos positivos das diferentes gestões da União de Freguesias, suas capacidades e incapacidades, mas procurei nunca confundir os lados pessoal e político das pessoas que foram fazendo parte dos três executivos e por todos tive e tenho consideração. De resto, num dos quais me incluí nos primeiros 3 anos, mesmo que, como simples vogal, sem qualquer poder e capacidade de decisão em fazer atender às necessidades da nossa freguesia. Mas bastou essa experiência, em contexto muito difícil, sem dúvida o mais exigente dos três mandatos, para perceber as dificuldades de atender a tudo e a todos.

Mas, retomo, apesar de tudo, dos falhanços e dos modelos errados seguidos, de alguns excessos e muitas insuficiências, de boa fé acredito que todos fizeram e deram o melhor de si, mesmo que à sua maneira, quase sempre puxando a brasa à sua terrinha, quase nunca sendo capazes de pensar e agir como um todo. De um modo geral foi sempre Lobão, Gião, Louredo e Guisande. Com excepção de uma ou outra coisa, nomeadamente o certame de entretenimento designado de “Corga da Moura”, raramente a União funcionou como tal.

Em resumo, bem ou mal, a União de Freguesias foi o que foi e depois de amanhã, com todas as novas freguesias instaladas, fará já parte do passado e pouco deixou de positivo para ser lembrado no futuro. Nunca foi fácil porque o território era grande e a comunidade numerosa, as necessidades muitas e os recursos escassos e os modelos nunca terão sido os mais adequados às necessidades e particularidades de cada parte. Repito, gostando-se ou não do estilo e modelos seguidos, não duvido que todos procuraram dar o seu melhor. Foi o que foi. 

Felizmente, digo eu, e nem todos concordarão, os políticos e o poder central deram a oportunidade de se reverter e de se conseguir a desagregação e as nossas freguesias aproveitaram. É certo que Lobão desinteressou-se desde o início porque, de facto e em rigor, foi a freguesia que menos perdeu, porque manteve todas a primazias e privilégios, até os aumentando, ao contrário das demais freguesias.

Por conseguinte, termina aqui um ciclo e começa outro. A partir de Terça-Feira à noite teremos um filho da terra como presidente de Junta e não um qualquer lobonense, sem qualquer desconsideração. É o que é. Em vez de um simples vogal no executivo sem competências a represenetar a nossa terra e a nossa comunidade, como sempre foi nos três mandatos da União de Freguesias, a nova Junta de Freguesia terá três elementos da freguesia, todos atentos e próximos. Do mesmo modo, na Assembleia de Freguesia serão mais 9 elementos da freguesia, igualmente atentos e interessados. Não teremos, pois, gente de Lobão, de Gião e de Louredo, mesmo que todas boas pessoas, a decidir o que fazer e como fazer na nossa freguesia. A partir de agora, bem ou mal, mandaremos e decidiremos nós! 

Apesar da nossa dimensão, e a perda de população tem afectado quase todas as freguesias sem matriz marcadamente urbana, no passado fomos capazes de fazer coisas bonitas e interessantes. Certamente que com todos a remar para o mesmo lado, neste novo ciclo seremos novamente capazes de voltar a realizar coisas importantes e sobretudo de unir a comunidade e a voltar a dar-lhe o orgulho de ser Guisande.

Quanto às freguesias agora independentes, espero e desejo que haja boa vizinhança e boas relações entre as respectivas Juntas e que dentro do possível possam cooperar entre si, ajudando-se no que for possível. De resto, fora dos nossos quintais, todos precisamos de todos.

No momento de mudança, bem-haja a todos quantos procuraram fazer o melhor nestes 12 anos,  mas agora é, de facto, tempo de terminar um ciclo e iniciar outro. O resto já é passado!


31/10/2025

O castelo ruíu e não sobrou nada

Fui informado de que no fecho das contas da defunta União de Freguesias, apenas irá sobrar um saldo de pouco mais de 16 mil euros, o que dividido proporcionalmente pelas quatro novas freguesias, a Guisande calhará, mais coisa menos coisa, 3 mil euros. Sou de opinião de que esta verba seja doada a uma instituição de caridade.

Verdade se diga, a perspectiva deste saldo final tão insignificante nunca foi surpresa, pelo menos para mim, e de há muito se sabia que os cerca de 350 mil euros que a Junta do PS herdou do anterior mandato PSD iria ser gasto na totalidade. 

Com isto, tinham razão aqueles que disseram que assim não custava governar e fazer brilharetes, porque com o dinheiro deixado pela gestão de outros. Mas, tenho para mim, que quem mais culpa teve neste processo foram os que no anterior mandato, por manifesta incapacidade, por mau cálculo ou porque apenas poupadinhos, se permitiram ao luxo de deixar tão avultado saldo. Creio que no concelho da Feira e arredores terá sido inédito, deixar de fazer obras essenciais e melhoramentos necessários, para com isso perderem as eleições e, como se costuma dizer na gíria, e passe a expressão, "entregarem o ouro ao bandido".

Sendo assim, se bem ou mal gasto, certo é que foi gasto, quase até à última gota. Eventuais questões de obrigação ética e proporcionalidade em deixar um saldo similar ao recebido, aqui pouco contam para o totobola, porque certamente que foi gasto dentro de toda a legitimidade e legalidade. Se era bonito ser transmitido um saldo semelhante ao recebido? Concerteza que sim, até como prova de que uma boa gestão não precisa de prendas extra, mas isso já é entrar no domínio dos sonhos cor-de-rosa com fadas e unicórnios. O mundo real é outro e nem sempre se compadece com lirismos.

Em resumo, nada me surpreende este desfecho e estas contas. De resto, sabia-se que desde que a desagregação se transformou numa realidade, tornou-se claro que nada de substancial iria sobrar, e antes disso o compromisso assumido publicamente no apoio ao relvado sintético do campo de jogos do Guizande F.C.  já tinha ido ao ar.

Por conseguinte, sabia-se que o castelo da União de Freguesias, sem alicerces sólidos, estava a ruir e caíu assim, com estrondo, mas sem surpresa.  Agora é levantar dos escombros e voltar a pôr a nossa freguesia nos carris, porque em todo o tempo da união de freguesias foi de facto tempo perdido e com pouco proveito.

Quanto aos 3 mil euros, sim,  acho que se deviam doar a uma instituição de caridade. Concertza que o digo com alguma ironia, mas porque não? Seria simbólico.

A caminho dos 50

 





29/10/2025

Cadernos da Memória 2 - Compasso da Páscoa e Juíz da Cruz


Continuando com a série de apontamentos designada de "Cadernos da Memória", um olhar sobre a tradição na nossa freguesia sobre o Compasso da Páscoa e Juíz da Cruz.

Fica aqui o link para o documento: 

https://tools2web.live/livros/livro4?=v1

28/10/2025

Olhares de outros tempos

 


Fotografia da década de 1980, anterior à construção da alemeda frontal à igreja matriz bem como da construção da capela mortuária.

27/10/2025

Sondagem Analfabetismo / 83


Em 1983 o jornal "O Mês de Guisande", de que fui fundador e redactor, realizou um trabalho então inovador na freguesia de Guisande, o de fazer uma sondagem sobre o analfabetismo, a que designou de Sondagem Analfabetismo / 83.

Com dedicação e muito trabalho de campo e depois do apuramento dos resultados, foi feito um retrato quase fiel dessa situação que então, há mais de 40 anos, era ainda significativa. Concerteza que não foi possível realizar o trabalho de forma exaustiva abrangendo todas as casas, famílias e pessoas, mas mesmo assim de forma representativa e mesmo significativa.

Inicialmente o trabalho visava apenas a questão do analfabetismo mas, aproveitando o trabalho de campo, foi mais além e alargado a outros temas que enriqueceram o projecto e ajudaram a traçar o retrato da freguesia. Foi, pois, um documento importante e hoje, à distância temporal de mais de quatro décadas, é já um elemento histórico.

O trabalho, apesar dos meios escassos então disponíveis, sem computadores ou outras ferramentas que hoje dispomos, foi publicado com quadros e gráficos,  na edição de Setembro de 1984.

Partilho aqui o link para esse livro digital", que faz parte da série "Cadernos da Memória".

Segue o link:

https://tools2web.live/livros/livro3

25/10/2025

Nota de Falecimento - João Paulo Oliveira da Silva


Fomos confrontados com a notícia de que faleceu o jovem João Paulo Oliveira da Silva, filho e neto de gente da nossa comunidade de Guisande, sendo que residia em Louredo.

O funeral será amanhã, Domingo, dia 26 de Outubro, pelas 10:30 horas com cerimónias fúnebres na igreja matriz de Guisande. No final será sepultado no cemitério local.

Nesta hora de consternação, profunda perda e tristeza, expresso os meus sentidos sentimentos  aos pais, irmãos, avôs e demais familiares. Certamente a sua alma já estará em paz e que assim eternamente descanse.