Será já amanhã, Terça-Feira, 4 de Novembro, pelas 21:00 horas, no nosso edifício da sede da Junta, de Guisande, que serão instalados os órgãos da Assembleia de Freguesia de Guisande e Junta de Freguesia.
Será o fim de um ciclo de 12 anos e o início de um novo, a partir do qual a freguesia volta a ser gerida por gente da própria terra.
Não há ilusões, como as que esperançosamente sempre colocamos no início de aventuras e empreendimentos pessoais, mas antes a noção de uma realidade repleta de dificuldades, porque os meios financeiros e humanos postos à disposição das Juntas, sobretudo de freguesias de reduzidas diemnsões, serão sempre escassos e insuficientes para todas as necessidades.
Fará diferença, por isso, a capacidade de gestão, de inovação e de mobilização de todos os recursos, nomeadamente junto da edilidade municipal. Espera-se e deseja-se que a equipa liderada pelo Johnny Almeida, legitimada substancialmente pelo voto popular nas eleições de 12 de Outubro passado, seja capaz de conseguir fazer mais e melhor por menos. Se as grandes obras precisam necessariamente de apoios extra, também é verdade que há muitas coisas que podem fazer a diferença e com custos reduzidos ou com pouca expressão. A proximidade, o esforço de estar próximo, de atender e entender, de procurar dar respostas e soluções, são coisas que pouco ou nada custam.
Espero eu e creio que toda a comunidade, que a Junta seja capaz, agregadora, pró-activa, atenta e sempre com humildade e nunca numa postura de sobranceria, desligamento e indiferença.
Acredito que o executivo será capaz e nos contactos informais que tenho tido com o Johnny Almeida, tenho notado vontade, atenção, interesse e receptividade a várias sugestões e ideias. Concerteza que sei que muito do que irei sugerindo não será possível concretizar no imediato, mas acredito que várias situações serão atendidas e tidas em conta.
Quanto ao resto, é ir e vendo e saber que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Em todo o caso, com o devido respeito, não será difícil fazer mais e melhor do que o que foi no conjunto dos 12 anos de vigência da defunta União de Freguesias.
Em diferentes artigos de opinião ou pensamento, fui apontando alguns aspectos menos positivos das diferentes gestões da União de Freguesias, suas capacidades e incapacidades, mas procurei nunca confundir os lados pessoal e político das pessoas que foram fazendo parte dos três executivos e por todos tive e tenho consideração. De resto, num dos quais me incluí nos primeiros 3 anos, mesmo que, como simples vogal, sem qualquer poder e capacidade de decisão em fazer atender às necessidades da nossa freguesia. Mas bastou essa experiência, em contexto muito difícil, sem dúvida o mais exigente dos três mandatos, para perceber as dificuldades de atender a tudo e a todos.
Mas, retomo, apesar de tudo, dos falhanços e dos modelos errados seguidos, de alguns excessos e muitas insuficiências, de boa fé acredito que todos fizeram e deram o melhor de si, mesmo que à sua maneira, quase sempre puxando a brasa à sua terrinha, quase nunca sendo capazes de pensar e agir como um todo. De um modo geral foi sempre Lobão, Gião, Louredo e Guisande. Com excepção de uma ou outra coisa, nomeadamente o certame de entretenimento designado de “Corga da Moura”, raramente a União funcionou como tal.
Em resumo, bem ou mal, a União de Freguesias foi o que foi e depois de amanhã, com todas as novas freguesias instaladas, fará já parte do passado e pouco deixou de positivo para ser lembrado no futuro. Nunca foi fácil porque o território era grande e a comunidade numerosa, as necessidades muitas e os recursos escassos e os modelos nunca terão sido os mais adequados às necessidades e particularidades de cada parte. Repito, gostando-se ou não do estilo e modelos seguidos, não duvido que todos procuraram dar o seu melhor. Foi o que foi.
Felizmente, digo eu, e nem todos concordarão, os políticos e o poder central deram a oportunidade de se reverter e de se conseguir a desagregação e as nossas freguesias aproveitaram. É certo que Lobão desinteressou-se desde o início porque, de facto e em rigor, foi a freguesia que menos perdeu, porque manteve todas a primazias e privilégios, até os aumentando, ao contrário das demais freguesias.
Por conseguinte, termina aqui um ciclo e começa outro. A partir de Terça-Feira à noite teremos um filho da terra como presidente de Junta e não um qualquer lobonense, sem qualquer desconsideração. É o que é. Em vez de um simples vogal no executivo sem competências a represenetar a nossa terra e a nossa comunidade, como sempre foi nos três mandatos da União de Freguesias, a nova Junta de Freguesia terá três elementos da freguesia, todos atentos e próximos. Do mesmo modo, na Assembleia de Freguesia serão mais 9 elementos da freguesia, igualmente atentos e interessados. Não teremos, pois, gente de Lobão, de Gião e de Louredo, mesmo que todas boas pessoas, a decidir o que fazer e como fazer na nossa freguesia. A partir de agora, bem ou mal, mandaremos e decidiremos nós!
Apesar da nossa dimensão, e a perda de população tem afectado quase todas as freguesias sem matriz marcadamente urbana, no passado fomos capazes de fazer coisas bonitas e interessantes. Certamente que com todos a remar para o mesmo lado, neste novo ciclo seremos novamente capazes de voltar a realizar coisas importantes e sobretudo de unir a comunidade e a voltar a dar-lhe o orgulho de ser Guisande.
Quanto às freguesias agora independentes, espero e desejo que haja boa vizinhança e boas relações entre as respectivas Juntas e que dentro do possível possam cooperar entre si, ajudando-se no que for possível. De resto, fora dos nossos quintais, todos precisamos de todos.
No momento de mudança, bem-haja a todos quantos procuraram fazer o melhor nestes 12 anos, mas agora é, de facto, tempo de terminar um ciclo e iniciar outro. O resto já é passado!










