A propósito das notícias relacionadas com os custos da organização da Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá no princípio de Agosto, em Lisboa, nomeadamente com o valor que se vai gastar com o palco, qualquer coisa como 4,2 milhões de euros, a que acresce mais um milhão e picos para fundações, a comprovar-se considero que de facto é um absurdo e despropositado tal gasto. Mesmo considerando que a coisa parece que vai ser suportada pelo município lisboeta, é exagerado. Creio que o palco, pelo propósito, deveria ser o mais singelo possível. Funcional quanto baste, mas sem aparato desnecessário.
Para além do mais, e do dinheiro a investir pela Câmara Municipal de Lisboa, vão ali ser aplicados muitos outros milhões de euros do orçamento do Estado, o dinheiro de todos nós. Em resumo, o país farta-se de financiar obras em Lisboa, como é este caso e como foi a Expo 98. Uma festa!
Para além deste absurdo faraónico, que não fica bem e um evento da Igreja, no muito que se tem criticado há também muita hipocrisia. Lisboa paga mais do que isso com o evento Web Summit (11 milhões por ano) e o suposto retorno económico não se equipara ao previsto para a JMJ. E, todavia, parece que toda a gente gosta e acha muito bem.
Em resumo, para além da muita hipocrisia de muitas das críticas, vindas de vários quadrantes da sociedade, é um gasto exagerado mesmo que até se considere, o que dizem, que a infra-estrutura ficará ali para eventos futuros. Mas todos estes gastos, com dinheiro à fartazana e depois andarmos a pedir às famílias portuguesas que deem alojamento, cama e mesa a largos milhares de jovens, é algo que não encaixa.