11 de julho de 2025

Visto de fora - Eleições em Pigeiros

Visto de fora, mas com interesse, pelo carinho que tenho por Pigeiros e consideração pessoal por vários pigeirenses, entristece-me ver que algumas pessoas, em reacção ao que se vai publicando a propósito nas redes sociais, comecem a entrar num registo pouco adequado, nomeadamente quando se começa a fazer juízos de valor sobre a idade ou passado das pessoas.

Em Janeiro deste ano, logo após a primeira votação que deu esperança à desagregação, falei com o António Cardoso, dizendo-lhe textualmente o seguinte: "Agora o que acho, a concretizar-se (a desagregação), nas freguesias deveria haver listas únicas para gerar consenso e procurar uma união inicial. Pelo menos no primeiro mandato. Mas certamente os partidos não querem isso."

Ele concordou, dizendo que até seria o recomendável para todas as freguesias saídas das uniões.

Porque defendi essa mesma ideia também aqui para Guisande, fui convidado pelos dois principais partidos mas a ambos, agradecendo a confiança e consideração, declinei o convite. 

Porque os partidos defendem as suas agendas, apesar de a considerar como a melhor solução para unir a freguesia, com pena minha, aqui, até ao momento, não se proporcionaram as condições para uma lista independente e alargada a gente de ambos os lados. Neste cenário, fico de fora, esperançado, contudo, que os partidos apresentem gente interessada e capaz. Mas o tempo começa a apertar.

Não quero tecer comentários em concreto sobre os motivos que levaram à não formação de uma lista independente em Pigeiros, mas uma vez que o caminho agora é outro, e com candidatos já definidos, é importante que haja respeito mútuo entre eleitores e candidatos, porque ambos, eventualmente com visões diferentes, pretendem o melhor para a freguesia. E só gente com muito amor à terra se dispõe a estas lutas porque implicam responsabilidades e dedicação, tantas vezes com prejuízo próprio e da família. A qualquer um seria mais fácil e cómodo ficar de fora.

Já o escrevi por aqui, tenho amizade e consideração pessoal pelo Eng. António Cardoso e por conseguinte sei que ao aceitar o desafio fê-lo por motivos que considerou fortes e sobretudo por amor e dedicação à freguesia e aos pigeirenses, e não tenho dúvidas de que, se eleito, fará um bom trabalho. Mas também vou reconhecendo qualidades no jovem Tiago Afonso, mesmo que o conheça apenas de forma circunstancial, e creio que se eleito também fará um bom trabalho.

Resulta daqui que Pigeiros tem duas boas opções de escolha para gerir os seus destinos. Quem me dera que assim seja em Guisande, mas por agora pouco ou nada se sabe. 

Importa é que, em Pigeiros ou em qualquer outra freguesia, não se baixe o nível, nomeadamente por parte de quem vai comentando de forma pouco construtiva e com juízos de valor

Creio que todo esse grupo de pessoas que esteve envolvido na luta pela desagregação merece todo o respeito dos pigeirenses, independentemente do lado em que agora se colocam. A ingratidão é, em qualquer circunstância, muito feia.

Fico, assim, a torcer para que as coisas em Pigeiros decorram com elevação, civilidade e respeito entre todos e por todos.

7 de julho de 2025

Recolha de sangue - Guisande - 19 de Julho de 2025

 


Será no Sábado, dia 19 de Julho de 2025, que o Instituto Português do Sangue estará em Guisande para mais uma recolha de sangue. 

Como nos últimos anos, será nas instalações do Centro Social, no Monte do Viso, entre as 09:00 às 13:00 horas.

Os organizadores, em nome dos que anonimamente beneficiam, podendo representar, uma dádiva altruísta e solidaria, a diferença entre a vida e a morte de alguém, apelam à participação e à generosidade dos guisandenses, sobretudo aos mais jovens. 

Numa altura em que tem havido um decréscimo nas dádivas, importa sensibilizar todos os que têm condições de idade e de saúde para o fazer, a participarem, ajudando a salvar vidas ou a melhorar as condições de saúde dos muitos que diariamente precisam de sangue nos nossos hospitais.

3 de julho de 2025

Festa do Viso - Jornada de angariação de fundos

 

Parecer ou não parecer, eis o sabão

Vivemos tempos em que a política local — outrora discreta e centrada na gestão do território e das pessoas — se transformou, nas mãos de muitos autarcas, numa permanente operação de marketing pessoal. E as redes sociais, com o seu efeito imediato, rápido e visual, tornaram-se o palco preferencial para esse novo protagonismo, tantas vezes excessivo, redundante e até, tantas vezes, com laivos de ridículo.

Basta percorrer as páginas de muitos presidentes de câmara, vereadores ou até simples membros de juntas de freguesia para perceber o padrão: são fotografias em tudo o que mexe, inaugurações de obras e de não-obras, visitas a escolas, lares, associações, feiras, feirinhas, mercados, casamentos, aniversários de idosos, provas desportivas, reuniões protocolares, festivais, almoços, jantares, missas, procissões, concertos, feiras medievais, entrega de diplomas, de lembranças, de tudo e mais alguma coisa. Qualquer evento, por mais pequeno e irrelevante para o que realmente interessa, o bem comum, é ocasião para aparecer na fotografia, preferencialmente ao centro, com o sorriso pronto e o discurso, se preciso, ensaiado.

É o triunfo do "estar lá" — mesmo que a presença pouco ou nada acrescente ao evento ou aos seus destinatários. Mais do que governar, importa aparecer. Mais do que decidir, importa sinalizar que se está atento. É o domínio do parecer antes do ser.

Esta ânsia constante de protagonismo mediático revela uma faceta, senão perigosa, pelo menos perniciosa, da política local: a substituição da substância pela imagem. O autarca não é já apenas o gestor da causa pública, mas o protagonista permanente de um reality show autárquico, onde o número de likes, partilhas e comentários substitui a análise crítica da obra realizada.

As redes sociais, sendo legítimas e importantes ferramentas de comunicação institucional, transformaram-se assim, para muitos, em autênticos diários de exibição pessoal. Poucos são aqueles que resistem à tentação do auto-elogio permanente, da apropriação, tantas vezes de sucessos alheios e do silenciamento conveniente dos fracassos e problemas que realmente exigiriam resposta.

Num mundo cada vez mais superficial, onde a imagem vale mais do que a consistência, a política local não escapou à epidemia do marketing de si próprio. O problema não está em comunicar o que se faz — o problema está em transformar a comunicação num fim em si mesmo, desvirtuando o verdadeiro sentido do serviço público e da valorização da cidadania desinteressada.

Governar não é tirar fotografias. Servir não é acumular presenças protocolares. Liderar não é coleccionar likes.

É tempo de regressar ao essencial: fazer primeiro, mostrar depois — e só quando houver, de facto, algo de relevante para mostrar. E se merecido for o nosso trabalho, ou deles, alguém o há-de valorizar e reconhecer, mesmo que sem aparatos ou lambe-botismo.

1 de julho de 2025

Comissão da Festa do Viso 2025 organiza torneio de futebol de salão


O Rinque Polidesportivo de Guisande, em Casaldaça, foi requalificado recentemente pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Em rigor, parcialmente, porque ficou de fora da intervenção as instalações dos balneários.

Ficou terminada a requalificação, irá já para 3 meses, e desde então tem estado, como se esperava, às moscas. Esporadicamente uma ou duas crianças ou adolescentes a chutar bolas contra as paredes.

Finalmente, por iniciativa da Comissão de Festas do Viso 2025, vai promover ali um torneio de futebol de salão para angariação de fundos. Provavelmente terão de ir tomar banho a casa.

Parece-me que não é com umas utilizações esporádicas que se justifica o grande investimento ali feito. E seria bem feito se de facto a utilização fosse regular e dinamizada por clubes ou associações locais. Mas quais, se o próprio Guisande F.C. teve e tem muitas reservas quanto às vantagens de usar o equipamento, e associação cultural de momento não existe. Crianças, poucas e em decréscimo. Sinceramente, desejo que sim, que se justifique o investimento feito, mas não me surpreende que não. 

Mas vamos indo e vendo e pode ser que com a futura Junta de Freguesia se encontrem formas e meios de dinamizar a sua utilização regular, pelo menos para não darmos todos o dinheiro como mal gasto, até porque seria mau de mais e um paradoxo face às necessidades mais palpáveis de obras e melhoramentos, nomeadamente na requalificação da zona envolvente à igreja matriz, centro cívico, etc.

Oxalá que sim, que daqui a algums meses venhamos a constatar que foi dinheiro bem empregue. Por agora, graças à Comissão da Festa do Viso, é o que se pode arranjar.

30 de junho de 2025

Um novo e diferente caminho


Quem costuma ler o que vou escrevendo, tanto neste meu site “Eu e a minha aldeia de Guisande", como na minha página pessoal no Facebook, já tive oportunidade de escrever que em contexto de lista partidária, não serei candidato à Junta de Freguesia de Guisande nas próximas eleições autárquicas.

É certo que fui convidado por um dos principais partidos a ser cabeça-de-lista, por isso ao cargo de presidente da Junta, mas, por opções meramente pessoais, não aceitei. 

Naturalmente que fiquei sensibilizado e agradeci a confiança dos que entenderam que eu seria uma opção, nomeadamente a quem me fez chegar o convite, bem como ainda a várias outras pessoas, incluindo amigos, que procuraram influenciar-me na aceitação, mas decidi convictamente que não. E não, porque entendi desde cedo e a partir do momento em que se concretizou a desagregação da União de Freguesias, que a melhor opção seria a apresentação de uma lista independente, a reunir gente dos principais partidos, no sentido de, tanto quanto possível, unir a freguesia numa transição importante em que as dificuldades de retomar os destinos da freguesia por conta dos próprios guisandenses serão grandes.

Transmiti esta mesma ideia ao Celestino Sacramento, o qual, até ao momento, mesmo que ainda não de forma oficial, se foi afirmando como disponível para se candidatar e no que considera estar a cumprir o compromisso com a população  aquando do início do processo de petição pela desagregação, e que numa primeira abordagem, mesmo que muito informal, também considerou a ideia de lista independente como positiva. Nesse contexto, disse-lhe que pensasse nessa solução e se a mesma avançasse poderia contar comigo. As coisas ficaram nesse pé e em rigor, à data, não sei em que ponto estão.

Quanto aos partidos ainda não são conhecidos publicamente quaisquer nomes para Guisande. 

Em resumo, volto a esclarecer os mais interessados ou curiosos, de que não serei candidato por qualquer força partidária. Apenas no cenário de lista independente, e com gente de ambos os partidos, que eu considerasse capazes e interessados nas coisas da freguesia, poderia aceitar.

Assim sendo, como costuma ser normal, avançarão os partidos e quero acreditar que com gente capaz porque, de uma forma ou outra, é necessário e importante que alguém assuma os destinos da freguesia, que bem precisa de “um novo e diferente caminho”.

Concluo, reafirmando que não me pus de fora das responsabilidades, apenas quanto ao contexto em que poderia ou não aceitar participar. Quem não compreende esta legitimidade?