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28 de fevereiro de 2019

Mortos vivos

Diz-nos a imprensa de hoje que no resultado de uma auditoria se detectou que a Segurança Social, em cerca de 200 casos, pagou pensões após a morte dos beneficiários. Alguns pagamentos indevidos duraram mais de 10 anos. O Tribunal de Contas aponta para 4 milhões pagos indevidamente, dos quais terá recuperado pouco mais de 600 mil euros.

O que dizer desta incompetência, que soa a ridículo, num tempo em que existem ferramentas avançadas e cruzamento de dados? Todavia, é esta a mesma máquina fiscal que nos cobra impiedosamente altos juros de mora e coimas elevadíssimas para atrasos de pagamentos de deveres fiscais, mesmo que apenas por umas horas.
É caso para se dizer, com o devido distanciamento e a bater na madeira, que o que compensa é estar morto. Lamentável.

Em todo o caso, quem recebe indevidamente devia devolver e alertar, desde logo porque deveria desconfiar de grandes esmolas, tanto mais do Estado. Mas numa cultura de desconfiança mútua, em que ninguém confia no Estado e nas pessoas que o personalizam e governam, pelo sim e pelo não, aceita-se e fica-se com o dinheirinho mesmo que indevido, que mais não seja para rezar missas por quem já partiu.