Outdoor do Partido Socialista.
Em rigor e em boa verdade, tanto Margarida Gariso, candidata à presidência da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, como David Neves, candidato à presidência da Junta da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, o que podem fazer e influenciar quanto à reversão do processo de União de Freguesias é igual a zero. Para além do mais este é um assunto nacional e não de eleições autárquicas. Até o Partido Socialista tem sido pouco claro e objectivo quanto a essa situação. Se quisesse mesmo a reversão do processo, até porque contaria com o apoio do Partido Comunista e com o Bloco de Esquerda, já se teria avançado antes que a coisa comece a ganhar algumas raízes.
Assim sendo, ou não sendo, este slogan não deixa de ser algo demagógico. Mas porque, todavia, está estampado, com todas as letras, é uma posição que não pode deixar de ser registada e ficamos a rezar para que a coisa possa ir avante e que de facto as uniões acabem por dar em divórcio, indo, de resto, ao encontro e vontade da larga maioria das populações das freguesias afectadas. Mas não será certamente apenas pela vontade da Margarida e do David que o tempo vai andar para trás. Em todo o caso, pela parte que me toca, qualquer coisa que se faça no sentido de reverter as uniões de freguesia é de considerar como positiva.
Quanto ao "devolver a voz a Guisande", é um slogan que vale o que vale e vale pouco porque o problema das uniões de freguesias e de cada uma das freguesias agregadas não é a falta de voz das populações e de quem as representa mas sim da falta de meios humanos e financeiros para que às vozes seja dado seguimento com obras e iniciativas. Haja dinheiro e boas condições e as coisas fazem-se, mesmo que com pouca voz. Pela parte que me cabe, nunca deixei de dar voz às grandes e pequenas necessidades, mas infelizmente poucas respostas foram dadas por uma Junta que governou ferida nas suas capacidades financeiras e mesmo de falta de tempo e também ocupada com os problemas da mudança administrativa. É óbvio que, apesar disso, seria sempre possível fazer diferente, eventualmente mais e melhor, mas se mais não se fez não foi seguramente por falta de voz de quem representou as freguesias. Mas as coisas são como são e bem sabemos que na política os slogans são frases estudadas, bonitas e de circunstância, mas quase sempre sem substância.
Mas voltando a frisar o que já disse por aqui anteriormente, tenho a certeza de que o futuro executivo saído das próximas eleições de 1 de Outubro, independentemente dos partidos A, B ou C, encontrará e terá muito melhores condições de governação e daí que não seja difícil fazer mais e melhor, com pouca ou muita voz por parte de cada uma das quatro freguesias. O difícil mesmo será fazer igual ou pior.
Que se dê e devolva, pois, não apenas a voz mas sobretudo a autonomia a Lobão, a Gião, a Louredo e a Guisande. Essa é que é a questão que interessa. O resto é sempre fogo de artifício próprio de campanhas eleitorais, da esquerda à direita.