18 de novembro de 2023
6 de novembro de 2023
Momentos...
Há momentos que são isso mesmo, momentos, lapsos de tempo, olhares fugazes.
No último Domingo, de manhã, antes das 8, uma ida ao Viso e num instante este vislumbre do sol a nascer por detrás do monte. Mas 2 minutos depois, lá chegado, o céu já estava fechado numa aguarela densa em tons de cinza e aquele momento de luz morreu ali.
Há neste simples instante, na sua efemeridade, um ponto de partida para várias reflexões, mais ou menos intimistas, introspectivas, mas na pressa do nosso viver, no trilho da rotina dos nossos dias, poucas vezes as fazemos.
É certo que todos os dias há o nascer e o por-do-sol, como diz o povo, mais marés que marinheiros, mas convenhamos que são sempre irrepetíveis, singulares e, como na nossa vida, cada momento é unico e o ponto de transição entre o presente e o passado é constante porque acontece a cada fracção de segundo.
Nesse processo avançamos irremediavel e simultaneamente para o passado e para o futuro, que não é daqui a um ano, mês ou amanhã, mas já no exacto segundo a seguir à escrita do ponto com que termina este texto.
4 de novembro de 2023
Treinito matinal 04112023 - Rio Uíma
31 de outubro de 2023
Olhares diferentes
Percorrer trilhos, caminhar, e não captar toda a beleza e singularidade de tudo o que nos rodeia, da paisagem natural, da transformada e humanizada, seria um exercício pouco mais que inútil, como ir a Roma e não ver o Papa, ou ter nozes e não ter dentes.
Mas para além das paisagens que prendem o primeiro olhar, seja em que diferente tempo do ano, há pormenores que pela mensagem que podem expressar, são autênticas pérolas e cada um deles daria para diferentes histórias.
Assim, sejam os animais domésticos, como cães, gatos, cabras, ovelhas ou mesmo os selvagens como as aves, os répteis ou insectos, as árvores, as plantas, as flores, as alminhas, os cruzeiros, etc, são sempre motivos deliciosos e quem não for capaz de ver e ler em cada um deles um pouco de poesia, que me desculpem, mas andam por aqui e por aí apenas por ver andar os demais.
Ficam aqui alguns desses muitos olhares particulares, mas poderiam ser centenas e milhares. E não me falta espólio.
28 de outubro de 2023
Lomba de Arões
Mas tem a aldeia outros pitorescos pontos, incluindo, a quem quiser descer ao fundo por onde passa a ribeira de Agualva, dar uma olhadela nostálgica no que resta das ruínas das aldeias de Porqueiras e Berlengas.
No ponto mais alto do lugar, a pequena escola primária, como memorial a outros tempos em que as crianças eram presença habitual nestas aldeias interiores. Hoje em dia, tanto por ali como em todas as aldeias do nosso interior, as crianças são raras, a contrastar com uma população já envelhecida. Deste modo, sem renovação de gerações, é quase inevitável a desertificação e o abandono de tantas e tantas aldeias. Passarão por lá, depois, caminhantes curiosos a testemunhar as ruínas e a incúria de quem nas últimas décadas nos governou e da falta de políticas que promovessem a valorização destes testemunhos da indómita natureza humana a moldar a terra e a retirar dela a sua subsistência. Talvez seja tudo isto ou apenas uma inevitabilidade do tempo. talvez.
Ficam alguns de muitos olhares.´