Mostrar mensagens com a etiqueta Efemérides. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Efemérides. Mostrar todas as mensagens

31 de outubro de 2023

Guisande Futebol Clube - 44 anos

 


Passam na data de hoje, 31 de Outubro de 2023, 44 anos sobre a data oficial da constituição do Guisande Futebol Clube como uma associação com finalidade desportiva, cultural e recreativa. De facto foi em 31 de Outubro de 1979 que foi celebrada a escritura pública da sua constituição. É certo que as raízes do clube são anteriores, pelo menos em 20 anos, mas, de forma oficial, é esta data que conta.

São assim 44 anos de vida embora com algumas paragens na sua actividade, altos e baixos, como é natural em qualquer organização. Felizmente, graças ao empenho e dedicação de um bom grupo de guisandenses, o clube está novamente a honrar os seus compromissos e com corpos gerentes constituídos e com  actividade desportiva, no caso na modalidade de futebol com atletas veteranos a competir na Liga Masters da AFA - Associação de Futebol de Aveiro e conta ainda com uma vertente dedicada às corridas a que corresponde o núcleo do Guisande Trail Running, que acaba de organizar a 1ª edição do Trail do Viso.

Parabéns ao clube enquanto entidade imaterial mas sobretudo aos seus dirigentes. 

Os tempos e contextos são muito diferentes daqueles em que levaram à fundação do clube, mas o seu papel agregador e identitário da nossa freguesia e comunidade ainda é deveras importante, tanto mais numa altura em que certos valores dessa mesma identidade e sentido de pertença têm seguido num processo de erosão. Há, pois, que "mudar o chip" e encontrar novas formas de renovar os fundamentos e objectivos mas manter sempre o espírito de clube e comunidade. Isso será uma forma de homenagear e valorizar quem aos longo deste quase meio século deu tempo e dedicação ao clube da sua terra. E foram muitos, em diferentes tempos. 

Eu proprio tenho orgulho, mesmo que de forma muito simples, em ter feito parte dessa história, não apenas como associado mas tembém como director e mesmo que no final do mandato tivesse que suportar do próprio bolso o prejuízo nas contas, de resto como todos os demais directores. Posso não ser um assíduo assistente dos eventos, que não sou, mas o interesse, o apoio e carinho pelo clube e por quem o corporiza, mantém-se como há 44 anos.

8 de maio de 2023

Pe. Francisco Oliveira - 25 anos sobre a sua partida


No próximo dia 15 de Maio, passam 25 anos, um quarto de século sobre o falecimento do Pe. Francisco Gomes de Oliveira, que foi pároco da nossa freguesia de Guisande durante quase 60 anos. Tomou posse em 23 de Setembro de 1939. Celebrou na nossa comunidade as Bodas de Prata em 15 de Agosto de 1964 e Bodas de Ouro Sacerdotais  e paroquiais em 15 de Agosto de 1989.

Pelo simbolismo da data, esperava que a comunidade fizesse a sua evocação de forma mais significativa e com alguma iniciativa paralela. Poderia ser de várias formas, como uma actividade religiosa e cultural ou mesmo uma romagem da comunidade ao cemitério onde se encontra sepultado. Eventualmente a publicação de um livreto ou pagela comemorativa.

Considerando que o dia 15 será precisamente já na próxima segunda-feira, daqui a oito dias, e tendo sido anunciada apenas uma de várias intenções integrada numa normal missa, parece-me que nada mais vai ser realizado ou evocado até lá. É pena! Pessoalmente esperava algo mais! E creio que a paróquia de algum modo tinha essa obrigação moral ou mesmo até sob um ponto de vista biográfico.

De minha parte, e já o tinha anunciado, tinha perspectivado lançar por esta altura um livro monográfico sobre a freguesia e tendo o Pe. Francisco como pedra central do mesmo. Infelizmente, apesar do conteúdo estar praticamente pronto, alguns problemas de saúde que me condicionaram nos últimos três meses do ano passado bem como os gastos pessoais a somar aos relacionados com os dois anteriores livros que publiquei, um deles de distribuição gratuita, e face aos custos mais significativos com a nova publicação e para os quais não contarei com qualquer apoio ou subsídio, fizeram-me decidir pelo adiamento da publicação que espero, se não for para depois deste Verão, venha a concretizar-se na primeira metade do próximo ano.

Em todo o caso, não me está esquecida a memória do Pe. Francisco Gomes de Oliveira e o seu papel indelével que deixou na nossa comunidade paroquial num tão largo período temporal. Aqui, ainda antes da data, evoco a sua memória à passagem dos 25 anos sobre o falecimento, e este meu espaço tem sido um repositório de algumas memórias a ele associadas.

Deixo de seguida alguns dados biográficos sobre a sua pessoa e percurso sacerdotal:


08/07/1915

 Nasceu no lugar de Vilar,  freguesia de Fiães - Vila da Feira.

1928

Entrou para o Seminário de Vilar.

1932

Mudança para o Seminário da Sé, Porto.

1937

Deu-se o falecimento do P.e Custódio, pároco de Guisande, ficando a exercer o cargo o P.e Benjamim Soares, pároco de Louredo.

1938

Foi nomeado pároco de Guisande o P.e Guilherme Ferreira.

06/08/1939

Foi ordenação como sacerdote na Sé do Porto.

15/08/1939

Celebração de Missa Nova na igreja matriz de Fiães, sua terra natal.

30/08/1939

É nomeado pároco das freguesia de Guisande e de Pigeiros.

19/09/1939

Primeira visita à freguesia de Guisande.

23/09/1939

Tomada de posse como pároco de Guisande e de Pigeiros, com residência na primeira.

24/09/1939

Celebração da primeira missa na igreja matriz de Guisande.

1938/1945

Entre esta data a paróquia de Pigeiros esteve anexada a Guisande, desde, portanto, do tempo do P.e Guilherme Ferreira.

1945

A paróquia de Pigeiros é anexada à paróquia das Caldas de S. Jorge. O P.e Francisco passa a prestar serviço religioso na paróquia de Louredo, por troca ordenada pelo Bispo, com Pigeiros.

1950

É designado novo pároco de Louredo o P.e Romeiro.

1956

Faleceu o P.e Rufino Pinto de Almeida, pároco de Lobão, e por incumbência do Bispo, entre Fevereiro e 20 de Outubro, o P.e Francisco toma a seu cargo essa paróquia.

1962

Em 28 de Dezembro foi nomeado pelo Bispo D. Florentino de Andrade e Silva, como Vigário, substituindo no cargo o P.e Manuel Fernandes dos Santos, então pároco de Romariz.

15/08/1964

Comemoração das Bodas de Prata Sacerdotais (25 anos). O banquete foi realizado no salão paroquial de Guisande, o qual por essa altura ainda estava em obras.

1971

Entre 27 de Janeiro e 12 de Junho paroquiouLobão por doença do P.e Aurélio.

Em 21 de Dezembro foi reconduzido como Vigário da Vara para o triénio de 1972 a 1974.

1979

Foi exonerado como Vigário, sendo substituído pelo P.e Santos Silva, pároco do Vale

1981 a 1993 - Foi colaborador regular do jornal "O Mês de Guisande".

15/08/1989

Comemoração das Bodas de Ouro Sacerdotais (50 anos). Foi realizada uma grande festa com a participação geral da paróquia que culminou com um almoço convívio que mobilizou a maior parte da população.

15/05/1998

Depois de alguns problemas de saúde, que o obrigou a hospitalizações e a ser substituido nos serviços paroquiais pelo seu sobrinho Pe. Benjamim, acabou por falecer com quase 83 anos. Foram celebradas cerimónias fúnebres em Guisande, com a presença do Bispo do Porto, D. Armindo, e depois na sua terra natal, Fiães, onde foi sepultado em jazigo de família no cemitério local onde jaz  ao lado de seus pais.

25 de abril de 2023

25 de Abril de 1974 - Qual a visão certa?

 


E hoje é feriado nacional em comemoração da data de 25 de Abril de 1974, chamada romanticamente de "revolução dos cravos", que se traduziu num golpe de estado militar que conduziu à queda do governo de ditadura então liderado por Marcelo Caetano, que uns anos antes sucedera a António de Oliveira Salazar.

Apesar da sua importância histórica e social para o nosso país, continua ainda a não ser concensual em muitos dos seus aspectos, nomeadamente quanto aos objectivos que a ela conduziram. Para muitos foi a conquista da liberdade e da democracia e a data é sinónimo desses dois valores que temos como fundamentais, mas em rigor os mesmos só foram conquistados ao longo dos anos subsequentes à revolução e ainda há quem diga que não estão de todos plenamente conquistados. Já passaram 49 anos e daqui a mais 50 ainda andaremos a dizer isto. De facto, nos tempos imediatos à data, tudo estava a ser conjugado e direcccionado para uma nova ditadura, sucedendo à de direita, uma de esquerda. Parte dos militares envolvidos, tudo fizeram para a cubanização do país e só depois dos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975 é que as coisas se começaram a encarreirar para uma democracia. Ainda anda por aí muita gente que dava tudo para sermos uma Cuba.

Em resumo, o 25 de Abril de 1974 foi sendo pintado com cores que não foram as originais mas em muito a reacção corporativa de uma elite militar descontente com o rumo da guerra no ultramar. Seja como for, de uma forma ou de outra, desvirtuado ou não, resultou a data na interrupção de 40 anos de ditadura (48 se considerado o período anterior de ditadura militar de 1926 a 1933). Mas 40 ou 48, em rigor, são já mais os anos de democracia após 25 de Abril de 1974 do que os de ditadura no antes da data. A classe militar, sempre ela, começou e terminou a ditadura. 

Passados 49 anos, e para o próximo ano passa meio século sobre a data, o país apesar de viver numa democracia, com todos os seus defeitos e virtudes, ainda continua aos solavancos ou em marcha lenta, muito atrás dos melhores indicadores dos países desenvolvidos, nomeadamente dos europeus. É certo que todos temos como adquirido que vivemos em melhores condições, com mais direitos e regalias, na saúde como na educação, as despensas e frigoríficos fartos e as garagens com vários carros, mas a que custo? Em grande parte por força de dinheiros europeus e muito pela enorme dívida pública da qual nem daqui a um século nos livraremos, sendo daquelas coisas que dizem que nunca é para saldar, antes para gerir, ora descendo, ora subindo. Caloteiros mas a viver bem.

No resto continuam as desigualdades, a precariedade no trabalho, uma justiça para ricos e outra para pobres, acessos à saúde e educação diferenciados para ricos e pobres. Estes, os pobres, são cada vez mais e os outros, os ricos, um grupo restrito que acumula a maior parte da riqueza, por isso esta mal distribuida. 

Continuamos com grandes níveis de corrupção e de controlo da governação pelos mesmos dois partidos os quais reservam para si os cargos nos governos e na administração pública, instalando amigos e  familiares, premiando-se com chorudas compensações, subvenções, indemnizações e reformas milionárias. Um fartote embrulhado em democracia.

O povo, esse ainda continua a ter uma vida fodida, com melhor nível de vida no geral, mas em grande parte ilusória porque endividado dos cabelos da cabeça às unhas dos pés, repleto de compromissos, fustigado com uma alta carga tributária e afogado em despesas mensais para os diferentes serviços de água, esgotos, telecomunicações, televisão, automóveis, educação, saúde, etc. 

Naturalmente que em Abril de 1974 havia algum atraso no desenvolvimento de Portugal comparativamente com outros países ( e hoje não é assim?) mas também não se pode escamotear nem esquecer o desenvolvimento que o Estado Novo trouxe, sobretudo na sua primeira metade de governação. Não se pode omitir da história o estado caótico flagelado por constantes golpes militares e guerrilhas civis que marcaram todo o período após a instauração da república. Salazar tomou conta de um país financeiramente destruído. Fez-se muita e importante obra pública, como estradas, pontes, barragens, construiram-se escolas, hospitais e bairros operários. Claro que havia ainda muito a fazer nos diversos sectores e áreas tidas como de desenvolvimento territorial e social mas com tempo certamente que seria feito. Ninguém intelectualmente honesto pode afirmar que, mesmo que hipoteticamente tivesse continuado um regime de ditadura ou de estado totalitário, que Portugal não estivesse neste tempo actual com um bom nível de desenvolvimento. Será sempre uma questão sem resposta porque seja ela qual for nunca será concensual porque qualquer uma delas será apenas hipotética e definida por ideologias.

O grande e capital pecado do regime foi sem sombra de dúvidas a opção pelas guerras coloniais quando deveria ter permitido a independência dos estados ultramarinos, numa transição que poderia ter sido vantajosa para ambos. Mas não, e por isso levou para a guerra e morte toda uma geração de homens e destroçando uma sociadede e recursos económicos que tão importantes seriam para a continuação do desenvolvimento do país. 

Já depois do 25 de Abril, os países ultramarinos foram abandonados num processo sem qualquer controlo, numa total anarquia e com elevados custos para quantos portugueses que ali viviam a tinham nascido, regressando forçadamente a Portugal com o estigma de retornados, com elevados custos para a sociedade de então. Esse foi um dos grandes pecados da revolução que não teve nem peso nem arte nem engenheo, nem porventura vontade, para assegurar uma independência e transição equilibradas e que salvaguardassem os interesses dos portugueses nesses países africanos. Mesmo para os próprios países foi deixado um caldo de guerra civil que durou décadas e que ainda hoje tem feridas abertas e com pseudo-democracias, como em Angola e Moçambique. Uma lástima, um cravo da revolução, e este forjado com sangue suor e lágrimas, uma realidade muito menos suave e romântica do que a a revolução em si.

Estou certo que sem a guerra colonial, mesmo que a ditadura continuasse por mais alguns anos, o país teria outro desenvolvimento. E creio que mesmo por necessidade e mudança do tempo e das políticas mundiais e europeias, aos poucos o regime teria que entrar numa transição para a democracia como de resto entraram muitos outros países, nomeadamente os do leste europeu.

Quanto à visão pessoal do 25 de Abril de 1974, compreendo e valorizo a sua importância histórica e social, mas como a de milhões de portugueses que ainda viveram algum tempo na ditadura, não tem um valor muito especial. Quem vivia o dia a dia, trabalha e metia-se à sua vida, não sentia o peso da ditadura. Até parecia que havia dois regimes, uma  para o povo em geral e outro para a classe política e para os revolucionários e estes é que se queixavam, mas em regra doutores e engenheiros, filhos de burgueses, dos quais muitos também queriam tomar parte na gamela. Muitos deles, logo que alterado o regime, entraram apressados no curral e comeram e têm comido à fartazana. Para si e para os seus familiares, amigos e correligionários. Não ficou teta por ser chupada. Dos pobres, poucos se metiam nessas coisas da política e da oposição. Queriam era trabalho, pão, paz e sossego. Liberdade, nunca nos faltou.

Quando ocorreu o 25 de Abril de 1974, eu tinha 11 anos e meio, frequentava o 5.º ano da escolaridade. A notícia foi dada na escola e já não tivemos aulas e viemos para casa ver televisão que nesse dia só falava no assunto. Obviamente que com essa idade não compreendia o seu alcance e motivos.

Vivia no seio de uma família modesta que como a maioria trabalhava para viver, sem luxos mas com a dignidade possível e nunca nos faltou pão, alguma carne, bacalhau e sardinhas na mesa. Andávamos na escola, vestidos e calçados e nunca nos sentimos em insegurança, nunca fomos incomodados pela polícia, presos ou torturados. Ou seja, como a larga maioria dos portugueses de então, não dávamos pela ditadura e dos seus efeitos nefastos. 

Sendo verdade, como atrás já ficou dito, que hoje em dia vivemos relativamente bem, com todos os confortos da vida moderna, importa não esquecer o custo disso para que a mudança sentida entre os dois tempos, mesmo que decorrido quase meio século, não seja apenas ilusória. Se vivemos bem, isso decorre da passagem do tempo e sobretudo dos altos encargos do país e dependência pela alta dívida pública. Certamente que as maiores vantagens decorrentes do 25 de Abril foi a conquista da plena liberdade e de outros direitos como o da liberdade de expressão, mas mesmos esses continuam ainda mancos e em muitos aspectos a nossa democracia é uma ditadura disfarçada a que damos legitimidade com o nosso voto.

25 de Abril sempre, certamente, e que importa não esquecer, mas com uma visão esclarecida e não por um olhar meramente revolucionário, ideológico e político, porque isso, tanto na ditadura como nas revoluções e como na democracia, sempre interessou e interessa a um grupo restrito das sociedades. O resto é povoce que de uma forma ou outra andará sempre subjugado e a dançar ao som da música que nos dão. Democracia e liberdade só por si, é pouco. Importa todo o resto. E como cantava há quase 50 anos o Sérgio Godinho, ainda hoje faz pleno sentido.


Viemos com o peso do passado e da semente

Esperar tantos anos, torna tudo mais urgente

E a sede de uma espera só se estanca na torrente

E a sede de uma espera só se estanca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada

Só se pode querer tudo quando não se teve nada

Só quer a vida cheia quem teve a vida parada

Só quer a vida cheia quem teve a vida parada

Só há liberdade a sério

Quando houver

A paz, o pão, habitação

Saúde, educação

Só há liberdade a sério quando houver

Liberdade de mudar e decidir

Quando pertencer ao povo o que o povo produzir

E quando pertencer ao povo o que o povo produzir


(foto: Eduardo Gageiro]

25 de novembro de 2022

25 de Novembro de 1975


Este sim, o 25  que traçou o rumo da liberdade e democracia, Até ali, apenas os desmandos de um PREC dominado pelo PCP que mais não pretendia que apenas mudar a agulha no disco da ditadura, da direita para a esquerda, cubanizando o país. 

Importa não esquecer. Quem celebra o 25 de Abril e esquece ou omite o de Novembro, diz tudo não dizendo nada.

Convém ainda não esquecer o que Cunhal disse na famosa entrevista à italiana Oriana Fallaci, publicada em 6 Junho de 1975, porque era esse o modelo de "democracia e regime que planeava para Portugal.

Dizia:  “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria”. “(...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)”.

17 de agosto de 2022

Dia de S. Mamede, nosso padroeiro

 


É já hoje, 17 de Agosto, o dia de S. Mamede, padroeiro da nossa paróquia. Sem pompa nem circunstância, mas com celebração condigna, logo teremos missa pelas 19:30 horas na igreja matriz. Seguir-se-á uma singela procissão à volta pelo percurso habitual (pelo adro e alameda).

Dizem os mais antigos que noutros tempos já houve por cá festa de arraial dedicada ao padroeiro, mas pessoalmente, não tenho memória dela. De resto, no que é uma singularidade, as festas populares com invocação de santos ou de Maria nas suas diferentes facetas, muitas vezes deixam os padroeiros de fora. Mesmo cá pelas redondezas, algumas têm tido períodos de paragem e outras são festas menores quando comparadas com demais festas nas próprias freguesias. 

Até mesmo na nossa freguesia, já tem havido procissões na Festa do Viso sem a sua presença, no que, naturalmente, é sempre de lamentar. No mesmo sentido de nem sempre se dar importância à importância, mesmo neste ano, incompreensivelmente, um santo com devoção e tradição na freguesia, o mártir S. Sebastião, não tomou parte na procissão da nossa maior festa. Soubesse disso, com tempo, e seria eu próprio, ou com mais alguém, a garantir a sua participação. Mas, adiante.

A ilustrar este artigo, deixo a reprodução do painel de azulejos existente no lado norte da torre da nossa igreja. Foi pintado a partir da imagem original existente à esquerda (de quem olha) do altar-mor. 

Este painel, com as dimensões de 1,26  x 0,84 m, composto por 54 azulejos (9 x 6) foi mandado fazer pelo então pároco Pe. Francisco Gomes de Oliveira à Fábrica de Cerâmica do Carvalhinho, no ano de 1949, tendo então custado 650 escudos.

15 de maio de 2022

Pe. Francisco - 24 anos sobre o seu falecimento

 


Passam hoje, 15 de Maio de 2022, 24 anos sobre o falecimento do Pe. Francisco Gomes de Oliveira que paroquiou a nossa freguesia de Guisande durante quase 60 anos.

Paz à sua alma e que continue a interceder por nós, pela nossa paróquia, para a sua unidade e progresso espiritual e social.

9 de dezembro de 2020

Almeida Garrett

Passam hoje 166 anos sobre a data de falecimento de Almeida Garrett (João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett (Porto, 4 de fevereiro de 1799 — Lisboa, 9 de dezembro de 1854).

Foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português. Grande impulsionador do teatro em Portugal, considerado uma das maiores figuras do romantismo português, sendo ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.

Em resumo, uma das grandes figuras da nossa História, artística e literária.

25 de novembro de 2020

25 de Novembro de 1975 - O verdadeiro 25 de Abril


Passam hoje 45 anos sobre os acontecimentos de 25 de Abril de 1975, que na realidade consolidaram os pressupostos da revolução do 25 de Abril de 1974. 

O país libertado pouco antes de uma ditadura de direita, descambava para uma ditadura de esquerda com uma tentativa de golpe militar conduzido e apoiado por uma facção das forças armadas com o apoio do PCP - Partido Comunista Português.

A esta tentativa opôs-se um grupo operacional de militares, chefiado pelo então Tenente Coronel Ramalho Eanes, mais tarde General, que desse modo conseguiu contrariar a revolta.

Face ao fracasso do golpe, o  PCP comprometeu-se a não convocar qualquer manifestação para esse dia, substituindo o PREC, acrónimo para Processo Revolucionário em Curso, pelo Processo Constitucional em Curso. Foi, pois, a partir desta data que se começaram a solidificar os pressupostos para uma transição democrática. Por isso o 25 de Novembro de 1975 é considerado o verdadeiro 25 de Abril na sua essência de derrube de uma ditadura para instaurar uma democracia.

Infelizmente a memória é curta e esses revolucionários de esquerda, adeptos de uma ditadura à sua maneira, passaram intocáveis pelos pingos da chuva e hoje são considerados bons e exemplares democratas, moralistas acérrimos dos valores da democracia contra a qual atentaram. Contrariados, mas democratas.

25 de novembro de 2019

25 de Novembro de 1975

Assinalam-se hoje 44 anos do 25 de Novembro de 1975, o golpe que pôs fim ao Processo Revolucionário em Curso (PREC), estabelecendo condições para a democracia pluralista.

E se há quem queira celebrar esta data, reivindicando até um feriado nacional, outros, mais conotados com os golpistas de 25 de Novembro, nomeadamente a extrema-esquerda, preferem não comemorar. Mesmo o PS, então, por Mário Soares, um dos oponentes ao rumo para uma ditadura de esquerda, tem adoptado uma postura de "nem sim nem sopas", não pretendendo ferir susceptibilidades à sua esquerda, já que vêm aí lutas para as quais precisa do seu apoio.

Para muitos, o 25 de Novembro de 1975, foi mesmo o início do processo democrático e dele emergiram as figuras dos então tenentes-coronéis Jaime Neves e Ramalho Eanes, que tiveram papel determinante ma oposição ao golpe militar, sendo que este último  veio posteriormente a ser presidente da República.

Até então, e desde o 25 de Abril de 1974, vivia-se num "banho maria" revolucionário e não faltava no seio do MFA (Movimento das Forças Armadas) quem quisesse levar o país para uma ditadura, já não de direita, derrubada, mas de esquerda.

Esta questão da importância da data do 25 de Novembro só não tem sido tão generalizada e mesmo celebrada porque ainda mexe com resquícios desses tempos e deles ainda anda por aí muita gente, incluindo os golpistas e seus apoiantes. Até o presidente Marcelo, no seu low-profile parece não querer mexer na "coisa" com receio de soltar maus cheiros, amaciando com um salomónico "...ninguém deve apropriar-se das datas".

Assim sendo, que não se mexa na dita cuja.

31 de outubro de 2019

Guisande Futebol Clube - 40 anos


O Guisande Futebol Clube desde há alguns anos que está inactivo, sem corpos gerentes e sem qualquer actividade. Apesar disso, tem uma história e um passado que importa que não sejam esquecidos. 

Neste sentido, hoje, 31 de Outubro de 2019, o clube completa 40 anos sobre a sua fundação oficial, data em que foi outorgada a escritura pública.

É certo que as suas origens são mais antigas, pelo menos quase duas décadas, mas em termos oficiais e jurídicos, a data é 31 de Outubro de 1979.

Apesar do repto por aqui lançado com tempo para que se organizasse qualquer evento comemorativo nesta data, eventualmente um jantar de partilha de memórias e confraternização, nada se organizou e nada se fez. Por conseguinte, mesmo que lembrada a data, em rigor a coisa passou em branco. Não faltaria gente com legitimidade histórica para o fazer, nomeadamente antigos presidentes do clube e dirigentes ou mesmo jogadores. Assim não aconteceu. É pena, mas as coisas são como são, e reconheçamos que com o clube inactivo não sobra grande vontade. Da Junta de Freguesia estamos órfãos, pelo que dali, desconhecedores da história, identidade e cultura do clube e da terra, nada veio no sentido de congregar e organizar qualquer evento comemorativo.

Embora num contexto diferente, felizmente temos tido a equipa dos Veteranos Guisande F.C, que tem vindo a utilizar e a zelar pelas instalações do campo "Oliveira e Santos", bem como a dignificar as cores do clube. A organização do eventual evento comemorativo dos 40 anos do clube poderia com legitimidade ser assumida pelo grupo mas, com as razões que lhes são legítimas, entenderam não dever envolver-se, o que se respeita.

Assim, sendo, mesmo sem bolo, parabéns! e parabéns a todos quanto ao longo da sua vida, mesmo que em diferentes contextos, desde presidentes, dirigentes, atletas, sócios e adeptos, ajudaram a criar e a fazer crescer o clube da nossa terra.

16 de setembro de 2019

S. Cipriano


Neste dia 16 de Setembro, é venerado S. Cipriano.

Os dados biográficos disponíveis em algumas fontes, dizem que Táscio Cecílio Cipriano nasceu no século III, em Cartago, no norte de África (em território da actual Tunísia), descendente de uma família nobre e rica. Pela sua formação, cultura, posição social e intervenção na acção da então jovem igreja cristã, e seus escritos teológicos, é tido como uma das personalidades mais importantes do século III.

Cipriano terá deixado a vida pagã e a profissão de advocacia por volta dos 35 anos, passando a envolver-se nos movimentos cristãos que na altura se propagavam pelo império romano.  Como era então uma figura muito popular, a sua conversão gerou um grande impacto na população. Desprendeu-se da sua riqueza e posição social em Cartago e distribuiu a fortuna pelos pobres.

De pagão a um sacerdote respeitado e seguido foi um passo e em 249 foi nomeado bispo de Cartago. Cipriano de Cartago, como viria a ficar conhecido, foi um famoso mestre da retórica e as suas inspiradas cartas (dizem que por intervenção divina) depressa se transformaram em fonte de fé e mesmo de culto.

Na época o cristianismo que começava a implantar-se era ferozmente perseguido e castigado pelo que também Cipriano, como aconteceu a muitos outras figuras daqueles tempos, acabou por ser perseguido e preso por ordem do imperador romano Décio. Depois de torturado e sem negação da sua forte fé, terá sido executado a 14 de Setembro do ano de 258. Os documentos que narram o seu martírio registam como as suas únicas palavras proferidas "Graças a Deus!".

Cipriano ficou conhecido e popularizado pela sua fidelidade à Igreja e por seus textos teológicos onde defendeu com firmeza o bom comportamento dos fiéis. A Igreja foi um dos seus temas preferidos. Distinguia a Igreja visível, hierárquica da Igreja invisível, mística, afirmando com convicção que a Igreja é uma só, a fundada sobre Pedro. Repetia que “quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, fica na ilusão de permanecer na Igreja”

Frequentemente tem sido confundido com S. Cipriano de Antioquia, a quem a história relacionou com o ocultismo,  exorcismo, práticas de bruxaria e feitiçaria antes da sua conversão e mudança num caminho de fé e santidade. Dizem mesmo que ao homólogo de Antioquia é atribuída a autoria de um livro negro de bruxedos e feitiços a que a superstição e ignorância de uns e oportunismo de outros têm contribuído para a sua disseminação.
Na realidade existem várias versões de um livro conhecido pelo "Livro de S. Cipriano) mas trata-se de um grimório, ou seja, uma coletânea de meros rituais e supostos encantamentos mágicos, que, segundo diversas lendas nunca confirmadas documentalmente teriam supostamente sido  escritos por Cipriano de Antioquia antes da sua conversão ao cristianismo. De resto, as referências a esse livro só surgem apenas no século XIX, por isso centenas de anos depois da da data atribuída à morte de Cipriano de Antioquia, que também viveu no século III.

Entre nós, S. Cipriano de Cartago é padroeiro de muitas paróquias, nomeadamente na freguesia de Paços de Brandão - Santa Maria da Feira, sendo igualmente padroeiro no lugar de Parada, da freguesia vizinha de Louredo (a que se refere a imagem acima). Mas, sem confusões, porque já basta a do "Ferreira" ou "Ferrer", o patrono de Louredo é S. Vicente Mártir

6 de agosto de 2019

Guisande F.C. - 40 anos



Tal como referimos aqui, nos apontamentos sobre o Guisande F.C., a sua fundação oficial, embora com raízes bem anteriores, aconteceu em 31 de Outubro de 1979,  data a que corresponde à outorga da escritura pública no 2º Cartório da Secretaria Notarial da Feira, com entrada a folhas 67 do livro nº 541-B.

Por sua vez, a constituição da associação que tomou o nome de Guizande Futebol Clube, foi publicada no Diário da República nº 296, III série, de 26 de Dezembro de 1979, mas creio que estamos todos de acordo que a data de referência corresponde à do primeiro acto oficial, precisamente 31 de Outubro de 1979. 

Neste contexto, fazendo contas que são simples e redondas, será já neste ano de 2019 que o clube completará 40 anos sobre a fundação oficial e como tal seria interessante, digo eu, que alguém com mais autoridade ou notoriedade no contexto da história do clube promovesse uma cerimónia, convívio ou jantar evocativo, que juntasse antigos dirigentes, atletas e sócios do clube. Não importará que seja algo com pompa ou circunstância mas apenas um momento de partilha, convívio e evocação da história do clube. 

De resto, estando este sem actividade oficial e sem corpos directivos, não se justificará algo muito cerimonioso. Mas a realizar-se terá um efeito simbólico importante, tanto mais numa altura em que se vão perdendo as referências pessoais e de entidades que deviam zelar pelo unidade e identidade sócio-culturais da freguesia.

Espero, de minha parte, que este repto encontre eco e que, ainda com tempo, se promova e organize qualquer evento a propósito e com a dignidade merecida.


23 de abril de 2019

Compasso da Páscoa - A tradição vai andando mas um pouco a mancar

Pode parecer um lugar comum mas de facto a tradição da Páscoa na nossa freguesia, sobretudo no Compasso, já teve melhores dias. Apesar disso, e este é um mal mais ou menos geral e não apenas de Guisande, a coisa vai indo e sendo cumpridos os serviços mínimos.

Quanto ao Compasso neste ano de 2019, as habituais inconstâncias nos horários levando nalgumas situações a atrasos excessivos. Pela parte que me diz respeito, cá por casa chegou com quase uma hora de atraso relativamente ao que era tido como normal. 
Esta situação do atraso excessivo poderia ser melhorada se a missa pudesse ser celebrada um pouco mais cedo e um pouco menos demorada. Não sendo ou não podendo, e manda quem pode, quando o compasso faz-se à estrada já depois das 10:00 horas é mais que previsível a acumulação de atrasos. Mas esta inconstância está a tornar-se ela própria tradição e por isso já tem que ser encarada como normal.

Também se notou algum desfasamento no que era a tradição do alinhamento das equipas já que pela tradição o Juiz da Cruz deveria fazer o itinerário que percorre o lugar onde tem a sua habitação (neste caso por Casaldaça, Lama e Fornos). Pela mesma razão, o futuro Juiz da Cruz deveria ter percorrido lugares diferentes do que percorrerá no seu ano (2020), o que não aconteceu. Também se notou algum desacerto inicial no protocolo da visita e da ordem das coisas, com alguma atrapalhação. Uma pré-preparação para acertar agulhas não faria nada mal, porque estaremos todos de acordo que as coisas bem organizadas e orientadas funcionam bem e parecem melhor.  Uma das equipas pareceu-me demasiado jovem, faltando alguma presença de pessoas mais velhas e mais dadas a dois dedos de conversa e que comam e bebam algo do que a mesa oferece, se não por educação, pelo menos por cortesia.

Quanto à habitual pagela distribuída em cada casa, estava demasiado minimalista e sem a referência para memória futura ao nome do Juiz da Cruz. A oração de entrada, muito curta, quase inexistente pelo que o momento de alguma reflexão, silêncio e espiritualidade,  quase não se fez sentir.

Mas, em resumo, tudo está bem quando acaba bem e mesmo que com estes pequenos grãos de areia, podemos dar por cumprida a tradição. O dia esteve a jeito, com sol e calor quanto baste, o que é sempre agradável.

No fim de contas vale e importa mais o simbolismo da quadra e da mensagem da ressurreição de Cristo levada a cada casa e a cada família. Importantes, também, os momentos de partilha e confraternização das famílias que se juntam neste dia. O resto, tendo relevância, porque tradição vinda de trás e com referências cimentadas, são sempre coisas menores, mais materiais e protocolares.

18 de setembro de 2018

M. R. Pum Pum





Quem viveu o contexto da revolução do 25 de Abril de 1974 recorda-se, concerteza, do MRPP, um sigla com mais uma letra para além do que era mais ou menos habitual no panorama partidário. Resumia-se ao Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado. 

Recordo-me que nos anos seguintes ao 25 de Abril, nomeadamente quando começaram a ter lugar as eleições e respectivas campanhas, a pequenada e mesmo os mais velhos frequentemente diziam M. R. Pum Pum, ao referirem-se ao respectivo movimento. Uma curiosidade.
Pessoalmente sempre dei atenção artística ao lado da propaganda eleitoral, nomeadamente panfletos, cartazes e murais. Ora o MRPP, sobretudo nas grandes áreas urbanas, nomeadamente na Grande Lisboa, onde de resto tinha a maioria dos seus militantes, primava pela qualidade artística dos seus murais, de inspiração da escola da Europa de Leste, e que tornaram-se testemunhos de um tempo revolucionário e hoje são tratados como elementos documentais em acervos de bibliotecas.

Por esses tempos, mesmo nas aldeias como Guisande, à falta de recursos financeiros e mesmo de tecnologia como a disponível hoje em dia, que produz grandes outdoors e requintados programas, as pinturas nos muros e mesmo nos pavimentos das ruas eram frequentes. Recordo-me que na campanha das eleições autárquicas de 1985, quando os jovens de então corporizaram a lista FJI - Força Jovem Independente, concorrente em Guisande, fizemos então alguns moldes em cartão e sob o manto da noite pintalgamos tudo quanto era muro ou estrada. Num ou noutro recanto ainda será possível ver esse testemunho. Bons tempos!

Quanto ao MRPP – Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado, foi fundado precisamente neste dia 18 de Setembro mas no ano de 1970 e na  base da sua fundação defendia que o Partido Comunista Português adoptara uma ideologia "revisionista", tendo deixado de ser o "partido do proletariado". Para a prossecução da revolução era necessário reorganizá-lo – daí o nome escolhido.

Teve como Secretário-Geral Arnaldo Matos. O seu órgão central foi sempre o "Luta Popular", cuja primeira edição foi lançada em 1971 (ainda no tempo da ditadura). O MRPP foi um partido muito activo antes do 25 de Abril de 1974, especialmente entre estudantes e jovens operários de Lisboa e sofreu a repressão das forças policiais, reivindicando como mártir José Ribeiro dos Santos, um estudante assassinado pela polícia política durante uma reunião de estudantes da academia de Lisboa no então Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF) em 12 de Outubro de 1972.

O MRPP – e depois o PCTP/MRPP – ganhou fama com as suas grandes e vistosas pinturas murais. Continuou uma grande actividade durante os anos de 1974 e 1975. Nessa altura tinha nas suas fileiras membros que mais tarde vieram a ter grande relevo na política nacional, como José Manuel Durão Barroso e Fernando Rosas, entretanto expulsos e Maria José Morgado.

Logo a seguir ao 25 de Abril, o MRPP foi acusado pelo Partido Comunista Português (que desde sempre foi "eleito" como o seu maior inimigo, apelidado de "social-fascista" – uma prática fascista disfarçada por um discurso social), de ser subsidiado pela CIA, acusação destinada a "desmascarar" um partido que se mostrava incomodativo. Essa acusação terá tido como motivo uma crença baseada, em parte, na cooperação entre o MRPP e o Partido Socialista, durante o chamado "Verão quente", por serem ambos os partidos contra a via comunista ("revisionista" segundo o MRPP) defendida pelo PCP para Portugal.

A partir de 26 de Dezembro de 1976, o MRPP, após Congresso, passou a designar-se Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses, com a sigla PCTP/MRPP. O seu líder histórico é Arnaldo Matos. O primeiro director do "Luta Popular", na fase legal, foi Saldanha Sanches, a quem sucedeu Fernando Rosas. O jornal chegou a ser diário, durante um curto período.

fontes: [wikipedia] [ephemera] [ci.uc]

11 de setembro de 2018

11 de Setembro


Há quem diga que mudou o mundo. Há quem diga que o acordou. Por mim acho que o acordou para a mudança. Porque a maldade reside no mundo desde sempre. Apenas os meios, os métodos e os intervenientes foram mudando. As sementes do mal que abalaram Nova Iorque há 17 anos já andavam por aí, pelo mundo, desde o princípio dele a ser semeadas e colhidos os frutos.  De novo e de alarmante talvez a forma, o alvo e o efeito dramático do colapso das torres arrastando aqueles milhares de inocentes. E claro, todo o horror transmitido em directo.
Para o bem e para o mal, a globalização trouxe-nos esta capacidade de alojarmos nas nossas próprias portas o inimigo. Como na informática, o inimigo explora as fragilidades dos sistemas democráticos, as liberdades e garantias, de culturas e religiões, mesmo para quem não as tem, nem as aceita nem as respeita nos países de origem.
Não espanta, pois, que os ditos movimentos populistas ou nacionalistas estejam a ganhar espaço na nossa velha e sempre nova Europa, tão exposta como uma menina da rua que, de mini saia e de mini cueca, ou mesmo sem ela, vai com todos, porque sem preconceitos. 
Não alinho pelos populistas e pelos fundamentalismos destes, porque algures entre o 8 e o 80 haverá talvez um 30 ou 40, mas não fará mal algum que a Europa use cuecas mais largas, desça a saia ao joelho e, sobretudo, feche um pouco as pernas.

11 de maio de 2018

Pe. Francisco - 20 anos de saudade


Passam na próxima terça-feira, 15 de Maio de 2018, vinte anos, duas décadas, sobre a morte do Pe. Francisco Gomes de Oliveira. São vinte anos de saudade de um homem e pastor que dedicou a maior parte da sua vida à paróquia de S. Mamede de Guisande, um percurso iniciado em Setembro de 1939. Paz à sua alma!

Desconheço se a paróquia de Guisande tem ou não prevista alguma celebração ou evento em memória e evocação da data, mas creio que seria justo.
Pela parte que me toca, disse-o por aqui há algum tempo, estou a elaborar alguns apontamentos biográficos e contextuais à freguesia e paróquia de Guisande, que entretanto serão passados a livro, mesmo que de edição de autor. Tinha como intenção que o livro já estivesse impresso e fosse apresentado neste mês de Maio à passagem da data, mas tal tornou-se impossível. Por um lado devido ao facto de estar a incluir mais apontamentos do que aqueles que inicialmente tinha previsto e por outro lado porque não tenho tido a colaboração de quem inicialmente esperava obtê-la. Vejo que nestas coisas temos que contar apenas connosco próprios. 
Seja como for, tenho a esperança de mais ano menos ano vir a concretizar essa intenção, nem que revista e enquadrada noutro contexto.

A. Almeida