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26 de julho de 2023

Ir a banhos. Olé, olé!

Atentos aos resultados das eleições legislativas em Espanha, neste último Domingo, apesar da vitória do PP, de Alberto Núñez Feijóo, em rigor as coisas mantêm-se mais ou menos iguais no que toca a indefinição e incerteza governativas, e tudo aponta para uma geringonça de esquerda à espanhola, em que tal como cá em 2015, o partido mais votado ficou de fora do governo pela equação de uma maioria parlamentar também de esquerda, ficando António Costa, o líder do partido derrotado, o PS, desde então a governar como primeiro-ministro. Por conseguinte, em Espanha, Pedro Sánchez, líder do PSOE, poderá encontrar uma solução à portuguesa, mesmo sabendo o que dela resultou ao fim de 6 anos apesar de várias cedências à extrema esquerda.

Mas isto é em Espanha e também, se forem inteligentes, poderão os espanhóis aprender a lição portuguesa de que mesmo com uma maioria absoluta, as coisas podem continuar a correr mal, com demissões, casos e casinhos, comissões parlamentares de inquérito e que apesar de um crescimento económico as pessoas continuam com dificuldades e os sistemas públicos em permanente crise. 

Isto significa que as eleições só por si, sejam quais forem os resultados que delas decorram, podem não resolver os problemas concretos das pessoas e das sociedades e dos respectivos países. É preciso acima de tudo uma boa interpretação dos resultados, um sentido de estado, coerência política e diálogo. Extremismos ideológicos não levam a lado nenhum ou, melhor dito, levam a esta constante indefinição. 

Apesar desta opinião, por mim podem os nuestros hermanos marcar já novas eleições para a próxima semana e se nada mudar, outras logo a seguir e assim sucessivamente, num estado de permanente acto eleitoral. Pode ser que o povo um dia se canse definitivamente destas particularidades dos nossos regimes democráticos, nomeadamente na nula importância dada ao partido ou força política ganhadora, em que às tantas um partido com um único elemento eleito é determinante em desfavor de um partido com centenas de deputados, e em vez de votar sem proveito aproveite o dia para ir a banhos. Ora o que não falta por lá, como cá, são boas praias.

Em resumo, tenho para mim que o partido mais votado deveria ser sempre o partido a governar, mesmo que em minoria. A instabilidade governativa eventualmente decorrente de desaprovações ou mesmo moções de censura, seria depois melhor analisada pelos eleitores que agiriam em consequência da sua leitura quanto a responsabilidades. Veja-se, como exemplo, em 1987 a moção de censura ao governo do PSD/CDS de Cavaco Silva, apresentada pelo PRD - Partido Renovador Democrático e apoiada pelo PS e pelo PCP. Em resultado da queda do governo, e marcadas eleições antecipadas pelo presidente da república, Mário Soares, o PSD venceu com maioria absoluta, com o eleitorado a penalizar quem derrubou o governo e a contribuir para o quase desaparecimento do PRD (passando este de 45 para 7 deputados) que pouco depois aconteceu, apesar de em rigor e com viragens ideológicas, ter vindo a dar lugar ao que é actualmente o Ergue-te (E), sem qualquer expressão política e eleitoral.

As maiorias parlamentares previstas pelo nosso regime eleitoral e constitucional têm provado ao longo dos tempos não serem grande solução nem garantia de estabilidade durante os respectivos mandatos bem como, de algum modo deturpam o sentido de voto. Por exemplo, o eleitor do partido "A" votaria nesse partido se soubesse que o mesmo se viria a aliar ou a coligar com o partido "B" ou "C"? Eu não votaria, pelo que acontecendo, sentir-me-ía, enquanto eleitor, defraudado. Ora na apologia das maiorias parlamentares urdidas por interesses políticos, com posições sobre elas nem sempre claras e assumidas em campnha eleitoral, quase sempre se ignora esta situação. Em bom rigor e em nome da transparência, seria preferível que em vez dos arranjinhos de maiorias parlamentares à posteriori os partidos concorressem em coligações. Nessas circunstâncias os eleitores votariam de forma esclarecida e já sabendo se concordavam ou não com tais coligações. Mas, é claro, os grandes partidos, raramente fazem isso. Em Portugal tem-no feito com regularidade o PSD com o CDS, sendo que este geralmente com pouca expressividade eleitoral. Mas de facto seria interessante ver o PS coligado com o BE e o PCP, ou o PSD com o IL (Chega p´ra lá!). Aí não haveria dúvidas na hora de votar por quem e os leitores decidiriam em consciência em qual geringonça apostar. Mas é tirar daí o cavalinho da chuva!

No fundo, esta forma de falsear a vontade dos eleitores, não é novidade e quem vota é sempre um boneco neste teatro de operações e daí se compreende o cada vez maior desinteresse pelos actos eleitorais que assim registam altas taxas de abstenção, de votos em branco e nulos.

14 de julho de 2023

É Sexta-Feira, 14!

É Sexta-Feira, 14! Há greves nos tribunais pelo sindicato dos funcionários judiciais, na CP e na Fertagus, pelo menos. O resto é o que se sabe, educação e saúde em polvorosa.

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP foi aprovado pela maioria socialista. Toda a oposição votou contra. O relatório é aquilo que o PS e o primeiro ministro queriam que fosse. Nem de encomenda seria tão conveniente. Uma farsa, uma novela, uma comédia, uma lavagem das nódoas da transportadora aérea e seus intervenientes com lixíva negra e OMO em que branco mais branco não há. Toda aquele gente evolvida em negócios e decisões de milhões passou incólume por entre os pingos da chuva. De facto, contradizendo o ditado, ainda há quem ande à chuva e não se molhe.

Mas tudo isto nada tem de relevante porque para isto é que servem as maiorias. Fosse qualquer outro partido a (des)governar e o desfecho seria o mesmo. Os políticos nisto no geral andam todos ao mesmo nível, baixinho, mas pouco se incomodam, porque haja eleições e lá estaremos a marcar a cruz no quadradinho do costume. É certo que cada vez mais em menor número, porque a malta cansa-se, mas ainda em número suficiente para legitimar a coisa.

Tem razão Rui Rio, também ele, mesmo com ar de enfant terrible a conduzir um dos seus clássicos, a ser acossado pela polícia de costumes por algo que todos reconhecem ser uma prática à Lagardére,  ao dizer que "...já não tenho esperança no país". 

Condene-se a prática e os praticantes! Pelo menos assim poderá haver uma esperança de varrer e limpar os aposentos e bancadas de Belém.

É Sexta-Feira, 14 e bem poderia ser 13, mas isso foi ontem e em Cabeçais - Fermedo, deve ter havido a anual Festa das Debulhas. 

Debulhar é preciso!

23 de maio de 2023

Memória selectiva ou falta dela

À recente intervenção do ex-primeiro ministro e presidente da república, Cavaco Silva (por quem não nutro especial simpatia quanto ao estilo político), em que tece duras críticas ao actual governo de António Costa, alguns membros do Partido Socialista vieram a terreiro considerar essa posição como uma postura anti-democrática. O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que de brilhante apenas tem o apelido, acusou o ex- chefe de estado de utilizar uma “linguagem ofensiva e antidemocrática” nas declarações que fez sobre o Governo e o PS.

Acontece que a classe política, e calha a todos, tem nestas coisas uma memória selectiva e esquece-se que há sempre o verso da medalha e que até um velho single de vinil tem sempre o lado B.

Assim, veja-se que num relativamente passado recente, há coisa de uma dúzia de anos, em 2012, o Partido Socialista veio a público e numa carta aberta subscrita pelo então ex-presidente da república Dr. Mários Soares, desancar nas políticas do Governo PSD-CDS e pedir a demissão do primeiro ministro Dr. Pedro Passos Coelho. Veja-se de seguida a transcrição da notícia para perceber a tal falta de memória ou memória selectiva do PS ou mesmo falta de vergonha para agora virem fazer papel de moralistas e de virgens ofendidas como se o direito à crítica política seja coisa para meninos de coro.

- Da imprensa em 2012:

Um conjunto de 70 personalidades entregou em São Bento uma carta aberta em que é pedida a demissão do Governo, segundo apurou a Antena1. O documento, cujo primeiro subscritor é o antigo Presidente da República Mário Soares, acusa o primeiro-ministro de encaminhar o país para o abismo.

Outros subscritores da carta são deputados do PS e do Bloco de Esquerda, mas também figuras de outros quadrantes da sociedade portuguesa, como é o caso do escritor Valter Hugo Mãe. Este documento foi entregue em São Bento, com o conhecimento do Presidente da República.

A missiva considera que “o crescente clamor que contra o Governo se ergue como uma exigência para que o primeiro-ministro altere urgentemente as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, por interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses a mais graves e imprevisíveis consequências”.

Em resumo: Onde é que ficamos? O que diz a isto o fosco Brilhante? 

18 de maio de 2023

Andar às notas e aos galambuzinos

Eu bem sei que a maioria da malta ontem preferiu assistir na TVI à segunda-mão da meia final da Liga dos Campeões em futebol, um jogo entre o Manchester City e o Real Madrid. Todavia, como nestas coisas tenho uma costela masoquista, passei a maior parte dessa hora e meia a assistir à CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP, onde era inquirida a chefe de gabinete do ministro das Infra-Estruturas, Dr.ª Eugénia Cabaço. No jogo anterior tinha sido ouvido na mesma Comissão o Dr. Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro, figura central na novela mexicana a que temos vindo a assistir, o tal que depois de exonerado terá tentado levar o computador das instalações do ministério contra as directrizes do pessoal presente incluindo a tal Dr.ª Eugénia, certamente boa pessoa e que até tem o nome da minha mãe.

Em resumo, do resumo do que vi e ouvi da parte destes dois intervenientes bem como do que já amplamente foi focado pela imprensa nas últimas semanas, é ponto assente que esta CPI é definitivamente uma telenovela mas igualmente uma espécie de Liga dos Campeões do descrédito da classe política e depois das meias-finais, hoje lá por volta das cinco da tarde terá início a grande final com a audição do ministro Galambuzinos das Infra-Estruturas. Ainda há-de ser chamado o ex-ministro Pedro Nuno Santos, mas esse, como já deu de fresques, já pouco terá a dizer que não se saiba.

É ainda uma certeza que no meio desta grande trapalhada alguém está a mentir ou, simpaticamente, a dizer meias-verdades. E mesmo sem qualquer apreciação clubista, parece-me que independentemente de quem tenha mais razão e capacidade de drible, ficam todos muito mal na fotografia. E são muitos, desde o pessoal da TAP até à malta das Infra-Estruturas e até mesmo do SIS, este serviço já com tiques de autoritarismo como se estivéssemos na Rússia ou China.

No meio desta açorda, o país cansa-se desta baixa qualidade de quem vai a jogo, exercendo cargos de governação ou da esfera do Estado. O presidente Marcelo, que por vezes fala mais que um papagio, teve razão na apreciação ao assunto do Galamba e companhia, mas o primeiro ministro não lhe fez a vontade e manteve no cargo um político medíocre e infectado com toda esta questão. Como bem disse um comentarista, João Galamba não passa de um cadáver político. Mesmo que na audição de logo não lhe façam definitivamente o enterro, nunca terá grandes condições para o exercício do cargo.

Toda aquela estrutura está a precisar de uma desinfestação e já agora, muita estruturação pois ficamos a saber que todos os documentos relevantes e importantes referentes à TAP estavam num único computador. Haverá por aí algumas tascas de comes-e-bebes bem mais organizadas informaticamente. 

Também achei curiosa a alegação da Dr.ª Eugénia Cabaço a dar ênfase aos documentos importantes e classificados e com informação priveligiada sobre a TAP, essa empresa "estratégica para todos os portugueses". Poupe-me, Dr.ª Eugénia e tire-me da lista dos portugueses interessados em meter milhões na TAP. Além disso, "documentos com informação relevante para a TAP"? Ui, ui! Podiam cair nas mãos da concorrência e estes ficavam a saber (como se não soubessem) os contornos de tão deficiente gestão ao longo das últimas décadas. O que é que dali podiam retirar? Lições e exemplos de como não se deve gerir uma transportadora aérea? Pode ser! Informações dessas se vendidas pelo "terrorista" Frederico aos concorrentes da TAP podiam valer milhões! 

Perante versões tão contraditórias a envolver um alegado furto, ameças de dois murros, agressões, agarranço de mochila, barramento de portas, 4 chamada para o 112 e para as polícias e ainda refúgio nas casas de banho, como se o Frederico, até ali uma pessoa de confiança, fosse um terrorista fanático do Estado Islámico armado até aos dentes e disposto a mandar meia Lisboa pelos ares, tudo parece realmente deplorável e mesmo irreal. Até houve idas ao hospital porque isto de apanhar alegados murros é coisa de partir costelas e fracturar o cránio. Terão recebido pulseira laranja ou vermelha no serviço de urgências?

Eu não sei como há-de terminar este jogo porque um empate numa final tem que ir a prolongamento ou mesmo a penalties. Vamos lá a ver quem falhará menos e possa cantar vitória mas perante este triste espectáculo o mais certo é que não haja taça para ninguém. O melhor mesmo é à primeira oportunidade substituir a equipa toda, desde o treinador ao roupeiro e ao homem que fecha o balneário.

Vamos lá aguardar para ver o desfecho desta telenovela e da tal Comissão de Inquérito, que está visto que o Governo quer terminar quanto antes, antes que surjam novos episódios.

...Já agora, o Real Madrid, tão habituado a ganhar o caneco da coisa, levou uma valente cabazada!

9 de maio de 2023

Internet à fartazana - Paga, tuga!

Da imprensa:

"Estado gastou 7,9 milhões de euros com cartões SIM para ligação à internet, entre 2020 e 2021, que nunca chegaram a ser usados por alunos ou professores, segundo a auditoria do Tribunal de Contas".

- Paga, tuga!

5 de maio de 2023

É sexta-feira - Galambadas e monos

É sexta-feira, 5 do 5.

- O país ouviu o seu presidente a dar explicações sobre a tal "guerra" entre a presidência e o governo. Para muitos um ralhete sem consequências, para outros apenas uma forma de queimar politicamente o tal ministro Galamba o qual, reconheça-se, a partir daqui é um ministro queimado e fragilizado, mesmo que defendido pelo seu chefe. Política!

Sinceramente, a mim nem me aquece nem arrefece e penso mesmo que o castigo maior para este governo de trapalhadas é mesmo obrigá-lo a cumprir o mandato até ao fim ou que impluda sobre ele próprio.

- Quanto a futebol, parece que ontem o F.C. do Porto recebeu e venceu o Famalicão para a tal taça do Jamor, como lhe chama o Pinto da Costa. Viram-se negros para vencer a eliminatória e , como vem sendo hábito, abriu as hostilidades com mais um penaltie. Serão quê, uns três ou quatro jogos seguidos a carimbar penalties?

No final, as cordialidades do costume de Sérgio Conceição com os treinadores adversários. Onde é que já vimos este filme? Desta vez parece que no centro das "amizades" o Pepe, esse digno exemplar da sarrafeirice rasteira, terá sido alvo de "racismo" por um colega de profissão lhe ter chamado "mono".  De facto é uma ofensa grave pois toda a malta sabe que o "stéreo" é bem melhor que o "mono".

Já quanto a Sérgio, o costume, a festejar a berrar na cara dos adversários. Não é bonito nem desportivo mas faz parte do seu pouco carácter enquanto treinador. Como pessoa acredito que será boa gente e bom chefe de família. O problema é o futebol!

- Por estes dias, tomei conhecimento de um processo de contra-ordenação duma Câmara Municipal a um contribuinte do município, aplicando-lhe a coima de 500 euros. O crime: Subir o muro à face da rua, alterando o existente, mesmo que não ultrapassando a altura regulamentar. Em rigor nem o muro foi subido mas apenas substituida a parte da grade metálica por muro fechado. Mesmo que no entretanto e após o embargo o contribuinte submetesse o pedido de licenciamento procurando regularizar a situação que de boa fé entendia não carecer de licenciamento.

Na justificação da aplicação da coima, foi considerada "elevada gravidade da infracção", "elevada culpa do contribuinte" e "benefício de vantagem económica". 

Já agora acrescente-se que o muro original foi realizado depois de cedência de terreno para alargamento da rua, o que torna engraçada a questão do "benefício económico". 

Ou seja, analisados todos os factos, sendo legítima à luz da lei a aplicação da coima, e uma lei pode ser sempre iníqua, parece-me uma decisão desproporcional, tanto mais que esta prática de contra-ordenações é aparentemente arbitrária pois o que não faltam por aí é muros a serem alterados sem sinais de terem sido licenciados. Isto para não falar em construções que vão sendo feitas em terrenos classificados como não urbanos. Aos olhos de todos. Mas neste país sempre foi mais fácil castigar por pequenas coisas do que por grandes aberrações. 

- Por cá, na aldeia, tudo na mesma paz e serenidade. Reza-se o Terço do mês de Maio, há flores e rosas a perfumar os jardins.

24 de abril de 2023

Diário de Bordo 24/04/2023


Da imprensa: 

"José Sócrates já não vai ser julgado pelos crimes de falsificação de documentos relacionados com o apartamento de Paris e com a tese de doutoramento. A defesa ganhou tempo e já não será humanamente possível avançar com uma decisão antes de os crimes prescreverem.

A defesa de José Sócrates ganhou, junto do Tribunal da Relação de Lisboa, mais três meses para argumentar que houve nulidades e irregularidades na decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, para avançar com um eventual recurso"

Conclusão: A Justiça portuguesa no seu melhor. Quem tem nome, dinheiro e poder, vence sempre. É outro campeonato!

Política:

"Em entrevista à RTP, na qualidade de secretário-geral do PS, ao ser questionado sobre o futuro político do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Costa reiterou a promessa de não interferir na escolha do seu sucessor e que tem procurado "identificar quem são os melhores quadros" do partido para que "provem as suas capacidades e que possam ser tudo aquilo que eles desejem ser e que os militantes do PS desejem que eles possam ser". E "Pedro Nuno Santos é indiscutivelmente um dos grandes quadros políticos do PS". [fonte: DN].

Comentário:  O problema de alguns dos nossos políticos é terem-se sempre em grande conta. Têm "muitos e bons quadros" mas falta-lhes espelhos. 


Futebol:

Continua igual a ele próprio: O Grupo de Desportivo de Chaves na última jornada venceu o primeiro classificado da I Liga e na jornada seguinte, ontem, não foi capaz de vencer o último. Problema de pilhas?

Quanto ao Benfica, uma vitória sofrida e já nem sabe converter um penaltie. Tão duvidosamente assinalado quanto mal marcado. A derrocada está a caminho.

Por cá:

Depois de longas semanas de abre, tapa, destapa e volta a tapar, aparentemente foram colocadas as redes de águas e esgotos na Rua de Trás-os-Lagos. Falta agora saber quantas semanas ou meses vai demorar a ser feita a repavimentação. Até lá, covas, lombas, pó e lama.

21 de abril de 2023

Cada terra tem o regedor que merece

Eu bem que tento desviar-me destas coisas da nossa política, até por uma questão de saúde mental e de higiene, porque o Governo nesta altura devia usar fraldas porque está num estado de incontinência tal que as cagadas são a toda a hora. Mas como hoje somos bombardeados de tudo quanto é buraco mediático, e até no relógio temos notícias, é complicado fugir a elas. Teria que ir como ermitão para a solidão do monte mais inóspito, mas não me estou a ver a viver de comer gafanhotos e rebentos de silvas e amoras, até porque estas só no Verão. Adiante.

Mas voltando ao Governo, ainda agora esta história de que Costa, o primeiro ministro, recusou fornecer um certo parecer jurídico que fundamentava o despedimento por justa causa da CEO da TAP, uma tal francesa, alegando a "defesa do interesse público". Ou seja, para o nosso Governo o defender o interesse público é ocultar os documentos ao  público ou aos seus representantes. Está tudo esclarecido!

Mas pasme-se, a coisa não ficou por aqui, porque ouvido o ministro das Finanças, o Medina, este veio dizer que afinal não havia qualquer parecer jurídico. Ou seja, se não for mais uma mentira e trapalhada, António Costa não queria divulgar um parecer que  afinal não existia? Vá lá, organizem-se!

Como diz alguém por aí, cada terra tem o regedor que merece. Ou então, se isto fosse um país a sério, como o Paquistão, já tinha havido um glope de estado.

13 de abril de 2023

A tomada de Ceuta e o Sr. Silva


Sejamos claros: Lula da Silva é tão presidente do Brasil como o é um político condenado em três estâncias judiciais do seu pais, por corrupção e cuja liberdade só se deveu a uma (como se diz?) especificidade técnica do Supremo Tribunal de Justiça. Além de uma ou outra absolvições, há ainda processos suspensos, outros arquivados e alguns prescritos contra o antigo dirigente do PT - Partido Trabalhista. Estão em causa crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à justiça, tráfico de influência, organização criminosa. Ou seja, o Sr. Inácio Silva tem todos os ares e lastro de um corrupto e como tal está acusado, com a agravante de que mesmo nessa condição está de novo a governar os brasileiros.

Apesar disso, a nossa esquerda tem por este velhinho com ares de pai-natal enfrascado um devoção ideológica inolvidável, tão grande na justa medida contrária à que nutria pelo ex presidente, outro bronco, o Bolsonaro. O Brasil, para além doutra meia dúzia de jaquinzinhos mais ou menos da mesma laia, não teve grande opção de escolha e por isso entre um acusado de corrupção e um bronco extremista optou pelo primeiro, mesmo que com um resultado que vincou ainda mais a divisão da sociedade brasileira.

Espanta, pois, ou talvez não, que neste nosso Portugal a classe política que nos governa com uma estável maioria que se vai divertindo com novelas mexicanas como a da TAP, tenha tido a tão nobre ideia de convidar o Sr. Silva a discursar na sessão solene do 25 de Abril, envolto em cravos vermelhos. Fosse vivo, seria justo que em igualdade de direitos e de não discriminação, Salazar também fosse convidado a enaltecer a democracia, liberdade e justiça. Felizmente, alguns ainda tiveram o decoro de separar as águas, mesmo contra a ideia do nosso presidente, muito dado a dar a mão ao Governo.

Passem o sarcasmo e a ironia, de facto a nossa classe política não tem emenda e só vai andando ali pela larga gamela porque o nosso povo sempre foi e será de brandos costumes. Marquem novas e futuras eleições que lá estaremos todos a dar-lhes essa legitimidade, se possível com maioria, para o "fartar vilanagem" como se ali todos os dias fosse a tomada de Ceuta, investindo à "espadada" sobre cidadãos indefesos que apenas seguem o ritmo tranquilo do seu quotidiano.

Ontem como hoje, a bandidagem é sempre bandidagem e com as portas escancaradas da nossa Ceuta há sempre caravelas a abarrotar, a aportarem lá para os lados do Tejo.

12 de abril de 2023

TAPar buracos e totobola


Isto da TAP, a cada dia que passa é um fartote. Cada cavadela, cada minhoca gorda. O que se vai ouvindo na Comissão Parlamentar de Inquérito, diz muito ao caso.

Para além de tudo, e não é pouco, uma questão que se impõe? Para que tanta importância com a questão da urgência e necessidade do novo aeroporto de Lisboa, quando o Governo está a estrangular o alojamento local e quando em Lisboa já há controlo de estadia de turistas com o pagamento da respectiva taxa. Isto é, têm sido tomadas medidas para controlar o afluxo de turistas à capital, limitar quantos vivem e dormem. Não será, pois, mais um daqueles paradoxos da política à portuguesa!

Entretanto, parece que o Governo lançou uma plataforma onde até o Zé da Esquina e a Maria das Galochas podem dar palpites sobre a posssível localização do novo aeroporto. Surreal, mas é verdade.

Aceitam-se apostas. Pode usar duplas ou triplas!

24 de janeiro de 2023

Pedradas...

...Quem nunca tomou conhecimento e aprovou uma indemnização de meio milhão de euros a uma correligionária, e depois esqueceu-se disso, que atire a primeira pedra.

...Quem nunca fez um orçamento de 750 milhões de euros e que logo de seguida resvalou para três milhões, que atire a primeira pedra.

...Quem nunca foi secretária de Estado por 24 horas, que atire a primeira pedra.


O problema é que um dia destes não há pedras que cheguem.

13 de janeiro de 2023

Espécie em extinção

Segundo a nossa imprensa, foi já  publicado nesta sexta-feira, em Diário da República, o questionário de verificação prévia a preencher por nomeados para cargos de ministro ou secretário de Estado. Dizem que são 36 perguntinhas que abrangem os últimos três anos de atividade dos hipotéticos convidados, alargando-se ao agregado familiar. 

O questionário reparte-se por cinco áreas: atividades atuais e anteriores; impedimentos e conflitos de interesses, situação patrimonial, situação fiscal e responsabilidade penal. Os partidos da oposição no geral encaram o mecanismo aprovado em Conselho de Ministros como uma inutilidade. 

Pessoalmente concordo com a posição de João Cotrim de Figueiredo da IL que considera o documento "uma mão cheia de nada". Na realidade, tal como argumenta o deputado da Iniciativa Liberal, em rigor não há nada no questionário que o primeiro ministro ou ministro, querendo e fazendo o trabalho de casa (e para isso têm gente e meios) não possam procurar saber por outras vias ou mesmo dos próprios elementos convidados à nomeação. O que tem faltado até aqui, e com os resultados conhecidos de um vai-e-vem de entradas e saídas no Governo da maioria, é uma falta de escrutínio básico, pelo que as nomeações têm sido feitas de forma ligeira e a envolver gente com relações familiares ou do aparelho político.

Parece-me, pois, que este estratagema de António Costa é apenas uma subterfúgio para não ficar mal em próximas fotografias e de algum modo passar também essa co-responsabilização para o presidente da República que, neste aspecto, tem estado muito mal, alinhando na trapeirice de Costa.

A ver vamos! Em todo o caso, não há perspectiva da coisa melhorar porque toda esta gente relacionada a cargos públicos e políticos de um modo geral vai navegando e vivendo de esquemas de interesseses e influências com muita promiscuidade. Os recentes casos são disso ilucidativos.

Ainda sobre este questionário, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, disse em recente entrevista ao Expresso, reconhecendo que estas balbúrdia de nomeações e demissões tem desgastado o Governo, que deve haver algum cuidado nesta matéria e neste questionário sob pena de aumentarem as dificuldades futuras em nomear e contratar quadros qualificados para a administração pública. Grosso modo, do que disse pode-se concluir que não deverá ser apertada a malha do crivo sob pena de ninguém passar. Em resumo, gente honesta, impoluta, sem rabos de palha ou interesses que se cruzam com imcompatibilidades, são cada vez mais umas preciosas raridades, uma espécie em extinção.

Assim vai a república!

4 de janeiro de 2023

Guerra de quintais

Da moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal e que amanhã Quinta-Feira, 05 de Janeiro, será debatida e votada na Assembleia da República, bem sabemos que está condenada ao fracasso porque o Partido Socialista dispõe de maioria absoluta. De resto, se uma maioria absoluta não é garantia de uma boa governação, é pelo menos uma salvaguarda quanto à rejeição de moções de censura apresentadas pela oposição.

Apesar disso, do desfecho previsto, estas moções servem apenas para confirmar que na realidade os portidos estão divididos não por politicas mas por ideologias. Assim, mesmo com os partidos da esquerda a criticarem a acção do Governo, já disseram que vão cotar contra a moção. E seria exactamento igual se fosse ao contrário, ou seja os partidos da direita a votarem contra se a moção partisse da esquerda.

Assim sendo, face a este tipo de política pequenina, em que cada um defende apenas o seu quintal, pouco há a esperar dos nossos fracos políticos, porque as divergências ideológicas são mais fracturantes que as políticas ou necessidades do país. 

Antes partir que torcer.

3 de janeiro de 2023

Buracos e pedreiras

João Galamba, ex-secretário de estado da energia, que foi investigado no âmbito dos obscuros e manhosos processos das concessões das pedreiras de lítio e do hidrogénio verde, ganhou experiência em buracos e pedreiras e por isso faz todo o sentido que o primeiro ministro o promova a ministro das infraestruturas, ficando assim com a tutela da TAP, de todos o maior buraco, a maior pedreira do país.

Vamos a ver no que dá, mas ao contrário de uma boa pedreira em que dela se extrai qualquer coisa de valor, que mais não seja, calhaus, provavelmente continuará a ser mais do mesmo, um enorme buraco onde o erário público ali enterra ouro, em que uma boa parte dele é para distribuir em prémios e carrões por malta porreiraça que ali vai de vez em quando marcar o ponto.

A ver vamos como é que a coisa vai aterrar!

29 de dezembro de 2022

Voando e aterrando

O ministro das infraestruturas e habitação Pedro Nuno Santos, finalmente, depois de um longo e atribulado voo, aterrou, e já não faz parte do instável Governo da maioria. 

Depois de vários casos que o debilitaram, nomeadamente o puxão de orelhas do primeiro ministro a  propósito da localização do putativo aeroporto, e agora da recente escandaleira com uma tal de Alexandra Reis, a juntar a outros tantos, só tinha mesmo essa saída. 

Foi a decisão que se impunha mas já vai tarde, quase três anos. 

Quanto à TAP, nem deveria existir porque é uma empresa ruinosa que desbarata milhões e milhões de todos nós contribuintes e, contudo, continua a ter uma gestão milionária, como se vivesse de forma independente e altamente rentável. Negociar prémios chorudos à administração, contratar frotas de automóveis de luxo, e dar euromilhões a quem sai, é no mínimo de bradar aos céus, o que faz sentido sendo uma companhia aérea.

Assim, sendo, há ainda muito a fazer, desde logo demitir a actual administração, a custo zero, e logo que possível privatizar o que resta desse buraco negro antes que continue a absorver fundos e dinheiros que, está visto, não temos.

Claro está, que António Costa, vai-se esgueirando por entre os pingos da chuva, mas ele próprio tem muitas responsabilidades e só por isso se justifica que um governo de maioria, que deveria ser estável, já vá  numa dezena de saídas e outras tantas entradas.

Como bem comentou João Batalha, da Frente Cívica, exigia-se ao primeiro ministro mais qualidade e escrutínio em quem mete no Governo e saber do seu passado ético e político de modo a evitar estes contratempos que o desgastam. Não o fazendo e, pior do que isso, enredando-se numa teia de nomeações, interesses e ligações familiares ou partidárias, põe-se a jeito.

28 de dezembro de 2022

Reis parta a coisa!



Nas próximas eleições legislativas vamos todos contentinhos, arrigementados, a votar nos mesmos, a renovar novas maiorias.

Talvez por isso, por cá, os pensadores andam entretidos com banalidades, mudos e calados, ou estão de férias natalícias. Comentar o SNS, ou casos como o do euromilhões concedido pela TAP, ou pelo sistema, a uma tal de Alexandra Reis, é o comentas.

Siga! Vamos lá sorrir de contentes que a TAP é para isso mesmo, para fazer o nosso dinheiro voar. 

A senhora Reis recebeu 500 mil mocas mas parece que queria quase dois milhões (1,47). Uma gulosa! É um bocadito mais que os 125 euros que o Governo nos devolveu do que nos tira. Cada um é para o que nasce. 

Assim, a somar ao meio milhão, uma insignificância, serão necessários à nossa aérea mais 225 mil para tributação. Pouca coisa, a nova injecção de insulina já está aprovada.

Siga que é Portugal!

25 de novembro de 2022

25 de Novembro de 1975


Este sim, o 25  que traçou o rumo da liberdade e democracia, Até ali, apenas os desmandos de um PREC dominado pelo PCP que mais não pretendia que apenas mudar a agulha no disco da ditadura, da direita para a esquerda, cubanizando o país. 

Importa não esquecer. Quem celebra o 25 de Abril e esquece ou omite o de Novembro, diz tudo não dizendo nada.

Convém ainda não esquecer o que Cunhal disse na famosa entrevista à italiana Oriana Fallaci, publicada em 6 Junho de 1975, porque era esse o modelo de "democracia e regime que planeava para Portugal.

Dizia:  “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria”. “(...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)”.

22 de novembro de 2022

Princípios

Eu sei que se fosse no contrário da barricada, também Jerónimo e os seus correligionários, com um alto grau de probabilidade, provavelmente ficariam sentadinhos. Mas há princípios que definem quem está nas coisas por eles, pelos princípios. 

Ora estes, os princípios, podem ser muitos e diversos, nomeadamente os de carácter ideológio e doutrinário, mas os do respeito pelas pessoas e pelas diferenças devem ser comuns e transversais. 

Por isso, a posição dos deputados do CHEGA na despedida de Jerónimo de Sousa da Assembleia da República, ficando sentados e indiferentes, enquanto todas as demais bancadas estavam a aplaudir em pé, em jeito de homenagem, sendo que os deputados da IL aplaudindo mas também sentados, fica mesmo mal e a roçar uma indiferença desrespeitosa. 

Mas as atitudes ficam com quem as praticam. Não é com isto, com este radicalismo, que o Chega, ganha respeito. Por mim seguramente que não. Seria uma boa oportunidade de vincarem alguma diferença positiva, senão nas ideias, pelo menos no respeito político, democrático e pessoal, mas nem isso. Fracos!

Não sou comunista, sendo que até  já votei pelo partido, e naturalmente com muitos princípios políticos opostos, mas acima de tudo tenho apreço e respeito por Jerónimo de Sousa, que de resto sempre me pareceu ele próprio respeitoso, cordial e de muita verticalidade. 

Teve uma larga maioria de respeito e consideração na hora de sair, mas merecia, parece-me, uma unanimidade.

13 de outubro de 2022

A ONU a nú

Os pilares e os fundamentos da criação da ONU - Organização das Nações Unidas, em 24 de Outubro de 1945, por isso quase logo após o desfecho da Segunda Guerra Mundial, fez todo o sentido e na altura parecia ser um garante de eterna paz, mas o certo é que ao longo da sua existência pouco mais tem sido que um mero pingarelho que nas questões que realmente importam, as relacionadas com os direitos humanos, segurança e paz, de pouco ou nada tem validado.

Veja-se a actual situação quanto à invasão e agressão da Rússia à Ucrânia: De que têm valido as resoluções de condenação?

Na prática quando as questões importantes afectam directamente os Big Five, China, França, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos, as coisas não passam dali. Não há volta a dar.

Descodificando, para tótós, como numa analogia com o futebol, a Rússia neste momento é um grande clube com um enorme passado e que está a jogar mal e porcamente, a apanhar cabazadas, na prática descendo de divisão, mas os seus adeptos continuam a achar que está na mó de cima, a jogar bem, no caminho certo e que não vale a pena despedir o treinador. Bastará dar tempo ao tempo. A culpa é dos adversários que não facilitam e os não deixam jogar.

Assim, nesta ONU, se portam todos os países que de algum modo têm relações importantes e dependentes com a Rússia ou que servem de bloco de oposição ao Ocidente e Estados Unidos, desde logo a China.

Em suma, esta ONU não tem ponta por onde se lhe pegue e a actualidade só o tem demonstrado.

Dali não sairá nada de substancial que modifique o actual estado da guerra na Ucrânia, parece-me!

Todavia e paradoxalmente é a única esperança para algum entendimento.

6 de outubro de 2022

Andamos tapados


A malta da TAP é muito eficiente. Vai-se fazer transportar em carrões e diz que com isso vai poupar uns milhares. 

É assim mesmo. Esta TAP é um exemplo exemplar. Não são Porches como o que já teve o ministro da tutela, mas convenhamos que BMWs acima dos 52 e 65 mil euros são um bacadito melhores que o meu Citroen Saxo de 2001.

Até para voar é preciso sonhar alto.

Paga Américo, tu que nunca puseste o cu num aviãozinho da TAP!