17 de janeiro de 2024

TAP - Tenham Alguma Paciência (que isto ainda dura)

Quem segue as notícias sabe mais ou menos das broncas e grandes trapalhadas que têm voado à volta da TAP, uma empresa que alguns políticos teimam em classificar de estratégica para o país, mesmo que a maioria dos portugueses, os mesmos de cujos bolsos comuns saíram 3 mil e 200 milhões de euros para a sua dita reestruturação, nunca tenha posto o cu nos assentos dos aviões nem viajado sequer de Lisboa ao Porto ou vice-versa. É ruinosa mas é estratégica!

Dessas trapalhadas, incluindo uma indemnização milionária a uma gestora, assinada pelo então ministro das Infra-Estruturas, um tal de Pedro Nuno Santos, agora candidato a patrão dos ministros, mas que se esqueceu disso e que depois de se demitir lá se lembrou, ainda um filme de acção e comédia a envolver  o roubo de um computador e um ministro Galamba e a demissão de Christine Ourmiéres-Widener, a CEO da TAP, por suposta justa causa e pelo meio uma Comissão Parlamentar de Inquérito que foi assim uma espécie de Big Brother a entreter o país.

No entretanto, enquanto aguardamos pelo desfecho do processo judicial do pedido de indemnização pela gestora francesa, que levou a mal o despedimento, vem agora a público um conjunto de considerações pela própria TAP em que grosso modo deita por terra a situação da CEO francesa na empresa, que afinal nada fez para além de ter um vínculo e um ordenado ilegais, bem como contradiz e descalça a posição política do governo do PS. Tudo o que sobre esta questão foi agora escrito e noticiado é grave de mais e vem adensar sobremaneira tudo o que já nos parecia como uma valente dose de borradas. 

Espera-se agora, para mais já em pré-campanha eleitoral, que o PS, António Costa, Fernando Medina, Pedro Nuno dos Santos, Galamba, etc, etc, venham dar explicações e prendar-nos com habilidosos números acrobáticos porque, convenhamos, começa a ser difícil considerar como séria e lógica qualquer justificação. É daqueles casos em que em cada cavadela, cada minhoca, em cada tiro, cada melro.

Mas lá vamos indo sorridentes e os nossos 3 mil e 200 milhões ainda a voar. Não esqueçam de que há eleições para 10 de Março!