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15 de setembro de 2023

Romaria de Santa Eufêmia - Já não é o que foi mas há ainda um aroma...

 


15 de Setembro, há romaria a Santa Eufêmia na pacata freguesia de S. Pedro do Paraíso - Castelo de Paiva.  É claro que já não é de todo o que foi noutros tempos, mas ainda há um aroma que permanece ali enroscado naqueles carvalhos e nos faz lembrar memórias de outras festas noutros tempos.

Porventura nessa altura mais devoção que barrriga, mas actualmente, e eu pecador me confesso, mais barriga que devoção. Mas há tempo para tudo, para saciar a pança mas também dar algum conforto ao espírito e à alma. Mas, convenhamos, a maioria já lá vai apenas pelo bife, e nem na capela entra, não ouve as bandas filarmónicas, não passa por entre as barracas de doces nem se regala com as cores da fruta, incluindo as castanhas e já assadas. Há ainda cestaria, enchidos e presuntos.

É o que é. Para além disso, todos os anos nota-se que há ali algo ou alguém em falta. Um não sei o quê, como os doces de Serradelo ou o melão de casca-de-carvalho, ou mesmo um ou outro pedinte de mão estendida. Mas falta! E só não está transformada numa qualquer festa de Canedo ou outra pelos nossos lados, entregues excesso de barulho e confusão, porque o espaço não favorece a entrada de grande trânsito, roulottes nem camiões palco. 

Duas boas bandas, dois palcos cheios e dois coretos vazios, a costumeira dos Mineiros do Pejão e a de Avintes. Para além de tudo, talvez porque haverá festa ainda amanhã, Sábado, e Domingo, deu para perceber que havia mais carros que forasteiros. Mas as barracas, principalmente as do costume, continuavam apinhadas a aviar bifes e outras iguarias. Será assim até à noite de Domingo.

Para o ano, se Deus quiser, haverá mais!



















10 de setembro de 2023

Carreira de moinhos da Pena - Codal - Vale de Cambra

 

Um sítio muito interessante, no lugar da Pena, na freguesia de Codal, município de Vale de Cambra, um bom testemunho do esforço de adaptação dos nossos antepessados no aproveitamento da força motriz das águas para movimentarem os rodízios e estes as mós com que se moía o grão, sobretudo de milho.

Foi, pois, feliz o processo de requalificação do espaço e dos moinhos, num conjunto de cinco, um deles adaptado à confecção e cozedura do pão de milho. O espaço foi inaugurado em 20 de Maio de 2012.

Infelizmente, este é igualmente um bom (mau) exemplo de muitos investimentos similares, porque depois de cortada a fita da inauguração, o espaço cai no desmazelo e incúria e a falta de manutenção é notória, com a calçada já em degradação, bem como os postes da protecção lateral. É uma má imagem tanto para a Junta de Freguesia local como para o município pelo que neste aspecto só podem merecer nota negativa.

Também as margens da ribeira que alimentam por levada este conjunto ou carreira de moinhos, deveria ser limpa de vegetação em excesso.

À data da visita aproxima-se o final do verão pelo que a ribeira, que nasce a noroeste no monte da Senhora da Graça, tinha um caudal reduzido. Certamente que em tempos de inverno e com águas mais abuandantes o local terá outro impacto pois formam-se cascatas.

Será, pois, importante proceder ao arranjo dos elementos já degradados, que até constituiem perigo, e criar passagens junto às margens da ribeira para uma melhor experiência.

Um local e trecho muito bonitos mas a precisarem de cuidado e porventura de mais divulgação.
















26 de agosto de 2023

Com um brilhozinho nos olhos

 

























Quem com o nosso actual pároco, Pe. António Jorge, conversar e vier à tona das palavras as suas anteriores paróquias, antes de em nova missão o seu Bispo o ter mandado cá para a nossa de S. Mamede de Guisande, conjuntamente com as das Caldas de S. Jorge e Pigeiros, perceberá que é com um brilho no olhar que ele recorda e fala dessas terras e gentes que serviu durante uns bons anos.

Mas perceberá também que esta coisa de serviço a Deus e à Sua Igreja, tem destas singularidades e num instante o sacerdote é chamado a uma nova missão e tem que largar tudo e todos, vivências e convivências, terras e comunidades, a que por razões naturais se afeiçoou como bom pastor às suas ovelhas, mesmo às mais negras do rebanho. Até sítios que se menos espirituais, pelo menos benfazejos ao corpo, que também precisa de retemperos, como o Quinta da Lama, que, experiente, me recomendou.

Isto significa que não é fácil, porventura não tanto para o sacerdote, imbuído de base na sua formação no espírito de missão e lealdade à Igreja e seus bispos, e por estes a Deus, mas sobretudo ao homem. É que, não raras vezes, somos levados a esquecer que por detrás de um sacerdote há um homem comum, com os defeitos e virtudes como os demais, ferido das fraquezas próprias da humanidade e a elas sujeito. 

Por conseguinte, ao ver com os próprios olhos, in loco, algumas daquelas terras e comunidades que paroquiou o Pe. António Jorge, bem como a riqueza das suas paisagens e património, incluindo o de carácter românico, como os mosteiros de S. Martinho de Mancelos,  o imponente S. Salvador de Travanca ou a mais singela igreja velha de S. Salvador de Real, não custa acreditar que aquelas almas que por ali fazem vida, sejam igualmente de gente boa e generosa e de braços abertos a quem chegou em nome de Deus, como foi o caso do Pe. António Jorge. Também a sua separação  do pároco deve ter sido dura.

Perceber e distinguir estas realidades é compreender melhor o espírito de missão do sacerdócio mas igualmente o de humanidade e da dureza da despedida, do desprendimento de coisas, lugares e gentes. É certo que, com as boas estradas e bons carros, ali chega-se num repente, mas a saudade não se mata apenas com visitas ocasionais. Ajuda, mas tantas vezes, porém, com isso apenas se aumenta o peso da mesma.

Para finalizar, significa tudo isto que o melhor contributo a alguém na situação do Pe. António Jorge, nosso pároco, é fazer-lhe sentir que pode contar connosco e que também aqui, mesmo que sem as belas e graníticas igrejas românicas, também há gente tão boa quanto a de Real/Vila Meã, Mancelos, Travanca, ou outras paróquias do Vale do Odres e Tâmega com quem comungou no dia-a-dia espiritual e social. Creio que ele conta com isso e com todos, mesmo que cada um só possa dar os talentos próprios.  Cabe a Deus fazê-los render na justa proporção.