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31 de outubro de 2023

Guisande Futebol Clube - 44 anos

 


Passam na data de hoje, 31 de Outubro de 2023, 44 anos sobre a data oficial da constituição do Guisande Futebol Clube como uma associação com finalidade desportiva, cultural e recreativa. De facto foi em 31 de Outubro de 1979 que foi celebrada a escritura pública da sua constituição. É certo que as raízes do clube são anteriores, pelo menos em 20 anos, mas, de forma oficial, é esta data que conta.

São assim 44 anos de vida embora com algumas paragens na sua actividade, altos e baixos, como é natural em qualquer organização. Felizmente, graças ao empenho e dedicação de um bom grupo de guisandenses, o clube está novamente a honrar os seus compromissos e com corpos gerentes constituídos e com  actividade desportiva, no caso na modalidade de futebol com atletas veteranos a competir na Liga Masters da AFA - Associação de Futebol de Aveiro e conta ainda com uma vertente dedicada às corridas a que corresponde o núcleo do Guisande Trail Running, que acaba de organizar a 1ª edição do Trail do Viso.

Parabéns ao clube enquanto entidade imaterial mas sobretudo aos seus dirigentes. 

Os tempos e contextos são muito diferentes daqueles em que levaram à fundação do clube, mas o seu papel agregador e identitário da nossa freguesia e comunidade ainda é deveras importante, tanto mais numa altura em que certos valores dessa mesma identidade e sentido de pertença têm seguido num processo de erosão. Há, pois, que "mudar o chip" e encontrar novas formas de renovar os fundamentos e objectivos mas manter sempre o espírito de clube e comunidade. Isso será uma forma de homenagear e valorizar quem aos longo deste quase meio século deu tempo e dedicação ao clube da sua terra. E foram muitos, em diferentes tempos. 

Eu proprio tenho orgulho, mesmo que de forma muito simples, em ter feito parte dessa história, não apenas como associado mas tembém como director e mesmo que no final do mandato tivesse que suportar do próprio bolso o prejuízo nas contas, de resto como todos os demais directores. Posso não ser um assíduo assistente dos eventos, que não sou, mas o interesse, o apoio e carinho pelo clube e por quem o corporiza, mantém-se como há 44 anos.

11 de outubro de 2023

Venda da residência paroquial em 1923

 


Passa nesta dia de hoje, 11 de Outubro de 2023, um século após a data da escritura de venda do edifício da residência paroquial de Guisande, conforme o atesta o cabeçalho da escritura acima reproduzido.

A venda foi realizada pelo então pároco Pe. Abel Alves de Pinho a um outro sacerdote, o Pe. Joaquim Esteves Loureiro, de Ramalde - Porto, sendo que este representado no acto pelo então pároco de Pigeiros, Pe. António Inácio da Costa e Silva.

Todo este processo relacionado à residência paroquial é conturbado e ainda com vários segredos ou mistérios por desvendar. Oportunamente, por aqui ou no livro que tenho em preparação, procurarei transmitir o que se sabe sobre o assunto, sendo que ficarão sempre pontas soltas e enigmas por resolver.

Em todo o caso, o processo passa pela edificação da residência, dada como concluída em 1907, depois a compra da mesma à paróquia pelo então pároco Pe. Abel, e posteriormente a venda, de algum modo forçada, aquando da saída do referido padre, e ainda o mistério de ter sido vendida a um desconhecido do Porto, sendo que em princípio com ligações à Diocese e à Sé, presumindo-se que agindo como um testa-de-ferro. Posteriormente esse Pe.Loureiro, conforme previsto, veio também ele próprio a vender à paróquia, pelo que desde então lhe pertence. Foi depois no tempo do Pe. Francisco que a situação de propriedade, em termos de registo na Conservatória e Finanças se veio a resolver a favor do Benefício Paroquial, equivalente então à Comissão Fabriqueira.

É, pois, um processo obscuro e com contornos interessantes mas misteriosos e que, à falta de outros documentos, pelo falecimento dos intervenientes e pelo tempo decorrido, será difícil resolver de forma definitiva.

7 de outubro de 2023

Centenário - Ti Neca do Viso


Manuel Joaquim Gomes de Almeida, ou familiarmente o Ti Neca do Viso, completa 100 anos de vida neste dia 7 de Outubro de 2023. Detém desde há vários anos, o estatuto de ser o homem mais velho da nossa freguesia de Guisande. É meu tio, irmão do meu pai.

Nasceu, pois, no mesmo dia e mês do ano de 1923 em Cimo de Vila, naquele casarão mesmo por detrás da capela do Viso.


Certidão de nascimento/baptismo

É filho de Joaquim Gomes de Almeida, nascido em 27 de Abril de 1885 e falecido em 23 de Dezembro de 1965) e de Maria da Luz , nascida em 18 de Novembro de 1890 e falecida em 1967.

Pelo lado de seu pai é neto de Raimundo Gomes de Almeida, nascido a 19 de Janeiro de 1849 e falecido em 10 de Dezembro de 1905, e de Delfina Gomes de Oliveira (esta de Casal do Monte - Romariz), nascida em 19 de Julho de 1859 e falecida em 15 de Fevereiro de 1934. Pelo lado de sua mãe é neto de José Joaquim Gomes de Almeida e de Maria da Conceição de Jesus. 

Pelo lado de sua mãe é neto de Domingos José Gomes de Almeida (falecido em 1894)  e de Joaquina Rosa de Oliveira (falecida em 1884). Pelo lado de sua mãe é bisneto de António Joaquim Gomes de Almeida e Joaquina Antónia de Jesus.

Pelo lado da sua avó paterna, é bisneto de António José de Oliveira e Maria Joana Rodrigues e de Manuel José Rodrigues e de Maria Rosa.

Pelo lado do seu pai é trineto de Domingos José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda de São José Gomes Loureiro. Ainda pelo lado se seu pai e tetraneto de Domingos Francisco de Almeida Vasconcelos e de Clara Angélica Rosa, (estes de Mafamude-Vila Nova de Gaia) e pentaneto de Manuel Francisco da Trindade e de Maria de Almeida (estes da cidade do Porto).

Pela ramificação familiar acima descrita, percebe-se que tanto pelo lado do pai como da mãe tinha antepassados comuns. Por conseguinte, os seus pais eram primos em grau afastado. Ou seja, os bisavôs de meu Tio Neca, tanto pelo lado do pai como da mãe eram irmãos (Domingos José Gomes de Almeida, nascido em 22 de Março de 1813,  e António Joaquim Gomes de Almeida, nascido em 1820).

O meu Tio Neca teve vários irmãos, sendo ainda viva a Laurinda, a mais nova da prole, também a caminho dos 100 anos. Já partiram a Delfina, o José, o António (meu pai), o Joaquim José e a Maria Celeste.

Houve ainda uma primeira Laurinda que faleceu pouco depois do nascimento.

Foi seu padrinho de baptismo o Sr. Manuel Moreira da Costa, da casa Moreira do lugar de Trás-da-Igreja (Igreja), de quem dizia que uma vez recebeu de prenda uma pata. Foi sua madrinha Josefina Gomes de Oliveira, do lugar do Viso.


Os pais do meu tio Neca (meus avôs paternos), Joaquim Gomes de Almeida e Maria da Luz.



Não sabemos quantos mais anos tem Deus reservados para o meu Tio Neca. Serão os que forem. Para já encontra-se bem, no Lar da Misericórdia, em Arouca, estando bem tratado e cuidado. Sempre alegre, risonho, a brincar com o sobrinho Adérito o qual desde há anos é o seu principal companheiro, seu ajudante e em grande medida cuidador. Sempre bem disposto embora já com a memória por vezes a dar sinais da longa idade, mas no geral, mesmo que com os naturais problemas de mobilidade, ainda bem de saúde. Que Deus o conserve por mais anos se for essa a Sua vontade!

Ainda hoje, depois do almoço, alguns de nós contaremos estar com ele em Arouca para com um bolo celebrarmos o centenário.

2 de outubro de 2023

2.º Aniversário de paroquialidade do Pe. António Jorge

Completa-se neste dia 2 de Outubro de 2023 o 2.º ano de paroquialidade de S. Mamede de Guisande pelo Pe. António Jorge Correia de Oliveira. Foi no dia 2 de Outubro de 2021 que ocorreu a sua tomada de posse. Para além de S. Mamede de Guisande acumula a paroquialidade de Santa Maria de Pigeiros e de Caldas de S. Jorge.

Como informação, o Pe. António Jorge Correia de Oliveira antes destas actuais paróquias, foi pároco durante mais de duas décadas de Real, Carvalhosa e Banho, e depois de Ataíde e Oliveira, e no último ano da sua paroquialidade, em unidade pastoral em Travanca, Mancelos, Fregim, Louredo e Vila Caiz.

O  Pe. António Jorge deixou em 2021 a paroquialidade dessas várias paróquias da Vigararia de Amarante, onde permanecia desde que foi ordenado presbítero, em 1995. Note-se ainda que o Pe. António Jorge já tinha deixado, anteriormente a paroquialidade de Castelões e nesse ano de 2021 concluiu o seu segundo mandato enquanto vigário da vara na Vigararia de Amarante.

Terá sido pois, uma separação naturalmente difícil, porque foram mais de duas décadas ao serviço daquelas comunidades e gentes e certamente às quais ganhou fortes ligações pastorais e afectivas. Mas o serviço à Igreja reveste-se também destas mudanças, eventualmente e nem sempre do agrado pessoal dos sacerdotes, mas com um forte espírito de missão e lealdade à Igreja e aos seus bispos.

Na continuação desta missão, não sendo tarefa fácil porque há sempre quem tenha diferentes visões quanto ao que é o melhor para cada uma das três paróquia e suas particularidades, importa, todavia, que seja apoiado e ajudado. Pessoalmente faço votos de continuação e que esteja por cá por muitos e bons anos, sendo a sua presença e missão positivas e profícuas para si próprio, para as paróquias e paroquianos.

15 de setembro de 2023

Romaria de Santa Eufêmia - Já não é o que foi mas há ainda um aroma...

 


15 de Setembro, há romaria a Santa Eufêmia na pacata freguesia de S. Pedro do Paraíso - Castelo de Paiva.  É claro que já não é de todo o que foi noutros tempos, mas ainda há um aroma que permanece ali enroscado naqueles carvalhos e nos faz lembrar memórias de outras festas noutros tempos.

Porventura nessa altura mais devoção que barrriga, mas actualmente, e eu pecador me confesso, mais barriga que devoção. Mas há tempo para tudo, para saciar a pança mas também dar algum conforto ao espírito e à alma. Mas, convenhamos, a maioria já lá vai apenas pelo bife, e nem na capela entra, não ouve as bandas filarmónicas, não passa por entre as barracas de doces nem se regala com as cores da fruta, incluindo as castanhas e já assadas. Há ainda cestaria, enchidos e presuntos.

É o que é. Para além disso, todos os anos nota-se que há ali algo ou alguém em falta. Um não sei o quê, como os doces de Serradelo ou o melão de casca-de-carvalho, ou mesmo um ou outro pedinte de mão estendida. Mas falta! E só não está transformada numa qualquer festa de Canedo ou outra pelos nossos lados, entregues excesso de barulho e confusão, porque o espaço não favorece a entrada de grande trânsito, roulottes nem camiões palco. 

Duas boas bandas, dois palcos cheios e dois coretos vazios, a costumeira dos Mineiros do Pejão e a de Avintes. Para além de tudo, talvez porque haverá festa ainda amanhã, Sábado, e Domingo, deu para perceber que havia mais carros que forasteiros. Mas as barracas, principalmente as do costume, continuavam apinhadas a aviar bifes e outras iguarias. Será assim até à noite de Domingo.

Para o ano, se Deus quiser, haverá mais!



















27 de agosto de 2023

Avançando


Sim, claro, ainda me lembro disso,

Mesmo que trinta e cinco passados;

Eu e tu, ali juntinhos, enlaçados,

Nesse sim ao amor, ao compromisso.


É prosseguir, porque só avançando,

Rumo ao destino, mesmo que incerto,

A cada passo ficaremos mais perto

E o caminho só se faz caminhando.


A.A. /P.G. -27-08-1988/27-08-2023

17 de agosto de 2023

Dia do padroeiro - S. Mamede

 


Hoje, Quinta-Feira, 17 de Agosto, é dia de S. Mamede, padroeiro de muitas paróquias portuguesas (65), incluindo a nossa de Guisande. 

Por cá, a evocação do santo e da data, será feita com a celebração de uma missa pelas 20:30 horas, seguindo-se a procissão ao redor do adro e da alameda frontal à igreja matriz.

Tempos houve em que era dado maior destaque à festividade deste nosso antigo padroeiro, mas desde há muitos anos que a evocação é feita de modo muito simples, sem grande alarde, porventura mais a gosto do santo. 

O facto da data ser a meio de um mês tradicionalmente de férias, também não ajuda a grande participação. Mas mais do que isso importa ter S. Mamede como nosso guia e protector e daí, certamente, receptivo a intermediar as nossas orações.

Oração a S. Mamede:

Virtuoso São Mamede, santo protector e intercessor, neste momento, dirijo-me a ti com humildade e esperança em meu coração. Tu que és conhecido por tua força e coragem em tempos difíceis, peço que me acompanhes em minha jornada.

Que a tua luz ilumine meus caminhos, guiando-me nas decisões e escolhas que devo fazer. Concede-me a serenidade para enfrentar os desafios da vida e a sabedoria para compreender os desígnios divinos.

Inspira-me, São Mamede, a seguir teus passos de fé e devoção, buscando sempre a verdade e a rectidão em todas as minhas ações. Em momentos de aflição, que eu sinta a tua presença acalmando meu coração e renovando minha confiança.

Peço a tua intercessão junto a Deus, para que minhas preces sejam ouvidas e atendidas de acordo com a Sua vontade. Conforta-me nas horas de tristeza, fortalece-me nos momentos de fraqueza e concede-me a graça da paz interior.

Amém!

15 de agosto de 2023

Celebração

Neste dia e mês, há 34 anos (1989) a freguesia de Guisande sentava-se à mesa comunitária, montada na Utilbébé, para festejar as Bodas de Ouro Sacerdotais do Pe. Francisco Gomes de Oliveira. O tempo passa mas as memórias, as boas, permanecem.

5 de junho de 2023

Segunda-Feira, dia de S. Bonifácio

Não fui ao evento das colectividades da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, designado de "Corga da Moura" que decorreu neste fim-de-semana em Gião. Diz quem foi, que esteve muito bem participado e a coisa estava mais bem arranjada e enquadrada do que na primeira edição do ano anterior. O tempo não esteve nada a condizer com o que se espera para estes eventos, sol e calor, mas nunca pior.

É bom que a União tenha assim um evento amplo e concorrido e que sirva para mostrar e apoiar o associativismo e grupos do território. Por uma questão de igualdade, seria interessante que em cada ano ocorresse numa das diferentes quatro unidades da União, mas já se percebe que a coisa não vai por aí e vai ficar por ali. Mas reconheço que há vantagens no local e permite rotinar aspectos da organização e logística de edição para edição.

Do programa musical parece-me excessivamente talhado para os mais jovens e que de resto parece ter absorvido o evento "Young Fest". Nada contra por princípio, mas para os mais velhos, como eu, para além de depararem com nomes que não conhecem e representativos de estilos que porventura não apreciam, terão que levar todos os anos com os mesmos ranchos e as mesmas concertinas. Por mais valor que queiramos dar ao que é nosso, "comer" sempre do mesmo enjoa.

Em alternativa fui de visita ao renovado parque das Termas das Caldas de S. Jorge. No geral, como já escrevi no artigo anterior, gostei do resultado. Musicalmente não cheguei a saber o nome de quem ali actuava, mas num registo acústico e muito intimista sem dúvida que tinha muita qualidade e a demonstrar que não é de todo preciso muito aparato de luz, som e palco gigante para bons espectáculos. A assistência não era muita mas percebia-se que estava a gostar. 

Quanto a São Bonifácio, também conhecido como São Bonifácio de Mogúncia ou São Bonifácio, o Apóstolo dos Germanos, foi um missionário cristão e mártir que viveu no século VIII. Terá nascido pelo do ano 675 na Inglaterra e recebeu o nome de Wynfrith. Ingressou na vida monástica e foi ordenado padre.

Bonifácio é conhecido por seu trabalho missionário na Europa continental, especialmente entre os povos germânicos. Ele viajou para a Germânia (região que englobava a Alemanha atual) com o objetivo de converter os pagãos ao cristianismo. Ele estabeleceu várias dioceses, fundou mosteiros e organizou igrejas, desempenhando um papel fundamental na cristianização dessas regiões.

Bonifácio também foi um reformador da Igreja e um defensor da disciplina eclesiástica. Ele trabalhou para erradicar práticas pagãs e unificar as diferentes tradições cristãs da época. Além disso, Bonifácio foi nomeado arcebispo de Mogúncia e desempenhou um papel importante na reforma da Igreja na França e na Alemanha.

São Bonifácio foi martirizado em 754 durante uma missão na Frísia, região que compreende atualmente partes da Holanda e da Alemanha. Ele foi assassinado junto com 52 de seus companheiros por um grupo de pagãos enquanto realizava uma cerimônia de confirmação. Ele é considerado um mártir e um dos principais santos padroeiros da Alemanha.

Boa Segunda-Feira!

8 de maio de 2023

Pe. Francisco Oliveira - 25 anos sobre a sua partida


No próximo dia 15 de Maio, passam 25 anos, um quarto de século sobre o falecimento do Pe. Francisco Gomes de Oliveira, que foi pároco da nossa freguesia de Guisande durante quase 60 anos. Tomou posse em 23 de Setembro de 1939. Celebrou na nossa comunidade as Bodas de Prata em 15 de Agosto de 1964 e Bodas de Ouro Sacerdotais  e paroquiais em 15 de Agosto de 1989.

Pelo simbolismo da data, esperava que a comunidade fizesse a sua evocação de forma mais significativa e com alguma iniciativa paralela. Poderia ser de várias formas, como uma actividade religiosa e cultural ou mesmo uma romagem da comunidade ao cemitério onde se encontra sepultado. Eventualmente a publicação de um livreto ou pagela comemorativa.

Considerando que o dia 15 será precisamente já na próxima segunda-feira, daqui a oito dias, e tendo sido anunciada apenas uma de várias intenções integrada numa normal missa, parece-me que nada mais vai ser realizado ou evocado até lá. É pena! Pessoalmente esperava algo mais! E creio que a paróquia de algum modo tinha essa obrigação moral ou mesmo até sob um ponto de vista biográfico.

De minha parte, e já o tinha anunciado, tinha perspectivado lançar por esta altura um livro monográfico sobre a freguesia e tendo o Pe. Francisco como pedra central do mesmo. Infelizmente, apesar do conteúdo estar praticamente pronto, alguns problemas de saúde que me condicionaram nos últimos três meses do ano passado bem como os gastos pessoais a somar aos relacionados com os dois anteriores livros que publiquei, um deles de distribuição gratuita, e face aos custos mais significativos com a nova publicação e para os quais não contarei com qualquer apoio ou subsídio, fizeram-me decidir pelo adiamento da publicação que espero, se não for para depois deste Verão, venha a concretizar-se na primeira metade do próximo ano.

Em todo o caso, não me está esquecida a memória do Pe. Francisco Gomes de Oliveira e o seu papel indelével que deixou na nossa comunidade paroquial num tão largo período temporal. Aqui, ainda antes da data, evoco a sua memória à passagem dos 25 anos sobre o falecimento, e este meu espaço tem sido um repositório de algumas memórias a ele associadas.

Deixo de seguida alguns dados biográficos sobre a sua pessoa e percurso sacerdotal:


08/07/1915

 Nasceu no lugar de Vilar,  freguesia de Fiães - Vila da Feira.

1928

Entrou para o Seminário de Vilar.

1932

Mudança para o Seminário da Sé, Porto.

1937

Deu-se o falecimento do P.e Custódio, pároco de Guisande, ficando a exercer o cargo o P.e Benjamim Soares, pároco de Louredo.

1938

Foi nomeado pároco de Guisande o P.e Guilherme Ferreira.

06/08/1939

Foi ordenação como sacerdote na Sé do Porto.

15/08/1939

Celebração de Missa Nova na igreja matriz de Fiães, sua terra natal.

30/08/1939

É nomeado pároco das freguesia de Guisande e de Pigeiros.

19/09/1939

Primeira visita à freguesia de Guisande.

23/09/1939

Tomada de posse como pároco de Guisande e de Pigeiros, com residência na primeira.

24/09/1939

Celebração da primeira missa na igreja matriz de Guisande.

1938/1945

Entre esta data a paróquia de Pigeiros esteve anexada a Guisande, desde, portanto, do tempo do P.e Guilherme Ferreira.

1945

A paróquia de Pigeiros é anexada à paróquia das Caldas de S. Jorge. O P.e Francisco passa a prestar serviço religioso na paróquia de Louredo, por troca ordenada pelo Bispo, com Pigeiros.

1950

É designado novo pároco de Louredo o P.e Romeiro.

1956

Faleceu o P.e Rufino Pinto de Almeida, pároco de Lobão, e por incumbência do Bispo, entre Fevereiro e 20 de Outubro, o P.e Francisco toma a seu cargo essa paróquia.

1962

Em 28 de Dezembro foi nomeado pelo Bispo D. Florentino de Andrade e Silva, como Vigário, substituindo no cargo o P.e Manuel Fernandes dos Santos, então pároco de Romariz.

15/08/1964

Comemoração das Bodas de Prata Sacerdotais (25 anos). O banquete foi realizado no salão paroquial de Guisande, o qual por essa altura ainda estava em obras.

1971

Entre 27 de Janeiro e 12 de Junho paroquiouLobão por doença do P.e Aurélio.

Em 21 de Dezembro foi reconduzido como Vigário da Vara para o triénio de 1972 a 1974.

1979

Foi exonerado como Vigário, sendo substituído pelo P.e Santos Silva, pároco do Vale

1981 a 1993 - Foi colaborador regular do jornal "O Mês de Guisande".

15/08/1989

Comemoração das Bodas de Ouro Sacerdotais (50 anos). Foi realizada uma grande festa com a participação geral da paróquia que culminou com um almoço convívio que mobilizou a maior parte da população.

15/05/1998

Depois de alguns problemas de saúde, que o obrigou a hospitalizações e a ser substituido nos serviços paroquiais pelo seu sobrinho Pe. Benjamim, acabou por falecer com quase 83 anos. Foram celebradas cerimónias fúnebres em Guisande, com a presença do Bispo do Porto, D. Armindo, e depois na sua terra natal, Fiães, onde foi sepultado em jazigo de família no cemitério local onde jaz  ao lado de seus pais.

1 de maio de 2023

Primeiro de Maio, dia do trabalhador e do malandro

 



Primeiro de Maio. Dizem que dia do trabalhador, mas num país em que ainda há muita aversão ao trabalho, até porque há quem perfira viver com menos mas apenas à custa do Estado, sem cumprimento de horários, responsabilidades laborais, fiscais e outras obrigações, este dia é democraticamente de todos. Assim é tanto do trabalhador como é do malandro. 

Ora a começar tal dia, pequeno e saboroso pequeno-almoço por terras arouquesas. Mas para que uns desfrutem do dia e do feriado, outros há que têm que manter estabelecimentos e postos de trabalho a funcionar e a servir quem a eles ocorre, seja nos serviços públicos, seja na casa do pão de ló, no talho ou restaurante. Porventura serão esses que melhor merecem a dignidade do dia do trabalhador, porque, em grande medida, são os que mantêm este país a funcionar.

25 de abril de 2023

25 de Abril de 1974 - Qual a visão certa?

 


E hoje é feriado nacional em comemoração da data de 25 de Abril de 1974, chamada romanticamente de "revolução dos cravos", que se traduziu num golpe de estado militar que conduziu à queda do governo de ditadura então liderado por Marcelo Caetano, que uns anos antes sucedera a António de Oliveira Salazar.

Apesar da sua importância histórica e social para o nosso país, continua ainda a não ser concensual em muitos dos seus aspectos, nomeadamente quanto aos objectivos que a ela conduziram. Para muitos foi a conquista da liberdade e da democracia e a data é sinónimo desses dois valores que temos como fundamentais, mas em rigor os mesmos só foram conquistados ao longo dos anos subsequentes à revolução e ainda há quem diga que não estão de todos plenamente conquistados. Já passaram 49 anos e daqui a mais 50 ainda andaremos a dizer isto. De facto, nos tempos imediatos à data, tudo estava a ser conjugado e direcccionado para uma nova ditadura, sucedendo à de direita, uma de esquerda. Parte dos militares envolvidos, tudo fizeram para a cubanização do país e só depois dos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975 é que as coisas se começaram a encarreirar para uma democracia. Ainda anda por aí muita gente que dava tudo para sermos uma Cuba.

Em resumo, o 25 de Abril de 1974 foi sendo pintado com cores que não foram as originais mas em muito a reacção corporativa de uma elite militar descontente com o rumo da guerra no ultramar. Seja como for, de uma forma ou de outra, desvirtuado ou não, resultou a data na interrupção de 40 anos de ditadura (48 se considerado o período anterior de ditadura militar de 1926 a 1933). Mas 40 ou 48, em rigor, são já mais os anos de democracia após 25 de Abril de 1974 do que os de ditadura no antes da data. A classe militar, sempre ela, começou e terminou a ditadura. 

Passados 49 anos, e para o próximo ano passa meio século sobre a data, o país apesar de viver numa democracia, com todos os seus defeitos e virtudes, ainda continua aos solavancos ou em marcha lenta, muito atrás dos melhores indicadores dos países desenvolvidos, nomeadamente dos europeus. É certo que todos temos como adquirido que vivemos em melhores condições, com mais direitos e regalias, na saúde como na educação, as despensas e frigoríficos fartos e as garagens com vários carros, mas a que custo? Em grande parte por força de dinheiros europeus e muito pela enorme dívida pública da qual nem daqui a um século nos livraremos, sendo daquelas coisas que dizem que nunca é para saldar, antes para gerir, ora descendo, ora subindo. Caloteiros mas a viver bem.

No resto continuam as desigualdades, a precariedade no trabalho, uma justiça para ricos e outra para pobres, acessos à saúde e educação diferenciados para ricos e pobres. Estes, os pobres, são cada vez mais e os outros, os ricos, um grupo restrito que acumula a maior parte da riqueza, por isso esta mal distribuida. 

Continuamos com grandes níveis de corrupção e de controlo da governação pelos mesmos dois partidos os quais reservam para si os cargos nos governos e na administração pública, instalando amigos e  familiares, premiando-se com chorudas compensações, subvenções, indemnizações e reformas milionárias. Um fartote embrulhado em democracia.

O povo, esse ainda continua a ter uma vida fodida, com melhor nível de vida no geral, mas em grande parte ilusória porque endividado dos cabelos da cabeça às unhas dos pés, repleto de compromissos, fustigado com uma alta carga tributária e afogado em despesas mensais para os diferentes serviços de água, esgotos, telecomunicações, televisão, automóveis, educação, saúde, etc. 

Naturalmente que em Abril de 1974 havia algum atraso no desenvolvimento de Portugal comparativamente com outros países ( e hoje não é assim?) mas também não se pode escamotear nem esquecer o desenvolvimento que o Estado Novo trouxe, sobretudo na sua primeira metade de governação. Não se pode omitir da história o estado caótico flagelado por constantes golpes militares e guerrilhas civis que marcaram todo o período após a instauração da república. Salazar tomou conta de um país financeiramente destruído. Fez-se muita e importante obra pública, como estradas, pontes, barragens, construiram-se escolas, hospitais e bairros operários. Claro que havia ainda muito a fazer nos diversos sectores e áreas tidas como de desenvolvimento territorial e social mas com tempo certamente que seria feito. Ninguém intelectualmente honesto pode afirmar que, mesmo que hipoteticamente tivesse continuado um regime de ditadura ou de estado totalitário, que Portugal não estivesse neste tempo actual com um bom nível de desenvolvimento. Será sempre uma questão sem resposta porque seja ela qual for nunca será concensual porque qualquer uma delas será apenas hipotética e definida por ideologias.

O grande e capital pecado do regime foi sem sombra de dúvidas a opção pelas guerras coloniais quando deveria ter permitido a independência dos estados ultramarinos, numa transição que poderia ter sido vantajosa para ambos. Mas não, e por isso levou para a guerra e morte toda uma geração de homens e destroçando uma sociadede e recursos económicos que tão importantes seriam para a continuação do desenvolvimento do país. 

Já depois do 25 de Abril, os países ultramarinos foram abandonados num processo sem qualquer controlo, numa total anarquia e com elevados custos para quantos portugueses que ali viviam a tinham nascido, regressando forçadamente a Portugal com o estigma de retornados, com elevados custos para a sociedade de então. Esse foi um dos grandes pecados da revolução que não teve nem peso nem arte nem engenheo, nem porventura vontade, para assegurar uma independência e transição equilibradas e que salvaguardassem os interesses dos portugueses nesses países africanos. Mesmo para os próprios países foi deixado um caldo de guerra civil que durou décadas e que ainda hoje tem feridas abertas e com pseudo-democracias, como em Angola e Moçambique. Uma lástima, um cravo da revolução, e este forjado com sangue suor e lágrimas, uma realidade muito menos suave e romântica do que a a revolução em si.

Estou certo que sem a guerra colonial, mesmo que a ditadura continuasse por mais alguns anos, o país teria outro desenvolvimento. E creio que mesmo por necessidade e mudança do tempo e das políticas mundiais e europeias, aos poucos o regime teria que entrar numa transição para a democracia como de resto entraram muitos outros países, nomeadamente os do leste europeu.

Quanto à visão pessoal do 25 de Abril de 1974, compreendo e valorizo a sua importância histórica e social, mas como a de milhões de portugueses que ainda viveram algum tempo na ditadura, não tem um valor muito especial. Quem vivia o dia a dia, trabalha e metia-se à sua vida, não sentia o peso da ditadura. Até parecia que havia dois regimes, uma  para o povo em geral e outro para a classe política e para os revolucionários e estes é que se queixavam, mas em regra doutores e engenheiros, filhos de burgueses, dos quais muitos também queriam tomar parte na gamela. Muitos deles, logo que alterado o regime, entraram apressados no curral e comeram e têm comido à fartazana. Para si e para os seus familiares, amigos e correligionários. Não ficou teta por ser chupada. Dos pobres, poucos se metiam nessas coisas da política e da oposição. Queriam era trabalho, pão, paz e sossego. Liberdade, nunca nos faltou.

Quando ocorreu o 25 de Abril de 1974, eu tinha 11 anos e meio, frequentava o 5.º ano da escolaridade. A notícia foi dada na escola e já não tivemos aulas e viemos para casa ver televisão que nesse dia só falava no assunto. Obviamente que com essa idade não compreendia o seu alcance e motivos.

Vivia no seio de uma família modesta que como a maioria trabalhava para viver, sem luxos mas com a dignidade possível e nunca nos faltou pão, alguma carne, bacalhau e sardinhas na mesa. Andávamos na escola, vestidos e calçados e nunca nos sentimos em insegurança, nunca fomos incomodados pela polícia, presos ou torturados. Ou seja, como a larga maioria dos portugueses de então, não dávamos pela ditadura e dos seus efeitos nefastos. 

Sendo verdade, como atrás já ficou dito, que hoje em dia vivemos relativamente bem, com todos os confortos da vida moderna, importa não esquecer o custo disso para que a mudança sentida entre os dois tempos, mesmo que decorrido quase meio século, não seja apenas ilusória. Se vivemos bem, isso decorre da passagem do tempo e sobretudo dos altos encargos do país e dependência pela alta dívida pública. Certamente que as maiores vantagens decorrentes do 25 de Abril foi a conquista da plena liberdade e de outros direitos como o da liberdade de expressão, mas mesmos esses continuam ainda mancos e em muitos aspectos a nossa democracia é uma ditadura disfarçada a que damos legitimidade com o nosso voto.

25 de Abril sempre, certamente, e que importa não esquecer, mas com uma visão esclarecida e não por um olhar meramente revolucionário, ideológico e político, porque isso, tanto na ditadura como nas revoluções e como na democracia, sempre interessou e interessa a um grupo restrito das sociedades. O resto é povoce que de uma forma ou outra andará sempre subjugado e a dançar ao som da música que nos dão. Democracia e liberdade só por si, é pouco. Importa todo o resto. E como cantava há quase 50 anos o Sérgio Godinho, ainda hoje faz pleno sentido.


Viemos com o peso do passado e da semente

Esperar tantos anos, torna tudo mais urgente

E a sede de uma espera só se estanca na torrente

E a sede de uma espera só se estanca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada

Só se pode querer tudo quando não se teve nada

Só quer a vida cheia quem teve a vida parada

Só quer a vida cheia quem teve a vida parada

Só há liberdade a sério

Quando houver

A paz, o pão, habitação

Saúde, educação

Só há liberdade a sério quando houver

Liberdade de mudar e decidir

Quando pertencer ao povo o que o povo produzir

E quando pertencer ao povo o que o povo produzir


(foto: Eduardo Gageiro]

9 de abril de 2023

Juíz da Cruz em 2013

 


Parecendo que não, passam dez Páscoas sobre o ano em que tive o privilégio e orgulho de ser o Juíz da Cruz na nossa paróquia de S. Mamede de Guisande. 

Acima, duas imagens da pagela que então mandei imprimir e que se distribui pelas diversas casas que receberam o Compasso. Foi um dia bonito, apesar de alguma chuva.

Na Segunda-Feira, lá organizei o tradicional Almoço do Juíz da Cruz, que depois do encerramento do restaurante "O Algarvio", ocorreu no lugar do Pomar em Gião. Consegui reunir à volta de 120 pessoas.

Infelizmente, esta tradição parece que terminou de forma inglória e neste ano já não se realiza. Não acredito que venha a ser retomada e mesmo que sim, nunca mais será a mesma coisa. Uma árvore depois de abatida jamais poderá ser posta de pé e trazida à vida. E esta árvore da nossa tradição, tinha já muitos anos.

Cristo Ressuscitou! Aleluia!

7 de abril de 2023

Santa Sexta

 


A Sexta-feira Santa é um dia de profunda reflexão e significado para muitas pessoas em todo o mundo. É um dia em que se celebra a morte de Jesus Cristo,  figura central da fé cristã.

Para muitos cristãos, a Sexta-feira Santa é um dia de luto e tristeza, pois é quando lembramos a morte de Jesus na cruz. É um momento para refletir sobre o sacrifício que ele fez por nós e sobre o significado da sua morte.

No entanto, a Sexta-feira Santa também é um dia de esperança. A morte de Jesus na cruz não foi o fim da sua história, mas sim o começo de uma nova era. A sua morte e ressurreição são vistos como um símbolo de renovação e vida nova, oferecendo a possibilidade de redenção e salvação para todos.

A Sexta-feira Santa é, portanto, um dia de reflexão profunda sobre a vida e a morte, a fé e a esperança. É um dia para pensar sobre nossas próprias vidas e nossas próprias escolhas, e sobre como podemos viver com mais amor, compaixão e generosidade em relação aos outros.

Independentemente das nossas crenças pessoais, a Sexta-feira Santa é um dia que pode lembrar-nos da importância da empatia, do perdão e da reconciliação em nossas vidas, e pode inspirar-nos a procurar esses valores nos nossos relacionamentos e na nossa comunidade.

21 de fevereiro de 2023

Cozido de Carnaval - Enquanto dura...

 




Num tempo em que algumas das nossas tradições se estão a desfazer, outras ainda subsistem, como comer um cozido-à-portuguesa no dia de Carnaval, marcando simbolicamente o tempo de Quaresma que começa precisamente no dia seguinte, Quarta-Feira de Cinzas.

É certo que um cozido-à-portuguesa com carnes caseiras é um prato já raro eonde ainda é possível,  é paga a peso de ouro, mas com algum cuidado e pre-preparação, incluindo salga e aplicação de algumas horas de fumo, ainda é possível um vislumbre dos sabores e saberes dos antigos cozidos, quando era comum  acriação de porcos que comiam das sobras e do que a terra dava.

Mas não tenhamos ilusões: daqui a mais uma ou duas décadas o prato tradicional neste dia de Carnaval será constituiído por pizas, atum em lata, salsichas, hamburgueres e outras fasts-foods tão do agrado das novas gerações. É o que é e não há volta a dar!

11 de dezembro de 2022

Grupo de Jovens de Guisande - 1.º aniversário

 


O Grupo de Jovens de Guisande celebrou ontem, 10 de Dezembro, o seu 1.º aniversário. Tal como o fez o nosso pároco, Pe. António Jorge, endereçamos os parabéns e que o grupo possa ser frutífero  em todas as frentes da sua acção na paróquia, na amizade, na partilha, nos relacionamentos humanos, no crescimento e amadurecimento da fé, mas também inclusivo e integrador de muitos mais jovens que andam deslocados destas coisas da igreja, da comunidade e da paróquia.

Em rigor, este primeiro aniversário refere-se em concreto a esta geração de jovens, já que na realidade a paróquia mesmo que com interregnos, em diferentes tempos foi tendo diversos grupos de jovens, num dos quais fiz parte pelo início da década de 1980. Um dos pontos fracos a todos eles foi a incapacidade de ser dada continuidade geracional. Por conseguinte, a experiência tem mostrado que estes grupos mais cedo ou mais tarde, acabam por ser interrompidos quando não há uma renovação que permita colmatar com entradas de novos elementos  aqueles que por motivos diversos, incluindo a idade, vão saindo. Em todo o caso, mesmo nesta realidade de algo que não tem perdurado, é sempre positivo enquanto dura e por isso é importante que haja uma entreajuda e colaboração entre o grupo e a comunidade para que no fim das contas o saldo seja sempre positivo.

Bem hajam e votos de boa continuação na caminhada, nomeadamente na etapa que será a vivência da Jornada Mundial da Juventude no próximo ano em Lisboa.

25 de novembro de 2022

25 de Novembro de 1975


Este sim, o 25  que traçou o rumo da liberdade e democracia, Até ali, apenas os desmandos de um PREC dominado pelo PCP que mais não pretendia que apenas mudar a agulha no disco da ditadura, da direita para a esquerda, cubanizando o país. 

Importa não esquecer. Quem celebra o 25 de Abril e esquece ou omite o de Novembro, diz tudo não dizendo nada.

Convém ainda não esquecer o que Cunhal disse na famosa entrevista à italiana Oriana Fallaci, publicada em 6 Junho de 1975, porque era esse o modelo de "democracia e regime que planeava para Portugal.

Dizia:  “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria”. “(...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)”.

11 de novembro de 2022

S. Martinho

Bom dia, este de tradição

Em celebrar o S. Martinho;

Logo com sol do seu Verão,

Fogueira, castanhas e vinho.

27 de setembro de 2022

O Tono Mota chegou aos 60





O Tono Mota (António dos Santos Mota) chega, neste dia 27 de Setembro, aos 60 aninhos. Nascido a 27 de Setembro de 1962, é assim, em cerca de um mês, um pouco mais velho que eu. 

Não sei quantas crianças nasceram em Guisande neste ou no ano anterior. Seriam 4, 5,  meia-dúzia? Mais ou menos? Admito que o ignoro, mas sei que no ano de 1962, por isso há 60 anos, nasceram em Guisande 33 crianças. Foi frutífero, parece-me. Deu homens e mulheres com vidas de trabalho, seriedade e dignidade. São hoje homens e mulheres de família, com filhos e netos, quiçá bisnetos. 

Uns ainda por cá, outros por terras de fora e ainda umas poucas que a morte já ceifou, de que destaco, pela idade jovem com que partiu, bem como por ser também meu colega de infância e juventude, o Carlos, filho do Zeferino Gomes, também já falecido, e da D. Fernanda. Que Deus o tenha na sua companhia!

Dessa trintena de gente nascida em 62, julgo saber o nome de vários: O António Mota, de quem agora recordo a propósito do seu aniversário, a Paula Lopes, o Mário Joaquim, a Maria Albertina, a Maria da Conceição (do Alcides de Jesus), o Joaquim (da Guilhermina), a Maria Fernanda, o Carlos (do Teixeira), o José Carlos (da Pereirada), a Maria da Anunciação, a Laura (falecida), a Maria Albertina (da Eva), o Leonel (do Menina), a Maria de Fátima (da Natália), o Carlos Alberto (meu primo), o Carlos Alberto (do Zeferino) (falecido), que atrás referi, o Eduardo (da Palmira), o António Fernando (do Cartel), a Maria Jacinta, da Leira, e outros mais. Portanto, mesmo não sabendo o dia e mês de aniversário da maior parte deles, alguns já fizeram e outros a fazer os tais 60 anos, de algum modo, para além de um número redondo, cheio de significado. 

Seja como for, o Tono do Mota, ou o Mota, como o chamo, tenho-o como um dos melhores amigos dos bons velhos tempos, desde a escola primária, Ciclo Preparatório, em Lobão, pelos tempos de juventude, confidências e conquistas de namoricos e depois os tempos da tropa, ele no Exército, na especialidade de Comandos, orgulhosamente com a sua boina vermelha, e eu na Marinha, com o meu panamá branco.

É certo que depois de ambos casados (e fui ao seu casamento, num dia frio de Inverno, na freguesia de Louredo), as nossas vidas naturalmente tornaram-se outras, já não com a liberdade desenfreada de solteiros e tempos de copos e farras, mas fazendo então pela vida,  construindo casa e criando filhos. Apesar disso, até pela proximidade dos nossos ninhos, fomos sempre "tropeçando" um no outro, ora no café,  no trabalho, ao final de uma missa, ou mesmo numa qualquer festa, pondo então a conversa e o rumo da vida mais ou menos em dia.

O Mota foi sempre um tipo certinho, menos dado a brincadeiras e tropelias como, por comparação, com as do Beto Jorge, outro amigo comum dos bons velhos tempos. Mas se não tão expansivo e brincalhão como o filho do Albertino, seguramente mais assertivo, sempre leal nas pequenas e grandes coisas, no tempo em que partilhamos muito das nossas saídas em solteiros. De resto muitas vezes ia-mos à boleia um do outro, nas nossas motorizadas, na minha Fórmula 1 EFS-Sachs e na dele, uma V5 Sachs. 

Temos, por isso, mesmo que já enevoadas pela neblina do tempo, muitas aventuras e histórias em comum, correndo e galgando tudo quanto era sítio, festas e desfolhadas, na cata de raparigas namoradeiras. E quando algum de nós se prendia, mesmo que por dois ou três domingos, era simultaneamente um nó na garganta, porque depois do almoço, de um café e um "pneu" (águas castelo com uma rodela de limão) no café do Américo, acabada na RTP a corrida de Fórmula 1, quase sempre ganha pelo Nelson Piquet, Alan Prost ou Nikki Lauda, lá ía-mos os dois, já não juntos a partilhar a motorizada, mas separados, cada um por si. 

É claro que nisto de procurar a rapariga certa para a vida era uma espécie de jogo de aprendizagem por tentantiva e erro, e assim depois de dois, três ou quatro domingos a dar conversa, lá ficávamos novamente solteiros e de novo juntos nas saídas. Mas algum dia tinha que ser e o Mota, bem dentro do seu estilo de certinho, pouco depois de terminar a tropa, procurou assentar e arranjou uma valente mulher para a vida, ali bem perto de casa, na vizinha freguesia de Louredo. Lá me deixou, o Mota,  sozinho nas saídas domingueiras, mas nesta coisa de colegas de solteiro é como a partida das andorinhas depois do Verão e sentidos os primeiros frescos de Outono, uma a uma vão partindo todas.

Assim, poucos anos depois também lá deixei a solteirice e, seguindo o exemplo do Mota, fiquei igualmente por perto, até mesmo na mesma terra. Coisas.

Como disse, o Mota casou bem,  fez casa, criou e educou bons filhos e tem estado por ali bem perto da igreja de Louredo, quase a meio caminho da sua casa natal, no lugar do  Reguengo, que parte dela herdou dos pais, o Sr. Celestino e a Sr.a Isabel. 

Teve sociedade na área da construção civil com o seu irmão Manel que já depois deste abraçar a reforma, tem estado a trabalhar por sua conta e risco, sempre com muito trabalho e competência, mas sem canseiras exageradas, destas que por vezes e como certas corridas, nos levam à tentação de dar passos maiores que as pernas, tropeçando. Para quê empreender  muralhas se podemos fazer muros? O Mota foi e é assim, de passos curtos mas certos.

Apesar da sua discrição, tem integrado a vida da comunidade de Louredo, fazendo parte, desde há anos, do seu excelente grupo coral. Quem diria? Um pedreiro a arrancar salmos, hossanas e aleluias? É assim mesmo! Afinal, comigo e com outros, como o Rui Giro, o Orlando, o Maximino Gonçalves, etc, fez parte do grupo de alunos da primeira escola de música de Guisande, ali pelo início dos anos 1980, no Salão Paroquial. De resto, como nas parábolas cristãs, todos temos alguns talentos e, por poucos que sejam, importa que os façamos render e apresentar boas contas a quem no-los confiou. 

Não quero nem importa dar rasgados e exagerados elogios ao Mota, nomeadamente enfeitar o ramalhete com flores que ele não tem no seu jardim, mas tão somente  enaltecer a sua simplicidade, o bom carácter, a amizade e a lealdade, e dizer-lhe, publicamente, que tenho-o como amigo e um dos melhores dos meus bons velhos tempos. 

Não sei se me tem em igual conta, mas quero acreditar que sim, e por isso, porque quase a par nesta coisa do caminhar pelos degraus da escada da vida, em que nunca sabemos quando terminará, vamos continuando a subir, ou, como me parece ao chegar aos 60, a descer, mas que seja, até quando Deus quiser. Importa é descer de passo firme, sem nunca escorregar.

Bom aniversário, Mota, e que venham muitos mais e bons e que eu os conte!

8 de setembro de 2022

Centro Cívico - 8 anos


Parecendo que foi ontem, na realidade foi em Setembro de 2014 que tiveram início as obras de construção do Centro Cívico, com requalificação e aproveitamento do edifício da Escola Primária do Viso. Passam, pois, 8 anos.

Infelizmente, apesar das obras estarem concluídas há bastante tempo, resultando num edifício com capacidades e condições que aos guisandenses deve orgulhar, continua ainda a depender de decisões políticas para funcionar em pleno e prosseguir os seus objectivos. 

Mudanças de governos, mudança de políticos, de políticas e de prioridades, vão fazendo este país funcionar em permanente estado de indecisão, em suspense, e no caso, em incumprimento com palavras e acordos, mas bem sabemos que a palavra tem pouco ou mesmo nenhum valor para os políticos e políticas. 

Louve-se o esforço e dedicação da Direcção, que se aguenta num barco a remar contra mares e marés, mas quando as grandes e fundamentais decisões dependem de políticos e dos seus estados de humor, tudo fica mais difícil. 

A bonança não se antevê.

Há sempre portas a fechar e as chaves gostam de chaveiros.