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31 de maio de 2023

...Para quando der jeito

A Rua de Trás-os-Lagos aqui em Guisande esteve várias semanas condicionada com as obras de instalação de redes públicas de água e esgotos, num destapa, tapa, destapa, e até nem se compreende que as mesmas não tivessem sido realizadas há já vários anos aquando nas demais ruas, a não ser por motivos meramente economicistas da empresa concessionária.

Certo é que as ditas obras aparentemente já terminaram há várias semanas e da parte de quem tem essa responsabilidade ainda não foi reposto o pavimento. Se não de toda a plataforma da rua, como se espera, pelo menos das valas que foram abertas. E já agora limpar o resto dos materiais nas bermas.

Assim, sobretudo os moradores, vamos circulando diariamente aos solavancos, ora com poeira, ora com lama e com os carros a sofrerem nos eixos. 

Não me parece, de todo, correcta esta situação que só demonstra irresponsabilidade e uma gestão de timings sem qualquer controlo, num dolce far niente, porque são obras não para se fazer mas para se ir fazendo, quando calhar, quando der jeito, bem à portuguesa. Afinal de contas, a quem incomoda? Apenas a meia dúzia de moradores? Todos os demais estão a leste da preocupação e reponsabilidade.

Esperam-se, pois, mais umas largas semanas, quiçá meses. Estamos a contar.

24 de maio de 2023

Racismo ou mais alguma coisa?

O futebol não se livra dos casos identificados como "racismo". Agora mais um, mediático, a envolver o futebolista do Real Madrid, Vinicius Júnior, insultado por adeptos adversários no jogo com o Valência.

Sinceramente, não sei se considero isso como racismo no verdadeio conceito do termo, mas se tão somente rivalidade levada ao extremo e dela a má educação, falta de respeito, facilidade e impunidade com que ainda se continua a atingir os outros, sejam eles jogadores, árbitros, dirigentes ou adeptos. Esta cultura de ofensa gratuita já é assimilada na própria rivalidade entre grandes clubes e a questão do racismo acaba mesmo por ser menor, até porque hoje em dia qualquer clube de futebol ou de outra modalidade tem tantos brancos como negros. Não é de todo por aí.

Se quisermos, esta cultura da ofensa já nos vem de pequeninos. Nos jogos distritais as provocações e ofensas, aos árbitros e jogadores e até aos adeptos forasteiros, porque geralmente em menor número, eram consideradas normais. Assim chamava-se tudo e mais alguma coisa: Termos como, filho da puta, corno, boi, monte de merda, cabrão, animal, paneleiro, etc, etc, eram o normal. E a coisa era a eito e as consequências eram em rigor nulas porque onde havia autoridades estas não queriam incómodos e os ofendidos raramente pediam a identificação dos ofensores. 

Por conseguinte, chama-se preto ou  macaco a um negro não por uma especificidade racista de fundo mas no geral apenas ofensiva. Ora quem ofende gratuitamente fá-lo nos termos que considera serem mais duros e incisivos para os ofendidos. 

Em resumo, eu próprio me considero anti-racista mas entendo que há nesta classificação muito exagero porque o que de facto está em causa é um mal muito mais amplo e generalizado que, como disse, é de má educação, fundamentalismo no conceito de adversário e rival e em muito pelo tal sentimento de impunidade porque, sobretudo nas bancadas de um jogo de futebol, quem ofende sente-se anónimo e protegido entre uma multidão composta pelos da sua facção. Quem é que como adepto não é ofendido no meio da claque adversária? Experimente um portista ir equipado com as cores do seu clube para o meio da claque dos "No Name Boys" ou um adepto benfiquista ir equipado de encarnado para dentro da claque dos "Super Dragões". Serão ambos respeitados na sua diferença? Tretas! No extremo poderão ir para o hospital. Se o adepto em questão  for negro no meio de brancos será racismo? E se for branco entre maioria de brancos será o quê? 

Assim sendo, ou não, vamos andando nisto e casos como este em Espanha é apenas mais um, como já foi em Portugal, na Itália, França, Inglaterra ou em qualquer país ou sítio onde haja adeptos em jogos de futebol e mesmo de outras modalidades.

E não pensem que estes maus exemplos acontecem a um nível profissional e mediatizado, mas até mesmo em jogos distritais e amadores e já nas camadas mais jovens. Insultos entre adeptos, pais e treinadores, são coisa comum.

Podemos ter irradiado ou controlado a violência física nos estádios, chamada de hooliganismo, mas a violência verbal ainda continua bastante activa, nomeadamente no meio de algumas claques. É pois necessário combater a violência como um todo e a verbal é igualmente condenável.

Mas lá vamos batendo na tecla do racismo porque dá jeito a algumas agendas.

23 de maio de 2023

Memória selectiva ou falta dela

À recente intervenção do ex-primeiro ministro e presidente da república, Cavaco Silva (por quem não nutro especial simpatia quanto ao estilo político), em que tece duras críticas ao actual governo de António Costa, alguns membros do Partido Socialista vieram a terreiro considerar essa posição como uma postura anti-democrática. O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que de brilhante apenas tem o apelido, acusou o ex- chefe de estado de utilizar uma “linguagem ofensiva e antidemocrática” nas declarações que fez sobre o Governo e o PS.

Acontece que a classe política, e calha a todos, tem nestas coisas uma memória selectiva e esquece-se que há sempre o verso da medalha e que até um velho single de vinil tem sempre o lado B.

Assim, veja-se que num relativamente passado recente, há coisa de uma dúzia de anos, em 2012, o Partido Socialista veio a público e numa carta aberta subscrita pelo então ex-presidente da república Dr. Mários Soares, desancar nas políticas do Governo PSD-CDS e pedir a demissão do primeiro ministro Dr. Pedro Passos Coelho. Veja-se de seguida a transcrição da notícia para perceber a tal falta de memória ou memória selectiva do PS ou mesmo falta de vergonha para agora virem fazer papel de moralistas e de virgens ofendidas como se o direito à crítica política seja coisa para meninos de coro.

- Da imprensa em 2012:

Um conjunto de 70 personalidades entregou em São Bento uma carta aberta em que é pedida a demissão do Governo, segundo apurou a Antena1. O documento, cujo primeiro subscritor é o antigo Presidente da República Mário Soares, acusa o primeiro-ministro de encaminhar o país para o abismo.

Outros subscritores da carta são deputados do PS e do Bloco de Esquerda, mas também figuras de outros quadrantes da sociedade portuguesa, como é o caso do escritor Valter Hugo Mãe. Este documento foi entregue em São Bento, com o conhecimento do Presidente da República.

A missiva considera que “o crescente clamor que contra o Governo se ergue como uma exigência para que o primeiro-ministro altere urgentemente as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, por interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses a mais graves e imprevisíveis consequências”.

Em resumo: Onde é que ficamos? O que diz a isto o fosco Brilhante? 

18 de maio de 2023

Andar às notas e aos galambuzinos

Eu bem sei que a maioria da malta ontem preferiu assistir na TVI à segunda-mão da meia final da Liga dos Campeões em futebol, um jogo entre o Manchester City e o Real Madrid. Todavia, como nestas coisas tenho uma costela masoquista, passei a maior parte dessa hora e meia a assistir à CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP, onde era inquirida a chefe de gabinete do ministro das Infra-Estruturas, Dr.ª Eugénia Cabaço. No jogo anterior tinha sido ouvido na mesma Comissão o Dr. Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro, figura central na novela mexicana a que temos vindo a assistir, o tal que depois de exonerado terá tentado levar o computador das instalações do ministério contra as directrizes do pessoal presente incluindo a tal Dr.ª Eugénia, certamente boa pessoa e que até tem o nome da minha mãe.

Em resumo, do resumo do que vi e ouvi da parte destes dois intervenientes bem como do que já amplamente foi focado pela imprensa nas últimas semanas, é ponto assente que esta CPI é definitivamente uma telenovela mas igualmente uma espécie de Liga dos Campeões do descrédito da classe política e depois das meias-finais, hoje lá por volta das cinco da tarde terá início a grande final com a audição do ministro Galambuzinos das Infra-Estruturas. Ainda há-de ser chamado o ex-ministro Pedro Nuno Santos, mas esse, como já deu de fresques, já pouco terá a dizer que não se saiba.

É ainda uma certeza que no meio desta grande trapalhada alguém está a mentir ou, simpaticamente, a dizer meias-verdades. E mesmo sem qualquer apreciação clubista, parece-me que independentemente de quem tenha mais razão e capacidade de drible, ficam todos muito mal na fotografia. E são muitos, desde o pessoal da TAP até à malta das Infra-Estruturas e até mesmo do SIS, este serviço já com tiques de autoritarismo como se estivéssemos na Rússia ou China.

No meio desta açorda, o país cansa-se desta baixa qualidade de quem vai a jogo, exercendo cargos de governação ou da esfera do Estado. O presidente Marcelo, que por vezes fala mais que um papagio, teve razão na apreciação ao assunto do Galamba e companhia, mas o primeiro ministro não lhe fez a vontade e manteve no cargo um político medíocre e infectado com toda esta questão. Como bem disse um comentarista, João Galamba não passa de um cadáver político. Mesmo que na audição de logo não lhe façam definitivamente o enterro, nunca terá grandes condições para o exercício do cargo.

Toda aquela estrutura está a precisar de uma desinfestação e já agora, muita estruturação pois ficamos a saber que todos os documentos relevantes e importantes referentes à TAP estavam num único computador. Haverá por aí algumas tascas de comes-e-bebes bem mais organizadas informaticamente. 

Também achei curiosa a alegação da Dr.ª Eugénia Cabaço a dar ênfase aos documentos importantes e classificados e com informação priveligiada sobre a TAP, essa empresa "estratégica para todos os portugueses". Poupe-me, Dr.ª Eugénia e tire-me da lista dos portugueses interessados em meter milhões na TAP. Além disso, "documentos com informação relevante para a TAP"? Ui, ui! Podiam cair nas mãos da concorrência e estes ficavam a saber (como se não soubessem) os contornos de tão deficiente gestão ao longo das últimas décadas. O que é que dali podiam retirar? Lições e exemplos de como não se deve gerir uma transportadora aérea? Pode ser! Informações dessas se vendidas pelo "terrorista" Frederico aos concorrentes da TAP podiam valer milhões! 

Perante versões tão contraditórias a envolver um alegado furto, ameças de dois murros, agressões, agarranço de mochila, barramento de portas, 4 chamada para o 112 e para as polícias e ainda refúgio nas casas de banho, como se o Frederico, até ali uma pessoa de confiança, fosse um terrorista fanático do Estado Islámico armado até aos dentes e disposto a mandar meia Lisboa pelos ares, tudo parece realmente deplorável e mesmo irreal. Até houve idas ao hospital porque isto de apanhar alegados murros é coisa de partir costelas e fracturar o cránio. Terão recebido pulseira laranja ou vermelha no serviço de urgências?

Eu não sei como há-de terminar este jogo porque um empate numa final tem que ir a prolongamento ou mesmo a penalties. Vamos lá a ver quem falhará menos e possa cantar vitória mas perante este triste espectáculo o mais certo é que não haja taça para ninguém. O melhor mesmo é à primeira oportunidade substituir a equipa toda, desde o treinador ao roupeiro e ao homem que fecha o balneário.

Vamos lá aguardar para ver o desfecho desta telenovela e da tal Comissão de Inquérito, que está visto que o Governo quer terminar quanto antes, antes que surjam novos episódios.

...Já agora, o Real Madrid, tão habituado a ganhar o caneco da coisa, levou uma valente cabazada!

15 de maio de 2023

Maus hábitos e piores comportamentos

Uma pessoa reles é sempre uma pessoa reles. Isto para não usar um eufemismo mais condizente com a terminologia vernácula popular. 

Assim, parece-me que alguém que deposita lixos na berma de um caminho ou num barroco, seja resíduos e entulhos de obras de construção, electrodomésticos, colchões, sofás, ou mesmo restos de limpeza florestal e de jardins, etc, não merece outra classificação. Podem até ser boas pessoas em muitas questões, estudadas e bem formadas e até estarem devidamente integradas na sociedade, como  se diz agora nos tribunais para amenizar comportamentos criminosos e reduzir as respectivas penas, mas em em rigor quando adoptam comportamentos destes, tanto mais que censuráveis nos tempos que correm, perdem muito daquilo que podem valer como cidadãos.

Infelizmente, estes maus comportamentos continuam a ter palco um pouco por todo o lado e basta um caminho que permita o acesso de um carro ou carrinha para que pela calada da noite, ou nem por isso e mesmo de forma descarada, se faça a descarga e tantas vezes de maneira que até seja difícil e remoção pelas entidades competentes.

É certo que os ecocentros são poucos e tantas vezes não passam de meras inutilidades porque no geral não garantem na totalidade os propósitos para os quais foram criados, mas mesmo assim não há necessidade destes atropelos porque bem ou mal vão existindo alternativas adequadas para dar sumiço ao lixo, nomeadamente quanto aos ditos "monos", havendo um serviço de recolha que pode ser solicitado. 

Um dos mais descarados atropelos ocorrre em pleno centro da freguesia num dos troços da Rua das Fogaceiras, entre Casaldaça e Gândara. Mas há mais, como na zona do campo de futebol e zona dos Corgos entre o lugar de Estôze e Azevedo. Até ali uma sanita se via, no que de algum modo é simbólico da coisa.

Em resumo, nesta questão de civismo e urbanidade ainda há um longo caminho a percorrer e das autoridades nem sempre se pode esperar grandes acções  de vigilância e intimação, porque as prioridades vão para o que dá nas vistas. Já os espaços mais escondidos, os caminhos menos utilizados, esses são pura e simplesmente abandonados na sua manutenção e limpeza, permitindo-se e facilitando estas atitudes de gente pequena.

Assim vamos andando!

9 de maio de 2023

Internet à fartazana - Paga, tuga!

Da imprensa:

"Estado gastou 7,9 milhões de euros com cartões SIM para ligação à internet, entre 2020 e 2021, que nunca chegaram a ser usados por alunos ou professores, segundo a auditoria do Tribunal de Contas".

- Paga, tuga!

4 de maio de 2023

Diário de Bordo - 04/05/2023

Meu querido diário: A nossa imprensa e os muitos comentadores da coisa política são unânimes a dizer que entre o primeiro-ministro e o presidente da república está aberta uma crise. Uns até lhe chamam mesmo de "guerra".

Dizem ainda que o António Costa brindou o país com uma telenovela fazendo concorrências às ditas. Que o tal de Galamba afinal só apresentou o pedido de demissão já depois de saber pelo seu chefe que não iria ser demitido. O António Costa não aceitou a demissão que havia combinado não aceitar e por isso a responsabilidade de ambos nessa  deplorável situação, como a classificou o Costa, vai morrer solteirinha. O presidente da república ficou amuado por Costa não lhe fazer a vontade e pelo governo continuar na "corda galamba" e o país ficar a apanhar galambuzinos". Irá reagir hoje, talvez a meio do telejornal. Se fosse o totobola jogava numa tripla.

Meu querido diário: Creio que, apesar de tudo, vou mais pela tese disto não passar de uma novela porque nesta altura do campeonato, com o mundo envolvido em guerras a sério, já não haverá quem forneça munições a S. Bento e a Belém. 

Por mim a coisa resolvia-se como na La Tomatina, essa festa espanhola de guerra de atirar tomates uns aos outros em Buñol - Valência. A coisa até sairia em conta pois parece que o tomate está até Outubro isento de IVA. Uma alternativa aos tomates, para esta luta em concreto, seria utilizar melões. Numa guerra de vegetais seriam uma espécie de mísseis hipersónicos.

2 de maio de 2023

Diário de Bordo - 02/05/2023

1 - Querido diário: - Muitos de nós achamos que por estes tempos a coisa já bateu no fundo do poço e do que vai acontecendo um pouco por todo o mundo já pouca coisa tem a capacidade de nos surpreender. Mas quando se espera isso, aparece sempre algo ou alguém a provar que afinal o poço não tem fundo e é possível continuar a escavar e a descer até às profundezas do núcleo da coisa.

Deste vez li que dois irmãos, espanhóis, um homem e uma mulher, vivem juntos como um normal casal, já têm filhos, dos quais são pais e tios simultaneamente e os filhos entre si são sobrinhos, irmãos e primos, ou seja, uma autêntica salsada de uma relação incestuosa.

Apesar disso e dessa anormalidade, mesmo que em Espanha o incesto já não seja crime (porque, querido diário, é um país desenvolvido e prá-frentex) o casalinho ainda vem a público a reclamar a mudança da lei, ou seja lá o que isso for, para poderem casar legalmente. Com jeitinho e dentro desta açorda, pode vir a seguir a possibilidade legal de um pai casar com a filha, o filho com a mãe, e por aí fora, até um deles poder casar com o cão, com o gato ou com o porco ou boi do vizinho, salvo seja!.

Para além de tudo, surprende, ou talvez não, que a imprensa dê cobertura a esta anormalidade. Se a coisa vai arder porque acende, então a coisa vende!

- Com tudo isto, à falta de paciência, apetece gritar: - Carregem nos botões vermelhos, ou abram-se as comportas do céu para um novo dilúvio!

2 - Continua a saga da TAP e dos artistas nela envolvidos. Da comédia ao drama, não falta ali enredo para novelas, sejam elas brasileiras ou mexicanas. Com esta qualidade de argumentistas Portugal pode muito bem ser um fornecedor de enredos para este tipo de entretenimento. Podemos até sugerir alguns títulos: - "Galamba Jones e o portátil secreto";  "O Bom, o Mau e o Galamba"; "Galamba no País das Taparilhas"; "O Costa do Castelo de Cartas".

3 - O F.C. do Porto continua a defender com unhas e dentes o notável primeiro lugar no número de penalties a seu favor. Nesta semana foi mais um decisivo. Assim, com esta garantia de galinha de ovos de ouro e com o Benfica a não se aguentar nas canetas, está à vista o próximo campeão!

4 - Terminou o prazo para a realização das limpezas florestais. Com o BUPI em velocidade cruzeiro, já há uma interessante lista de proprietários identificados e identificáveis pelo que pode começar a caça à multa! E alguns, pela total disciplicência e laxismo, como quem diz "caguei p´rá cena!" merecem! Bendito BUPI que nos ajudas a identificar os incumpridores! Amém!

5 - Por cá, continuam a ser substituidos postes da rede eléctrica que aos poucos têm sido abalroados por adeptos do "Velocidade Furiosa" na Rua Nossa Senhora de Fátima, adorada pelos aceleras. Ficamos à espera do próximo.

6 - A Rua de Trás-os-Lagos continua a aguardar a  repavimentação. Está a amadurecer e a compactar à custa dos amortecedores de quem nela circula!  Há duas semanas o meu carrito foi à inspecção e teve que levar dois amortecedores. O imposto de circulação do meu carrito vai ser pago este mês. Deve dar para tapar um buraco. Com sorte, lá para o Verão!

7 - Eu que não sou fiscal municipal, tenho observado que pelas redondezas têm sido feitas construções em terrenos classificados como Espaço Florestal, Reserva Agrícola e Reserva Ecológica. Apesar disso, dessas ilegalidades, convenhamos que são amendoins quando comparados com a A32 que passou literalmente por cima de todas essas bonitas classificações do nosso território. Nesta questão como noutras, e como diz a cantiga, "ou há moralidade ou comem todos".

30 de abril de 2023

Obrigações sem deveres

 



Para quem edifica, quando a operação urbanística é um loteamento ou com impacto semelhante a loteamento, os promotores têm que cumprir parâmetros regulamentares e legislativos quanto a cedências obrigatórias para o espaço público. Assim, tem que ceder espaço para alargamento das ruas, para passeios de peões e ainda para estacionamento, jardins e zonas para equipamentos. Tal está definido pela Portaria n.º 216-B/2008 de 3 de Março.

Em certas situações, quando não há possibilidade de garantir certas cedências, os operadores têm que pagar elevadas taxas de compensação aos municípios. E tantas vezes paga-se um, dois ou três lugares de estacionamento em frente da nossa porta para depois qualquer um ali estacionar.

Apesar de tudo, apesar de cumprimento dessas normas regulamentares e de por uma ou outra forma os proprietários ou promotores cumprirem o estipulado, o certo é que depois de cedidas essas áreas ao domínio público, é que "a porca torce o rabo", porque invariavelmente as entidades que têm a obrigações de gerirem e cuidarem desses espaços públicos na maior parte dos casos demitem-se dessas responsabilidades. Logo o que não falta por aí, nomeadamente no nosso município, são espaços públicos desmazelados e deteriorados, jardins transformados em selvas e passeios rebentados, a merecerem requalificação, mas que na maior parte dos casos mantêm-se sem qualquer acção de conservação ou requalificação, constituindo, em tantos, até um perigo objectivo para quem neles circula. E se olharmos para a coisa sob um ponto de vista de acessibilidades, então é melhor nem perder tempo porque as ratoeiras e obstáculos são mais que muitos.

É o que é! Temos uma cultura e normas regulamentares e legislativas que até são rígidas no aspecto de exigências e cumprimento de obrigações aos contribuintes e promotores, mas, infelizmente,  já quanto aos deveres de cuidar da coisa pública, por parte do próprio Estado e das Autarquias, é uma miserável desgraça.

13 de abril de 2023

A tomada de Ceuta e o Sr. Silva


Sejamos claros: Lula da Silva é tão presidente do Brasil como o é um político condenado em três estâncias judiciais do seu pais, por corrupção e cuja liberdade só se deveu a uma (como se diz?) especificidade técnica do Supremo Tribunal de Justiça. Além de uma ou outra absolvições, há ainda processos suspensos, outros arquivados e alguns prescritos contra o antigo dirigente do PT - Partido Trabalhista. Estão em causa crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à justiça, tráfico de influência, organização criminosa. Ou seja, o Sr. Inácio Silva tem todos os ares e lastro de um corrupto e como tal está acusado, com a agravante de que mesmo nessa condição está de novo a governar os brasileiros.

Apesar disso, a nossa esquerda tem por este velhinho com ares de pai-natal enfrascado um devoção ideológica inolvidável, tão grande na justa medida contrária à que nutria pelo ex presidente, outro bronco, o Bolsonaro. O Brasil, para além doutra meia dúzia de jaquinzinhos mais ou menos da mesma laia, não teve grande opção de escolha e por isso entre um acusado de corrupção e um bronco extremista optou pelo primeiro, mesmo que com um resultado que vincou ainda mais a divisão da sociedade brasileira.

Espanta, pois, ou talvez não, que neste nosso Portugal a classe política que nos governa com uma estável maioria que se vai divertindo com novelas mexicanas como a da TAP, tenha tido a tão nobre ideia de convidar o Sr. Silva a discursar na sessão solene do 25 de Abril, envolto em cravos vermelhos. Fosse vivo, seria justo que em igualdade de direitos e de não discriminação, Salazar também fosse convidado a enaltecer a democracia, liberdade e justiça. Felizmente, alguns ainda tiveram o decoro de separar as águas, mesmo contra a ideia do nosso presidente, muito dado a dar a mão ao Governo.

Passem o sarcasmo e a ironia, de facto a nossa classe política não tem emenda e só vai andando ali pela larga gamela porque o nosso povo sempre foi e será de brandos costumes. Marquem novas e futuras eleições que lá estaremos todos a dar-lhes essa legitimidade, se possível com maioria, para o "fartar vilanagem" como se ali todos os dias fosse a tomada de Ceuta, investindo à "espadada" sobre cidadãos indefesos que apenas seguem o ritmo tranquilo do seu quotidiano.

Ontem como hoje, a bandidagem é sempre bandidagem e com as portas escancaradas da nossa Ceuta há sempre caravelas a abarrotar, a aportarem lá para os lados do Tejo.

12 de abril de 2023

Necessidade ou modo de vida?

Quem frequenta com regularidade os espaços comerciais da freguesia de Canedo, nomeadamente o Continente-Bom Dia, já terá reparado que anda por ali um indivíduo jovem, supostamente de nacionalidade romena ou marroquina, a pedir junto ao parque de estacionamento. De forma insistente e recorrente. Já o vi à porta do estabelecimento "Alvorada", também no Intermarchê, mas mais frequente no Continente. E isto já há mais de dois anos. Quando alguém o questiona e procura saber porque é que está ali naquela situação a pedir, utiliza vários argumentos, conforme a situação. Já foi um irmão entre 10, órfão, pai de filhos doentes, quando começou a guerra na Ucrânia era um pai que pedia para trazer a mulher e as filhas para Portugal, etc, etc. Pessoalmente já lhe ofereci trabalho de pedreiro ou trolha, porque todos os empreiteiros têm falta de mão-de-obra, mas naturalmente não mostrou interesse. Porque será?

Ainda nesta Sexta-Feira, feriado, estava novamente no Continente. Pois bem, espantem-se, ou não, no dia seguinte, no Sábado, estava junto à porta do Pingo Doce no centro de Arouca, novamente de mão estendida.

De facto não dá para perceber como é que estes indivídos, continuam durante anos neste esquema de incomodar as pessoas a pedirem de forma insistente e recorrente sem que, aparentemente, sejam incomodados pelas autoridades. Está em Portugal de forma legal? Tem passaporte e contrato de trabalho? Onde e com quem vive? É apoiado por que instituições? 

Não sei se as autoridades saberão responder e espanta este aparente estado de indiferença porque se percebe claramente que é um modo de vida parasita e oportunista, eventualmente parte de uma rede e só assim se percebe que hoje em Canedo, amanhã em Arouca e depois, porventura em Castelo de Paiva ou outro qualquer local. Por isso, vai andando neste esquema de vida que deve ser rentável.

Faz parte da nossa formação sermos caridosos e ajudarmos quem precisa, mas neste e noutros casos percebe-se que há ali apenas um modo de vida parasita de quem realmente não quer trabalhar. Veja-se que ainda há poucos dias, em Braga, alguns indivíduos marroquinos, alguns ilegais e outros em situação de precariedade, quando confrontados pelo segurança do espaço onde pediam,  ameaçaram-no com faca. Um dos "pedintes" terá sido detido e supostamente remetido à procedência. Supostamente, porque no entretanto não espantaria que por cá fique ainda a viver à custa dos contribuintes. 

Em resumo, tanto ou mais que por este tipo de situações, espanta principalmente a indiferença das autoridades de segurança e da Justiça, porque vê-se que as situações continuam por resolver e com elas gera-se naturalmente alguma insegurança para além do inconveniente das pessoas serem constantemente abordadas.

5 de abril de 2023

Ainda a TAP

Continua a paródia à volta da TAP. Na sequência da audição parlamentar no dia de ontem da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, esta não poupou críticas ao Governo PS, acusando-o de ter levado avante um "despedimento ilegal" e de a transformar em "bode expiatório".

Todas estas coisas, mais o que se vai sabendo, como uma certa reuniãozinha "secreta", realizada antes da audição parlamentar de Janeiro, entre a CEO da TAP e alguma malta do Governo, certamente para "limar" arestas e "condicionar" a francesa. Faz-me lembrar aqueles jantares da malta das direcções dos clubes distritais com os árbitros na véspera de jogos decisivos.

Para além de tudo, toda esta água suja vai desembocar à piscina dos milhões. É disso que se trata sempre que se fala da TAP, de milhões e milhões. Neste caso, a francesa não quer abrir mão do que diz ter direito, como um prémio de 3 milhões de euros pelo bom desempenho. Também eu queria, com a  diferença que ela acabará por receber mesmo, com mais ou menos processos judiciais, mais ou menos de "lavar de roupa suja". E parece-me bem, pois se uma certa senhora só porque foi arrumada de uma cadeira para outra, recebeu meio milhão...

Ó malta boa, isto já não vai lá com bom senso e senso comum porque há muito, precisamente desde que o Governo PS reverteu a privatização, que agora quer voltar a fazer, anda o país ali a enterrar milhares de milhões dos contribuintes sem qualquer decoro e em nome de não sei de quê de interesse estratégico nacional.

Como contribuinte que nunca pôs o cú num avião da TAP, e se quando o tiver que fazer terá que pagar, custa-me perceber que isto aconteça com o maior dos desplantes, mas as democracias são assim e o Putin já anda por demais ocupado a delinear a forma como vai rebentar com isto tudo. Bem vistas as coisas, porventura está na hora de um novo cataclismo bíblico que volte a fazer um "reset" nesta coisa dita humanidade..

3 de abril de 2023

Pau-de-marmeleiro, precisa-se!

 


Noutros tempos estas coisas resolviam-se com um pau-de-marmeleiro. Mas por agora o normal das notícias é os agentes da autoridades serem agredidos, e quando as notícias nos dão conta que Sindicato dos Profissionais de Policia queixou-se de "sentimento generalizado de impunidade" no que diz respeito às agressões a agentes, com o seu presidente a lamentar-se que não exista, ao nível da tutela, quem censure publicamente as agressões "que ocorrem diariamente". Tem potes de razão, mas que fazer? Derrubar o Governo, sendo que ainda há dias o nosso povo lhe deu a maioria? Portanto, a coisa está como a maioria quer que esteja. 

Neste laxismo e "dolce far niente", a foto com que ilustramos a nota é típica de quem vai considerando ser fixe sujar os lugares que são de todos, abandonando o lixo como troféus. Um dia destes, à falta de melhor, lá terá o povo que organizar umas milícias armadas com paus-de-marmeleiro e dar uma voltinha para confratermizar com "Beirão".

2 de abril de 2023

Por uns pagam os outros!

Admito que será consequência da idade, mas de facto já não tenho a mesma paciência para comprender e aceitar certas coisas, nomeadamente aquelas que em nome do entretenimento de uns,  fodem, complicam e estragam a vida de outros. No caso, as ditas provas amadoras desportivas realizadas em zonas a abranger estradas principais e que mesmo que com editais que nunca ninguém lê, de repente condicionam o trânsito e geram atrasos e incovenientes nas pessoas, que são apanhadas desprevenidas nessas interrupções, nessas ratoeiras.

Ainda hoje, pela hora do almoço, em Escariz, parece que a pretexto de uma qualquer provazeca de ciclismo o trânsito ficou condicionado e interrompido e relataram-me casos de esperas de mais de uma hora. Pela minha parte, fiquei parado na rotunda da nova ligação da variante Feira-Arouca mas lá me desenrasquei ao fim de 10 minutos porque ía para um local que não colidia com a tal dita prova, mas outros foderam-se ali a gramar a pastilha. Devia, no mínimo, haver livro de reclamações para estas situações, e lugar a indemnizações, mas não há!

Quem paga estes  inconvenientes e atrasos, sobretudo a quantos comprometem compromissos de responsabilidade? Porque é que estas provas não se marcam para estradas secundárias locais que possam ter alternativas à circulação e não a abranger estradas de categoria nacional? Creio que é um abuso e um desrespeito para com as pessoas, para quem paga impostos e sobretudo imposto de circulação. Para dar lugar ao entretenimento de uns, fode-se a vida a outros. 

Assim não! Há limies!

31 de março de 2023

Jogo sujo

Assisti ontem, na RTP2, a um interessante documentário, "Hipermercados: A Queda do Império", do original "Mass-Market Retailing: The End of a System?".

Amazon, Walmart e outros gigantes da web estão a sufocar o mercado de distribuição usando algoritmos e reduzindo os seus funcionários. Qual é o futuro do mercado de massa?

Os poucos fornecedores que se atrevem a prestar declarações evocam um clima de ameaça permanente, métodos mafiosos, redes organizadas imaginadas por engenhosos advogados de grandes marcas.

Na França, o mundo agrícola está em crise assim como a indústria agro-alimentar. A Walmart viu um declínio nas vendas nos últimos anos, o Carrefour anuncia a perda de vários milhares de empregos. As mudanças nos padrões de consumo e a chegada de gigantes do e-commerce como a Amazon estão a abalar o domínio desses grandes grupos que antes eram considerados inabaláveis. Conseguirão os algoritmos da Amazon colocar as mãos na distribuição em massa, criando lojas onde as equipas serão reduzidas ao mínimo?

Para além da sinopse, acima, apresentada pela RTP2 ao documentário, percebeu-se melhor o que já toda a gente, pelo menos os que têm um palmo de testa, do que resulta da actividade de muitas cadeias de distribuição, nomeadamente num "jogo sujo" destas com os fornecedores e produtores, levando-os em última análise à falência ou então a pagarem eles uma substancial parte dos seus lucros e dos seus investimentos. O esquema deplorável e vergonhoso de alguns, nomeadamente da cadeia francesa "Carrefour", foi dissecado, bem como outros esquemas especulistas e monopolizadores a que raramente as autoridades conseguem chegar e intervir. E quando lá chegam as multas ou coimas estas são ridículas e assim se perpetua a velha máxima de que o crime compensa.

Para além de tudo, sendo certo que as gigantes da Web como a Amazon e a chinesa JD.com entraram a "matar" no mundo da distribuição nomeadamente do sector alimentar, e com isso estão a abalar os gigantes da distribuição europeus e americanos, em última análise serão sempre os consumidores os fantoches e como tal, com mais ou menos tecnologia no sector da distribuição e da produção, atendidos por máquinas e entregues os produtos por drones ou carrinhos sem piloto, seremos sempre o que esses gigantes quiserem que sejamos.

Por conseguinte e em rigor pouco ou nada conseguimos fazer e vamos andando nestes esquemas de especulação e numa dança constante de publicidade e marketing em que nos fazem crer que dão promoções vantajosas quando na realidade é um ciclo vicioso que mais não tem como propósito alcançar o filosófico perpétuo movimento.

A ver vamos, mas aconteçam as mudanças que acontecer, nós, os consumidores, dançaremos ao seu ritmo mesmo que não saibamos dançar nem gostemos da música. Ou isso ou abandonar o palco.

Já agora, como paradoxo, pode acontecer que ao rever o documentário na RTP Play o mesmo comece com publicidade ao Intermarchê, Continente ou Pingo Doce. Não se surpreenda.


[fonte da sinopse: RTP2]

30 de março de 2023

Mais um caso isolado...

Alguma  imprensa, no caso o jornal online "O Minho", noticiou que a PSP deteve em Lamaçães - Braga, no Domingo passado, dois jovens marroquinos depois de uma situação de queixas dos clientes de um supermercado local, em que estes eram pressionados para dar-lhes dinheiro, ao acederem ao parque de estacionamento. Já na véspera, no sábado, um vigilante do supermercado advertiu o grupo de três marroquinos que não poderia ter esse comportamento, mas acabaria por ser ameaçado, tendo-lhe alegadamente sido exibida uma arma branca, a fim de o intimidar.

A PSP apurou que os três marroquinos se encontravam hospedados no Hotel João Paulo II, no Sameiro, a expensas da Cáritas Arquidiocesana de Braga, recentemente, mas os dois detidos já estavam em Portugal, ambos ilegalmente, desde o ano de 2021.

Um dos detidos, por permanência ilegal em Portugal,terá sido conduzido para as instalações da Delegação Regional do Norte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), na cidade no Porto, com o fim de ser extraditado. Mas será que vai mesmo?

O outro marroquino, de 23 anos, continuará para já em Portugal, por aguardar a resposta ao pedido de legalização, estando a trabalhar numa unidade fabril, situada em Ruães, na freguesia de Mire de Tibães, nos arredores a oeste do concelho de Braga. Mesmo assim, apesar de supostamente trabalhar, acha que intimidar as pessoas a pagarem em parques de estacionamento, é um extra a ter em conta.

Ainda um terceiro suspeito, de 42 anos, não chegou a ser detido, uma vez que também espera decisão do pedido para se legalizar, na sede nacional do SEF, em Barcarena, tendo um passaporte, só que nunca foi carimbado. Ele há coias!

Em resumo, gente ilegal há vários anos e a viver à custa de entidades nacionais, mesmo assim têm estes comportamentos de "reconhecimento e agradecimento" para com as comunidades que os acolhem.

De resto, esta situação relacionada à sua actividade em parques de estacionamento acontece um pouco por todo o lado e mesmo por cá, no Continente na freguesia de Canedo, anda por lá há meses, ou mesmo anos, alguém com ares de marroquino com o mesmo esquema, aparentemente, pelo tempo que dura a coisa, sem preocupações por parte da dona do parque e das autoridades de segurança.

É o que é, e depois andamos todos a criticar os exageros do Chega e do Ventura por aproveitarem este tipo de situações.

É que, ao contrário do que nos querem fazer pensar os "politicamente correctos", isto não são apenas casos isolados. São casos concretos de abuso de uma situação ilegal e de alguma insegurança que no geral é ignorada pelas entidades e autoridades. 

É este laxismo e esta indiferença das autoridades que arreliam, porque mais graves que as situações em si, sejam, ou não, consideradas como casos isolados ou recorrentes.

29 de março de 2023

Os filhos da Putin

Andamos há mais de um ano, quase todos revoltados com a invasão e consequente guerra entre a Rússia e a Ucrânia e todos os dias ficamos chocados com as consequências, nomeadamente no que representam para os ucranianos e para a sua sociedade civil. Mas naturalmente também para os efeitos negativos para a própria Rússia, a invasora, desde logo pelos pais, esposas e filhos dos milhares de soldados que dizem já ter perdido a vida. Em consequência, mesmos os mais comedidos desejam que a esse filho da Putin lhe desse uma caganeira de tal ordem que o imobilizasse permanentemente em cima da sanita sem poder dar ordens aos seus, muitos, animais da guerra.

Infelizmente, prova-o a História, que os grandes déspotas e desiquilibrados, para além de lhes ser indiferente todo o sofrimento que provocam aos seus próprios povos e ao mundo em geral, são como os gatos e têm vidas longas. Raramente são condenados à posteriori e mesmo que o fossem poderiam viver 100 vidas que seria insuficiente para pagarem tamanha maldade.

Mas, ressalvadas as devidas distâncias, infelizmente a nossa sociedade, mesmo a dita ocidental e civilizada, anda cada vez mais preconceituosa e atada a uma vivência baseada em valores politicamente correctos que tresandam a ridículo e falta de bom senso. Como mero exemplo, atente-se no recente caso da reacção de alguns pais nos Estados Unidos com a mostra numa aula escolar da estátua de David, de autoria do reconhecido mestre da Renascença, Miguel Ângelo. A professora responsável pela ousadia de mostrar artem teve que se demitir. Coisa mais absurda e ridícula, tanto mais num país onde se vendem e compram armas como quem compra rebuçados na loja da esquina e onde têm uma cultura de cinema e televisão onde abundam a violência e pornografia. 

Serve este introdução para dizer que, apesar disso, o que não faltam por aí, por ali e por aqui, é gente indigna de ser classificada como tal. Autênticos filhos da Putin, pequenos ou grandes ditadores que vão andando na vida apenas para... (como é que hei-de escrever isto?)...para foder os outros! É isso! Apenas para foder os outros, como se a eles não devessem as elementares regras do respeito e civilidade.

Mas eu explico, com apenas dois exemplos: No lugar de Estôse, nesta nossa querida freguesia de Guisande, a Hortência herdou de seu pai umas pequenas leiras, em forma de meia-lua, na encosta do pinhal, com uma latada de videiras de vinho branco a toda a volta, constituída por esteios em betão armado. Infelizmente, porque as autoridades autárquicas, locais e municipais deixaram completamente de lado as responsabilidades de manter os velhos caminhos limpos,  livres e transitáveis, mesmo que para tractores, tornou-se quase impossível à Hortência poder chegar-se à beira das suas leiras para delas cuidar com regularidade. Assim, mesmo quando lá vai pelo final de Setembro ver se os castanheiros produziram castanhas, encontra muitos e grandes ouriços mas já sem as castanhas dentro a luzir,  porque, lá diz o velho ditado, quem mais perto está da fonte, mais vezes sacia a sede. Por isso, vizinhos ou passantes, encarregam-se, com tempo, da colheita como se deles fora o souto.

Face a esta dificuldade prática de acesso, passam-se meses sem que a Hortência por lá passe e naturalmente que as silvas vão tomando conta do espaço. Mas, seja como for, as leiras têm dono, são da Hortência, pelo que não são maninho. 

Ora por estes dias, a Hortência foi alertada por um vizinho das leiras para lá ir ver o que aconteceu: Foi e deparou-se com o trabalho de um qualquer filho da Putin, no caso um madeireiro, mau profissional, que abatendo os eucaliptos e carvalhos do prédio vizinho, do lado de cima, pela lei do menor esforço mandou algumas árvores para cima das leiras destruindo parte da latada, partindo esteios e arames e deixando o campo repleto de ramos de aucalipto e pinheiro.

Claro que a Hortência não foi tida nem achada para um prévio pedido de autorização, de desculpas ou mesmo algo a que cheirasse a uma  justa indemnização. Um filho-da-puta é sempre um filho-da-puta e por isso respeito e consideração pela propriedade dos outros é coisa que não preocupa a muitos. Acabado, mal, o trabalho, rabinho entre as pernas e deram de frosques os artistas. 

É claro que a Hortência, depois de algumas diligência chegou ao contacto e já falou com o proprietário do pinhal, em primeira análise o responsável directo. Ora este dizendo desconhecer o vendaval, comprometeu-se a passar no local para se inteirar e a pedir satisfações ao madeireiro, mas o mais certo é que este ainda se trave de razões e a coisa fique por ali. 

Bem pode a Hortência fazer queixa às autoridades e se ainda houver um pingo de respeito por parte da Justiça pela defesa da propriedade privada, a proprietária ou o madeireiro (depois que se entendam) hão-de pagar as cabras ao dono, como quem diz, no mínimo fazer a limpeza das leiras e repor a latada conforme estava antes de ser destruída. Mas isto de reclamar justiça, bem sabemos como é, porque formatada para ricos e jogos judiciais, pelo que é como diz o outro: "esperar sentado".

Dentro da mesma filosofia de filha-da-putice, por uma coincidência do caraças, um pouco a sul, à face do caminho que vai dar ás tais leiras da Hortência, na borda de um pinhal e mato, o dono terá mandado cortar o arvoredo a varrer, mandou revolver o terreno e fazer uma plantação de eucaliptos. Tudo bem e tudo legítimo não fosse, uma vez mais, a filha da putice de quem fez o trabalho, ter dado cabo de uns metros do caminho tornando-o intransitável, mesmo para um pequeno tractor, pois com a acção da maquinaria pesada ali ficaram uns enormes sulcos no caminho por regularizar, o que até teria sido fácil. Lá se deu o trabalho por concluido e repor o danificado, já fostes!

Dito e feito, em resumo, o que não faltam por aí é filhos da Putin ou mesmo, á letra, filhos-da-puta, sempre prontos a desrespeitar os outros. E tudo isso sem um assomo de vergonha ou peso na consciência. Portanto, mesmo que com guerras de outro calibre, não será tanto de surpreender que as coisas andem como andam, numa permanente falta de respeito, seja entre nações seja entre cidadãos.

É o que temos e as perspectivas de melhorias são reduzidas porque já há poucos ou nenhuns motivos para acreditar na bondade das pessoas.

Peço desculpa pela linguagem contudente, mas começa a faltar a paciência.

27 de março de 2023

Engolias a do David

O país do futebol está todo contentinho. A nossa selecção luso-brasileira lá despachou esses dois colossos do futebol europeu e mundial, o Liechtenstein e o Luxemburgo. Pena foi que a Islândia, que havia perdido por 3-0 com a Bósnia, aplicasse a chapa 7-0 à malta encravada entre a Suiça e Alemanha, ofuscando o nosso 4-0 caseiro.

Mas as coisas são como são, e com estas duas fantásticas vitórias sobre duas potências do desporto de pontapé na bola, podemos ter esperança de chegar à fase final. Entretanto temos que ter cuidados redobrados com as outras superpotências que integram o Grupo J mesmo que todas elas já com feridas de morte nas lutas entre si.

Por mim, fosse o tal de Martinez, tinha feito uma convocatória com malta dos distritais. Haveria de ser suficiente, digo eu!

No mundo das corridas de motas, outro desporto que excita muitos adeptos das duas rodas, um tal de Miguel Oliveira, parece que foi abalroado e teve que desistir. Uma decepção para os largos milhares que alheios a esta coisita chamada inflacção, rumaram de norte a sul para acompanhar a corrida no Algarve.

Boa segunda-feira e cuidado com aquele malta que tem horror a ver as minudências da estátua do David de Miguel Ângelo. Uma violência para a rapaziada do país onde se vendem armas com a mesma facilidade com que em Badajoz se compram caramelos e onde se fazem filmes onde a violência e pornografia se respiram como o ar fresco de uma manhã de primavera. Começo a perceber o filho da Putin: isto para ir ao sítio já só mesmo com um Armagedon.

24 de março de 2023

Abrir, tapar, voltar a abrir e voltar a tapar

Aqui em Guisande, a Rua de Trás-os-Lagos, no troço da Rua da Zona Desportiva até à Rua Nossa Senhora de Fátima tem estado em obras de instalação de redes de saneamento e abastecimento de água, coisa que dura há semanas e durará. 

Estas obras já deveriam ter sido realizadas aquando da instalação das respectivas redes públicas, aqui há uns anos, mas como a Indáqua só realiza obras onde vê interesse económico, deixando para trás ruas com poucas habitações mesmo que necessitadas dessas redes, a referida rua ficou sem tais infraestruturas.  Agora, porque parece que há necessidade de pavimentar a rua bem como a Rua da Zona Industrial (em estado reles), e como entretanto foram construídas algumas habitações, a coisa parece que foi considerada, faltando saber se à conta da Câmara se da Indáqua. Em última análise, não será nem de uma nem de outra entidades, mas dos contribuintes, porque nestas coisas ninguém faz nada de graça.

Seja como for, eu não sei se a forma de trabalhar e as normas técnicas recomendadas para a instalação de redes de águas e esgotos são as ali adoptadas, mas acho estranho que se tenha aberto a vala, colocado o ramal do saneamento, tapada e compactada a vala e posteriormente, uns dias depois, a mesma vala volta a ser reaberta, colocado o ramal da água e novamente tapada a vala. Será mesmo assim? A mesma vala precisa de ser aberta e tapada duas vezes? Ou será como aquela história de dois dedicados funcionários públicos a quem alguém estranhou que um abrisse uma cova e o outro a tapasse, assim sem mais nem menos. Interrogados sobre essa estranha forma de trabalhar, perguntaram-lhes porque assim precediam, ao que responderam que normalmente seriam três funcionários, em que um abria a cova, o segundo colocava lá uma árvore e o terceiro tapava a cova cobrindo assim as raízes da planta, mas como o funcionário que colocava as árvores na cova faltou nesse dia ao serviço eles estavam apenas a fazer o seu trabalho. Nem mais nem menos!

Que há coisas estranhas e difícies de compreender pelo senso comum, há!

22 de março de 2023

Comidos de cebolada


Por estes dias foi noticiado que a TAP, essa larga gamela onde todos os portugueses pagam a ração mas poucos dela comem, deu lucros!!!

Dizem que, depois de cinco anos a a dar prejuízos, registou em 2022 um resultado líquido de 65,5 milhões de euros.

Ao Governo importa fazer transmitir estas notícias, até porque está prestes a ser discutida (novamente) a privatização desse comedouro de dinheiros públicos e a maioria dos portugueses até será comida de cebolada, porque importa fazer passar o lado positivo da coisa mas faz-se de conta que é só isso. Lucro!

Como bem disse um certo analista, despediram-se 1600 trabalhadores, cortaram-se 95 milhões nos salários dos restantes e não se conta com os 118 milhões de euros de juros que a injeção de capital de 3.2 mil milhões custa todos os anos aos portugueses. Peanuts! Amendoins!

Perante estes números, estranho seria que a coisa não apresentasse algum lucro. É como alguém ir almoçar, pagarem-lhe a refeição, a bebida e a sobremesa, olhar para o chão e achar uma moeda de 1 euro e e depois gabar-se que teve lucro.

Este regozijo da TAP, do Governo e dos seus correligionáios do partido, depois do revanchismo ao anterior Governo de Passos Coelho, em 2016, por fundamentalismo politico e ideológico ao reverter então a privatização, que agora, largos milhões depois, pretende levar para a frente, é no mínimo um insulto à inteligência dos portugueses. Lamentável!