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20 de novembro de 2023

31 de outubro de 2023

Manuel Rodrigues de Paiva e o Guisande F.C.


Quando uma instituição celebra aniversário é comum recordar pessoas que já partiram e que a ela estiveram ligadas e ajudaram à sua fundação ou crescimento. Por conseguinte o aniversário é um momento e pretexto para fazer elogios e enaltecer figuras.

Mesmo sabendo desse lugar comum, também entendo cá para mim que neste dia em que o clube da nossa terra celebra 44 de vida oficial, é justo que se recorde certas figuras, algumas que felizmente ainda são vivas e andam por cá e outros que já deixaram de percorrer este caminho terreno.

Assim, desde logo, e porque no acto fundador encabeçou e foi o primeiro subscritor da escritura pública do Guisande Futebol Clube, conforme o atesta o recorte publicado ao fundo, trago à memória a figura e o papel do Manuel Rodrigues de Paiva, que faleceu em 27 de Janeiro de 2021 e que à data da constituição do clube, em  31 de Outubro de 1979, tinha apenas 36 anos, completando 37 apenas no mês seguinte, no dia 20, pois nasceu em Novembro de 1942.

Manuel Rodrigues de Paiva, apesar de natural da freguesia de Romariz, foi uma figura com relevante intervenção cívica na freguesia de Guisande, tendo sido dirigente e presidente do Guisande F.C., sendo, como atrás referi, uma das figuras marcantes na fundação oficial do clube e da construção do Campo de Jogos "Oliveira e Santos". Foi secretário da Junta de Freguesia de Guisande, depois das eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 1979, e ainda, em diferentes mandatos, elemento da Assembleia de Freguesia de Guisande, em representação do PSD e também da FJI - Força Jovem Independente no mandato de 1989/1993.

Como qualquer um de nós, a começar por mim, tinha alguns defeitos ou feitios que por vezes eram obstáculos para quem com ele colaborava, já que tantas vezes com a sua vontade de fazer depressa e avançar nas decisões e nas obras tinha tendência de contornar as etapas e não ter em conta o papel e a importância de quem tinha ao lado, isto, claro, na parte da sua intervenção cívica, abstendo-me de considerações fora dessa esfera.

Mas na sua intervenção de cidadania em Guisande tinha de facto esse voluntarismo. Mas se é certo que por vezes arrepiava caminho de forma mais ou menos unilateral, também é verdade que noutras tantas vezes se assim não fosse as coisas, as vontades e as obras não avançavam, à espera, tantas vezes, de quem não decidia. E dessa forma, por si ou bem ajudado, e outros mais velhos saberão disso melhor que eu, certo é que contribuiu para se fazer muitas coisas, porventura grandes demais para a pequena dimensão da freguesia. O Manuel Paiva tinha essa matriz, de pensar de forma objectiva e sempre para a frente. Foi nesse espírito que no plano pessoal foi sempre um homem de comércio e negócios bem sucedido, tendo até ficado com o apelido de "Manel do Negócio" e logo bem cedo na nossa terra quando instalou a pequena "Casa Notícia", ali no Largo de Casaldaça, no que era um pequeno espaço de garagem de um automóvel. 

Por tudo isto, pela sua forma de fazer as coisas no que diz respeito à freguesia, tinha de muitos  o justo reconhecimento do seu valor mas também alguns que tinham um entendimento diferente e pouco apreciadores desse estilo muito individualizado. Disso poderá falar bem melhor e com conhecimento de causa quem com ele directamente trabalhou, sobretudo no que diz respeito ao Guisande Futebol Clube. Nesse plano, apesar de termos tido sempre uma boa relação pessoal e de consideração mútuas, não tive a oportunidade de com ele trabalhar. Mas não foi por acaso que teve o papel que teve na vida do clube e se há várias outras figuras que também deram contributos valiosos, dedicados e resilientes, ninguém de boa fé, e sobretudo com o filtro do tempo, pode negar ou apoucar o papel e importância que teve o Manuel Rodrigues de Paiva na vida do Guisande Futebol, Clube, sobretudo nesses anos que remetem para a fundação e para as obras do actual campo de jogos e da sua consolidação.

Deste modo, sem esquecer outras importantes figuras que tanto deram ao clube, como directores, sócios e atletas, parece-me justo trazer hoje e aqui à memória a figura do Manuel Rodrigues de Paiva.


Já agora e a propósito da data, relembro aqui os subscritores da escritura de fundação do Guisande F.C. em 31 de Outubro de 1979:

Assinaram Manuel Rodrigues de Paiva, Júlio César dos Santos Alves, José Pires de Almeida Saraiva, Elísio Elísio Alcino Ferreira dos Santos, António de Oliveira Bastos, José de Almeida Peixoto, Valdemar Ferreira de Pinho, Domingos da Conceição Lopes e Elísio Gomes da Mota.

Certamente que poderiam fazer parte do grupo de subscritores nesta escritura outras figuras importantes no clube, mas não constam apenas porque na data ou estariam ausentes ou impossibilitados por outros motivos. Isto para salientar que há nomes que tiveram igual ou maior importância na vontade e acto fundador do nosso clube mesmo que não constem no documento. De resto, dos que assinaram, até vejo ali um ou outro cujo papel ao serviço do clube terá sido meramente circunstancial e sem qualquer relevo na vida e obra do clube. Seja como for, constam do momento e do documento e a história por vezes também se faz destas circunstâncias mesmo que na prática tenham tido pouca relevância no fundamento.

Guisande Futebol Clube - 44 anos

 


Passam na data de hoje, 31 de Outubro de 2023, 44 anos sobre a data oficial da constituição do Guisande Futebol Clube como uma associação com finalidade desportiva, cultural e recreativa. De facto foi em 31 de Outubro de 1979 que foi celebrada a escritura pública da sua constituição. É certo que as raízes do clube são anteriores, pelo menos em 20 anos, mas, de forma oficial, é esta data que conta.

São assim 44 anos de vida embora com algumas paragens na sua actividade, altos e baixos, como é natural em qualquer organização. Felizmente, graças ao empenho e dedicação de um bom grupo de guisandenses, o clube está novamente a honrar os seus compromissos e com corpos gerentes constituídos e com  actividade desportiva, no caso na modalidade de futebol com atletas veteranos a competir na Liga Masters da AFA - Associação de Futebol de Aveiro e conta ainda com uma vertente dedicada às corridas a que corresponde o núcleo do Guisande Trail Running, que acaba de organizar a 1ª edição do Trail do Viso.

Parabéns ao clube enquanto entidade imaterial mas sobretudo aos seus dirigentes. 

Os tempos e contextos são muito diferentes daqueles em que levaram à fundação do clube, mas o seu papel agregador e identitário da nossa freguesia e comunidade ainda é deveras importante, tanto mais numa altura em que certos valores dessa mesma identidade e sentido de pertença têm seguido num processo de erosão. Há, pois, que "mudar o chip" e encontrar novas formas de renovar os fundamentos e objectivos mas manter sempre o espírito de clube e comunidade. Isso será uma forma de homenagear e valorizar quem aos longo deste quase meio século deu tempo e dedicação ao clube da sua terra. E foram muitos, em diferentes tempos. 

Eu proprio tenho orgulho, mesmo que de forma muito simples, em ter feito parte dessa história, não apenas como associado mas tembém como director e mesmo que no final do mandato tivesse que suportar do próprio bolso o prejuízo nas contas, de resto como todos os demais directores. Posso não ser um assíduo assistente dos eventos, que não sou, mas o interesse, o apoio e carinho pelo clube e por quem o corporiza, mantém-se como há 44 anos.

29 de outubro de 2023

Trail do Viso 2023

Conforme programado, decorreu neste Domingo de manhã, 29 de Outubro, o evento Trail do Viso, organizado pela equipa Guisande Trail Running. 

Felizmente o tempo no período da manhã manteve-se quase sem chuva o que terá contribuído para melhores condições do meio milhar de participantes na prova de trail (16 Km) bem como dos participantes na caminhada (8 km).


27 de outubro de 2023

Guisande F.C. Veteranos na Liga Masters da AFA


Depois de várias épocas a disputar o Campeonato da Associação de Atletas Veteranos Terras de Santa Maria, desde 2013, o Guisande F.C. Veteranos vai iniciar a Liga Masters sob a tutela da AFA - Associação de Futebol de Aveiro.

Depois de várias épocas desligado da estrutura do futebol no nosso distrito, o clube optou pela regularização da dívida que havia ficado pendente e assim retomar o regresso a competições oficiais. Segundo o presidente da Direcção do clube, Vitor Henriques, a honra do clube será restaurada e para além disso esta competição tem uma melhor organização, com equipas de melhor qualidade e dispõe de árbitros também melhor qualificados, no que será uma mais valia.

Esta Liga Masters também destinada a atletas veteranos engloba 13 clubes. Depois da apresentação da nossa equipa que aconteceu no Sábado passado, 14 de Outubro, contra a congénere do C.D. Feirense, o Guisande vai iniciar a competição já com um dérbi contra a formação do A.D.C. Lobão. Será já neste Sábado, 28 de Outubro, pelas 15:30 horas mo Estádio Oliveira e Santos em Guisande.

Votos de um bom jogo e uma boa época e que o clube continue com a boa dinâmica desportiva para além, da não menos importante, camaradagem.

De seguida as classificações finais das participações do clube na respectiva competição. Note-se que a competição da época 2019-2020 não se disputou devido à situação de pandemia e a época de 2020-2021 foi interrompida à 20.ª jornada,  tendo sido atribuído o título ao S.C. S. João de Ver.

Analisando as competições nos diferentes anos, desde que nelas participou a partir da época 2013-2014, constata-se que o Guisande F.C. Veteranos teve um desempenho francamente regular e positivo.

Época 2022_2023

Época 2021_2022

Época 2020_2021 - Interrompida à 20ª jornada

Época 2018-2019

Época 2017-2018

Época 2016-2017

Época 2015-2016


Época 2014-2015

Época 2013-2014


21 de outubro de 2023

Trail do Viso - Inscrições esgotadas

A organização do Trail do Viso comunicou que o limite imposto para  as inscrições foi atingido ainda antes do prazo concedido, tanto para a prova de trail (16 Km) como para a caminhada (8 Km), o que demonstra a boa aderência dos amantes deste tipo de provas.

Como anteriormente noticiado, será já no próximo Domingo, 29 de Outubro, no monte do Viso. O evento abre portas às 07:00 horas e até às 08:30 decorre o levantamento dos kits de participação. Depois pelas  09:00 horas será dada a partida para a prova de trail  e 15 minutos depois inicia a caminhada.

Parabéns à organização, à equipa do Guisande Trail Running, pelo esforço e preparação do evento.

14 de outubro de 2023

Trail do Viso - 29 de Outubro de 2023

Conforme já por aqui anteriormente divulgado, o Guisande F.C. e a sua secção de trail running, com o apoio do município e da Junta de Freguesia, vai organizar uma prova de trail e caminhada, designada de Trail do Viso - Guisande.

Será no dia 29 de Outubro de 2023, no Monte do Viso, na parte da manhã.

De acordo com a organização, é um evento desportivo com duas vertentes, um trail com cariz competitivo (16 quilómetros) e uma caminhada (8 quilómetros) com cariz recreativo, que permitirão aos participantes partir da capela do Viso em Guisande e percorrer vários locais da freguesia.

Neste trail e caminhada podem participar atletas individuais ou atletas inscritos em qualquer associação do país, organizações populares ou escolas cuja inscrição tem um custo, atenuado com a contrapartida de oferta dos chamados kits que no caso engloba  uma tshirt, caneta, bloco de notas, medalha, abastecimento, seguro, etc.

Em rigor é uma prova de atletismo na variante de corta-mato, a que modernamente se prefere designar de trail, já que normalmente integra alguns elementos ditos mais técnicos. 

Nestes moldes modernos será a primeira vez em Guisande, sendo que provas de atletismo já tiveram lugar na nossa freguesia, não sendo por isso novidades, então organizadas pelo Centro Cultural e Recreativo "O Despertar", sobretudo na década de 1980, tendo sido realizadas pelo menos uma dúzia de provas, algumas delas com localização precisamente no Monte do Viso e a envolver várias centenas de atletas.

Na actualidade este tipo de provas, onde se paga para participar, como é o caso, que dizem ser lucrativas, são bastante populares e concorridas e quase todas as freguesias as promovem. É, pois, positivo que a nossa freguesia também tenha a sua, pois é uma forma de mostrar as suas potencialidades de paisagem e percursos e de incentivo à prática do desporto nesta modalidade de corrida.

Os pormenores e inscrições (ainda até 25 deste mês de Outubro) podem ser consultados e realizadas no endereço traildoviso.com.


Nota à margem e esclarecimento posterior:

Já depois de publicado o artigo acima, alguém me confidenciou que alguns termos contidos no artigo acima não terão caído bem no seio do grupo organizador do evento, nomeadamente a referência ao lucro.

Antes de mais, e por consideração aos elementos do grupo, sobretudo dos que tenho como amigos e melhor me conhecem, lendo e relendo não encontro objectivamente nada que em consciência veja como negativo para quem quer que seja. Reconheço que, para o bem e para o mal, tenho um sentido crítico muito pessoal no que escrevo, que pode não ser do agrado de todos, porque todos têm direito a opinião contrária, mas procuro sempre nunca desconsiderar ou ofender as pessoas, sobretudo as que tenho em boa conta.

A referência ao lucro foi meramente generalista e só por si não é negativa, pois a qualquer evento organizado espera-se que dê lucro ou pelo menos não prejuízos. Por exemplo, da nossa Festa do Viso espera-se trabalha-se para que dê lucro. Ora no caso deste evento, sabemos perfeitamente, nem foi preciso dizê-lo, que eventuais lucros serão para apoiar as actividades do grupo. Por isso por uma causa fundamentada e daí nada de censurável. Não vejo como o que escrevi pudesse colocar isso em causa.

Além do mais, sabemos todos, e sei eu por experiência própria, que o nosso envolvimento nestas causas colectivas e de cidadania em rigor só dão perda de tempo e prejuízo pessoal e não raras as vezes até ficamos com a fama e sem o proveito. Por conseguinte, ali no grupo do Guisande Trail há muito trabalho e dedicação, tantas vezes invisível, que naturalmente ficam sem qulquer compensação para além da satisfação pessoal.

Por outro lado, mesmo que não tenha dado foco ao trabalho e dedicação de alguns que têm tido, sobretudo na preparação dos trilhos florestais, porque informado, reconheço esse esforço, mesmo que o não publicite, nem é essa a questão. Quando nos metemos em qualquer causa e organização é normal que a ela nos dediquemos, sobretudo quando é algo de que gostamos e sem esperar por publicidade. Ninguém se mete em trabalhos por causas que não aprecia.

Por outro ainda, as referências às antigas provas de atletismo na nossa freguesia foram apenas contextuais e são factuais e a sua referência não reduz nem apouca em nada o mérito, diferença e até originalidade da que agora se propõe realizar. Apenas foi escrita para vincar que isto de provas de corridas em Guisande não é de facto novidade. Houve-as no passado e com centenas de participantes. Claro que dos mais novos ninguém se recorda delas (porque essencialmente nas décadas de 70 e 80) e daí a minha referência para quem tenha este próximo evento como novidade na freguesia. Quem se melindra por isto ser lembrado? A história existe para ser recordada e não esquecida.

Assim, e apesar de em consciência não ter tido qualquer intenção de apoucar ou desconsiderar a prova e os organizadores, gente que tenho em consideração e mesmo alguns como amigos, não me custa pedir aqui desculpa por eventualmente ter dado azo a qualquer má interpretação ou mal entendidos.

Finalmente, mesmo que nela não participe, como nunca participei em nenhumas outras, apenas por não ter espírito competitivo e por um princípio pessoal de que não quero pagar para correr e caminhar, seja em que lado for, a não ser por uma causa social que entenda como justificada e superior, desejo naturalmente o êxito do evento e que seja bem participado e que pelos melhores motivos tenha continuidade no futuro. 

E sim, parabéns aos organizadores e organização!

29 de agosto de 2023

Trail do Viso Guisande - 2023

O Guisande F.C. e a sua secção de trail running, com o apoio do município e da Junta de Freguesia, vai organizar uma prova de trail e caminhada, designada de Trail do Viso - Guisande.

Será no dia 29 de Outubro de 2023, no Monte do Viso, na parte da manhã.

De acordo com a organização, é um evento desportivo com duas vertentes, um Trail com cariz competitivo e uma Caminhada com cariz recreativo que permitirá aos participantes partir da Capela do Viso em Guisande.

Neste Trail e Caminhada podem participar atletas individuais ou atletas inscritos em qualquer associação do país, organizações populares ou escolas.

Em rigor é uma prova de atletismo na variante de corta-mato, a que modernamente se prefere designar de trail. Nestes moldes modernos será a primeira vez em Guisande, sendo que provas de atletismo já tiveram lugar na nossa freguesia, não sendo por isso novidades, então organizadas pelo Centro Cultural e Recreativo "O Despertar", sobretudo na década de 1980 e 90, tendo sido realizados pelo menos uma dúzia de provas, algumas delas com localização precisamente no Monte do Viso.

Na actualidade este tipo de provas, onde se paga para participar, são bastante populares e concorridas e quase todas as freguesias as promovem. É, pois, importante que a nossa freguesia também tenha a sua, pois é uma forma de mostrar as suas potencialidades e de incentivo à prática do desporto nesta modalidade de corrida.

Os pormenores e inscrições podem ser consultados e realizadas no endereço traildoviso.com.

19 de abril de 2022

Guisande Futebol Clube - Reactivação

 



Depois de alguns anos com  o clube sem corpos gerentes e sem actividade, os elementos ligados aos Veteranos reuniram esforços e condições tidas como legais para reactivar o clube.

Assim, na noite de Sábado, 16 de Abril de 2022, em reunião efectuada no polo de Guisande da sede da Junta da União das Freguesias, e com os condicionalismos inerentes a um clube com vários anos sem actividade, por isso sem corpos sociais e sem sócios regulares pagantes, foram agora eleitos os novos dirigentes distribuídos pelos três diferentes órgãos sociais:

Direção:

Presidente: Victor Henriques 

Vice-presidentes: Domingos Ferreira, André Santos, Ricardo Lopes e Alcino Almeida

Mesa da Assembleia Geral:

Presidente: Alexandre Giro

Secretario: Dinis Rocha

Vogal: André Pinho

Conselho Fiscal:

Presidente: Pedro Santos

Secretário: Paulo Serralva

Vogal: Filipe Coelho


Está assim reactivado o clube e por conseguinte é mais uma associação da freguesia e da União. Vamos todos desejar que as coisas corram bem. Por conseguinte há que restabelecer o lastro de associados e ajudar dentro das possibilidades de cada um. 

Que o clube possa agora contribuir de forma mais positiva para a componente desportiva da freguesia e que consiga envolver, tanto na actividade como nos cargos directivos, pessoas das novas gerações. 
Há que honrar aqueles que desde os seus primeiros tempos deram muito do seu esforço e dedicação ao clube.

De acordo com informações do presidente da Direcção, Vitor Henriques, para já, para além da competição em vigor relacionada aos veteranos, a ideia do clube é promover outras actividades e competições desportivas como as relacionadas às corridas, em voga designadas como running trail, havendo já um grupo de atletas.

Considerando que as instalações do Parque de Jogos "Oliveira e Santos" pertencem à Junta, terá já sido acertado o projecto de instalação de relvado sintético a financiar pela Câmara Municipal e pela Junta da União. Ficam ainda previstas obras de requalificação, tanto das instalações como do acesso envolvente.

Também para justificar o investimento e a utilização plena do equipamento, existirá um protocolo de cooperação e cedência do estádio com a Associação Desportiva e Cultural de Lobão que assim ali realizará treinos e competições com os seus diferentes escalões de futebol.

1 de janeiro de 2022

31 de outubro de 2019

Guisande Futebol Clube - 40 anos


O Guisande Futebol Clube desde há alguns anos que está inactivo, sem corpos gerentes e sem qualquer actividade. Apesar disso, tem uma história e um passado que importa que não sejam esquecidos. 

Neste sentido, hoje, 31 de Outubro de 2019, o clube completa 40 anos sobre a sua fundação oficial, data em que foi outorgada a escritura pública.

É certo que as suas origens são mais antigas, pelo menos quase duas décadas, mas em termos oficiais e jurídicos, a data é 31 de Outubro de 1979.

Apesar do repto por aqui lançado com tempo para que se organizasse qualquer evento comemorativo nesta data, eventualmente um jantar de partilha de memórias e confraternização, nada se organizou e nada se fez. Por conseguinte, mesmo que lembrada a data, em rigor a coisa passou em branco. Não faltaria gente com legitimidade histórica para o fazer, nomeadamente antigos presidentes do clube e dirigentes ou mesmo jogadores. Assim não aconteceu. É pena, mas as coisas são como são, e reconheçamos que com o clube inactivo não sobra grande vontade. Da Junta de Freguesia estamos órfãos, pelo que dali, desconhecedores da história, identidade e cultura do clube e da terra, nada veio no sentido de congregar e organizar qualquer evento comemorativo.

Embora num contexto diferente, felizmente temos tido a equipa dos Veteranos Guisande F.C, que tem vindo a utilizar e a zelar pelas instalações do campo "Oliveira e Santos", bem como a dignificar as cores do clube. A organização do eventual evento comemorativo dos 40 anos do clube poderia com legitimidade ser assumida pelo grupo mas, com as razões que lhes são legítimas, entenderam não dever envolver-se, o que se respeita.

Assim, sendo, mesmo sem bolo, parabéns! e parabéns a todos quanto ao longo da sua vida, mesmo que em diferentes contextos, desde presidentes, dirigentes, atletas, sócios e adeptos, ajudaram a criar e a fazer crescer o clube da nossa terra.

7 de outubro de 2019

Guisande F.C. - A tremura dos 40



Como por aqui lembrei há algum tempo, o Guisande F.C., mesmo sem estar em actividade oficial e sem corpos dirigentes, mesmo na situação de devedor à Associação de Futebol de Aveiro, é um clube que tem uma história que, mesmo no contexto referido, importaria não esquecer mas antes reavivar.

Ora essa história, em termos oficiais, vai completar 40 anos no próximo dia 31 de Outubro de 2019, já que a sua oficialização jurídica aconteceu em 31 de Outubro de 1979.
Quarenta é um número redondo e por isso sempre mais propício a lembrança e a eventual comemoração. É certo que há sempre quem diga que o clube tem uma história com mais anos. Isso é verdade, como de resto é uma situação comum a muitos outros clubes, mas em termos oficiais e jurídicos o clube prepara-se para fazer 40 anos. Nem mais nem menos. Em termos oficiosos, podemos sempre argumentar que o clube tem mais 10, 15 ou 20 anos, mas em rigor não são conhecidos documentos ou elementos com uma data e a ela agregar algum acontecimento substancial que a determine como fundadora.

Quanto à eventual comemoração dos 40 anos oficiais, lancei o repto  no sentido de lembrar essa data e essa história, eventualmente num simples jantar convívio que reunisse ex-presidentes, dirigentes e associados, no que poderia ser um momento interessante de partilha e confraternização.
Infelizmente, mesmo depois de algumas diligências no apalpar do interesse junto de alguns, a ideia parece não ter despertado atenção nem motivação, o que de algum modo é compreensível face à situação de inactividade.

Assim sendo, e porque até ao momento ninguém demonstrou interesse, nomeadamente pessoas com peso na história do clube, como antigos presidentes e dirigentes que com essa legitimidade poderiam fomentar e organizar uma qualquer cerimónia, por mais informal que fosse, no sentido de dar ao aniversário a importância merecida, parece, pois, que a data vai passar em claro. Pelo menos fica aqui lembrada.

Num contexto de normalidade poderia ser a Junta de Freguesia a promover essa comemoração mas como nesse aspecto temos estado órfãos e reina o desinteresse de quem manda, não será por aí.
É, pois, com pena que se constata esta indiferença, esta falta de massa crítica e dinamizadora do que quer que seja, mas as coisas são como são.  Será a tremura (não ternura) dos quarenta? Será mais do que isso, como uma letargia geral?

Como bom exemplo contrário, o da dedicação e interesse na sua história, o nosso vizinho Caldas de S. Jorge S.C., clube oficial e ligeiramente mais novo que o Guisande F.C., prepara-se para no próximo dia 24 de Outubro comemorar o seu 39º aniversário, em jantar convívio marcada para o restaurante  "Angellus Eventos". Mesmo sem ser um número redondo, outra forma de encarar e preservar a história e, claro, com gente à altura.

14 de agosto de 2019

Nas riscas do tempo...


As feições, a pinta, da maior parte desta rapaziada equipada às riscas, não enganam. Alguns continuaram a "deitar corpo" e estão hoje mais altos, alguns mais barrigudos, outros mais carecas e grisalhos. Mas que se conste, todos por aí. Enfim, carregam o peso de quase 40 anos passados após esta fotografia datada de 1981, nos primeiros tempos no Campo da Barrosa, cenário deste "boneco". 

Esta equipa de rapaziada adolescente, treinada pelo Américo Santos, participava então num torneio de futebol juvenil de Verão, organizado pela malta do jornal "O Mês de Guisande", designado de "2º Torneio Emigrante 81", com o apoio do Guisande F.C.. A equipa apresentava-se por isso como Guisande F.C. Juvenil. Uns anitos mais tarde, esta ideia de um torneio juvenil  deu origem ao popular torneio "Guisandito".

Entre outros, para além do treinador e co-organizador Américo Santos, estão ali o Rui Giro, o Maximino Gonçalves (Minito), o Fernando Neves, o Vitor "Teixeira", o Pedro da Natália, o Orlando Santos, o Rui Costa, o Américo Silva (guarda-redes), o António Alves, o Domingos Sousa, o António do "Zarelhas", etc.

Veja-se abaixo a reportagem do evento, publicada na época no jovem jornal "O Mês de Guisande", na edição de Setembro de 1981.

O torneio que se prolongou pelo mês de Setembro, terminou no dia 4 de Outubro desse ano. A equipa vencedora foi o J.C.A.R. Romariz. O torneio foi disputado em sistema de "poule", jogando todas contra todas, mas com as duas primeiras a disputarem uma final na qual a equipa da casa defrontou a de Romariz, tendo a decisão sido resolvida por grandes penalidades já que no tempo regulamentar o resultado ficou empatado (1-1).

Assim a equipa do Guisande F.C. Juvenil apesar de favorita acabou na 2ª posição. Seguiram-se as equipas  do F.C. Azevedo, S. Jorge S.C. e Arcozelo (Caldas de S. Jorge).


10 de agosto de 2019

Guisande Futebol Clube - Campos de Jogos - 2


Retomando os apontamentos à volta dos campos de jogos no historial do Guisande F.C., no anterior artigo referimos que o Campo de Jogos "Oliveira e Santos" foi inaugurado  em 2 de Novembro de 1986. Todavia, as obras realizadas até àquela data foram as estritamente necessárias para as condições mínimas na altura exigidas. Por conseguinte, depois dessa importante data, o campo de jogos, tal como o conhecemos hoje, foi resultado de várias obras durante diversos mandatos e dinamizadas por diferentes corpos gerentes.

As obras iniciais não foram fáceis porque desde logo as verbas então existentes eram escassas, como na altura, em Julho de 1985 o então presidente da Direcção, Sr. Manuel Tavares, dava conta em entrevista concedida ao jornal "O Mês de Guisande". 

De facto nesse mês de Verão, as obras iniciaram-se com a terraplanagem do terreno, realizada pelo empreiteiro de Paços de Brandão, Sr. Firmino Gomes, cujos trabalhos custaram 350 contos, mas tendo sido interrompidos porque não havia mais dinheiro. Em concreto existia numa conta do Banco Espírito Santo a quantia de 200 contos transitada da anterior Comissão de Obras e angariada para o campo de jogos anteriormente previsto noutro local da freguesia, mas cujo negócio deu em "águas de bacalhau" ou mesmo como então disse Manuel Tavares "...já haviam existido duas oportunidades para se criar campos de futebol e como é sabido ambas deram em fiasco e de uma maneira esquisita".

Como fonte de receita para as restantes obras necessárias à mudança de casa, Manuel Tavares esperava o apoio e colaboração da população, emigrantes, Junta de Freguesia e ainda da Câmara Municipal com o fornecimento de material e seu transporte.
Apesar dos constrangimentos financeiros face às necessidades da obra, o presidente da Direcção do clube dizia que "...isto não é para parar mas sim para prosseguir a todo o gás".

Como curiosidade do que Manuel Tavares declarou na referida entrevista ao jornal "O Mês de Guisande", as ideias ou projectos para o novo campo de jogos, incluiriam uma pista de atletismo e balneários subterrâneos. Ainda uma bancada central.
Estas boas ideias, excepto a bancada central, nunca vieram a ser concretizadas. Obviamente que o homem sonha e a obra nasce, diz o poeta, mas sem dinheiro e recursos as coisas ficam apenas pelos sonhos. Foi o que aconteceu. Em todo o caso, o Campo de Jogos tal como existe é de qualidade significativa e obviamente que custou muito do esforço da freguesia no seu todo.

A par das dificuldades financeiras da época, surgiram problemas com os aspectos legais do terreno doado pelo Sr. Américo Pinto dos Santos e sua esposa Maria Angelina Oliveira Gomes. A Câmara Municipal ter-se-á comprometido a tratar da legalização predial, nomeadamente junto das Finanças e depois na Conservatória do Registo Predial, pelo que seria complicado avançar-se com obras sem a doação estar devidamente formalizada e o terreno no nome do clube. 

Assim, de modo a adiantar o andamento das obras, em declaração que a seguir transcrevemos, e que na altura foi publicada no jornal "O Mês de Guisande", os doadores passaram um documento no qual declaram pública e oficialmente que "...para os devidos e efeitos legais, oferecem ao Guisande Futebol Clube uma parcela de terreno , sita no lugar do Reguengo, freguesia de Guisande, concelho da Feira, com a área de 12 mil metros quadrados, destinado ao campo de futebol do clube acima citado, não podendo a colectividade dar outro uso que não seja para o fim destinado e acima mencionado".

Mais declararam que o clube assim poderia dar início às obras que fossem destinadas à construção do campo de futebol e que desde essa data seriam da responsabilidade do clube. Mais ainda, que oportunamente, logo que as Finanças indicassem o Nº da inscrição matricial, formalizariam a doação por escritura notarial.
Esperamos vir a ter a oportunidade de publicar por aqui a escritura de doação. Para já, o recorte da publicação no "MG" da referida declaração.


Como se vê, no contexto das histórias relacionadas aos campos de jogos do Guisande F.C., há vários apontamentos de interesse e que se não forem anotados obviamente que acabarão por caír no esquecimento da nossa memória colectiva.

Voltaremos ao assunto.

6 de agosto de 2019

Guisande F.C. - 40 anos



Tal como referimos aqui, nos apontamentos sobre o Guisande F.C., a sua fundação oficial, embora com raízes bem anteriores, aconteceu em 31 de Outubro de 1979,  data a que corresponde à outorga da escritura pública no 2º Cartório da Secretaria Notarial da Feira, com entrada a folhas 67 do livro nº 541-B.

Por sua vez, a constituição da associação que tomou o nome de Guizande Futebol Clube, foi publicada no Diário da República nº 296, III série, de 26 de Dezembro de 1979, mas creio que estamos todos de acordo que a data de referência corresponde à do primeiro acto oficial, precisamente 31 de Outubro de 1979. 

Neste contexto, fazendo contas que são simples e redondas, será já neste ano de 2019 que o clube completará 40 anos sobre a fundação oficial e como tal seria interessante, digo eu, que alguém com mais autoridade ou notoriedade no contexto da história do clube promovesse uma cerimónia, convívio ou jantar evocativo, que juntasse antigos dirigentes, atletas e sócios do clube. Não importará que seja algo com pompa ou circunstância mas apenas um momento de partilha, convívio e evocação da história do clube. 

De resto, estando este sem actividade oficial e sem corpos directivos, não se justificará algo muito cerimonioso. Mas a realizar-se terá um efeito simbólico importante, tanto mais numa altura em que se vão perdendo as referências pessoais e de entidades que deviam zelar pelo unidade e identidade sócio-culturais da freguesia.

Espero, de minha parte, que este repto encontre eco e que, ainda com tempo, se promova e organize qualquer evento a propósito e com a dignidade merecida.


31 de julho de 2019

Guisande Futebol Clube - Campos de Jogos - 1


Em anteriores apontamentos sobre alguns dos aspectos históricos e desportivos do Guisande Futebol Clube, já abordamos a questão dos campos de jogos que o clube teve como seus.
Mesmo que ainda sem elementos adicionais que melhor possam contribuir para documentar esta importante questão, procuremos, todavia, ao que foi escrito, acrescentar outros apontamentos, mesmo que repetindo alguns já anteriormente publicados.

Campo da Leira

Do que tenho memória, e há quem a tenha de forma mais precisa e mais recuada no tempo, e até mesmo experienciada, no caso de quem por essa altura jogava, o Guisande Futebol Clube realizava os  seus jogos caseiros num campo localizado no lugar da Leira, já próximo do lugar da Gândara, daí ter ficado conhecido como o "Campo da Leira", implantado à face da estrada que é hoje a Rua Nossa Senhora de Fátima.
O terreno era propriedade dos pais do Jorge da Silva Ferreira, por eles cedido a título de empréstimo e por isso num contexto provisório e precário.


Acima, vista aérea do local onde existiu nos anos 70 o campo de jogos da Leira. Como se perceberá, o antigo rectângulo de jogo ocupava espaço agora ocupado por algumas habitações.

Os pormenores relativos ao campo e às obras mínimas necessárias, como terraplanagem e construção de balizas e vedação do rectângulo de jogo, têm histórias e particularidades curiosas, de que alguns felizmente ainda se lembram, sobretudo o Sr. Valdemar Pinheiro, antigo atleta, massagista e dirigente do clube. Importa, recolher no papel ou em vídeo esses testemunhos que parecendo de somenos importância, são deveras interessantes até porque ajudam a compreender a dinâmica e envolvência daquele grupo de pessoas que por esses tempos  projectavam já a formação de um clube com a identidade guisandense.

Estávamos no início dos anos 70, eventualmente ainda no final dos anos 60, e ali o clube ainda sem estar constituído como tal, disputava com alguma regularidade jogos de carácter amistoso (por vezes pouco, diga-se), essencialmente contra equipas vizinhas, como o Lobão, o Romariz, o Pigeiros e outras mais. Obviamente, com as equipas das freguesias vizinhas a rivalidade era esperada e aumentada e que por esses tempos já arrastava multidões à Leira. Sempre que havia golo, o grito da assistência entusiasmada pelo mesmo, ecoava por toda a freguesia e chegava mesmo ao alto do Viso.

O campo, sendo já quase um luxo por esses tempos, obviamente que não tinha mais nada para além de um terreno mais ou menos plano e duas balizas que até chegaram a ser de madeira e ainda uma cerca também em barrotes de madeira. Por isso, os atletas equipavam-se e tomavam banho de forma muito improvisada numa ou noutra casa no lugar da Leira (como na casa do Coelho na Leira) ou  na Gândara (no que é hoje a Casa Neves). A água, quando a havia, era do poço e fria, fosse de Verão ou Inverno pelo que os duches eram debaixo da bica bombeada na hora. - Olha, foi golo do Guisande! - comentava-se.

O campo era de dimensões reduzidas e com pouco espaço para o público, sobretudo na central nascente, entre o campo e a estrada. Entre a baliza norte e os prédios vizinhos  havia pouco espaço pelo que sempre que a bola para lá era rematada "à Romariz" - chutão para o ar, sem qualquer nexo - , era um cabo dos trabalhos para a resgatar. Podia ser alguma má vontade do vizinho, mas temos que reconhecer que também era uma chatice constante e além do mais causava estragos na horta ou no jardim. É claro que tratou-se de remediar a coisa com uma rede alta colocada no topo norte mas mesmo assim por vezes lá surgia um remate desenquadrado não só com a baliza como com a rede e a bola lá seguia aterrando num pé de alface derrubando uma couve galega.

Apesar da precariedade deste campo, certo é que ali se disputaram grandes jogos, emotivos e com assistência de fazer inveja a muitos dos actuais jogos de campeonatos nacionais.
Em todo esse tempo que durou o Campo da Leira, foi-se cimentando a identidade do Guisande F.C. e dos vários jogadores que por ali passaram, sobretudo os da terra, alguns continuaram a aventura de jogadores do clube e mais tarde dirigentes. Foi, pois, uma etapa cheia de significado.

Campo da Barrosa

O campo de jogos na Leira durou alguns anos, quase até ao final da década de 70, mas mais tarde, já com o Guisande F.C. constituído como associação e devidamente federado na Associação de Futebol de Aveiro, aconteceu a mudança de casa e da Leira mudou-se para o lugar da Barrosa, num terreno também exíguo, localizado a nascente da casa do Sr. Raimundo Almeida e onde hoje se encontra implantado um pavilhão onde labora uma actividade de embalagens de cartão.

Uma vez mais era uma casa a título provisório. Segundo o testemunho de um dos presidentes da Direcção do clube desse tempo, a utilização do espaço estava sujeita ao pagamento de uma renda mensal, embora não tivesse memória para o valor que então era pago à proprietária, a S.ra Conceição, tia do Prof. Rodrigo Correia. Segundo o Sr. Valdemar Pinheiro, há a ideia de que o valor da renda mensal seria de 150 escudos.


Acima, vista do local onde existiu o Campo da Barrosa, à face sul da  actual Rua 25 de Abril. 
Ainda existente, um anexo que engloba parte ou mesmo a totalidade do que era então o balneário. Na platibanda da fachada existia um elemento decorativo com o emblema e a designação do clube.



Acima, vista parcial do campo da Barrosa, de sul para norte. Foto de meados dos anos 1980, praticamente nas vésperas de mudança para o então novo campo no Reguengo.


O Guisande F.C. oficialmente foi fundado em 31 de Outubro de 1979, data a que corresponde a outorga da escritura pública no 2º Cartório da Secretaria Notarial da Feira, com entrada a folhas 67 do livro nº 541-B. É certo que as suas origens ou raízes são bem anteriores, mas legal e oficialmente, apenas em 1979.
Por sua vez, a constituição da associação que tomou o nome de Guizande Futebol Clube, foi publicada no Diário da República nº 296, III série, de 26 de Dezembro de 1979, conforme o testemunha o extracto abaixo reproduzido.

Nota à margem: Importa lembrar que mesmo sem actividade formal há já algumas épocas, o clube está a poucos meses de celebrar 40 anos de fundação e seria bom que algo se fizesse em favor da efeméride. Fica o repto. Quiçá um encontro convívio entre ex-dirigentes, atletas e sócios. Porque recordar também é viver.



Por conseguinte, a entrada do clube nas competições oficiais da Associação de Futebol de Aveiro acontece logo no mesmo ano da fundação, concretamente na época desportiva de 1979/1980, tendo participado no Campeonato Distrital da 3ª Divisão - Zona Norte - da Associação de Futebol de Aveiro, com 24 atletas seniores inscritos. No final da competição de 24 jornadas o clube obteve um honroso 5º lugar. Era Presidente da Direcção o Sr. Manuel Rodrigues de Paiva.

Os jogos foram, pois, já disputados no novo Campo da Barrosa. Segundo memória do Sr. Valdemar Pinheiro, o primeiro jogo oficial ali disputado aconteceu com o Mocidade Desportiva Eirolense, uma equipa da zona de Aveiro, em que o Guisande F.C. venceu por 3-1.
Sobre este clube do Eirolense, diga-se que foi fundado um pouco antes do Guisande, precisamente em 15 de Outubro de 1976.

O Campo da Barrosa tinha dimensões mínimas, com reduzido espaço para a assistência, sobretudo nas laterais, mas tinha uns balneários, muito básicos, mas suficientes para a exigências desses tempos. As balizas ali instaladas vieram do Campo da Leira e mais tarde foram para o campo do Reguengo.


Acima o local onde existiu o Campo da Barrosa durante quase toda a década de 1980. No local ainda existe, como um anexo, o que era parte do balneário do clube. Muito básico, mas melhor que nada. Por muitos outros campos de jogos da vizinhança as condições não eram muito superiores.


Uma das boas equipas do Guisande F.C. que jogou no mítico Campo da Barrosa. Entre vários atletas, alguns da casa, como Joaquim Alves (Teixeira) e António Ribeiro.

Campo de Jogos "Oliveira e Santos"

O Guisande F.C. jogou, pois, no Campo da Barrosa uma grande parte da década de 80, antes de se mudar para o Campo de Jogos "Oliveira e Santos", no lugar do Reguengo, o que aconteceu após a inauguração deste em 2 de Novembro de 1986.

O acontecimento da inauguração foi notícia em jornais nacionais, como "O Comércio do Porto" e o jornal "O Jogo", entre outros, e também mereceu reportagem do jornal "O Mês de Guisande", na sua edição de Novembro de 1986.
A cerimónia, foi uma festa rija, com a presença de  autoridades locais, dirigentes, sócios e população em geral e dela fez parte o jogo inaugural com a equipa do Macieira de Sarnes, em jogo a contar para a 2ª jornada do Campeonato Distrital da 2ª Divisão, em que venceu por 1-0.
Recorde-se que o clube havia subido da 3ª para a 2ª Divisão na época de 1982/1983, depois de ter obtido o 3º lugar na classificação geral.

Quando se dá a inauguração  e mudança para o novo campo de jogos, era treinador da equipa o carismático Carlos Pedro. Do plantel constavam jogadores como Fonseca, Baptista, Ernesto, Pedro Moreira, Armindo Gomes, Azevedo, Vítor, João, Vivas, J. Augusto, Maximino e Américo Vendas, entre outros..

O presidente da Direcção do clube, o Sr. Manuel Rodrigues de Paiva declarou nessa ocasião que as obras teriam custado ao clube a verba de 7 mil contos, uma grande parte desse dinheiro angariado em peditório à população de Guisande e junto dos associados, para além dos apoios da Junta de Freguesia e Câmara Municipal, entre outras entidades e pessoas.

É claro que o campo de jogos nessa época não tinha as condições tais como as conhecemos hoje. Foi um trabalho continuado pelos anos seguintes, com obras e melhoramentos, tanto nos balneários como nas vedações, bancada e cobertura da bancada central. Todas as obras pelos anos seguintes couberam às várias direcções do clube bem como de modo especial à capacidade do saudoso Elísio Mota que soube congregar esforços e apoios que permitiram dotar o local com boas condições, muito acima das de vários clubes com maior pujança.

Até mesmo a equipa actual designada como Veteranos Guisande F.C., pese as dificuldades, tem conseguido tratar da manutenção das instalações e, tão importante como isso, dar vida ao espaço, disputando ali um campeonato de futebol de veteranos, mesmo que fora do âmbito da Associação de Futebol de Aveiro. No caso, faz parte da Associação de Atletas Veteranos de Terras de Santa Maria, no qual tem participado com mérito.




Acima, imagens de aspectos e localização do actual Campo de Jogos "Oliveira e Santos"

Os beneméritos:

Importa para a história do Guisande F.C. realçar que a construção deste campo de jogos no Reguengo só foi possível a partir da generosidade dos beneméritos Américo Pinto dos Santos e sua esposa Maria Angelina Oliveira Gomes (já falecidos), que doaram ao clube os terrenos chamados do "Albitre", necessários ao empreendimento e respectivos acessos envolventes. Daí a designação, Campo "Oliveira e Santos", numa junção de apelidos do casal de beneméritos.

Inicialmente o espaço até foi designado pomposamente de "Estádio Oliveira e Santos", mas  soava a ambição a mais, já que na realidade era nessa altura apenas um simples campo de futebol, ainda sem vedações, sem bancada e com um pequeno balneário. Nas condições actuais justificaria melhor o epíteto de estádio, mas isso é o menos importante. Estádio, Campo ou Parque de Jogos, vai dar ao mesmo e mais importante do que isso é o peso da história carregada e o que o clube representou e ainda representa. É certo que atravessa um período sem actividade, sem corpos gerentes e sem competições oficiais, para além da boa excepção referente à actividade da equipa de veteranos, mas pelo menos importa que a memória não morra e que se mantenha a esperança de que mais cedo ou mais tarde o clube possa ser reactivado, mesmo que num contexto de actividade diferente.

Infelizmente no contexto de poder local actual, a esperança não tem muito a que se agarrar, pois deixou de haver o "amor à terra e à camisola" e por agora as freguesias são geridas como um negócio, sem afectos e com pouco respeito pela memória, tradições e identidade de um passado colectivo. Podem dizer o contrário mas a realidade desmente-os.


Lápide em mármore colocada na frontaria da entrada do campo de jogos, em reconhecimento dos beneméritos.

Muito mais haverá a dizer, sobretudo em relação a este Campo de Jogos  "Oliveira e Santos", nomeadamente quanto às questões relacionadas com a angariação dos dinheiros, promoção e realização das obras. Ficará para próximos apontamentos.

Pelo meio, há interessantes histórias à volta de outros locais que estiveram na berlinda para serem  o campo de jogos do Guisande F.C., nomeadamente em Cimo de Vila na zona do Monte de Mó, junto ao limite com Louredo, em terrenos do Sr. Manuel Pereira e ainda em Linhares, em terrenos do Sr. Abel Correia Pinto, onde actualmente se implanta a fábrica da Utilbébé. Inicialmente este terreno foi prometido e disponibilizado pelo próprio Sr. Abel, e fizeram-se trabalhos de abate de árvores, limpeza e  desvio da mina de água ali existente, mas depois e à posteriori, alguns familiares do doador vieram exigir contrapartidas, nomeadamente na abertura de uma estrada a atravessar terrenos da família e face à esta situação inesperada e inicialmente não apresentada como condição, a hipótese do campo de futebol nesse local ficou sem efeito. Porventura interessou a alguns familiares o vender em vez de doar, como veio a acontecer. É compreensível mas pena que nem sempre à palavra dada se dê o valor.

Em resumo, por promessas que não passaram disso mesmo, ou porventura a oferta de chouriços na expectativa de se receber presuntos, a angariação de um terreno e construção do equipamento, deu umas voltas e com episódios algo caricatos e que hoje até nos fazem sorrir, mas que não se vieram a concretizar pelo que o destino acabou por conduzir à oferta efectiva do terreno por Américo Pinto dos Santos e esposa e assim, finalmente, se concretizou o Campo do Reguengo.

Voltaremos a este assunto com actualizações sempre que se justificarem.

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31 de outubro de 2018

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O Guisande Futebol Clube foi formalmente constituído como associação em 31 de Outubro de 1979, com o objectivo de promoção desportiva, cultural e recreativa. Em rigor hoje é o seu 39º aniversário e para o próximo ano será com conta redonda a representar quatro décadas. Todavia, este 39º aniversário é de algum modo emblemático mas triste porque em rigor o clube está inactivo desde há alguns anos, por isso sem actividade e sem corpos directivos. 

Felizmente, tem estado activa uma equipa designada de Veteranos Guisande F.C. que tem participado no campeonato da Associação de Atletas Veteranos de Terras de Santa Maria, uma organização fora do âmbito da Associação de Futebol de Aveiro, mas que de forma meritória tem reunido um bom conjunto de clubes da nossa região numa competição muito positiva sobre vários aspectos para além dos da própria competição. 
Embora de forma não oficial, reconhece-se esta equipa dos veteranos como a legítima representante do clube e que o tem dignificado com um lote de bons atletas e gente com paixão pelas suas cores e pelo seu passado. De resto, inicialmente houve a vontade e a intenção do grupo em regularizar a situação do clube, mas por impedimentos vários, desde logo os compromissos financeiros para com a Associação de Futebol de Aveiro (que se mantêm), tal não se concretizou. 
A equipa tem vindo a utilizar as instalação do Campo de Jogos Oliveira e Santos e tem assegurado a sua manutenção, no que é de louvar.

Neste contexto que, reconheça-se, não é o melhor, é sempre importante pelo menos lembrar as datas significativas, como o aniversário da fundação, porque fazendo-o lembramos o esforço e dedicação de muitas pessoas que ao longo dos tempos, mesmo antes da fundação, deram muito à história do clube. De algum modo, com esse propósito tenho procurado pelo menos trazer à memória alguns momentos e aspectos documentais ligados ao clube, como os que aqui tenho vindo a escrever.

Quanto ao futuro, é imprevisível porque para além da situação presente as expectativas não são de facto as melhores e o contexto de uma União de Freguesias centralizadora e sem sensibilidade para as questões identitárias, só veio piorar a situação mesmo quando em teoria seria para melhorar.
Para além disso, cada vez mais se nota um desligamento das pessoas aos actos de cidadania inerentes a uma sociedade e comunidade e poucos são os que pretendem investir o seu tempo e muitas vezes o seu dinheiro em dinâmicas associativas que na maior parte das vezes são desvalorizadas, desconsideradas e até mesmo criticadas, o que é duplamente penalizador para quem tem a ousadia de se integrar num qualquer grupo associativo a favor da comunidade. É que, infelizmente, em Guisande ainda há muitos que pouco ou nada fazem mas muito criticam. E pior do que isso, nem fazem nem deixam fazer e minam mesmo o trabalho, esforço e dedicação de quem se aplica. Mas, mesmo que eventualmente pintada com cores pessimistas, em grande medida é esta a nossa realidade e temos que saber viver com ela e esperar que das novas gerações surja a curto prazo um envolvimento e interesse pelas coisas da sua terra, o que, diga-se, não é muito expectável.