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4 de dezembro de 2023

Livros, tempo e vontade


Estou em falha para comigo e para com os meus leitores, na publicação do livro de apontamentos monográficos sobre a freguesia de Guisande, que havia perspectivado para a primeira metade deste ano que está quase a terminar. Razões? Várias, mas sobretudo por alguma preguiça, porque no essencial tenho quase todo o conteudo que quero incluir e mesmo em quantidade que daria para um segundo volume. O principal trabalho prende-se com a paginação e correcção ortográfica já que não tenho dinheiro que me permita dispensar esse serviço e pagá-lo à editora.

Por outro lado, e sabendo que até é possível uma candidatura ao programa de apoio cultural da Câmara Municipal, o mesmo ainda está bastante burocratizado e por isso desmotivante. Creio e  parece-me, que neste tipo de situação, publicação de livros, os mesmos poderiam ser apoiados já depois de publicados, mesmo que mediante uma análise qualificada ao seu eventual interesse cultural e importância. Mas isto é apenas uma opinião e de resto a minha vontade de publicar não dependerá de qualquer apoio monetário, prévio ou à posteriori. De resto assim foi com os meus dois livros já publicados em que não recebi um cêntimo que fosse da Câmara Municipal. Além do mais, foi manifestada a vontade de apoio o meu livro infantil com a aquisição de 50 exemplares para a rede pública da Biblioteca Municipal mas tal nunca se concretizou. Nem o espero, diga-se.

Posto isto, serve este apontamento para dizer, até porque o têm perguntado, que a intenção mantém-se mas para já sem data definida. Eventualmente para o próximo ano. A ver vamos se reúno vontade e tempo de finalizar a parte editorial, paginação, correcção, estudo de capa, etc porque no que toca a investimento e gastos terá que ser, naturalmente, à minha custa. Em todo o caso, ao dar mais algum tempo à coisa até permite-me amadurecer e melhorar um ou outro assunto a incluir no livro e há sempre coisas novas e interessantes a surgirem e que será importante incluir.

Para além deste livro de apontamentos monográficos, há ainda a vontade de publicar um segundo livro de poemas, pequenos contos e outros textos, que até poderá acontecer ser publicado antes. A ver vamos!

24 de novembro de 2023

José Rentes de Carvalho - O escritor português-holandês

No jornal da manhã de hoje na RTP 1 - Bom dia Portugal,  vi em rodapé uma qualquer notícia sobre José Rentes de Carvalho, mas foi tão rápida que para além do nome não cheguei a saber do que se tratava. Como não voltou a passar fiquei a pensar que falecera, o que não seria de espantar pois já conta com 93 anos.

Felizmente, descobriu-o logo depois, não foi esse o motivo - ainda pode esperar - mas sim o facto de lhe ter sido atribuído o prémio de Personalidade do Norte 2023 pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), sucedendo ao arquiteto Álvaro Siza Vieira, em 2021, e à pintora Graça Morais, em 2022. 

O prémio é essencialmente simbólico e que lhe dá direito a uma peça escultórica da autoria de Cristina Massena, arquiteta da Escola do Porto, que foi produzida pelo Done Lab da Universidade do Minho e da BOSCH, em Guimarães, com recurso a tecnologia de manufatura aditiva avançada e será entregue ao escritor pelo presidente da CCDR-N, António Cunha, durante o Fórum Competitividade Regional e Pós 2030: o Norte na União Europeia, que decorre hoje na Fábrica de Santo Thyrso, contando com a presença da Comissária Europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.

Apesar de tudo é mais um reconhecimento tardio deste fantástico escritor e mestre da língua portuguesa, que apesar da sua extensa e rica obra e da sua generosa idade é ainda um quase ilustre desconhecido na sua pátria. Por muitos motivos, mas também por parte da sua vida fazer dele também holandês onde se radicou, na cidade de Amestardão.

José Rentes de Carvalho é filho de pais transmontanos da aldeia de Estevais, em Mogadouro (distrito de Bragança), e neto de um avô sapateiro e de um avô guarda fiscal em Vila Nova de Gaia. Nasceu em 15 de Maio de 1930 em Vila Nova de Gaia. Frequentou o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, e prosseguiu os estudos em Viana do Castelo e Vila Real. Foi na Faculdade de Letras e na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que traçou o seu percurso académico, estudando Línguas Românicas e Direito. 

Abandonou o o país por motivos políticos durante a ditadura do Estado Novo, vivendo primeiramente no Brasil, onde trabalhou como jornalista nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo e posteriormente em Nova Iorque e Paris. O escritor acabou por se radicar nos Países Baixos em 1956, concretamente em Amesterdão, trabalhando na embaixada brasileira. Licenciou-se na Universidade de Amesterdão. Entre 1964 e 1988 foi professor universitário de Literatura Portuguesa e desde então tem-se dedicado exclusivamente à escrita e à colaboração em jornais e revistas literárias.

A sua extensa obra, dedicada à ficção, ensaio, crónica e diário, tem sido publicada em Portugal e nos Países Baixos, sendo recebida com reconhecimento pela crítica e pelos leitores, tendo alguns títulos alcançado o estatuto de 'best-seller'. José Rentes de Carvalho divide o seu tempo entre Amesterdão, nos Países Baixos, e Estevais, em Mogadouro -- metade do ano em cada lugar.

Atualmente, os seus livros são publicados pela editora Quetzal.

Tal como acontece em relação ao seu país, que praticamente o desconhece, pessoalmente também o descobri tardiamente mas já adquiri alguns dos seus livros, sobretudo crónicas e diários. Tem excelentes romances de que conheço extractos, que ainda contarei poder vir a ler embora não seja o meu género preferido, mas a qualidade da sua escrita merecem esse exercício de leitura. Ainda ontem encomendei mais dois títulos.

Já agora, a propósito da recente vitória eleitoral de Wilders, conotado à extrema-direita na Holanda, o escritor, profundamnete conhecedor desse pais e da sua sociedade, de forma sintomática, escreveu no seu blog:

A vitória eleitoral de Wilders explicada aos pequeninos:

Um cidadão holandês que se inscreve para poder alugar uma casa num bairro social terá, no melhor dos casos, de esperar 12 (doze) anos antes que a sua vez chegue.

Aos refugiados é quase de imediato fornecido alojamento, mobilado e equipado, e uma subvenção que a eles e à família permite viver confortavelmente.

22 de setembro de 2023

Novas leituras - J. Rentes de Carvalho

 


Chegou a tempo o "Tempo Contado", a  mais recente aquisição literária de J. Rentes de Carvalho, o transmontano mais holandês de Portugal. 

Na forma de diário, fragamentos de leitura muito profundos. Ainda há vários títulos do autor em lista de espera mas este é o terceiro cá na minha estante.

19 de agosto de 2023

Carlos Cruz - Apresentou livro com biografia de Justino Cruz

 


Decorreu na tarde de hoje a apresentação pública do livro de autoria de Carlos Cruzadas (Carlos Cruz), no qual traça a biografia de Justino Cruz, um ilustre filho da terra, de Labercos - Lomba - Gondomar, seu conterrâneo e parente. O biografado é emigrante de longa data na Alemanha, com uma forte ligação ao mundo da filatelia, ou seja, do coleccionismo de selos postais, sendo nessa área um reconhecido especialista, não só nesse país germânico mas também em Portugal,  tendo sido co-fundador do Clube Filatélico Português, em 1975, e seu presidente honorário desde 1995. Detém a medalha honorária da cidade de Estugarda - Alemanha.

Apesar de ilustre e reconhecido entre os seus pares, o autor, Carlos Cruz, considerou que era de justiça trazer esse reconhecimento exterior também para junto das suas humildes origens, ou seja na sua aldeia natal. Daí o livro e o registo biográfico.

Foi assim, num clima muito intimista e informal que decorreu a apresentação, enriquecida com leitura de poesia e momentos musicais. No final, depois das palavras de reconhecimento do biografado, que também se expressou em alemão para alguns dos presentes vindos da Alemanha, aconteceu o tradicional Porto de Honra e venda de exemplares do livro e sessão de autógrafos e dedicatórias por parte do homenageado.

Para mim foi prazeroso estar presente e, sem contar, tive o privilégio de ser convidado pelo Carlos a ler um poema. 

Mesmo que sem sermão encomendado e de forma muito espontânea, aproveitei o ensejo para deixar algumas palavras onde procurei enaltecer o momento e os intervenientes, o Carlos e o Justino, lembrando aos presentes o orgulho e importância que devem ter por esses filhos da terra. O Carlos, como disse, mesmo que já com mais anos de vivência na freguesia de Guisande do que na sua terra natal, nunca de desprendeu das origens, das raízes e cepa da árvore que o moldou naquilo que é na sua génese. Quando muito, foi um ramo transplantado para Guisande e dessa forma continua a dar frutos em dois terrões diferentes.

Por conseguinte, salientei que uma terra pode ter coisas bonitas mas vale essencialmente não por aquilo que é mas por aquilo que tem e nesta equação as pessoas e os seus valores são o mais importante. Resulta disso, mesmo que em funções e rumos de vida diferenciados, o Carlos e o Justino, ambos Cruz, representam o que de bom pode ter uma terra, os seus filhos, as suas árvores humanas. Uma comunidade deve, pois, cuidar das suas árvores para que delas resultem frutos comuns e partilhados. 

É certo que, infelizmente, estas coisas nem sempre são apreciadas pela generalidade das pessoas e tantas vezes mesmo por quem, pelas suas responsabilidades e deveres institucionais, deveriam olhar de forma positiva e valorativa e serem elas próprias os cultivadores destes momentos e guardiões desses testemunhos para a posteridade. Mas, apesar dessa insensibilidade, importa avançar, mesmo que remando contra algumas correntes e ventos adversos. Como um rio, interessa sempre chegar ao mar.

Parabéns, Carlos!|












8 de agosto de 2023

Carlos (Cruz) Cruzadas com novo livro

 

Está ainda a fumegar de quente, o novo livro de Carlos Cruzadas (Cruz). 

Depois do primeiro "filho" "Ao longo dos tempos", num registo mais intimista, com poesia e curtos textos de introspecção, desta vez o Carlos concretiza um livro dedicado à biografia de Justino da Silva Cruz, um seu familiar e conterrâneo da terra de nascença, ilustre e reconhecido filatelista entre os seus pares, que considera o autor ser de justiça trazer à luz do reconhecimento também junto das suas humildes origens.

Justino Cruz, é coleccionador de selos há mais de 50 anos, tendo sido co-fundador do Clube Filatélico Português, em 1975, e seu presidente honorário desde 1995. Detém a medalha honorária da cidade de Estugarda - Alemanha, onde é emigrante.

A apresentação está marcada para o lugar de Labercos, freguesia da Lomba - Gondomar, no próximo dia 19 de Agosto, pelas 16:00 horas.

Tem-me dito o Carlos que será porventura o seu último suspiro nestas coisas de publicar livros, mas creio que não, até porque há roseiras que ainda florescem pelo Natal. Ademais, seria uma pena e perda que tantas coisas com sentido ficassem órfãs de páginas impressas.

Quanto à filatelia, o coleccionismo de selos, é um tópico interessante, artístico, histórico e cultural. Pessoalmente é um assunto que também me agrada e de resto tenho centenas de selos de diversos temas. 

Não sou coleccionador, longe disso, muito menos especialista, como será o Justino Cruz,  mas fui juntando, comprando e guardando. É arte. É cultura.

24 de dezembro de 2022

O Natal nos meus livros de religião da escola primária

 






Entre o meu montão de livros, tenho os de religião da escola primária, das quatro classes. Em todos eles está presente o tema de Natal, com ilustrações alusivas, que acima publico. 
Abaixo as páginas e as capas do conjunto.
Espero que gostem da partilha e que com ela se revigore o espírito natalício desses bonitos tempos de infância e da escola primária.



23 de novembro de 2022

Marçal Grilo 2 - Um olhar sobre a Educação

Ainda mal comecei a leitura do anterior e já chegou o novo livro. Ainda fresco, acabado de saír da tipografia. Tem prefácio do Prof- Marcelo Rebelo de Sousa. 

"Eduardo Marçal Grilo, Professor e conhecedor profundo dos programas de ensino e políticas de educação adotadas em Portugal nas últimas décadas, apresenta neste livro uma análise lúcida e reveladora sobre a educação durante o Estado Novo e o seu duradouro legado.

Trata-se de uma visão sobre a educação durante o Estado Novo com distanciamento e sem constrangimentos políticos ou ideológicos. Numa análise lúcida e reveladora, percebemos que muitos dos problemas atuais da educação têm raízes no Estado Novo". «O autor demonstra por que razão a educação foi um dos flagrantes fatores de retardamento nacional, entre os anos 30 e 60, apesar dos esforços meritórios de alguns, visionários ou arrojados.»

21 de novembro de 2022

Marçal Grilo - 1


Tenho-o como uma das boas referências de ex-político e homem vertical. Comprado e chegado pronto a ler. 

Entretanto, lançou um outro livro "Salazar e a Educação no Estado Novo". 

Ainda está em fase final de pré-lançamento, mas talvez seja o próximo a adquiri, até porque, como justifica o autor: «Decidi escrever este livro por um conjunto de razões (…) mas sobretudo porque tenho hoje a ideia de que só conhecendo bem o passado se consegue perceber o tempo que vivemos e ter uma noção do que será possível perspetivar para o futuro.»

"Trata-se de uma visão sobre a educação durante o Estado Novo com distanciamento e sem constrangimentos políticos ou ideológicos. Numa análise lúcida e reveladora, percebemos que muitos dos problemas atuais da educação têm raízes no Estado Novo".

12 de abril de 2022

"Palavras floridas" - O meu primeiro livro

 


Recebi hoje os exemplares do meu primeiro livro que havia mandado imprimir. Tem o título de "Palavras floridas - Porque a poesia é Primavera". São quase 200 páginas com alguns simples poemas e alguns curtos contos e outros escritos.

Por ora não estará à venda, sendo essencialmente par oferecer a familiares, amigos e a alguém por quem tenha estima e que dê algum valor a estas coisas da escrita e poesia.

Sem desconsideração por tantos familiares e bons amigos, a quem entretanto pretendo ofertar, como disse, fiz questão que o primeiro exemplar do meu livro "Palavras Floridas" fosse oferecido ao Carlos Cruz (Cruzadas. 

Desde logo como retibuição da sua simpática oferta do seu também primeiro livro "Ao longo dos tempos", e porque também, sem querer, faz agora parte desta dupla de "loucos" dispostos a perder tempo e a gastar umas coroas com estas coisas de livros, tanto mais com uma "léria" chamada de poesia.

Como o refiro no livro, "...se duas andorinhas não fazem a Primavera, ajudarão certamente a que seja mais florida".

Posto isto, não espero muito, mas com a esperança de que um pardal  possa ver um dos seus como colorido.

Entretanto, estou a preparar o próximo, a sair, se não antes, daqui por um ano.

8 de abril de 2022

Livros escolares antigos - Colecção



Por variadíssimas razões, tenho um especial apreço e carinho por livros escolares, sobretudo pelos do ensino primário. Desde logo, num sentido geral, o gosto pelos livros, depois pelo facto de alguns deles terem sido para mim importantes no ensino das primeiras letras. Também um entusiasmo e afecto pelo lado artístico dos livros, tanto das ilustrações como do grafismo associado aos estilos dos diferentes tempos em que foram produzidos.

Desses livros escolares tenho especial atenção pelos referentes às décadas de 1960 e 1970, naturalmente por serem do período em que andei na escola primária e no ciclo preparatório, fui criança e adolescente. E ainda dentro desses muitos livros escolares, também comummente designados de manuais escolares, tenho preferência pelos livros de leitura, sendo que também me merecem atenção os de história, ciências geográfico-naturais e até mesmo de gramática, aritmética, etc.

Posto esta declaração de interesses, mesmo que a poucos interesse, sei que há quem tenha desses velhos manuais bons exemplares e mesmo excelentes colecções, tanto em número como em qualidade e estado dos exemplares, mas longe dessa importância, também tenho já uma vasta colecção e que abrage tanto as referidas décadas de 1960 e 1970 como outras, sobretudo anteriores.

De um modo geral, dos muitos títulos que foram sendo publicados e que se tornaram mais ou menos generalistas no país, alguns mesmo com carácter de livro único nacional, tenho seguramente uma grande parte e já não serão muitas as publicações a faltar. E se faltam, porque raras e por isso arredadas de alfarrabistas e de outros locais de vendas e leilões onde seja possível tentar a sua aquisição. Vou andando de olho mas pouco ou raramente nada aparece que já não tenha. Ainda por estes dias consegui juntar mais alguns exemplares à colecção.

Nestas coisas não temos certezas, até porque há sempre boas surpresas mesmo ao nosso lado, mas duvido que cá pela zona ou concelho alguém tenha uam colecção tão vasta como a minha quanto a antigos livros escolares do ensino primário. Creio que nem mesmo a Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, pois tendo lá alguns exemplares, a maior parte dos quais também tenho, todavia, pelo que é possível observar pela consulta online, tenho muita coisa que por ali não consta.

À falta de melhor destino, porventura no futuro terei que equacionar a doação à Biblioteca Municipal, naturalmente havendo interesse da instituição. É uma coisa a considerar, mas por ora ainda não.

4 de março de 2022

Ao longo dos tempos - Carlos Cruzadas


Sob o pseudónimo de Carlos Cruzadas, Carlos da Silva Cruz, um bom guisandense nascido em Labercos - Lomba - Gondomar,  tomou-se de coragem e em edição de autor fez publicar um livro de textos e poemas a que deu o título de "Ao longo dos tempos - Letras, palavras e frases cruzadas"

De algum modo, um registo autobiográfico em que nos diferentes poemas e textos exprime com sensibilidade o seu pensamento e visão sobre os lugares onde nasceu, cresceu e vive e, para além deles, da visão poética das coisas e  do mundo e do seu lugar nele.

Noutros tempos, falamos de poesia e do poema permanente que é nossa freguesia de Guisande e mesmo na partilha da figura que em certa medida me ajudou a cultivar, a de Miguel Torga. De resto, não estará esquecido quando aqui há já uns anitos fomos em peregrinação a S. Martinho de Anta conhecer um pouco daquele reino fantástico de que falava o transmontano.

Assim, aos livros que noutras alturas tive o privilégio dele receber, soma-se agora este muito particular e certamente mais significativo. 

Fico à espera do próximo livro do Carlos Cruzadas. Quanto ao meu, para breve, e um segundo, esse com outro contexto e menos pessoal, se não correr mal será para meados do próximo ano. De resto já está em fase final.

Parabéns ao Carlos e um bem-haja! Deixo como remate um bonito poema do nosso patrono das coisas da poética, Miguel Torga.


Prospecção

Não são pepitas de oiro que procuro.

Oiro dentro de mim, terra singela!

Busco apenas aquela

Universal riqueza

Do homem que revolve a solidão:

O tesoiro sagrado

De nenhuma certeza,

Soterrado

Por mil certezas de aluvião.

Cavo,

Lavo,

Peneiro,

Mas só quero a fortuna

De me encontrar.

Poeta antes dos versos

E sede antes da fonte.

Puro como um deserto.

Inteiramente nu e descoberto.


20 de novembro de 2021

Um valente monte de raspadinhas

 



Dois anos e meio, 82 números e 900 euros depois, está finalizada a colecção. "Príncipe Valente", um dos mais famosos e clássicos heróis da banda desenhada, de autoria de Hal Foster

Do ano de 1937 (início da saga) e 2018, 82 álbuns a cores que reúnem a totalidade da obra de Foster e seus discípulos que continuaram as aventuras do herói medieval desde que o seu criador por velhice e morte deixou de poder continuar. 

Novecentos euros! O que isto não daria em raspadinhas ! Mas cada tolo com a sua mania. Esta pelo menos na certeza de que valorizará no futuro.  A alguém há-de fazer proveito (ou talvez não). Que mais não seja, porque a vida não pode ser só raspadinhas e dinheiro no porquinho gordo. Há outras coisas que também alimentam.

3 de setembro de 2018

O meu catecismo da primeira classe

catecismo da primeira calsse v1 01
De todos os livros que marcaram a minha infância, e creio que a de muitos rapazes e raparigas da minha geração, os catecismos, a par dos livros da escola primária, ocupam um lugar especial na prateleira das nossas recordações, memórias e nostalgias.

Hoje trago à luz da memória o meu catecismo da primeira classe. Trata-se do primeiro volume de uma série chamada “Doutrina Cristã – Catecismo Nacional”, uma edição do Secretariado Nacional de Catequese, publicado durante os anos 50 e 60 e que serviu de base para o ensino da catequese ao nível de todo o país. Estes catecismos foram impressos na Litografia União Limitada, de Vila Nova de Gaia.

Este primeiro volume está profusa e excelentemente ilustrado pela mão da artista portuense Laura Costa, com o seu traço inconfundível, repleto de cor e pormenor. Cada ilustração, por si só, era uma lição e estou certo de que muitos recordarão o seu Catecismo apenas pela beleza das respectivas gravuras, muito bucólicas. De resto, Laura Costa notabilizou-se a ilustrar os populares contos de fadas nos anos 40 a 60, que encantaram muita rapaziada que os liam a partir da biblioteca itinerante da Gulbenkian que todos os meses aportava ao largo de Casaldaça trazendo estantes de conhecimento e fantasia.

O Catecismo tem uma dimensão de 12 x 17 cm e 32 páginas a cores.

É importante referir que estes catecismos, tinham uma publicação de apoio, chamada de Caderno de Trabalhos Práticos (que possuo), com gravuras das lições, a preto e branco, destinadas a serem pintadas pelos alunos, bem como textos picotados, também destinados a serem preenchidos. Todavia, talvez pelo seu custo, acrescido ao do catecismo propriamente dito, e dadas as dificuldades económicas da maioria dos pais das crianças nesse tempo, tenho a ideia de que muito raramente este caderno era adquirido. Pelo menos não me recordo de o possuir na altura nem de o mesmo ter sido aplicado na minha Catequese.

Por outro lado, existia ainda um volume auxiliar, destinado às Catequistas, chamado Guia de Ensino (que também possuo), bastante extensivo, com a explicação da mensagem da aula e respectivas actividades, constituindo-se num excelente auxiliar das sessões de Catequese, principalmente em meios pobres onde nem sempre as Catequistas tinham formação adequada.

De referir que quando transitei para a segunda classe da Catequese, foram adoptados outros catecismos, pelo que tudo indica de que esta série de que falei deixou de ser publicada e utilizada, desconhecendo-se se tal mudança ocorreu a nível nacional, ou apenas no âmbito Diocesano, mas tudo parece indicar que a alteração editorial foi geral. De qualquer forma esta fantástica série “Doutrina Cristã – Catecismo Nacional”, vigorou pelo menos durante duas décadas, um caso invulgar de longevidade, tendo em conta que actualmente os manuais de escola e catequese mudam quase de ano para ano e com edições diversas.

Os objectivos deste primeiro volume, vocacionados para a preparação da Primeira Comunhão, estavam assim expressos no prefácio do mesmo:

“ Eu sou a Verdade” – disse Jesus. O presente Catecismo vem dar cumprimento a um voto do Concílio Plenário. É destinado a todas as crianças de Portugal, que devem fazer a sua primeira Comunhão à roda dos 7 anos (como desejava São Pio X) a fim de despertar já nos seus corações infantis uma autêntica vida cristã.

Foi para facilitar o trabalho educativo nas Famílias, nas Catequeses e nas Escolas, - a quantos são responsáveis pela alta missão de fazer desabrochar na alma infantil a virtude e a santidade, - que este Catecismo se elaborou por iniciativa do Venerando Episcopado.

Espera-se que o zelo de todos os educadores cristãos faça valorizar o presente texto oficial, cujas lições se acham ligadas ao Tempo Litúrgico (de fins de Outubro a Maio: as lições marcadas –A, servem para melhor permitir essa ligação, na hipótese duma aula semanal).

Ensinando-se, cuide-se da formação cristã da criança: atenda-se às condições várias da sua preparação cristã e desenvolvimento; faça-se com que ela compreenda toda a doutrina, a ame e aplique à sua vida; procure-se que retenha de memória o que deve reter e consequentemente se prepare de modo a poder já confessar-se e comungar pelo Tempo Pascal.

Na festa de Nª Sª do Rosário, aos 7 de Outubro de 1953. M. Cardeal Patriarca.

Como verificamos por este texto, este primeiro volume tinha objectivos específicos mas concretos no ensino da doutrina das crianças que pela primeira vez entravam no ciclo da Catequese.

Escusado será dizer que possuo na minha biblioteca os quatro exemplares desta série, referentes às respectivas classes de catequese (1º. 2ª 3ª e 4ª).

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- As duas últimas imagens referem-se ao tal caderno de trabalhos práticos, que servia de apoio às lições de catequese.

1 de fevereiro de 2000

Catecismo - "Quem sóis Vós, Senhor?" - Catecismo do 1º ano - Iniciação



Este catecismo foi posto em circulação em 1971, patrocinado pela Comissão Episcopal da Educação Cristã e pelo Secretariado Nacional da Catequese, numa fase experimental, com o propósito de colher sugestões de párocos, pais e catequistas. Depois disso consolidou-se e continuou a ser utilizado durante vários anos incluindo os anos 80. A edição que possuo e da qual extraí as ilustrações deste artigo é de 1987.

Trata-se de um catecismo que graficamente rompia com as características mais realistas da anterior série do Catecismo Nacional, em uso nos anos 50 e 60, do qual falaremos em próxima oportunidade. Por conseguinte as ilustrações ocupam um maior espaço, bastante coloridas e de traço mais estilizado. Os textos também são mais resumidos, confinando-se a frases curtas e objectivas, quase sempre extraídas da Bíblia e do Evangelho. Como quase todos os catecismos do 1º ano dá forte ênfase às principais etapas da vida de Cristo, tal como a Anunciação, Natividade, Paixão e Ressureição.

É composto por 24 lições e comporta ainda as principais orações como o Benzer, o Pai-Nosso, Avé-Maria, Oração da manhã, Oração da Noite e o Acto de Contrição.

Formato: 117 x 168 mm - 64 páginas. Não tem indicação do ilustrador.

É um catecismo muito bonito e que certamente faz parte da memória de tantos portugueses que na época frequentaram a catequese católica.






1 de janeiro de 2000

Catecismos de outros tempos - Doutrina Cristã - I Volume - Primeira Comunhão


De todos os livros que marcaram a minha infância, e creio que a de muitos rapazes e raparigas da minha geração aqui em Guisande, os catecismos, a par dos livros da escola primária, ocupam um lugar especial na prateleira das nossas recordações, memórias e nostalgias.

Nesta secção dedicada aos catecismos, trago à luz da memória o meu catecismo da primeira classe. Trata-se do primeiro volume de uma série chamada “Doutrina Cristã – Catecismo Nacional”, uma edição do Secretariado Nacional de Catequese, publicado durante os anos 50 e 60 e que serviu de base para o ensino da catequese ao nível de todo o país. Estes catecismos foram impressos na Litografia União Limitada, de Vila Nova de Gaia.

Este primeiro volume está profusa e excelentemente ilustrado pela mão da artista Laura Costa, com o seu traço inconfundível, repleto de cor e pormenor. Cada ilustração, por si só, era uma lição e estou certo de que muitos recordarão o seu Catecismo apenas pela beleza das respectivas gravuras.

O Catecismo tem uma dimensão de 12 x 17 cm e 32 páginas.

É importante referir que estes catecismos, tinham uma publicação de apoio, chamada de Caderno de Trabalhos Práticos (que possuo), com gravuras das lições, a preto e branco, destinadas a serem pintadas pelos alunos, bem como textos picotados, também destinados a serem preenchidos. Todavia, talvez pelo seu custo, acrescido ao do catecismo propriamente dito, e dadas as dificuldades económicas da maioria dos pais das crianças nesse tempo, tenho a ideia de que muito raramente este caderno era adquirido. Pelo menos não me recordo de o possuir na altura nem de o mesmo ter sido aplicado na minha Catequese.

Por outro lado, existia ainda um volume auxiliar, destinado às Catequistas, chamado Guia de Ensino, bastante extensivo, com a explicação da mensagem da aula e respectivas actividades, constituindo-se num excelente auxiliar das sessões de Catequese, principalmente em meios pobres onde nem sempre as Catequistas tinham formação adequada.

De referir que quando transitei para a segunda classe da Catequese (por alturas de 1969), foram adoptados outros catecismos, pelo que tudo indica de que esta série de que falámos deixou de ser publicada e utilizada, desconhecendo-se se tal mudança ocorreu a nível nacional, ou apenas no âmbito Diocesano, mas tudo parece indicar que a alteração editorial foi geral. De qualquer forma esta fantástica série “Doutrina Cristã – Catecismo Nacional”, vigorou pelo menos durante duas décadas, um caso invulgar de longevidade, tendo em conta que actualmente os manuais de escola e catequese mudam quase de ano para ano e com edições diversas.

Os objectivos deste primeiro volume, vocacionados para a preparação da Primeira Comunhão, estavam assim expressos no prefácio do mesmo:

    “ Eu sou a Verdade” – disse Jesus. O presente Catecismo vem dar cumprimento a um voto do Concílio Plenário. É destinado a todas as crianças de Portugal, que devem fazer a sua primeira Comunhão à roda dos 7 anos (como desejava São Pio X) a fim de despertar já nos seus corações infantis uma autêntica vida cristã.

    Foi para facilitar o trabalho educativo nas Famílias, nas Catequeses e nas Escolas, - a quantos são responsáveis pela alta missão de fazer desabrochar na alma infantil a virtude e a santidade, - que este Catecismo se elaborou por iniciativa do Venerando Episcopado.

    Espera-se que o zelo de todos os educadores cristãos faça valorizar o presente texto oficial, cujas lições se acham ligadas ao Tempo Litúrgico (de fins de Outubro a Maio: as lições marcadas –A, servem para melhor permitir essa ligação, na hipótese duma aula semanal).

    Ensinando-se, cuide-se da formação cristã da criança: atenda-se às condições várias da sua preparação cristã e desenvolvimento; faça-se com que ela compreenda toda a doutrina, a ame e aplique à sua vida; procure-se que retenha de memória o que deve reter e consequentemente se prepare de modo a poder já confessar-se e comungar pelo Tempo Pascal.

    Na festa de Nª Sª do Rosário, aos 7 de Outubro de 1953. M. Cardeal Patriarca.

Como verificámos por este texto, este primeiro volume tinha objectivos específicos mas concretos no ensino da doutrina das crianças que pela primeira vez entravam no ciclo da Catequese.

Oportunamente falaremos dos restantes volumes desta série de Catecismos. Abaixo deixamos algumas páginas deste catecismo bem como do tal caderno de apoio (duas últimas imagens).