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14 de julho de 2023

É Sexta-Feira, 14!

É Sexta-Feira, 14! Há greves nos tribunais pelo sindicato dos funcionários judiciais, na CP e na Fertagus, pelo menos. O resto é o que se sabe, educação e saúde em polvorosa.

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP foi aprovado pela maioria socialista. Toda a oposição votou contra. O relatório é aquilo que o PS e o primeiro ministro queriam que fosse. Nem de encomenda seria tão conveniente. Uma farsa, uma novela, uma comédia, uma lavagem das nódoas da transportadora aérea e seus intervenientes com lixíva negra e OMO em que branco mais branco não há. Toda aquele gente evolvida em negócios e decisões de milhões passou incólume por entre os pingos da chuva. De facto, contradizendo o ditado, ainda há quem ande à chuva e não se molhe.

Mas tudo isto nada tem de relevante porque para isto é que servem as maiorias. Fosse qualquer outro partido a (des)governar e o desfecho seria o mesmo. Os políticos nisto no geral andam todos ao mesmo nível, baixinho, mas pouco se incomodam, porque haja eleições e lá estaremos a marcar a cruz no quadradinho do costume. É certo que cada vez mais em menor número, porque a malta cansa-se, mas ainda em número suficiente para legitimar a coisa.

Tem razão Rui Rio, também ele, mesmo com ar de enfant terrible a conduzir um dos seus clássicos, a ser acossado pela polícia de costumes por algo que todos reconhecem ser uma prática à Lagardére,  ao dizer que "...já não tenho esperança no país". 

Condene-se a prática e os praticantes! Pelo menos assim poderá haver uma esperança de varrer e limpar os aposentos e bancadas de Belém.

É Sexta-Feira, 14 e bem poderia ser 13, mas isso foi ontem e em Cabeçais - Fermedo, deve ter havido a anual Festa das Debulhas. 

Debulhar é preciso!

23 de maio de 2023

Memória selectiva ou falta dela

À recente intervenção do ex-primeiro ministro e presidente da república, Cavaco Silva (por quem não nutro especial simpatia quanto ao estilo político), em que tece duras críticas ao actual governo de António Costa, alguns membros do Partido Socialista vieram a terreiro considerar essa posição como uma postura anti-democrática. O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que de brilhante apenas tem o apelido, acusou o ex- chefe de estado de utilizar uma “linguagem ofensiva e antidemocrática” nas declarações que fez sobre o Governo e o PS.

Acontece que a classe política, e calha a todos, tem nestas coisas uma memória selectiva e esquece-se que há sempre o verso da medalha e que até um velho single de vinil tem sempre o lado B.

Assim, veja-se que num relativamente passado recente, há coisa de uma dúzia de anos, em 2012, o Partido Socialista veio a público e numa carta aberta subscrita pelo então ex-presidente da república Dr. Mários Soares, desancar nas políticas do Governo PSD-CDS e pedir a demissão do primeiro ministro Dr. Pedro Passos Coelho. Veja-se de seguida a transcrição da notícia para perceber a tal falta de memória ou memória selectiva do PS ou mesmo falta de vergonha para agora virem fazer papel de moralistas e de virgens ofendidas como se o direito à crítica política seja coisa para meninos de coro.

- Da imprensa em 2012:

Um conjunto de 70 personalidades entregou em São Bento uma carta aberta em que é pedida a demissão do Governo, segundo apurou a Antena1. O documento, cujo primeiro subscritor é o antigo Presidente da República Mário Soares, acusa o primeiro-ministro de encaminhar o país para o abismo.

Outros subscritores da carta são deputados do PS e do Bloco de Esquerda, mas também figuras de outros quadrantes da sociedade portuguesa, como é o caso do escritor Valter Hugo Mãe. Este documento foi entregue em São Bento, com o conhecimento do Presidente da República.

A missiva considera que “o crescente clamor que contra o Governo se ergue como uma exigência para que o primeiro-ministro altere urgentemente as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, por interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses a mais graves e imprevisíveis consequências”.

Em resumo: Onde é que ficamos? O que diz a isto o fosco Brilhante? 

18 de maio de 2023

Andar às notas e aos galambuzinos

Eu bem sei que a maioria da malta ontem preferiu assistir na TVI à segunda-mão da meia final da Liga dos Campeões em futebol, um jogo entre o Manchester City e o Real Madrid. Todavia, como nestas coisas tenho uma costela masoquista, passei a maior parte dessa hora e meia a assistir à CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP, onde era inquirida a chefe de gabinete do ministro das Infra-Estruturas, Dr.ª Eugénia Cabaço. No jogo anterior tinha sido ouvido na mesma Comissão o Dr. Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro, figura central na novela mexicana a que temos vindo a assistir, o tal que depois de exonerado terá tentado levar o computador das instalações do ministério contra as directrizes do pessoal presente incluindo a tal Dr.ª Eugénia, certamente boa pessoa e que até tem o nome da minha mãe.

Em resumo, do resumo do que vi e ouvi da parte destes dois intervenientes bem como do que já amplamente foi focado pela imprensa nas últimas semanas, é ponto assente que esta CPI é definitivamente uma telenovela mas igualmente uma espécie de Liga dos Campeões do descrédito da classe política e depois das meias-finais, hoje lá por volta das cinco da tarde terá início a grande final com a audição do ministro Galambuzinos das Infra-Estruturas. Ainda há-de ser chamado o ex-ministro Pedro Nuno Santos, mas esse, como já deu de fresques, já pouco terá a dizer que não se saiba.

É ainda uma certeza que no meio desta grande trapalhada alguém está a mentir ou, simpaticamente, a dizer meias-verdades. E mesmo sem qualquer apreciação clubista, parece-me que independentemente de quem tenha mais razão e capacidade de drible, ficam todos muito mal na fotografia. E são muitos, desde o pessoal da TAP até à malta das Infra-Estruturas e até mesmo do SIS, este serviço já com tiques de autoritarismo como se estivéssemos na Rússia ou China.

No meio desta açorda, o país cansa-se desta baixa qualidade de quem vai a jogo, exercendo cargos de governação ou da esfera do Estado. O presidente Marcelo, que por vezes fala mais que um papagio, teve razão na apreciação ao assunto do Galamba e companhia, mas o primeiro ministro não lhe fez a vontade e manteve no cargo um político medíocre e infectado com toda esta questão. Como bem disse um comentarista, João Galamba não passa de um cadáver político. Mesmo que na audição de logo não lhe façam definitivamente o enterro, nunca terá grandes condições para o exercício do cargo.

Toda aquela estrutura está a precisar de uma desinfestação e já agora, muita estruturação pois ficamos a saber que todos os documentos relevantes e importantes referentes à TAP estavam num único computador. Haverá por aí algumas tascas de comes-e-bebes bem mais organizadas informaticamente. 

Também achei curiosa a alegação da Dr.ª Eugénia Cabaço a dar ênfase aos documentos importantes e classificados e com informação priveligiada sobre a TAP, essa empresa "estratégica para todos os portugueses". Poupe-me, Dr.ª Eugénia e tire-me da lista dos portugueses interessados em meter milhões na TAP. Além disso, "documentos com informação relevante para a TAP"? Ui, ui! Podiam cair nas mãos da concorrência e estes ficavam a saber (como se não soubessem) os contornos de tão deficiente gestão ao longo das últimas décadas. O que é que dali podiam retirar? Lições e exemplos de como não se deve gerir uma transportadora aérea? Pode ser! Informações dessas se vendidas pelo "terrorista" Frederico aos concorrentes da TAP podiam valer milhões! 

Perante versões tão contraditórias a envolver um alegado furto, ameças de dois murros, agressões, agarranço de mochila, barramento de portas, 4 chamada para o 112 e para as polícias e ainda refúgio nas casas de banho, como se o Frederico, até ali uma pessoa de confiança, fosse um terrorista fanático do Estado Islámico armado até aos dentes e disposto a mandar meia Lisboa pelos ares, tudo parece realmente deplorável e mesmo irreal. Até houve idas ao hospital porque isto de apanhar alegados murros é coisa de partir costelas e fracturar o cránio. Terão recebido pulseira laranja ou vermelha no serviço de urgências?

Eu não sei como há-de terminar este jogo porque um empate numa final tem que ir a prolongamento ou mesmo a penalties. Vamos lá a ver quem falhará menos e possa cantar vitória mas perante este triste espectáculo o mais certo é que não haja taça para ninguém. O melhor mesmo é à primeira oportunidade substituir a equipa toda, desde o treinador ao roupeiro e ao homem que fecha o balneário.

Vamos lá aguardar para ver o desfecho desta telenovela e da tal Comissão de Inquérito, que está visto que o Governo quer terminar quanto antes, antes que surjam novos episódios.

...Já agora, o Real Madrid, tão habituado a ganhar o caneco da coisa, levou uma valente cabazada!

24 de abril de 2023

Diário de Bordo 24/04/2023


Da imprensa: 

"José Sócrates já não vai ser julgado pelos crimes de falsificação de documentos relacionados com o apartamento de Paris e com a tese de doutoramento. A defesa ganhou tempo e já não será humanamente possível avançar com uma decisão antes de os crimes prescreverem.

A defesa de José Sócrates ganhou, junto do Tribunal da Relação de Lisboa, mais três meses para argumentar que houve nulidades e irregularidades na decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, para avançar com um eventual recurso"

Conclusão: A Justiça portuguesa no seu melhor. Quem tem nome, dinheiro e poder, vence sempre. É outro campeonato!

Política:

"Em entrevista à RTP, na qualidade de secretário-geral do PS, ao ser questionado sobre o futuro político do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Costa reiterou a promessa de não interferir na escolha do seu sucessor e que tem procurado "identificar quem são os melhores quadros" do partido para que "provem as suas capacidades e que possam ser tudo aquilo que eles desejem ser e que os militantes do PS desejem que eles possam ser". E "Pedro Nuno Santos é indiscutivelmente um dos grandes quadros políticos do PS". [fonte: DN].

Comentário:  O problema de alguns dos nossos políticos é terem-se sempre em grande conta. Têm "muitos e bons quadros" mas falta-lhes espelhos. 


Futebol:

Continua igual a ele próprio: O Grupo de Desportivo de Chaves na última jornada venceu o primeiro classificado da I Liga e na jornada seguinte, ontem, não foi capaz de vencer o último. Problema de pilhas?

Quanto ao Benfica, uma vitória sofrida e já nem sabe converter um penaltie. Tão duvidosamente assinalado quanto mal marcado. A derrocada está a caminho.

Por cá:

Depois de longas semanas de abre, tapa, destapa e volta a tapar, aparentemente foram colocadas as redes de águas e esgotos na Rua de Trás-os-Lagos. Falta agora saber quantas semanas ou meses vai demorar a ser feita a repavimentação. Até lá, covas, lombas, pó e lama.

21 de abril de 2023

Cada terra tem o regedor que merece

Eu bem que tento desviar-me destas coisas da nossa política, até por uma questão de saúde mental e de higiene, porque o Governo nesta altura devia usar fraldas porque está num estado de incontinência tal que as cagadas são a toda a hora. Mas como hoje somos bombardeados de tudo quanto é buraco mediático, e até no relógio temos notícias, é complicado fugir a elas. Teria que ir como ermitão para a solidão do monte mais inóspito, mas não me estou a ver a viver de comer gafanhotos e rebentos de silvas e amoras, até porque estas só no Verão. Adiante.

Mas voltando ao Governo, ainda agora esta história de que Costa, o primeiro ministro, recusou fornecer um certo parecer jurídico que fundamentava o despedimento por justa causa da CEO da TAP, uma tal francesa, alegando a "defesa do interesse público". Ou seja, para o nosso Governo o defender o interesse público é ocultar os documentos ao  público ou aos seus representantes. Está tudo esclarecido!

Mas pasme-se, a coisa não ficou por aqui, porque ouvido o ministro das Finanças, o Medina, este veio dizer que afinal não havia qualquer parecer jurídico. Ou seja, se não for mais uma mentira e trapalhada, António Costa não queria divulgar um parecer que  afinal não existia? Vá lá, organizem-se!

Como diz alguém por aí, cada terra tem o regedor que merece. Ou então, se isto fosse um país a sério, como o Paquistão, já tinha havido um glope de estado.

17 de abril de 2023

Sem ponta por onde se lhe pegue...

 Da imprensa:

"Lula da Silva culpa UE e EUA pela guerra. Quer G20 político para negociar a paz.

Lula da Silva quer que a China, os Emirados Árabes Unidos e outros países se juntem num "G20 político" para tentar pôr fim à guerra na Ucrânia.

O presidente brasileiro propôs este sábado uma mediação conjunta com China e Emirados Árabes Unidos (EAU) na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, uma questão que disse ter discutido em Pequim e em Abu Dhabi.

Luiz Inacio Lula da Silva, que concluiu hoje uma visita aos EAU depois de ter estado na China, também reafirmou as acusações aos Estados Unidos da América (EUA) e à União Europeia (UE) de prolongarem a guerra."

Resumindo, para o Sr. Silva, os Estados Unidos e a União Europeia são os responsáveis pela guerra na Ucrânia. O invasor, a Rússia, não entre na equação de responsabilidades do Sr. Lula. O Sr. Inácio não sugeriu sequer à Rússia que talvez cessar a sua agressiva invasão, devolver os territórios ucranianos ocupados, concordar submeter-se ao Tribunal Internacional para julgar crimes de guerra e concordar com as indemnizações aos familiares das vítimas e para a reconstrução do país, seria um enorme passo para chegar a um acordo de paz vindouro.

Não! O Sr. Silva, para além de ainda não ter condenado a Rússia pela invsão do seu país vizinho, numa posição de cobardia, não foi por aí. E é esta figura que queriam que discursasse na nossa dita casa da democracia na cerimónia do 25 de Abril? E que mesmo assim, vai ter direito a uma cerimónia pomposa na mesma casa? Já agora, convidem o Putin! Fica a condizer!

Realmente, isto está mesmo a ficar sem ponta por onde se lhe pegue. 

13 de abril de 2023

A tomada de Ceuta e o Sr. Silva


Sejamos claros: Lula da Silva é tão presidente do Brasil como o é um político condenado em três estâncias judiciais do seu pais, por corrupção e cuja liberdade só se deveu a uma (como se diz?) especificidade técnica do Supremo Tribunal de Justiça. Além de uma ou outra absolvições, há ainda processos suspensos, outros arquivados e alguns prescritos contra o antigo dirigente do PT - Partido Trabalhista. Estão em causa crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à justiça, tráfico de influência, organização criminosa. Ou seja, o Sr. Inácio Silva tem todos os ares e lastro de um corrupto e como tal está acusado, com a agravante de que mesmo nessa condição está de novo a governar os brasileiros.

Apesar disso, a nossa esquerda tem por este velhinho com ares de pai-natal enfrascado um devoção ideológica inolvidável, tão grande na justa medida contrária à que nutria pelo ex presidente, outro bronco, o Bolsonaro. O Brasil, para além doutra meia dúzia de jaquinzinhos mais ou menos da mesma laia, não teve grande opção de escolha e por isso entre um acusado de corrupção e um bronco extremista optou pelo primeiro, mesmo que com um resultado que vincou ainda mais a divisão da sociedade brasileira.

Espanta, pois, ou talvez não, que neste nosso Portugal a classe política que nos governa com uma estável maioria que se vai divertindo com novelas mexicanas como a da TAP, tenha tido a tão nobre ideia de convidar o Sr. Silva a discursar na sessão solene do 25 de Abril, envolto em cravos vermelhos. Fosse vivo, seria justo que em igualdade de direitos e de não discriminação, Salazar também fosse convidado a enaltecer a democracia, liberdade e justiça. Felizmente, alguns ainda tiveram o decoro de separar as águas, mesmo contra a ideia do nosso presidente, muito dado a dar a mão ao Governo.

Passem o sarcasmo e a ironia, de facto a nossa classe política não tem emenda e só vai andando ali pela larga gamela porque o nosso povo sempre foi e será de brandos costumes. Marquem novas e futuras eleições que lá estaremos todos a dar-lhes essa legitimidade, se possível com maioria, para o "fartar vilanagem" como se ali todos os dias fosse a tomada de Ceuta, investindo à "espadada" sobre cidadãos indefesos que apenas seguem o ritmo tranquilo do seu quotidiano.

Ontem como hoje, a bandidagem é sempre bandidagem e com as portas escancaradas da nossa Ceuta há sempre caravelas a abarrotar, a aportarem lá para os lados do Tejo.

24 de janeiro de 2023

Pedradas...

...Quem nunca tomou conhecimento e aprovou uma indemnização de meio milhão de euros a uma correligionária, e depois esqueceu-se disso, que atire a primeira pedra.

...Quem nunca fez um orçamento de 750 milhões de euros e que logo de seguida resvalou para três milhões, que atire a primeira pedra.

...Quem nunca foi secretária de Estado por 24 horas, que atire a primeira pedra.


O problema é que um dia destes não há pedras que cheguem.

13 de janeiro de 2023

Espécie em extinção

Segundo a nossa imprensa, foi já  publicado nesta sexta-feira, em Diário da República, o questionário de verificação prévia a preencher por nomeados para cargos de ministro ou secretário de Estado. Dizem que são 36 perguntinhas que abrangem os últimos três anos de atividade dos hipotéticos convidados, alargando-se ao agregado familiar. 

O questionário reparte-se por cinco áreas: atividades atuais e anteriores; impedimentos e conflitos de interesses, situação patrimonial, situação fiscal e responsabilidade penal. Os partidos da oposição no geral encaram o mecanismo aprovado em Conselho de Ministros como uma inutilidade. 

Pessoalmente concordo com a posição de João Cotrim de Figueiredo da IL que considera o documento "uma mão cheia de nada". Na realidade, tal como argumenta o deputado da Iniciativa Liberal, em rigor não há nada no questionário que o primeiro ministro ou ministro, querendo e fazendo o trabalho de casa (e para isso têm gente e meios) não possam procurar saber por outras vias ou mesmo dos próprios elementos convidados à nomeação. O que tem faltado até aqui, e com os resultados conhecidos de um vai-e-vem de entradas e saídas no Governo da maioria, é uma falta de escrutínio básico, pelo que as nomeações têm sido feitas de forma ligeira e a envolver gente com relações familiares ou do aparelho político.

Parece-me, pois, que este estratagema de António Costa é apenas uma subterfúgio para não ficar mal em próximas fotografias e de algum modo passar também essa co-responsabilização para o presidente da República que, neste aspecto, tem estado muito mal, alinhando na trapeirice de Costa.

A ver vamos! Em todo o caso, não há perspectiva da coisa melhorar porque toda esta gente relacionada a cargos públicos e políticos de um modo geral vai navegando e vivendo de esquemas de interesseses e influências com muita promiscuidade. Os recentes casos são disso ilucidativos.

Ainda sobre este questionário, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, disse em recente entrevista ao Expresso, reconhecendo que estas balbúrdia de nomeações e demissões tem desgastado o Governo, que deve haver algum cuidado nesta matéria e neste questionário sob pena de aumentarem as dificuldades futuras em nomear e contratar quadros qualificados para a administração pública. Grosso modo, do que disse pode-se concluir que não deverá ser apertada a malha do crivo sob pena de ninguém passar. Em resumo, gente honesta, impoluta, sem rabos de palha ou interesses que se cruzam com imcompatibilidades, são cada vez mais umas preciosas raridades, uma espécie em extinção.

Assim vai a república!

3 de janeiro de 2023

Buracos e pedreiras

João Galamba, ex-secretário de estado da energia, que foi investigado no âmbito dos obscuros e manhosos processos das concessões das pedreiras de lítio e do hidrogénio verde, ganhou experiência em buracos e pedreiras e por isso faz todo o sentido que o primeiro ministro o promova a ministro das infraestruturas, ficando assim com a tutela da TAP, de todos o maior buraco, a maior pedreira do país.

Vamos a ver no que dá, mas ao contrário de uma boa pedreira em que dela se extrai qualquer coisa de valor, que mais não seja, calhaus, provavelmente continuará a ser mais do mesmo, um enorme buraco onde o erário público ali enterra ouro, em que uma boa parte dele é para distribuir em prémios e carrões por malta porreiraça que ali vai de vez em quando marcar o ponto.

A ver vamos como é que a coisa vai aterrar!

29 de dezembro de 2022

Voando e aterrando

O ministro das infraestruturas e habitação Pedro Nuno Santos, finalmente, depois de um longo e atribulado voo, aterrou, e já não faz parte do instável Governo da maioria. 

Depois de vários casos que o debilitaram, nomeadamente o puxão de orelhas do primeiro ministro a  propósito da localização do putativo aeroporto, e agora da recente escandaleira com uma tal de Alexandra Reis, a juntar a outros tantos, só tinha mesmo essa saída. 

Foi a decisão que se impunha mas já vai tarde, quase três anos. 

Quanto à TAP, nem deveria existir porque é uma empresa ruinosa que desbarata milhões e milhões de todos nós contribuintes e, contudo, continua a ter uma gestão milionária, como se vivesse de forma independente e altamente rentável. Negociar prémios chorudos à administração, contratar frotas de automóveis de luxo, e dar euromilhões a quem sai, é no mínimo de bradar aos céus, o que faz sentido sendo uma companhia aérea.

Assim, sendo, há ainda muito a fazer, desde logo demitir a actual administração, a custo zero, e logo que possível privatizar o que resta desse buraco negro antes que continue a absorver fundos e dinheiros que, está visto, não temos.

Claro está, que António Costa, vai-se esgueirando por entre os pingos da chuva, mas ele próprio tem muitas responsabilidades e só por isso se justifica que um governo de maioria, que deveria ser estável, já vá  numa dezena de saídas e outras tantas entradas.

Como bem comentou João Batalha, da Frente Cívica, exigia-se ao primeiro ministro mais qualidade e escrutínio em quem mete no Governo e saber do seu passado ético e político de modo a evitar estes contratempos que o desgastam. Não o fazendo e, pior do que isso, enredando-se numa teia de nomeações, interesses e ligações familiares ou partidárias, põe-se a jeito.

25 de novembro de 2022

25 de Novembro de 1975


Este sim, o 25  que traçou o rumo da liberdade e democracia, Até ali, apenas os desmandos de um PREC dominado pelo PCP que mais não pretendia que apenas mudar a agulha no disco da ditadura, da direita para a esquerda, cubanizando o país. 

Importa não esquecer. Quem celebra o 25 de Abril e esquece ou omite o de Novembro, diz tudo não dizendo nada.

Convém ainda não esquecer o que Cunhal disse na famosa entrevista à italiana Oriana Fallaci, publicada em 6 Junho de 1975, porque era esse o modelo de "democracia e regime que planeava para Portugal.

Dizia:  “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria”. “(...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)”.

22 de novembro de 2022

Princípios

Eu sei que se fosse no contrário da barricada, também Jerónimo e os seus correligionários, com um alto grau de probabilidade, provavelmente ficariam sentadinhos. Mas há princípios que definem quem está nas coisas por eles, pelos princípios. 

Ora estes, os princípios, podem ser muitos e diversos, nomeadamente os de carácter ideológio e doutrinário, mas os do respeito pelas pessoas e pelas diferenças devem ser comuns e transversais. 

Por isso, a posição dos deputados do CHEGA na despedida de Jerónimo de Sousa da Assembleia da República, ficando sentados e indiferentes, enquanto todas as demais bancadas estavam a aplaudir em pé, em jeito de homenagem, sendo que os deputados da IL aplaudindo mas também sentados, fica mesmo mal e a roçar uma indiferença desrespeitosa. 

Mas as atitudes ficam com quem as praticam. Não é com isto, com este radicalismo, que o Chega, ganha respeito. Por mim seguramente que não. Seria uma boa oportunidade de vincarem alguma diferença positiva, senão nas ideias, pelo menos no respeito político, democrático e pessoal, mas nem isso. Fracos!

Não sou comunista, sendo que até  já votei pelo partido, e naturalmente com muitos princípios políticos opostos, mas acima de tudo tenho apreço e respeito por Jerónimo de Sousa, que de resto sempre me pareceu ele próprio respeitoso, cordial e de muita verticalidade. 

Teve uma larga maioria de respeito e consideração na hora de sair, mas merecia, parece-me, uma unanimidade.

12 de setembro de 2022

Bizarro


...E o Manuel Pizarro, que nestas coisas do Facebook não me tem como amigo nem eu o tenho como tal, aparece-me por cá, na minha página pessoal, descontraído, sorridente, com ar de quem foi meu colega da primária ou meu companheiro da comunhão solene.

Ainda por cima ao lado de uma pilha de livros que diz ter comprado na Feira deles, em Lisboa.

Bem sei que que o Dr. Pizarro é doutor, embora, em boa verdade, o ditado diga que um burro carregado de livros também o é.

Longe de mim dizer que o novo ministro da nossa Saúde é burro. De resto não o conheço tanto assim, para além de o ouvir ser falado como crónico interveniente nas lutas pela presidência da Câmara Municipal do Porto.

De resto deve ser uma figura inteligente e sobretudo destemida, para aceitar substituir a Temido.

A talhe de foice, não tenho, como alguns, uma opinião maternalista do que fez ou deixou de fazer a D.ra Marta, e fizesse o que fizesse, fê-lo no dever do ofício e foi paga a propósito. Para além de aguentar com a onda da pandemia, o que não foi pouco, de concreto, pela Saúde, pelas suas reformas e estruturação, pouco ou nada fez, e deixa um SNS como um barquito de papel a afundar-se. Os políticos, por mais competentes e sérios que sejam (e não são muitos), como a Dr.ª Marta temido, têm sempre este problema, o de serem descortinados não pelas suas competências e méritos, mas pelos olhos inquistórios de quem leva a ideologia para lá do exercício democrático e nela as competências passam a incompetências e as pequenas falhas a erros crassos. D resto, as trincheiras ideológicas têm sido o nosso principal entrave à necessidade das nossas reformas. E vamos continuando entrincheirados. 

Assim sendo, retomando o Dr. Pizarro, desejo bom trabalho ao novo ministro, o que não será fácil com o SNS de pantanas.

Quanto ao essencial, o motivo de me aparecer por cá esta figura, o Facebook é manipulador e sabe usar marionetas e dá-nos este teatro, de borla, como sugestão, diz. 

Obrigado Facebook, mas quanto a seguir políticos e figuras públicas eu gosto de seguir os meus instintos e gostos. Dispenso, pois, sugestões destas. Prefiro o Manel da Esquina e o Zé da Micas aos Drs. Pizarros, aos Ronaldos, aos Gouchas, Cristinas e outros que tais. Todos juntos não valem um Zé da Micas.

Ademais o Dr. Pizarro se levar a sua nova função a sério não terá muito tempo para perder tempo com redes sociais, até porque a assistência é implacável a criticar e a julgar. Que o diga o Taremi, que tem sido crucificado, só porque recorrentemente confunde o azul da piscina com o verde da relva. E isto do futebol, bem vistas as coisas, não passa de lana caprina.

Ora o Dr. Pizarro deve querer aguentar pelo menos até ao fim da legislatura. Depois, quem sabe poderá voltar a tentar a Câmara do Porto e o assalto aos Aliados.

11 de março de 2022

A hipocrisia é fodida...


Acredito que no recente caso de Mariana Mortágua (que acumulou regime de exclusividade na AR com programa remunerado na SIC), como aconteceu com o seu camarada Robles, ambos não pretenderam de má fé cometer qualquer ilegalidade. No fundo serão ambos boas pessoas e honestass quanto baste. E têm que mostrar isso porque enquanto figuras públicas são escrutinadas.

Todavia, o que irrita, neles e no seu BE - Bloco de Esquerda, é uma profunda hipocrisia nas lições de moral que constantemente estão a pretender dar a outros, nomeadamente à Direita, quando na realidade eles próprios têm telhados de vidro e mesmo que inadvertidamente também estão sujeitos a estas fífias. Ou seja, calha a todos, mesmo aos mais cautelosos.

Não basta, pois, vir de seguida fazer figuras de anjinhos, prontificando-se a regularizar, pois é o mínimo que se espera. É preciso um pouquinho mais, porventura menos hipocrisia e um boa pitada de humildade.

6 de fevereiro de 2022

Extremismos

O Bloco de Esquerda e a sua coordenadora Catarina Martins, levaram uma coça de todo o tamanho nas eleições legislativas no passado Domingo, com a redução do seu grupo parlamentar de 19 para 5 deputados. O eleitorado, ao Bloco e também ao Partido Comunista, castigou-os, culpando-os da situação que levou à dissolução da Assembleia da República e à consequente convocação de eleições antecipadas.

Apesar disso, da derrota, do rombo e da perda da importância, continuam a dizer que manterão o combate à extrema direita, sobretudo ao Chega de André Ventura que lhe arrebatou o lugar de terceira força política no Parlamento. Na noite do rescaldo, apelidou mesmo os deputados eleitos pelo Chega de racistas, sem tirar nem pôr.

Em resumo, o Bloco e a sua dirigente, parece que ainda não perceberam que muito do êxito do Chega resulta precisamente do extremismo com que o têm tratado. O Chega mereceria porventura apenas a indiferença e o seu esvaziamento, mas o Bloco teima em insuflá-lo e usar um posicionamento radical, adoptando valores como o extremismo e uma postura de quase ódio. O Bloco mostra-se assim também ele intolerante e faccioso. Pode desrespeitar a esmo os deputados eleitos do Chega mas deveria ter em consideração os milhares de portugueses que em liberdade e legitimidade os escolheram.

Assim, apesar da derrota e da sua quase vaporização, o BE continua arrogante e fala do alto da burra como se ainda tivesse 19 ou 50 deputados e mais do que isso, a exclusividade dos valores da democracia e cidadania. 

Podemos não gostar do Chega e de alguns dos seus princípios, e eu também não gosto, mas importará perceber onde é que a democracia e os seus intérpretes têm falhado a ponto de gerar um descontentamento de largos milhares de portugueses. As respostas parecem ser fáceis e óbvias mas o actual sistema de uma esquerda moralista  tem tido orelhas moucas e línguas mudas. Discursos de ódio como os dos Mamadous Bas, não ajudam de todo e só acirram e cimentam o extremismo de ambas as partes, 

Não espanta, pois, que a onda de revoltados comece a ganhar importância e peso eleitoral, goste-se, ou não. O Bloco diz não gostar, mas tem que os aguentar. Bem gostaria de os exterminar por decreto, mas não é por aí que a coisa se resolve. Talvez na China ou na Coreia do Norte, mas não por cá.

26 de janeiro de 2022

Pedro e o lobo

Dos políticos podemos dizer que não gostamos deste ou daquele. De resto pelas redes sociais até se vêem alguns ódios de estimação, a meu ver injustificados e sem qualquer sentido democrático e de respeito pelos outros e sobretudo pelas diferenças. Mas adiante.

Pela minha parte, sempre que me refiro a um político, faço-o sem qualquer sentido pessoal até porque confio que no essencial, da esquerda à direita, todos são boas pessoas e excelentes mães, pais e chefes de família. Será, pois, apenas uma mera opinião pessoal e com base numa percepção programática e de personalidade meramente política ou, se quisermos, ideológica.

Neste pressuposto e para as próximas Eleições Legislativas, até admito que no círculo de Aveiro poderia equacionar em votar num qualquer outro cabeça-de-lista do PS, incluindo António Costa se tal fosse o caso e noutro contexto que não o actual, mas não, de todo, em Pedro Nuno Santos, mesmo sendo "nosso vizinho".

Mas, como disse, é apenas uma mera opinião sobre um político que, não tenho dúvidas que, mais coisa menos coisa, virá a tomar de "assalto" o poder no reino da rosa. Nessa altura veremos se o Pedro será um lobo e qual o comportamento dos lobos face a Pedro.

Até poderei estar enganado e com uma percepção desajustada, mas simpatia política por este Pedro, é coisa que por ora não cultivo, entre outros motivos de análise, por o considerar demasiado extremado à esquerda. Ora os extremismos, como a carne gorda, não são nada saudáveis.

23 de janeiro de 2022

Diabos e anjinhos

Considero que António Costa é um político hábil e habilidoso. Apesar disso, na percepção de um simples cidadão, no geral e com alguns descontos, tenho-o como uma boa pessoa e honesto. 

A habilidade é uma qualidade nos políticos e faz parte intrínseca da coisa. Não devia ser, porque a essência de quem é político e candidato ao serviço da causa pública e dela dos cidadãos, importaria ser de verdade e transparência, sem manhas ou subterfúgios que de algum modo ludibriem ou desinformem os cidadãos. Mas, não sejamos ingénuos, mais vale esperar sentados se estamos à espera de que a política e os políticos sejam, no geral, exemplos a toda a prova da boa moral e dos bons princípios.

Talvez por isso, ainda hoje ouvi António Costa em campanha a dramatizar a situação, relacionando os números da Covid, levando a supor ou a ludibriar que perante estes números os portugueses não devem ir em aventuras como se uma questão de saúde pública tenha a ver com políticas e propostas. António Costa está a dizer-nos que se votarmos em qualquer outro partido e sobretudo no PSD é um risco porque aí a Covid vai aumentar e agravar-se nas suas consequência. Não o disse literalmente, mas guiou as águas nesse sentido.

É mau demais ir por aí. Esgrimir de forma enfadonha a metáfora do diabo relacionando-o a um partido concorrente, como se todos fôssemos uns idiotas chapados e um bando de criancinhas sem capacidade de pensamento, e depois, ele próprio, entrar despudoradamente numa narrativa de drama e medo com argumentos despropositados. Em democracia há que respeitar as ideias e propostas dos demais. Apoucá-las e menosprezar os seus intervenientes não ajuda. 

Isto, de parte a parte, porque mesmo Rui Rio, político que igualmente considero boa pessoa e honesto, também tido tido estas tentações e algumas sentenças despropositadas e inúteis. 

20 de dezembro de 2021

De Rui Rio

Independentemente de outras possíveis e legítimas análises e opiniões, do pouco que ouvi e li do congresso do PSD neste fim-de-semana no Europarque, na Feira, retive alguns apontamentos positivos no discurso de Rui Rio, nomeadamente os seguintes três:

1 - A necessidade de uma fiscalização apertada dos apoios sociais, para que não sejam atribuidos "a quem não quer trabalhar". Sendo indispensáveis para quem deles precisa, os apoios devem ser fiscalizados num sentido de justiça e merecimento.

2 - Que o PSD está pronto para ser um governo "reformista" mas sem pôr em causa tudo o que outros fizeram até aqui.

3 - A visão clubísitica, que trata adversários quase como inimigos, não se coaduna com a forma como diz ver a atividade partidária.

Em relação ao primeiro ponto, parece-me ser uma questão de justiça e de objectividade. Os apoios sociais devem ser isso mesmo e não um modo de vida ou complemento de malandrice e chico-espertismo, em que com expedientes e laxismo do Estado se vai levando a vida sem nda fazer ou produzir.  Com pouco, é certo, mas sem esforço e responsabilidade. Essa cultura deve ser combatida.

Quanto à segunda ideia, também parece sensata. De facto, de qualquer Governo antecedente há sempre aspectos, medidas e políticas positivas. O constante fazer e desfazer o que outros fizeram, não deve ser uma fatalidade ou uma espécie de caça às bruxas. Se tem valor, mantenha-se ou melhore-se.

Finalmente, quanto ao terceiro apontamento, a questão da visão clubista dos partidos por parte de muita gente, é de facto ainda muito marcante e que leva ao apoio, tantas vezes, a incapazes, em detrimento de sufragar a confiança em gente competente, só porque na hora do voto fala mais alto o clubismo e a sigla. 

28 de novembro de 2021

Haverá pranto e rangel de dentes!


Como prova provada de que "não há duas sem três", Rui Rio lá despachou pela terceira vez consecutiva a concorrência nas eleições para presidente do PSD.

Contra todas as expectativas e da maioria dos dirigentes das estruturas distritais e concelhias, que apoiavam Paulo Rangel, Rui Rio contou mesmo com os votos "livres" dos militantes de base.  Aveiro foi um dos distritos que contribuíram para a vitória, escassa mas legítima e notória face ao que se esperava. 

Em resumo, muitos dos ilustres dirigentes e políticos laranja, pela terceira vez consecutiva apostaram todas as fichas no cavalo errado. Acontece. Como Rio disse não ser ingrato, pode ser que a alguns volte a arranjar um lugar na lista de deputados.

Mas Rui Rio não terá a vida fácil, até porque o seu estilo declarado de colocar os interesses do país acima dos do partido e dos pessoais, não é porca que encaixe no parafuso dos políticos de profissão. Seja como for, sai ainda mais legitimado, mas quanto à união do partido, mesmo que reclamada pelo seu adversário derrotado, será sempre num ambiente de hipocrisia porque os rangelistas e montenegristas vão continuar de facas afiadas e voltar ao ataque, que mais não seja logo depois de se saber os resultados das próximas Legislativas, onde apesar do discurso positivo e do "nós vamos ganhar!", será obviamente difícil, porque quem está no poder parte sempre em vantagem.

Mas, é política e, para já, para os derrotados, é tempo de pranto e "rangel" de dentes. Não lhes faltarão outras oportunidades.


[foto: Público]