11 de março de 2024
Para a próxima é que vai ser!
14 de fevereiro de 2024
Tio Neca
Foi hoje a sepultar, em dia de cinzas, num simbolismo cristão e dobrado da nossa essência, a de condição de pó que à terra retorna, para em pó se transformar. Persistem a alma e a memória.
Não sei a quem, creio que ao Sr. Albertino, mas a alguém passou o testemunho do homem mais velho da nossa comunidade. É o ciclo da vida.
12 de março de 2023
Uma velha porta
Uma velha porta, escancarada, numa velha casa de pedra desabitada, pode evocar uma grande variedade de sentimentos, como de abandono e solidão. É como se a casa estivesse esquecida pelo tempo e pelos moradores, deixando apenas essa porta antiga para lembrar de um tempo em que a casa era habitada e próspera.
No entanto, essa porta também pode ser vista como uma fonte de beleza e mistério. Ela pode ter histórias para contar, segredos guardados em suas dobradiças enferrujadas e madeira desgastada pelo tempo. Talvez tenha sido a entrada para uma vida feliz e cheia de alegria, ou talvez tenha testemunhado momentos de tristeza e solidão.
Essa porta antiga pode nos fazer refletir sobre como tudo na vida é passageiro e como as coisas mudam com o tempo. Ela nos lembra que, assim como a casa que a abriga, nós também envelhecemos e passamos por transformações ao longo do tempo, deixamos de ser funcionais e úteis ao ponto do abandono e da decrepitação. É importante aprender a apreciar cada momento da vida, pois ele não durará para sempre.
Uma velha porta pode nos lembrar que tudo tem um começo e um fim. Ela pode ter sido a entrada para uma vida cheia de histórias e memórias. É como se a porta fosse um portal para outro mundo, que agora está fechado e só pode ser acessado pelas nossas imaginações.
Além disso, essa porta pode nos inspirar a imaginar o que há por trás dela. Talvez haja tesouros escondidos, ou um jardim secreto que ninguém nunca viu. É como se essa porta velha fosse um convite para explorar o desconhecido e descobrir novas maravilhas.
Em resumo, uma porta velha em uma casa de pedra desabitada pode ter muitos significados e nos inspirar de diferentes maneiras. Ela pode evocar sentimentos de tristeza e solidão, mas também pode ser uma fonte de beleza, mistério e inspiração para explorar o desconhecido.
9 de dezembro de 2021
Falar mal, escrever pior
De um modo geral, falámos mal e escrevemos pior, ou seja, sem papas na língua, maltratamos a nossa língua. A de Camões, a de Eça, a de Pessoa, etc. E não se pense que este é um problema de gerações, entre os que têm a velhinha quarta classe, ou nem isso, e os que têm já mais tempo passado nas escolas do que fora delas, incluindo muitos dos nossos licenciados. De resto a velhinha quarta classe bem que poderia ser actualmente equiparada ou mesmo superior ao grau de conhecimento supostamente adquiridos com um 9º ano. Porque passei por ela, não tenho nenhumas dúvidas disso. Por outro lado temos visto que as exigências curriculares estão muito infantilizadas, pouco exigentes e os malabarismos das tutelas são mais que muitos em nome do alcançar metas e objectivos de aprovações, em que retenções, este um moderno eufemismo para reprovações, são coisas a evitar, dê por onde der, a não ser, claro, que se falte à disciplina dessa coisa moderna chamada Cidadania e Desenvolvimento, em que se moldam os modernos e politicamente correctos conceitos de posicionamento na sociedade. Será daí, porventura, onde saem burocratas que querem que o termo "natalício" se substitua por "festividade", como se uma tradição de ligações intrinsecamente de uma religião, seja um chapéu que convém caber em todas as cabeças, como se não exista a liberdade e opção de usar e gostar, ou não, de chapéus. Parece que chamam a isso inclusão. Adiante!
Continuando (e aqui devo ter metido a pata na poça porque parece que os puristas recomendam que não se comece um parágrafo com um gerúndio), falamos mal e escrevemos pior porque na realidade não praticamos nem exercitamos de forma continuada e proactiva. E se quanto ao falar, a isso somos obrigados, nem que seja para pedir pão na padaria e carapaus na peixaria, já o escrever, nem por isso. Mesmo que o analfabetismo seja apenas residual nas gerações mais idosas, por motivos compreensíveis, a verdade é que é substancial o analfabetismo funcional no que se refere à escrita, mas não só. Para além de dificuldades de oralidade e escrita, há a somar muita incapacidade de ouvir e de perceber o que se diz e escreve.
Acontece que a proliferaçao e generalização das redes sociais e das mensagens de texto vieram de algum modo obrigar-nos a recorrer à escrita, e aí é que a porca tem torcido o rabo porque, expostos, os maus exemplos de mal escrever são mais que muitos, mesmo que em textos curtos, muitas vezes numa simples frase. Mas ninguém sente pudor por isso, quanto menos vergonha, a ponto de se auto-instruir e melhorar. Siga!
Claro que podem dizer que mesmo escrevendo mal se fazem entender, ou que escrevem mal porque os dedos, finos ou grossos não tocam nas letras certas do ecrã do telemóvel, mas isso não desresponsabiliza quem reiteradamente escreve mal e porcamente e dá testemunho disso, não com pudor mas até com um certo orgulho espertalhão como se o escrever mal seja uma naturalidade e com a desculpa de que "...para o que é serve". De resto, uma gralha, a falha de uma ou outra vogal, é perceptível, mas como desculpa do mau escrever, não pega de todo. Mas lá vamos rindo e cantando usando abreviaturas e onamatopeias e emojis, dando chutos no cu das pontuações, como se vírgulas e pontos sejam coisas de somenos importância na nossa língua.
Assim, quem escreve mal, de um modo geral não procura instruir-se, voltar a pegar nos livros de gramática e aumentar o seu vocabulário. Em suma, ler e escrever mais, não apenas curtas frases mas textos com algum significado e estrutura. É a ler, boa literatura, e a escrever, que melhor se pode falar e bem escrever.
Há estudos que referem que em Portugal mais de 60% da população não lê um único livro durante cada ano, quando muito vai lendo as "gordas" dos jornais ou dos roda-pés dos noticiários televisivos, estes nem sempre bons professores porque tantas vezes com erros e gralhas. Por aqui percebe-se muito do estado das coisas a que chegamos.
Assim, ainda de um modo geral, mesmo entre os nossos "amigos" das redes sociais, são raros aqueles que se aventuram a publicar textos, opiniões, ideias ou pensamentos com mais que duas ou três linhas. Temos, pois, uma comunidade que escreve apenas de forma reactiva e raramente activa. Para esses os donos das redes sociais até criaram os tais botões de likes e emojis para com um simples boneco se poder expressar sentimentos e reacções. Somos, definitivamente, reactivos. E percebe-se o porquê de uma grande parte dos utilizadores recorrerem aos ditos memes e partilha de catrefadas de textos e mensagens em vez de os produzirem de sua própria autoria.
Não surpreende que neste contexto a malta da escrita, os opinion makers quase não se encontrem pelas redes sociais, nomeadamente no Facebook. Mesmo em outras contas que frequento, esses autores são raridades e invariavelmente ao fim de algum tempo ausentam-se porque sentem que estão a ser chuva no chão molhado, deslocados como um adepto rival no meio da bancada do clube da casa. Quem os quiser ler e seguir tem que ir aos seus próprios espaços, como blogs ou em artigos de jornais online. Não nas redes sociais. Mas, verdade seja dita, quem os segue ou procura ler, não é quem fala e escreve mal. Esses gostam, no geral, de coisas curtas, divertidas, frases feitas, nada de muito substancial, e num repente um simples "peido" colhe centenas de likes enquanto que um interessante artigo passa ignorado. Não falo por mim, porque sei do que a casa gasta, mas é mesmo assim num sentido geral. É, afinal de contas, a cultura da banalização, se quisermos, da vulgaridade exponenciada.
Em suma, frequentar as redes sociais pode ser interessante para manifestarmos os nossos egos, exibir as nossas habilidades, os nossos recordes nas corridas, mostrar o que comemos, o que vestimos, o desporto que praticamos, os sítios que visitamos, expondo-nos, a nós e aos nossos, mais do que na justa medida, mas em rigor pouco aprendemos sob um ponto de vista de partilha de ideias e raramente damos valor a quem as expressa de forma estruturada, mesmo que não concordemos com elas. E desse modo não deixa de ser paradoxal que em ferramentas capacitadas ou ideais para isso, as usemos de forma desadequada, quase em sentido contrário, um pouco como usar uma motosserra para cortar cabelo ou luvas de boxe para segurar agulhas.
Mas, como diria alguém, é a vida, e na diversidade é que está a riqueza, mesmo que o nivelamento, pelo que se vê, se vá fazendo por baixo.
Este é apenas um ponto de vista muito pessoal, susceptível de contraditório. Não é, pois, uma homilia, mas, todavia, como remata o padre no fim dela, "- Que assim seja!".
1 de novembro de 2021
A idade do tempo ou o tempo da idade
Quando tinha 12 anos, desejava ter 18. Quando tinha 18, não me importava de reverter aos 25. Quando fiz 25, já fiquei na dúvida se não seria preferível voltar a ter 18.
Quando fiz 30 percebi que estava no meio da ponte, não como um burro, porque esse pode sempre voltar para trás, mas numa aceitação passiva de que nem novo nem velho, porventura na idade com que se poderia desejar que o contador do tempo parasse de forma definitiva.
Aos 40 deixou de haver qualquer piada em festejar o próprio aniversário. Aos 50 a certeza de que a coisa agora era sempre para descarrilar, porque a partir dali o caminho é sempre a descer e só fica a faltar saber, como a um calhau que se lança ravina abaixo, em que curva vamos ficar imobilizados.
Em resumo, já pouco interessa desvendar a dúvida de saber os anos que temos e os que possamos vir a ter, porque a certeza de uma jamais poderá responder à incerteza de outra.
Cícero, esse filósofo da velha Roma, já dizia que os homens eram como os vinhos, aos quais a idade azeda os maus e apura os bons. O problema é que às tantas já nem sabemos se estamos mais apurados ou mais azedados e com os mais novos a beberem apenas Coca Cola e refrigerantes, já não vamos ter quem nos julgue e avalie com competência e sobretudo sabedoria.
Assim como assim, e porque não há volta a dar, sigamos na expectativa de que somos um bom vinho, apurado quanto baste, mas sem veleidades de vir a ser saboreado na plenitude.
Para além de tudo, esta coisa de ter aniversário em Dia de Todos os Santos, não ajuda, antes carrega de um simbolismo esta dictomia da angústia ou libertação do tempo e da idade.
12 de outubro de 2021
Como um pneu furado...
Em 1 de Julho de 2021, portanto já há quase 3 meses e meio, demos aqui conta de uns buracos que teimavam em ser buracos, mesmo às portas de entrada de uma instalação industrial, concretamente na Rua de Trás-os-Lagos, aqui em Guisande, defronte das antigas instalações da Patrícios S.A.
Pois bem, como ninguém mexeu uma palha, passado todo este tempo, os buracos lá continuam, firmes e hirtos e naturalmente mais largos e mais fundos.
No fundo, não dos buracos mas da questão, está neste episódio um bocadinho da explicação e justificação da derrota de quem pretendia dar continuidade à Junta que a partir do próximo Sábado deixa de o ser.
Há coisas assim, pequeninas, aparentemente insignificantes, quase invisíveis, como um furo numa câmara-de-ar, mas que aos poucos deixa o pneu vazio e o veículo sem condições de circular.
Como disse Johann Goethe, "- Quem não é fiel às pequenas coisas, jamais será nas grandes!"
11 de junho de 2021
Sem cerejas mas com dignidade
Isto de se ser melro novo numa cerejeira sem cerejas, não é fácil. Mas não faltam opções: Ervilhas, favas, nêsperas, amoras, etc. Para quem não vive de rendimento mínimo, o jovem melro lá vai levando a vida com dignidade. E tem que comer porque está a deitar corpo e é preciso alanrajar o bico e enegrar as penas.
1 de novembro de 2020
Serenidade
Se nos barram a entrada, se nos mutilam a liberdade de expressar os nossos sentimentos e memória por tantos próximos que partiram, que fique pelo menos a serenidade de um olhar, porque ainda não houve tempo para nos cegarem.
22 de junho de 2019
Fábulas contadas
Cada um é, pois, para o que nasce e para as circunstâncias que o fazem ou moldam como diferente e capacitado, ou não, a enfrentar ou a contornar os desafios de acordo com a sua natureza e grau de dificuldade.
10 de dezembro de 2018
Perlins e afins
1 de novembro de 2018
1, 2, 20, 30?
23 de agosto de 2018
Mata borrão
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
Continuou distraído, o Venâncio, a ler uma qualquer notícia sobre o tema das eleições no Sporting onde um labrego chamado Bruno Carvalho, como lapa, parece teimar em não se despegar do poder num clube histórico, mas poderia muito bem ter lido que as mães adolescentes em Portugal são mais de duas mil por ano, seis por dia, e só não são mais porque a pastilha faz "milagres" e os abortos são mais que muitos. Afinal de contas, ali, bem ao lado do Venâncio, a estatística poderia estar a consolidar-se.
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
31 de julho de 2018
Sporting sempre!
Já de saída, ainda vi o Canadas a esgueirar-se ligeiro para o carrão e contornar apressado a praça, certamente a jurar para si próprio que para matar estas saudades de petiscada numa adega castiça de paredes de um granito duro, mais vale só que mal acompanhado. - E anda um homem a vir por aí abaixo apressado, a comer quilómetros e a contar horas para vir comer uma rabanada sozinho no meio de uma multidão a torcer o nariz! Foda-se!
12 de julho de 2018
Mudança de género na generalidade
8 de junho de 2018
Assembleia de Freguesia - Sessão Extraordinária - 15 de Junho de 2018
Pessoalmente congratulo-me que o Sr. presidente da Assembleia de Freguesia tenha agendado o assunto, porque é importante. Qualquer decisão desta sessão extraordinária que contribua para a reposição anterior à Reforma Administrativa, com Guisande independente ou, em última análise face a essa impossibilidade, e como mal menor, a reformulação e integração numa União de Freguesias mais equilibrada, apenas com Louredo ou com Gião, terá o meu apoio.
Acreditando que a desagregação é do interesse geral de ambas as quatro freguesias que actualmente compõem a nossa União, porque até ao momento tem sido uma decepção e longe de se traduzir numa melhoria quer ao nível de obras e melhoramentos, quer nos serviços básicos de manutenção de espaços e equipamentos, limpezas e atendimento, só espero uma deliberação categórica da Assembleia: A favor, por unanimidade.
Neste contexto, cada um que decida por si, esteja presente ou ausente, mas pela minha parte, não tendo direito a voto nem qualquer poder ou influência decisória, o mais provável é que não assista. Afinal, a minha posição é pública e de há muito decidida.
7 de junho de 2018
Desnorte
6 de junho de 2018
A Chica partiu
A Chica partiu. Repousa agora ao fundo do quintal, entre moutas de cidreira e ervas de S. Roberto e à sombra dos loureiros. A chorá-la terá sempre um regato, lamuriento, que passa logo à beira, um pouco abaixo.
Fica a saudade de uma gata, que até nunca foi de mimos ou de deixar passar a mão pelo pêlo. De algum modo de uma natureza algo selvagem e daí o ter sido sempre livre. Afinal, cumpriu o seu destino de gato. Dorme agora à sombra do loureiro que algumas vezes trepou sorrateira à cata de algum pardal distraído.
4 de junho de 2018
Charadas, pensamentos e chapéus
5 - O chapéu (vocábulo que deriva do francês antigo chapel, atual chapeau) é um item do vestuário, com inúmeros variantes, que tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça.
Várias palavras estão relacionadas ao chapéu e seu uso, confecção e tipos. Chapeleiro é aquele que confecciona o chapéu, ao passo que a chapelaria é o local onde este é feito ou vendido. Já chapeleira é a caixa onde o mesmo é acondicionado. O hábito antigo de saudar alguém tirando-se o chapéu era denominado chapelada.
Nas casas, no comércio e em repartições públicas até meados do século XX o porta-chapéus era um móvel presente e indispensável - uma vez que as regras de etiqueta não permitiam o uso do adereço em lugares cobertos. [fonte: wikipédia]
28 de maio de 2018
Erros que saem karius
Pelo meio, o "mauzinho" do costume, Sérgio Ramos, com a maldade e impunidade habituais, tratou de despachar o egípcio Salah, o goleador do Liverpool, prendendo-lhe o braço que na queda teve um deslocamento do ombro, atirando-o para fora do jogo e de outros futuros jogos, estando em risco a sua participação no Mundial da Rússia. No final, cinicamente, Ramos deseja-lhe as rápidas melhoras. Sem Salah e com Karius, o jogo ficou resolvido. Olé!
Há erros que saem Karius.