7 de junho de 2018

Desnorte


Diz-nos o DN:

"Dificuldade em usar rosa-dos-ventos, em prova de aferição do 5.º ano, ilustra problemas para analisar e interpretar informação

É apenas um indicador analisado, entre centenas, num relatório que abrange dois anos de provas de aferição - 2016 e 2017 - de várias disciplinas e anos de escolaridade. Mas não deixa de ser preocupante. Pelo menos do ponto de vista simbólico. Entre os mais de 90 mil alunos que realizaram as provas de aferição de História e Geografia do 2.º ciclo, no ano passado, 45% não conseguiram localizar Portugal continental em relação ao continente europeu utilizando os pontos colaterais da rosa-dos-ventos. Ou seja: não conseguiram localizar o país no Sudoeste da Europa."

Pelos vistos há quem conclua que, ...pelo menos do ponto de vista simbólico, é preocupante. Simbolismos à parte, é mais do que isso: É ignorância, pura e dura. Mesmo não se exigindo que, como nos tempos da "velha senhora" se saiba de cor-e-salteado os nomes dos principais rios, suas nascentes e fozes, bem como as serras e suas alturas, linhas de caminhos-de-ferro, suas estações e apeadeiros (, não só de Portugal Continental como das províncias ultramarinas, como ainda sabe o meu tio de 93 anos) seria elementar e básico que qualquer aluno da 4ª classe, pelo menos soubesse localizar Portugal no mapa, bem como a sua morada.

Esta ignorância é ainda mais grave quando hoje em dia qualquer criança ou adolescente tem nas suas mãos (constantemente) um equipamento capaz de, entre muitas inutilidades, ter também muitas apps de ensino e cultura e mapas, muitos mapas. E quanto a mapas, o do Google até nos entre pela porta adentro
De quem é então a culpa? Do Estado, do sistema, dos professores, dos pais, dos alunos? Porventura todos com responsabilidades porque a pretexto do uso das tecnologias, porque estas nos respondem a tudo ao toque de um dedo, deixaram-se de se ensinar certas matérias, ou então passam sobre elas como gato por brasas.

Mas é o que temos. Deixa andar!