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30 de junho de 2025

Um novo e diferente caminho


Quem costuma ler o que vou escrevendo, tanto neste meu site “Eu e a minha aldeia de Guisande", como na minha página pessoal no Facebook, já tive oportunidade de escrever que em contexto de lista partidária, não serei candidato à Junta de Freguesia de Guisande nas próximas eleições autárquicas.

É certo que fui convidado por um dos principais partidos a ser cabeça-de-lista, por isso ao cargo de presidente da Junta, mas, por opções meramente pessoais, não aceitei. 

Naturalmente que fiquei sensibilizado e agradeci a confiança dos que entenderam que eu seria uma opção, nomeadamente a quem me fez chegar o convite, bem como ainda a várias outras pessoas, incluindo amigos, que procuraram influenciar-me na aceitação, mas decidi convictamente que não. E não, porque entendi desde cedo e a partir do momento em que se concretizou a desagregação da União de Freguesias, que a melhor opção seria a apresentação de uma lista independente, a reunir gente dos principais partidos, no sentido de, tanto quanto possível, unir a freguesia numa transição importante em que as dificuldades de retomar os destinos da freguesia por conta dos próprios guisandenses serão grandes.

Transmiti esta mesma ideia ao Celestino Sacramento, o qual, até ao momento, mesmo que ainda não de forma oficial, se foi afirmando como disponível para se candidatar e no que considera estar a cumprir o compromisso com a população  aquando do início do processo de petição pela desagregação, e que numa primeira abordagem, mesmo que muito informal, também considerou a ideia de lista independente como positiva. Nesse contexto, disse-lhe que pensasse nessa solução e se a mesma avançasse poderia contar comigo. As coisas ficaram nesse pé e em rigor, à data, não sei em que ponto estão.

Quanto aos partidos ainda não são conhecidos publicamente quaisquer nomes para Guisande. 

Em resumo, volto a esclarecer os mais interessados ou curiosos, de que não serei candidato por qualquer força partidária. Apenas no cenário de lista independente, e com gente de ambos os partidos, que eu considerasse capazes e interessados nas coisas da freguesia, poderia aceitar.

Assim sendo, como costuma ser normal, avançarão os partidos e quero acreditar que com gente capaz porque, de uma forma ou outra, é necessário e importante que alguém assuma os destinos da freguesia, que bem precisa de “um novo e diferente caminho”.

Concluo, reafirmando que não me pus de fora das responsabilidades, apenas quanto ao contexto em que poderia ou não aceitar participar. Quem não compreende esta legitimidade?

18 de junho de 2025

Visto de fora - O regresso da velha guarda

Consumados que estão os processos de desagregação da maior parte das uniões de freguesias do concelho de Santa Maria da Feira — mesmo que, em rigor, apenas a partir da tomada de posse dos futuros órgãos deliberativos e executivos de cada uma das novas (velhas) freguesias — os partidos políticos já estão no terreno para formalizar listas concorrentes às próximas eleições autárquicas, que deverão ter lugar no início do próximo mês de Outubro.

Sobretudo o PSD, mas também, aos poucos, o PS, têm divulgado publicamente alguns cabeças-de-lista às diferentes freguesias, sendo que outros, ainda não assumidos, têm sido apontados como sérios concorrentes.

Olhando apenas para a nossa vizinhança, em que de três uniões de freguesias desfeitas resultam nove freguesias (Lobão, Gião, Louredo, Guisande, Caldas de S. Jorge, Pigeiros, Canedo, Vale e Vila Maior), não deixa de ser curioso — e até merecedor de alguma reflexão — o facto de alguns dos candidatos, assumidos ou prestes a sê-lo, serem pessoas que já assumiram, no passado, responsabilidades autárquicas nessas mesmas freguesias, vários deles já em situação de reforma profissional, mas que, por motivos diversos ou mais ou menos comuns, regressam às lides eleitorais, propondo-se à escolha dos eleitores e a assumir responsabilidades, caso mereçam a sua confiança.

Assim, por Pigeiros, já está assumido que será o Eng.º António Cardoso a encabeçar a lista do Partido Socialista, gorada que foi a possibilidade de uma lista independente. Foi uma figura importante e activa no processo de reposição da freguesia de Pigeiros. Pelo PSD já foi divulgado o jovem Tiago Afonso.

Em Louredo, ainda não tive conhecimento de que a decisão seja já pública, mas fala-se que, pelo PSD, será Fernando Moreira, que já havia sido presidente da Junta dessa freguesia. Desconheço quem avançará pelo PS, numa freguesia marcadamente social democrata.

Pelo Vale, e pelo PSD, será o Fausto Sá, o qual esteve ligado ao movimento pela reposição da freguesia do Vale.

Por Lobão, é desconhecido o candidato pelo PSD. Pelo PS é mais que certo que será o actual presidente da União de Freguesias, David Neves que quererá aproveitar a experiência e a popularidade.

Por Gião, pelo PSD, outra velha guarda, com Manuel Oliveira Leite, já divulgado como cabeça de lista. Sem surpresa, porque tinha feito parte de um mandato sem história, perdeu as anteriores eleições como cabeça-de-lista pelo PSD à União de Freguesias, mas agora concorre numa freguesia que melhor conhece e melhor o conhece.

Ainda por Gião, pelo PS, vai-se dizendo que será a Vera Silva, uma forte candidata, que faz parte do actual executivo da União de Freguesias.. 

Cá por Guisande, a única solução que me levaria a equacionar tomar parte seria uma lista independente, com elementos do PS e do PSD. Transmiti isso ao Celestino Sacramento e ao Dr. Rui Giro, já que foram estes as principais figuras no processo de reposição da freguesia de Guisande. Mas, no fim de contas, não vi que houvesse, de qualquer dos lados, um sério interesse em avançar com essa solução. Face a isso, será Celestino Sacramento — que também já foi presidente da Junta — a encabeçar a lista do Partido Socialista, mesmo que ainda não o tenha divulgado publicamente.

Quanto à lista do PSD, mesmo que com palpites, desconheço de todo quem será o cabeça-de-lista.

Quanto aos motivos que levam estas figuras da velha guarda a avançarem para os processos eleitorais — que são sempre desgastantes —, bem como às responsabilidades durante o mandato, caso eleitos, parece-me que se justificam por duas razões principais: porque sentem a responsabilidade, e mesmo o dever, de ajudar as freguesias a retomarem o seu destino — já que a transição traz inevitáveis dificuldades, de resto esperadas —, mas também porque, da parte das novas gerações, o desinteresse é quase geral. Fazer parte de uma Junta de Freguesia, ou mesmo de uma Assembleia, assumir responsabilidades e estar sob escrutínio público, sujeito a críticas — faça-se o que se fizer, pagando-se por ter e não ter cão —, não é propriamente estar na festa, na farra e nos copos numa qualquer Corga da Moura.

Não surpreende, pois, que se assista nesta fase ao regresso da velha guarda, de alguns “senadores”. No geral, creio que será uma mais valia, pois podem transmitir conhecimento e experiência, o que é sempre importante. Em todo o caso, estou certo de que, mesmo assim, saberão rechear as diferentes listas com gente mais nova, interessada e capaz — o que não é fácil, sobretudo em Guisande. Mas, entrados no processo, há que seguir em frente, como quem diz, "descalçar a bota".

Votos de boas campanhas e bom trabalho, independentemente de quem venha a avançar e a assumir responsabilidades.

17 de junho de 2025

Visto de fora - António Cardoso avança por Pigeiros

 


Não sou amigo de peito do Eng.º António Cardoso, mas com uma amizade e respeito suficientes para conhecê-lo o bastante, e de há anos, para ter a certeza de que, independentemente do que em consciência e liberdade decidirem os pigeirenses  lá para Outubro próximo, no rescaldo de uma campanha eleitoral que promete ser positiva para a renascida freguesia, ele conhece e gosta como poucos da sua terra de Pigeiros, mesmo que até já tenha andado por Guisande a defender as suas redes. Coisas da bola e de outros tempos.

Sei que, pela idade e trajecto já percorrido em cidadania, como autarca e deputado, seria bem mais fácil e apetecível manter-se alheado destas lutas que, mesmo que decorram dentro do melhor espírito democrático e respeito mútuos pelas diferenças de visão para uma mesma terra e comunidade, são sempre desgastantes, mas também sei que não vira a cara à luta e terá sido nesse sentimento, espírito e quase dever, que aceitou o repto de concorrer ao cargo de presidente de Junta de Freguesia de Pigeiros, depois de uma infrutífera e penosa relação no contexto da União de Freguesias em que estava inserida com Caldas de S. Jorge.

Falo, pois, de fora, mas com a simpatia por Pigeiros e com uma imparcialidade não obrigatória mas de respeito pelas partes que vão estar em disputa, na certeza de que o António Cardoso será uma excelente opção. Tivesse Guisande gente dessa qualidade e com essa disponibilidade para defender os interessas da terra e sua gentes, na recuperação de uma dúzia de anos em que se andou como o caranguejo, de marcha atrás.

Sei, porque falamos sobre isso aqui há uns tempos, quando se começava a ver a luz ao fundo do túnel no processo sinuoso da desagregação, que também ele partilhava a mesma e minha opinião de que neste recomeço, seria vantajosa uma lista independente, a congregar gente de ambos os lados, numa forma de unir e não o contrário. Por motivos e contornos que desconheço e nem são da minha conta, as coisas não terão ido nesse sentido e devido a isso, temos assim o António Cardoso a encabeçar uma lista proposta pelo Partido Socialista, que certamente também terá gente jovem, a surgir como uma boa alternativa aos pigeirenses.

Pelo PSD, concorre o jovem Tiago Afonso, que conheço apenas circunstancialmente, mas de quem tenho referências também positivas quanto ao gosto e interesse que demonstra pela freguesia e suas gentes. 

Naturalmente que serão duas visões diferentes, até porque também de gerações, mas estou certo que ambos com Pigeiros e suas gentes como foco central. O resto será luta partidária e, o Cardoso, melhor que ninguém, sabe o que isso é, para o bem e para o mal. Portanto, parte prevenido.

Em suma, é uma luta que vou apenas ver da bancada, e que apenas os pigeirenses decidirão, mas fico satisfeito em ver que o António Cardoso diz presente à freguesia num momento importante depois da tão ansiada desagregação pela qual foi voz e figura activa.

Votos de boa campanha a ambas as partes, mas pela amizade que tenho para com o Eng.º António Cardoso, faço votos que o trabalho que o espera seja recompensado pelos pigeirenses, na certeza que serão sempre estes quem decidirão!

19 de maio de 2025

LEGISLATIVAS 2025 - GUISANDE

Inscritos: 1174

Votantes: 776

Brancos:9

Nulos: 14

Abstenção: 33,89%


AD: 317

PS: 177

CHEGA: 143

IL: 41

LIVRE: 21

BE:16

PAN: 12

ADN: 12


Que análises? Exaustivamente que as façam os entendidos. De resto não há muito a analisar, e a tendência em Guisande e na nossa União de Freguesias, foi a mesma do concelho (todo de laranja), do distrito e do país.

Como percepção pessoal, o tema da imigração, que numa política de portas escancaradas, sem controlo, sem assegurar o equilíbrio de legalidade, de procura e oferta e garantia de integração plena, com acesso a direitos e cumprimento de deveres e obrigações, num curto prazo aumentou a nossa população em mais de 10% , quase triplicando na última década, parece ter sido um factor que fez crescer quem explora o medo e a insegurança que essa mundança social implica para uma fatia significativa da população.

Também, parece-me, a esquerda tem perdido porque continua agarrada a conceitos ideológicos e sociais que há muito têm perdido importância e significado no mundo ocidental. Os anos 70 e 80 já são de um passado distante. Os revolucionários de farda e boina já se extinguiram.

Os extremismos não ajudam e começam a fazer falta figuras moderadas, com verdadeiro sentido de Estado, e menos presas aos rígidos cânones ideológicos e partidários. Parece evidente, mesmo a figuras pensantes do partido, que o PS quando se afasta do registo de moderação ao centro e pende demasiado à esquerda, perde.

Pedro Nuno dos Santos (outros pensarão o contrário) nunca me pareceu ser a figura de moderação de que precisava o Partido Socialista e o país, mesmo quando ainda como putativo sucessor de António Costa. Em muito. é o principal responsável por esta hecatombe eleitoral do seu partido. Veremos se o PS encontrará uma nova direcção e um rumo mais de acordo com a sua importância, porque continua a ser preciso à estabilidade necessária. Mas moderação precisa-se.

No resto, goste-se ou não, é a democracia a funcionar.


14 de fevereiro de 2022

A responsabilidade continua solteira

O recente caso da anulação de mais de 157 mil votos no círculo eleitoral da Europa, a que correspondem mais de 80% do total, é um absurdo e um autêntico desrespeito para com os eleitores. Incompreensível a todos os níveis mas que nos mostra que no geral todos lamentam mas igualmente sacodem a água do capote. 

Apesar das queixas e da coisa ir ao Ministério Público, em rigor a culpa e responsabilidades vão uma vez mais morrer solteiras. Certinho e direitinho.

É o que temos!| Não se pode esperar que um castanheiro nos dê maçãs.

31 de janeiro de 2022

Legislativas 2022 - Day after


Confirmada que está a maioria absoluta do PS- Partido Socialista nas Eleições Legislativas do dia de ontem, importará fazer algumas considerações:

1 - Foi uma vitória incontestável de António Costa que não sofre qualquer dúvida e como tal o mérito é todo seu. Parabéns!

2 - Muitas leituras podem ser feitas mas em grande parte parece-me que tal vitória e sobretudo a maioria absoluta resultará da sua habilidade de ter extremado o discurso numa constante deturpação das propostas do PSD e de o colar constantemente, sem qualquer fundamento, ao partido Chega. A coisa terá resultado, sobretudo junto dos partidos à sua esquerda que assim, pelo voto útil, foram quase vaporizados.

3 - Rui Rio apesar de ser um político frontal, pouco dado a paninhos quentes, promovendo o interesse do país acima do do partido, não alinhou pelo estilo de uma manha e habilidade políticas que rendem votos. Se lhe fica bem como personalidade e frontalidade, perde como político que pouco ou nenhum proveito tirou dessa postura. 

Rio foi pragmático e realista, dizendo que primeiro era preciso crescer para depois distribuir. Por sua vez, Costa fala o que o povo na generalidade quer ouvir. Entre receber 50 no imediato ou 100 no futuro, a população prefere de longe a primeira opção.

4 - As sondagens, e todas elas, mostraram que valem zero e describilizam-se constantemente a elas próprias e a quem as faz ou encomenda. Se algum proveito têm, apenas o de confundir algum eleitorado indeciso. Pena que se lhes dê tanta importância, mas a comunicação social precisa delas para vender.

5 - Duplamente penalizado, o extremismo do Bloco de Esquerda vê o extremismo do Chega tornar-se a terceira força política e com ganas de continuar a crescer. O castigo foi duro mas merecido.

6 - Apesar do extremismo do Chega e sobretudo do seu líder, fica mal a Catarina Martins apelidar desde logo todos os deputados do Chega como de racistas. Dará motivo aos visados para um processo crime mas isso é outra história. Apesar do seu ar de descontração e pelas palmas e ruído na sala fazer parecer que o Bloco  tinha ganho as eleições, na realidade a derrota foi dura e merecida. 

7 - Os resultados e os números desta eleição demonstram que o nosso sistema eleitoral tem muito a mudar para que a representatividade seja proporcional aos votos. Um partido que chega a maioria absoluta sem a ter em percentagem de votos dá que pensar. Isso beneficia claramente os dois grandes pertidos e a bipolarização e daí não haver interesse em mexer nas coisas. 7% em Bragança ou na Guarda não elegem 1 deputado mas 1% em Lisboa, elege. Isto não está de todo correcto sob um ponto de vista de proporcionalidade para além de beneficiar partidos com implantação mais urbana, como os de esquerda.

8 - PSD, CDS têm agora processos internos para resolver e não vai ser fácil porque em quatro anos em que os futuros líderes serão apenas figura de corpo presente. Pessoalmente lamento o que está a suceder ao CDS, um partido fundamental da democracia em Portugal, com valores de uma direita democrática e cristã. Vai ser difícil reerguer-se, tanto mais que tem agora outros partidos que lhe disputam algum eleitorado. O mesmo problema para os partidos da extrema esquerda, embora por ali as coisas resolvam-se de forma quase disnástica ou mesmo mais à chinesa, tudo fechadinho e sem grandes tosses.

9 - Vamos ter agora quatro anos de estabilidade governativa. Esperemos que também social. O PS tem tudo para fazer bem o trabalho, sem empecilhos e sem mãos atadas por partidos menores que na geringonça agiam e reivindicavam como se tivessem a legitimidade de 20 ou 30 deputados ou 20% dos votos.

A ver vamos e oxalá que o país a partir de agora estabilize e cresça em todos os sectores. No final dos quatro anos não haverá desculpas para insucessos.

Quanto à União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, venceu igualmente o Partido Socialista, tal como a nível do concelho e mesmo no distrito.

30 de janeiro de 2022

Legislativas 2022



O PS - Partido Socialista venceu de forma inequívoca as Eleições Legislativas realizadas hoje. A esta hora ainda não está fechado o processo mas pode até vir a conseguir a maioria dos deputados eleitos. O país objectivamente confiou em António Costa para a governação dos próximos tempos.

Também histórico para o PS em Guisande, pois venceu por uma diferença de 9 votos (283 votos contra 274 do PSD), já que antes (por percepção mas a confirmar) nunca havia vencido para estas eleições para a Assembleia da República.

De realçar, neste momento, a penalização do extremismo de esquerda, sobretudo do Bloco, que em larga medida havia contribuído para a antecipação deste acto eleitoral.

Parabéns aos vencedores, honra aos vencidos. Pede-se agora estabilidade.

16 de janeiro de 2022

O balancé da Sóbrinca e os matraquilhos


Dos debates televisivos para as próximas Eleições Legislativas, assisti a espaços e apenas alguns. De resto é tão apelativo ver estas coisas como ouvir um antigo balancé da Sóbrinca a cortar tubos.

Como já disse alguém, em vez dos debates propriamente ditos, poderiam ser jogos de matraquilhos e ali via-se a real habilidade de cada um e de cada uma.

Assim não sendo, coube a alguns jornalistas da nossa imprensa fazerem a análise e determinarem vencidos e vencedores. Mas nestas coisas, e sabendo-se como se inclina no geral a nossa imprensa, a isenção desta gente é quase como ver um Francisco J. Marques a analisar um jogo do Benfica ou o Paulo Guerra a esmiuçar um jogo do Porto.

Posto isto, considero que no geral estes debates pouco ou nada servem e menos esclarecem porque em rigor todos sabemos ao que vêm e por que linhas se cosem. 

De resto, nestas coisas de eleições, decidimos as coisas de forma muito clubista e quase nunca admitimos que do nosso lado a coisa está fraca.

No meu caso, se algum efeito produziram os debates, é o de uma tentação de fazer parte dos 60% de abstencionistas, mais coisa menos coisa.

Mas com jeitinho, e porque dizem que é um dever e um direito, até maior que as questões da saúde pública, em que os isolados pela Covid têm direito a umas horas de folga, pode ser que sim.

11 de outubro de 2021

Alinhamentos e responsabilidades

A instalação dos novos órgãos autárquicos na nossa União de Freguesias está agendada para este Sábado, dia 16. 

Até lá, em rigor desconheço o alinhamento ou posicionamento dos lugares na Junta de Freguesia, para além do óbvio cargo de presidente que será ocupado pelo David Neves. Mas deduzo com naturalidade que Celestino Sacramento fará parte do executivo. De resto, tendo em conta que para além de Lobão o PS só ganhou em Guisande, tendo dado um contributo significativo para a vitória global, será ainda natural que o principal representante de Guisande ocupe um dos cargos com funções atribuídas de Tesoureiro ou Secretário. É mais que justo e natural.

Em todo o caso, como Tesoureiro ou Secretário, importa que o Celestino faça parte do executivo. Pela parte que me toca, se tal não acontecer ficarei obviamente defraudado, porque o critério do meu voto foi apenas nesse sentido e nesse pressuposto de escolha do candidato da área de Guisande com mais provas dadas e melhor conhecimento da freguesia, de longe aquele com melhor currículo de todos quantos se apresentaram. Não quero, pois, pensar em qualquer outra situação em sentido contrário, porque sentir-me-ía enganado.

Há princípios de respeito para com os eleitores que os candidatos devem ter na hora de assumir. Se se apresentam ao eleitorado como primeiros representantes de uma freguesia, não podem, à posteriori, remeter-se a outras responsabilidades menores, como quem diz, "fugir com o cú à seringa". 

A ver vamos!

4 de outubro de 2021

Dois lados da coisa e quiçá N mais

Nada melhor como o dar palpites depois do jogo ou esgrimir o nosso ponto de vista como se fosse o único, o verdadeiro, o genuíno. O ponto de vista dos outros, de forma politicamente correcta temos que o aceitar como legítimo, mas é sempre o dos outros e como tal não é o nosso.

Esta introdução um pouco a propósito de diferentes leituras pós resultados eleitorais do passado dia 26 de Setembro e concretamente ao que fui lendo sobre o desfecho das eleições na união das freguesias vizinhas de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.

Confesso que pessoalmente conhecendo a qualidade de cidadania de alguns dos elementos integrantes da lista do Partido Socialista, desde logo à cabeça o Eng.º António Cardoso bem como o Arquitecto Pedro Nuno, bem como o que foi lendo e ouvindo sobre a qualidade da sua campanha, fiquei com a convicção de que poderia saír vencedora, até porque, numa perspectiva de quem está de fora, sempre tive a percepção de que nos dois últimos mandatos a Junta teve uma actuação muito discreta e cinzenta, sobretudo de forma vincada em Pigeiros. Ora em Pigeiros os resultados não deixaram dúvidas sobre o julgamento da actuação do executivo PSD e a derrota foi estrondosa. Até mesmo para a Câmara Municipal, destoando de quase todas as demais freguesias. 

Já nas Caldas de S. Jorge, foi ao contrário e por força de uma maior população, o PSD renovou o mandato.

Assim, de uma leitura possível, a primeira, conclui-se que o povo das Caldas de S. Jorge está imensamente satisfeito com a actuação da Junta e as obras e melhoramentos têm sido importantes e em grande número. Será assim?  Se sim, o contentamento das Caldas sobrepôs-se ao descontentamento de Pigeiros. Nesta como noutras coisas, as minorias estão sempre amarfanhadas pelas maiorias. É a democracia, palerma, dirão! É verdade, mas aqui nesta diferenciação significativa de resultados, tal como em Guisande, percebe-se melhor que as uniões de freguesia de facto não defendem nem salvaguardam as freguesias mais pequenas. Inequívoco.

Em absurdo, mas em rigor, um executivo de uma União de Freguesias, pode dar-se ao luxo de esquecer e mesmo ostracizar as freguesias mais pequenas, como Pigeiros e Guisande, e dedicar-se apenas à maior e por isso com o significativo peso eleitoral e isso bastará para em eleições renovar mandatos. Ora, não tenhamos ilusões, este cenário tem sido aquele vivido relativamente a freguesias como Guisande, Pigeiros e Vale, entre outras filhas de deuses menores. 

No caso da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, esta realidade é incontornável, já que Lobão tem um peso eleitoral maior que todas as restantes três unidades juntas. Uma União de facto tão desajustada e desproporcionada nas suas partes que custa a crer que alguém tenha tido sido responsável por criar e viabilizar este aborto administrativo tão absurdo. Sinceramente, mesmo com as faladas mexidas que podem vir a sofrer as Uniões de Freguesias, de tão céptico já não acredito que tal venha a suceder, mas bastaria que Lobão pedisse o divórcio e saísse da equação para a coisa melhorar significativamente, porque a duas ou a três, Guisande, Louredo e Gião são mais equilibradas entre si e por isso menos afectadas pela gravidade de Lobão. Seria do mal o menos.

Outra interpretação para o diferencial na freguesia das termas, é que as populações das freguesias maiores, numa União, não gostam da ideia de verem como presidente uma figura associada à freguesia menor. Era o que faltava! De resto, igual ponto de vista pode ser percebido na União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, onde o candidato do PSD, embora com raízes na freguesia de Lobão, é inequivocamente uma figura de Gião e como tal foi derrotado. Não custa, pois, acreditar que este bairrismo e orgulho de quem se sente maior, tenha penalizado os referidos cabeças-de-lista. E isto é complicado para o futuro já que é muito difícil conseguir uma figura concensual e transversal a todas as freguesias sem que este bairrismo bacoco seja uma barreira intransponível. O tempo confirmará, ou não, esta teoria que me parece bem prática.

Posto isto, e para terminar este exercício, já longo, haverá uma outra justificação: O povo na sua maioria não gosta de mudanças e prefere manter o fraquinho certinho  de que votar no incerto. Ainda ontem, quando fazia uma volta de bicicleta por algumas ruas do concelho de Oliveira de Azeméis, para mim, entre os concelhos vizinhos, aquele com estradas mais reles e em piores condições, mas que feitas as contas renovaram os mandatos tanto as Juntas respectivas como a Câmara Municipal. Ou seja, mesmo com executivos fraquinhos e cinzentos e com défice de obras e melhoramentos, com estradas esburacadas durante largos anos, o povo eleitor na hora H segue o partidarismo e deixa de lado as ideias e a qualidade de quem se propõe fazer melhor.

Pobrezinhos, fraquinhos, mas honrados. Assim se explicam tantas e tantas renovações de vitórias, maiorias e mandatos e perpetuação da mediocridade por parte de um eleitorado que na sua maioria não se "enxerga" ou tem um baixo grau de exigência. 

Face a isto pouco há a fazer e vamos sendo, no geral, governados por zarolhos porque o povo, esse é "cego". Ora em terra de "cegos"...

28 de setembro de 2021

Fazer futuro

 

Venceu uma grande União

 

Maiorias renovadas

 

Vencendo perdendo

 


Democracia, de facto, é saber ganhar e saber perder. E quem faz as coisas com sentido de responsabilidade, voluntarismo e  cidadania, mesmo vencido é vencedor. Manuel Leite, apesar de tudo e dos motivos que, em nosso entendimento, concorreream para o resultado, é um vencedor.

Em todo o caso, estas coisas, concretamente as derrotas eleitorais deixam sempre um amargo de boca pois nem sempre o mérito, o esforço e a dedicação são reconhecidos e não raras vezes quem mais se dedica, mais é escrutinado e criticado, ficando com a fama mas sem o proveito. E criticado, tantas vezes de forma a roçar o insulto e má educação. E isso calha a todos.

Um pouco ou muito por isto, não surpreende que cada vez mais gente interessada e com capacidades se vá afastando destas coisas da cidadania, do voluntariado, destas lutas eleitorais, deixando as responsabilidades para novos artistas da bola, seguidistas, paraquedistas e outros que tais. Portanto, é um preço que para o bem e para o mal todos pagamos. 

Há, pois, muito caminho e mentalidade a mudar, mas não parece fácil.

27 de setembro de 2021

É tempo de remendar

Costuma-se dizer que o melhor prognóstico é aquele feito já depois do jogo, como quem diz, depois de se saber o resultado. Mas no que se refere à ainda fresca vitória de David Neves na eleição para a Assembleia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, encabeçando a lista do Partido Socialista, esta era mais que previsível porque assentava numa vontade mais ou menos generalizada e sentida de mudança e sobretudo de penalização face à prestação fraquinha do ainda em funções executivo do PSD, tanto mais que o cabeça-de-lista escolhido pelos sociais-democratas fazia (faz) parte desse executivo e como tal transportava para esta eleição uma herança de, tão fraca, difícil de justificar.

É certo que em rigor as listas deviam ser sufragadas em face dos projectos e propostas apresentadas para o novo mandato, bem como da qualidade dos elementos integrantes das listas, mas na prática todos sabemos que não é assim e o eleitorado em regra vota não pelo que é prometido mas pela experiência deixada. Ora se um executivo de um determinado partido governa com maioria e no final do mandato não conseguiu mostrar obras, melhoramentos e dinâmicas de proximidade e envolvência da população, de forma diferenciada e marcante, o mais certo é que a seguir na próxima eleição seja penalizado, mesmo que com equipa renovada e novas promessas. Com retoques e novas dinâmicas pode resistir por arames algum tempo, mas não para sempre.

Assim, este foi o contexto com que lidou na eleição de ontem a lista do PSD concorrente à nossa Assembleia de Freguesia e o seu cabeça-de-lista embora voluntarioso e determinado, como é seu timbre, não conseguiu fazer alterar o sentido de voto e de penalização que se adivinhava. Assim, como se costuma dizer, apanhou por tabela, por de algum modo ter responsabilidades na  actuação do ainda actual executivo e por nele não ter sido capaz de quebrar amarras e fazer a diferença. 

Era pois uma tarefa muito difícil e mesmo ingrata, convencer a maioria dos eleitores de que agora com ele a liderar a Junta, liberto de um presidencialismo egocêntrico e indeciso, é que ía ser. Depois, uma campanha baseada em algum folclore e não tanto no contacto cara-a-cara, não permite inverter ideias e sentidos de voto.

Pessoalmente estou convenciodo que caso viesse a vencer e a presidir à próxima Junta, o que nunca acreditei, o candidato do PSD seria, dentro do seu estilo e personalidade, um líder decidido, sem medos e receios, estes que tantas vezes tolhem e encurtam as decisões que fazem a diferença numa governação e por isso com um estilo mais positivo e mais próximo das pessoas. Não tenho dúvidas que faria um trabalho diferente para melhor. Porém, o eleitorado na sua maioria não lhe concedeu esse voto de confiança e como tal fica pelo caminho, tendo que resignar-se a chefiar a oposição num sempre difícil papel de minoria. Faltará saber se terá as capacidades de um discurso assertivo, estruturado e fundamentado para liderar a oposição e quiçá com isso colher frutos e preparar-se para o futuro daqui a quatro anos. Não parece plausível, até porque o não demonstrou no debate radiofónico, mas o futuro o dirá. Será mais um homem de acção e menos de discurso mas no papel de membro da Assembleia o que vale mais é a capacidade de argumentação.

Ainda quanto a motivos para o desfecho, é notório desde há alguns anos que o PSD em Lobão, ou pelo menos dele algumas facções, tem fracturas difíceis de resolver, tanto na própria freguesia como com a concelhia. Enquanto não se der um acerto de estratégias e de devolução da importância que as bases devem ter em qualquer partido, e com isso uma reunião de esforços com todos a remar para o mesmo lado, será difícil a cada acto eleitoral elaborar uma lista forte e coesa. Para o PSD é importante que isso se faça nestes próximos tempos de modo a preparar a coisa para daqui a quatro anos até proque com a irreversível saída do Dr. Emídio Sousa, por esgotamento legal de número de mandatos, o candidato será obviamente outro, mesmo que de há muito se vá adivinhando quem. Face a isso, adivinha-se um ambiente propício à mudança, pelo que, sim, é importante que o PSD reflicta no que acabou por acontecer na nossa União de Freguesias e nos erros que foram ou não cometidos, ou nas opções mal tomadas. Isto porque, naturalmenet a derrota não é só do cabeça-de-lista e seus acompanhante, mas de mais gente, mesmo de quem está agora de saída.

A conquista do David Neves, mais do que naturalmente pelo peso do PS, que no caso pouco contou para o totobola, até porque desalinhado aqui na União LGLG quanto ao que se passou no restante concelho, é sobretudo uma vitória pessoal, fruto da sua preparação, conheciemento do território, experiência em dirigir, persistência e determinação, mesmo com o ónus de duas anteriores eleições perdidas e durante dois mandatos no papel ingrato de fazer oposição face a uma maioria pouco dada a acolher propostas contrárias.

É, pois, merecida e justa a vitória do David Neves e demonstra que com uma oposição objectiva, determinada, clara e consistente, mesmo destoando de resto de todos os seus colegas de bancada, pouco ou nada interventivos, pode dar frutos a médio prazo com o reconhecimento do eleitorado. E só por isso é que se justifica e fundamenta a vitória do David em representação do PS num território tendencialmente pró PSD. De resto isso verificou-se nas eleições para a Câmara e para a Assembleia Municipal, que venceu Em grande parte e de forma similar ao que tem acontecido em Guisande em que um eleitorado predominantemente PSD tem dado vitórias a Juntas em representação do PS. Ou seja, há eleitores que conseguem ver mais além do que a clubite ou militância partidária, colocando as pessoas e projectos acima das cores e bandeiras. Não fora isso, essa capacidade de distinção, e naturalmente o David Neves teria perdido pela terceira vez.

Daqui a dias certamente tomará posse e passará a dirigir a Junta deste amplo território da União de Freguesias LGLG e terá desde logo que demonstrar que é totalmente diferente na sua abordagem à realidade de gestão de quatro freguesias distintas mesmo que açaimadas numa solução administrativa manhosa conjunta.

Vamos, pois, ter esperanças que de facto um novo ciclo e um novo futuro começarão. O fazer futuro, como dizia o slogan da campanha. Não será naturalmente fácil, porque não há milagres na hora de elaborar os orçamentos (mesmo que previsivelmente conte com um substancial saldo positivo, que não se gastou por inoperância no ainda actual mandato) e porque as necessidades são muitas, mas há, sim, mil e uma maneiras de abordar os diferentes aspectos da gestão e sobretudo com mais respeito pelas diferenças identitárias de cada uma das quatro partes bem como o cultivo do sentido de serviço e de proximidade e nunca com uma presidência com tiques de sobranceria, de egocentrismo e de algum revanchismo.

É, pois, a hora de remendar o que rompido foi e não faltam buracos para tapar! Espera-se e deseja-se que o David seja neste aspecto um bom alfaiate e que saiba cortar a fazenda nas medidas adequadas para que o fato nunca fique apertado ou largo, mas na medida certa.

Daqui a quatro anos será julgado e por isso há muito a fazer.

Mudança - Novo ciclo

 


26 de setembro de 2021

Mudança sem surpresa

Ainda de forma oficiosa, o Partido Socialista terá ganho as eleições para a Assembleia da União das Freguesia de Lobão, Gião, Louredo e Guisande. David Neves, que soube ser persistente e construtivo nos dois anteriores mandatos, colhe os frutos e será assim o próximo presidente da Junta. No momento ainda sem informação se com ou sem maioria absoluta.

Quanto a Guisande, ainda com resultados a confirmar, como se esperava face a um mandato do executivo do PSD que deixou a freguesia completamente esquecida,  com naturalidade venceu sem surpresa o partido Socialista, David Neves e Celestino Sacramento.

Resultados em Guisande somados nas duas mesas de votos: 

PS: 348

PSD: 254

CDS-PP: 23

BE: 16

CDU: 14

Brancos: 18

Nulos: 23

Inscritos: 1198

Votantes: 701

Abstenção: 41%

Para a Câmara Municipal venceu igualmente sem surpresa o PSD e Emídio Sousa em Guisande o que se estende de forma esmagadora no geral do concelho. Venceu igualmente Emídio Sousa e o PSD no cômputo da nossa União de Freguesias no que resulta na importância de colher lições sobre o que esteve em causa e o que falhou para o PSD na eleição para a Junta quando os sinais de descontentamento eram mais que muitos e notórios. Não deixa de ser significativo que de todas as anteriores Juntas PSD apenas a da nossa União de Freguesias tenha passado para o PS.

Números ainda passíveis de confirmação.

Ainda com informação oficiosa, o PS venceu em Guisande e em Lobão, tendo em Gião e Louredo vencido o PSD. Ainda a confirmar, tudo indica que o resultado em Guisande terá dado um contributo para a vitória de David Neves.

Distracção?

A campanha eleitoral serve, entre outros propósitos, dar a conhecer as forças concorrentes aos diferentes órgãos autárquicos. Do que fui vendo, cá pela nossa pobre União de Freguesia, as campanhas no geral foram frouxas e pouco ou nada esclarecedores. Todavia, dessa pobreza, surpreendeu-me que apenas no altura de fazer a cruzinha no boletim de voto, tenha constatado que à Assembleia da nossa União de Freguesias também concorria a coligação CDU - Coligação Democrática Unitária. É que durante todo o período de pré-campanha e campanha, não tomei conhecimento de qualquer elemento nem qualquer panfleto de apresentação. 

Admito que pudesse andar distraído a ponto de ter passado ao lado da campanha da coligação liderada pelo PCP, mas parece-me que com tal discrição é difícil obter resultados com algum significado. Assim é mais difícil.

Uma festa bem carota

Nunca percebi o interesse dos diferentes canais de televisão em irem cheirar onde os dirigentes dos partidos e seus candidatos vão votar e para deles ouvir uma dúzia de lugares comuns como o incentivo à participação para baixar a abstenção, pois dela têm medo porque os enfraquece.

Melhor dito, eu percebo o interesse editorial da coisa, não percebo é que isso seja interessante e relevante para o cidadão comum.

Adiante. Entretanto nessas reportagens, registei que alguns dos dirigentes, candidatos e recandidatos, como Fernando Medina, em Lisboa, fizeram questão de dizer que as eleições autárquicas são "a festa da democracia".

Não sei qual é a ideia de festa do Medina, se engloba Zés Pereiras, cantores pimba, fanfarras, pistas de carrinhos, barracas de farturas, etc, mas sei que esta "festa" custa ao país e aos contribuintes qualquer coisita como a rondar os 50 milhões de euros. Somos assim, no que toca a festas, uns mãos-largas a gastar à tripa farra. Pois claro, a cidadania sobretudo dos partidos e de quem integra as mesas de voto, não é propriamente desinteressada e de louvável trabalho voluntário, porque isto de trabalhar para aquecer já teve melhores dias. 

A democracia é pois uma festarola bem carota e nisso é mesmo democrática, pois todos pagam mesmo os que nela não participam. Sem direito a um chupa-chupa, fartura ou churro polvilhado de canela.