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16/10/2025

Fim de um ciclo?

Quatro dias após as eleições de Domingo passado, que na nossa freguesia, de resto na linha do que aconteceu no concelho e no país, deram a vitória à lista do PSD, aqui emcabeçada pelo Johnny Almeida, o cabeça-de-lista do PS, Celestino Sacramento, veio na sua página pessoal no Facebook, falar sobre o acto eleitoral, conforme o texto que abaixo se reproduz.

Agradeceu às pessoas que o ajudaram na campanha bem como às que lhe confiaram o voto.

Seria de supor que fizesse uma análise pessoal ao resultado da eleição, apontando o que é que correu bem e o que correu mal, a justificar a lista, as suas escolhas e a forma como decidiu fazer a campnha, mas sobre isso nada falou, uma posição que se respeita e supondo que considera que apresentou a melhor lista e fez a melhor campanha. Certamente que na sua consciência fez o melhor que pode.

Aproveita também para dizer que o seu ciclo político chega ao fim. Todavia esta afirmação é enigmática pois na realidade tem um mandato de quatro anos para desempenhar como chefe da oposição. Por conseguinte, em rigor, a menos que desista do mandato para o qual foi eleito, o seu ciclo político terminará só daqui a quatro anos.

A maior parte do texto é ocupada a elencar um conjunto de obras que realizou nos mandatos em que foi presidente de Junta entre 1997 e 2005, por isso há mais de20 anos. Diz que deixou obra feita e é verdade, mas não foi só ele mas aqueles que com qualidade e competência fizeram parte das suas equipas, como o Rodrigo Sá Correia, o Jorge Ferreira e o Valter Neves. O seu a seu dono.Teve de facto, bons elementos na sua equipa. 

É legítimo esta lista do seu trabalho passado, que foi de facto positivo enquanto presidente de Junta. Ninguém se esqueceu nem lhe beslica o trabalho, mas de facto passaram mais de duas décadas e nesta eleição a realidade e as exigências eram outras e mesmo uma boa parte dos eleitores também são outros, com novas formas de ver e encarar a política. Como já escrevi, há doze anos quando começou a União de Freguesias, quem então tinha seis anos hoje tem dezoito e capacidade de votar, por isso desconhecedores do que antes disso fizeram todos os presidentes de Junta. A renovação das gerações não se compadece com feitos do passado mesmo que deles se possa dar conhecimento.

Em todo o caso, importa dizer que no final desse período, em 2005 o Celestino já perdeu as eleições para um terceiro mandato, para o PSD com Joaquim Santos, num sinal de que apesar dessas obras referidas, não mereceu a renovação da confiança dos guisandenses. Eleições são mesmo assim e nem sempre o trabalho realizado é reconhecido no mandato seguinte. No final de cada mandato há novas caras e novas propostas e o eleitorado vai sendo renovado e confronta-se com novas escolhas.

Refere também no seu comunicado  que Guisande hoje é independente graças à sua acção. É totalmente verdade e a freguesia deve ficar-lhe sempre reconhecida. Por mim nunca esquecerei esse seu papel e também lhe estou reconhecido. Mas também poderia referir, e ficaria bem, que pelo menos igual importância nesse processo de independência teve o PSD em sede de Assembleia de Freguesia bem como o Rui Giro em todo o aspecto processual e jurídico. A coisa foi conseguida em conjunto e nenhuma das partes conseguiria sem a outra.

Sendo que considero que o tal ciclo político ainda não terminou conforme atrás disse, importa, todavia, dizer que o Celestino Sacramento perdeu a eleição com dignidade e honra e cumpriu o seu papel e o compromisso que disse ter com os guisandenses. Apesar disso, é fácil perceber que algumas coisas falharam, e vários apoiantes já mo  confessaram, quer na elaboração da lista quer na forma e conteúdo da campanha. Mas isso já é passado, e como diz, e bem o Celestino Sacramento, agora é esperar e desejar que a futura Junta faça um bom trabalho, mesmo que na parte inicial do texto diga que "nós não perdemos nada, mas a freguesia deve ter perdido". Aqui nesta frase talvez falte um pouco de humildade, pois também, em democracia, devemos dar o mérito aos adversários e confiar, em respeito a eles próprios mas também na maioria que neles votou.

Parabéns ao Celestino Sacramento, por tudo quanto fez pela nova independência da nossa freguesia e esta deve ficar sempre reconhecida. Guisande certamente que nunca esquecerá o seu papel, mas não era isso que estava em jogo e em disputa nas eleições deste passado Domingo. Era mais do que isso pelo que não deve sentir-se desconsiderado ou desrespeitado. É importante que estas coisas não se misturem e reconhecimento não é necessariamente obrigação. Neste aspecto, a  História dá-nos lições: Winston Churchill, apesar do seu papel fundamental de resistência à frente do Governo da Grã-Bretanha, saíndo vitorioso na II Guerra Mundial, logo de seguida perdeu as eleições para os trabalhistas, sem apelo nem agravo.

A finalizar, espero mesmo que não seja o fim de um ciclo e que na Assembleia de Freguesia o Celestino Sacramento seja o líder de uma oposição responsável e construtiva, um exemplo de civismo e serenidade, mas exigente e atento à actividade da Junta, tomando as posições que considere do interesse da população. É isso que espero e certamente que os guisandenses.

13/10/2025

A experiência (e competência) é um posto

Ontem nas duas secções de voto em Guisande, entre gente jovem, alguns dos quais não conheci (sinal de que estamos a ficar velhos), mas certamente competentes, foi com satisfação que voltei ali a ver o Jorge Ferreira. Sinal de experiência, competência e rigor. Ouvi contar que até aconteceu ali um episódio digno dos apanhados, mas que com a sua experiência soube resolver.

Velhos são os trapos e o Jorge ainda continua a ser das coisas boas na freguesia, pelo passado mas ainda pelo presente. De resto, se importa sempre dar lugar aos novos, por vezes é importante salpicar as coisas com experiência. 

O mal, por vezes, é não são sermos capazes de perceber este equilíbrio tão necessário quanto útil.

Parabéns ao Jorge Ferreira, mas também  a todos quantos, mesmo que pagos, contribuiram para mais este acto de democracia.

Parabéns aos vencedores e honra aos vencidos - A análise.

 


Ontem foi dia de eleições.

Feitas e fechadas as contas, na eleição para a Assembleia de Freguesia de Guisande, venceu a lista do PSD encabeçada por Johnny Almeida, obtendo 461 votos contra 333 da lista do PS, encabeçada pelo Celestino Sacramento. Uma diferença significativa, com 58% dos votos válidos.

Como já escrevi ontem, logo após serem conhecidos os resultados, devemos dar os parabéns aos vencedores e honrar os vencidos porque ambos numa disputa nobre.

Agora, neste que será o início de um novo e importante ciclo para a nossa freguesia, é momento de união, é tempo de unir a comunidade e dar-lhe as respostas e a proximidade que estiveram ausentes ou em défice nos 12 anos anteriores.

De resto, considerando a vitória do PSD nas três das quatro freguesias de ainda União, pois que em Lobão, como se esparava, venceu o PS com David Neves, de algum modo pode indicar que essas freguesias menores não estavam, de todo, satisfeitas com a gestão socialista mas sobretudo com o modelo falhado.

No que antes fui escrevendo e partilhando por aqui, mesmo que sem qualquer obrigação ou dever de isenção, procurei ser pedagógico e positivo tanto quanto possível, acima de tudo por respeito a ambos os candidatos e elementos de ambas as listas. Fui convidado pelo PSD e tendo recusado, indiquei como uma boa opção a figura do Johnny Almeida,  e também fui convidado posteriormente  pelo Celestino Sacramento, numa demonstração de confiança que agradeci e agradeço a ambos. Todavia, tinha-o dito, a única forma de eu participar seria no contexto de uma lista independente. Apesar dessa minha proposta, os partidos e as figuras principais a eles relacionados não a aceitarem ou mostraram desinteresse.

Apesar de tudo, porque já vi muitos filmes eleitorais, sempre tive a expectativa do desfecho ser mais equilibrado, e decidido por escassos votos. Pelo contrário, a diferença conseguida é significativa e categórica e creio que por isso poderá e deverá ajudar a união da comunidade se entendida num espírito democrático de valorizar quem venceu e pela diferença que foi.

Agora, se me é permitida uma análise pessoal, tanto dos resultados como dos momentos de pré campanha e campanha eleitoral, foi notória uma maior dinâmica e de forma incisiva, por parte do PSD e bem menos visível por parte do PS, tanto nas redes sociais como no terreno. Pelo PSD fui vendo uma campanha organizada, com equipas de acompanhantes e representativa da lista. Ao contrário, pelo PS fui vendo uma campanha desgarrada, com elementos sozinhos ou mal acompanhados e elementos da lista que nem sequer vi em acção. Na minha caixa de correio apenas apareceu um elemento de nível concelhio. Os elementos relacionados à freguesia fui eui próprio a pedir a um elemento da lista que andava sozinho a distribuir no lugar da Gândara. Nas redes sociais, vi os elementos da lista a apoiarem-se a eles próprios, numa manifesta falta de apoio e creatividade por parte de quem geriu a campanha na componente da imagem e comunicação. 

As campanhas valem o que valem, podem valer muito, pouco ou nada, mas em certos contextos podem fazer a diferença. Creio que neste contexto, em Guisande terá feito alguma diferença.

Também a composição das listas: Ambas com gente boa, gente nossa, gente válida, mas o PS e Celestino Sacramento não conseguiram rejuvenescer a sua lista, sobretudo em lugares cimeiros e elegíveis, por isso com uma média de idades muito alta comparativamente à lista adversária e incluindo elementos que notoriamente entraram apenas para fazer número, mesmo no importante terceiro lugar da lista. Mas compreendo que possa ter havido dificuldades na angariação de elementos. Cada vez mais são menos os que querem meter-se nestas coisas que exigem compromisso e responsabilidades.

Já o PSD, mesmo sem deslumbrar, conseguiu uma lista equlibrada, com uma equipa jovem, com gente formada e em teoria apta a um dinamismo diferente, sendo que naturalmente agora virá o tempo de dar provas disso.

Voltando aos motivos para este resultado, serão sempre subjectivos e por isso dados a diferentes análises e interpretações, mas creio, pelo que fui vendo, ouvindo e conversando com muitos guisandenses, que o Celestino Sacramento saiu penalizado por introduzir na campanha, de forma muito activa, uma figura ligada a um passado de deficiente gestão e com abordagens e métodos duvidosos ou mesmo já ultrapassados. 

Além disso, essa figura, falo do Sr, Elísio Monteiro, que até reconheço que sempre foi uma pessoa prestável e válida noutros contextos, nomeadamente no Guizande F.C., enquanto dirigente, no entanto na política foi sempre um quase desastre, com características muito singulares, com uma maneira de fazer política ultrapassada,  própria de década de 70 e 80, mas já não, seguramente, nos tempos actuais. Ademais, convém não esquecer que na gestão da Junta em que participou e foi figura predominante, na transição para a União de Freguesias, mesmo que com narrativas a negar as evidências, deixou um montante de dívidas não cabimentadas na ordem de 150 mil euros, valor que correspondia, grosso modo, ao orçamento anual. A maioria do eleitorado expressou-se agora, de forma categórica no sentido de dizer que não era este o método, a forma e "o bom caminho" a seguir.

Por conseguinte, parece-me que nesta campanha, esse elemento singular terá prejudicado mais do que o que conseguiu capitalizar. Mas não é ele o responsável, pois nem sequer constava da lista, mas sim o próprio Celestino Sacramento, que não só permitiu essa abordagem como com ele andou lado a lado e até com ele se fez representar em cartazes. Por conseguinte, não se deve envergonhar o cabeça-de-lista do PS de quem, à sua maneira, o pretendeu ajudar, porventura até fez bem mais que vários elementos da lista, mas, terminada a eleição e conhecidos os resultados, deve também tirar as devidas lições e ilacções. 

Para além do mais, ainda antes de ser conhecida publicamente a sua candidatura, já o Sr. Monteiro andava na rua, afanadamente, porta-a-porta, a falar e a prometer o que não devia falar nem prometer. Deveria, logo no primeiro momento, ser o Celestino, o comandante do barco, o cabeça-de-lista, a dar a cara, a apresentar-se a si e à sua lista, a expor as suas ideias e propostas. Mas não foi assim e só entrou em campanha tardiamente e nem sequer realizou uma apresentação pública perante o seu eleitorado de modo a galvanizar. Tudo soma numa campanha, o que se faz ou deixa de fazer, nas pequenas ou grandes iniciativas.

As coisas são como são, e como já escrevi, hoje em dia, a forma de ver a política, sobretudo ao nível de freguesias pequenas, como a nossa, onde as pessoas se conhecem relativamente bem, esse tipo de campanha com promessas e mais promessas, ainda por cima sem legitimidade, já não convencem ninguém. As histórias que fui ouvindo à volta desse tipo de abordagem, em algum sentido até são surreais e demonstrativas de que a coisa tinha tudo para correr mal.E correu.

Posto isto e apesar de tudo, considero que Celestino Sacramento também foi um vencedor no sentido em que cumpriu o que considerou ser uma missão e compromisso com as gentes de Guisande. Talvez o tenha feito de forma deficiente e com algumas lacunas e dificuldades, mas fê-lo. Honra lhe seja feita. Por isso e por mais, mantém-se todo o meu respeito e estima pelo Celestino Sacramento, que cumpriu o seu papel com honra e dignidade e passados os primeiros dias de desânimo da perda, voltará ao sossego do seu dia-e-dia, livre destas responsabilidades e canseiras, que bem sabe que são exigidas a uma Junta de Freguesia, onde nunca se agrada a todos e as necessidades são muitas e os recursos poucos.

Por mim, continuará sempre a ser uma pessoa que pela sua acção no processo de desagregação merecerá ser respeitado e lembrado na história da nossa freguesia de Guisande, que agora recomeça como freguesia independente.

Volto a repetir-me, pela parte que me toca, estarei disponível para apoiar e colaborar com a futura Junta, desde que seja útil e solicitado, mas também estarei atento e a apontar o foco para o que entender não corresponder a uma boa gestão, e para o que considerar como desleixo e incompetência.

Parabéns aos vencedores e honra aos vencidos, nomeadamente ao Johnny Almeida e ao Celestino Sacramento.

Agora. mãos à obra!

11/10/2025

Sejam bem-vindos e bem-vindas

A propaganda e a campanha eleitoral, de um modo geral mas também na nossa freguesia, vistas por um certo prisma e com alguma equidistância, até têm coisas engraçadas, mesmo que com laivos paradoxais.

Pessoas mais novas e mais velhas, todas boa gente, que nunca vimos mexer uma palheira na dinâmica da freguesia ou da paróquia, e até muito raramente vistas e aparecidas nas dinâmicas da freguesia, como uma festa ou evento, de repente, pela mão e imaginação dos iluminados profissionais do marketing político dos partidos, quiçá com recurso a Inteligência Artificial, são elevadas a um patamar de relevo, quase de santidade, dadas como dinâmicas, interessadas, apaixonadas pela sua freguesia, como se andemos todos cegos e incapazes de perceber a diferença entre o ser e o parecer.

Apesar de tudo, pessoalmente desejo que isso possa ser positivo e que se aproveitem a oportunidade e este palco da propaganda eleitoral para que essas mesmas pessoas, até aqui desaparecidas ou discretas nas suas vidas pessoais, passem a ser mais activas e dinâmicas no envolvimento da freguesia e nas suas diferentes acções, aparecendo e pondo-se ao serviço. Afinal de contas, não somos muitos e todos somos precisos. 

Sejam, pois, bem-vindos e bem-vindas!

10/10/2025

O que é que eu quero da futura Junta de Freguesia de Guisande


São conhecidas as listas, os protagonistas e as suas ideias, medidas e projectos embora, de um modo geral, ninguém tenha esclarecido de que forma algumas dessas ideias serão concretizadas, sobretudo as que dependem de vontades terceiras.

Asssim, neste próximo Domingo, dia 12 de Outubro, decidirão os eleitores guisandenses, escolhendo aqueles que nos próximos quatro anos farão a gestão da freguesia nos diferentes aspectos que a a lei e as competências conferem. 

Uns votarão de forma esclarecida e considerando as capacidades de cada lista, de cada elemento, sobretudo das três primeiras figuras. Outros escolherão apenas de forma convictamente partidária, clubista mesmo, independentemente da qualidade dos elementos da sua lista ou da concorrente. Outros, ainda, decidirão porque foram pressionados até à exaustão, quiçá com promessas com o interesse privado a sobrepor-se ao público.

Quanto a esta questão da pressão sobre as pessoas, em 2014, no sentido de ajudar a freguesia num ciclo de transição para a União de Freguesias, fiz então uma campanha quase solitária, falando com todos e todas, expondo as minhas ideias e sobretudo os motivos que me levavam a ter acedido a participar, num propósito de ajudar e minimizar a perda de proximidade. Nesse contexto, uma coisa posso garantir: A ninguém pedi ou pedinchei o voto, nem fiz promessas cujo cumprimento não dependia de mim cumprir, até porque era sabido que não seria mais que um vogal, sem competências. Ninguém, de boa fé, pode dizer-me o contrário. Em campanha não se devem pedir votos, mas apenas apresentar as ideias, os projectos, as propostas para que o eleitorado possa decidir de forma esclarecida. O resto, a decisão, é da livre vontade de cada pessoa. Considero, por isso, que é feio, muito feio, pedir o voto ou, pior do que isso, tentar comprá-lo ou condicioná-lo.

Por conseguinte, em 2014 o meu foco foi sempre esclarecer e sensibilizar as pessoas para a mudança que se avizinhava e que já antevia como prejudicial à nossa freguesia. Infelizmente não me enganei  e sendo que esse mandato de apenas 3 anos foi difícil, com pesados compromissos e dívidas herdadas, teve o mérito de assegurar a mudança de uma realidade para outra e colocar a união de freguesias a funcionar e ainda se fez alguma obra. Do pouco que dependia de mim, estive sempre próximo e atento e cumpri até para além das minhas competência, que eram nenhumas.

Certo é que, com essa atitude de transparência e de honestidade, sem sofismas, pressões ou promessas, consegui vencer por maioria, mesmo a lutar contra quem à frente e atrás realizava uma campanha suja, com recurso a ataques pessoais e até mesmo lutando contra uma imagem negativa ou com muitas reticências que o então candidato a presidente gozava na nossa freguesia, em muito devido a desinformação e a essa campanha suja que ía sendo feita à frente.

Apesar dessas dificuldades e do que foi possível realizar nesse mandato, considerei que o modelo de gestão seguido não correspondia ao que tinha perspectivado e que seria melhor para as freguesias, e daí que com toda a naturalidade recusei continuar.  Não era o meu modelo e o seguido não respeitava as freguesias e suas particularidades e necessidades.

Mais dois mandatos se seguiram e apesar de herdarem ambos bons saldos positivos, e com as coisas já a funcionar, as coisas não melhoraram, antes pelo contrário. Melhoraram nalguns aspectos mas no essencial ficou tudo na mesma.

Doze anos depois, chegados aqui, foi possível a desagregação e é com ela que agora contamos e assim vai iniciar um novo ciclo, já com a freguesia a ser gerida por guisandenses e a depender de si própria.

Retomando o pensamento inicial, a partir do próximo Domingo, ou mais concretamente depois da tomada de posse, que deverá ocorrer por meados de Novembro, teremos um Assembleia de Freguesia, como órgão de fiscalização e deliberação e uma Junta de Freguesia como executivo.

Considerando que em Guisande apenas concorrem duas listas, significa que bastará a qualquer uma delas vencer por um voto de diferença para alcançar maioria e assim governar sem necessidade de acordos. Num contexto de pluralidade, é pena que sejam somente duas listas, porque permitiria uma terceira opção. Numa analogia com cores, os guisandenses para além do branco e preto poderiam optar pelo cinzento.

Neste contexto, e independentemente de quem venha a formar Junta,  cada um falará por si mas por mim desejo que seja uma Junta de Freguesia a gerir com competência, com rigor no aspecto de contas, com proximidade, com inovação, com dinâmica e capacidade de ir além do quanto baste. Espero uma Junta que não nos envergonhe, dentro ou fora de portas, capaz de ajudar e dinamizar a cultura, o desporto, a valorizar o nosso passado e presente, a ser capaz de melhorar, requalificar e realizar obras necessárias. Que seja capaz de requalificar o monte do Viso, a envolvente da igreja matriz, na sede da Junta, modernizar os espaços, renovar e cuidar do arquivo, que não se percam livros de actas ou outros documentos como aconteceu num passado recente. Que toda a documentação, incluindo comunicações, ofícios, actas de reuniões de Junta e Assembleia de freguesia, seja feita com competência e qualidade e não apenas resumos mal escritos em meia folha A4, como também num passado recente.

Não é pedir muito e quem quer que aceite fazer parte de uma lista e por isso sujeito a vencer eleições e depois a assumir funções públicas, tem que ter capacidade e competência naquilo que tem de fazer. Os tempos actuais não se compadecem com amadorismo ou com iliteracias. O tempo de contas em papel de mercearia e pouca ou nenhuma transparência é do passado.

Espero também que os dinheiros sejam geridos de forma rigorosa e transparente, e que não sejam mal gastos, por vezes na tentação de coisas populistas, apenas baseadas em pão e circo, sem retorno, cuja utilidade se esgota num dia ou dois, ficando o essencial por realizar. Importa, pois, o equilíbrio e bom senso.

Em resumo, espero eu e certamente que muitos guisandenses, que a futura Junta seja mesmo capaz, para além das palavras bonitas e idealistas que se possam dizer e prometer em campanha. 

Como já escrevi por aqui noutro apontamento, repetindo-me, digo que pela parte que me toca, independentemente de quem venha a formar Junta, estarei disponível para apoiar e colaborar, desde que útil nos meus poucos talentos, e se solicitado, mas também estarei atento e  a apontar o foco para o que entender não corresponder a uma boa gestão, e para o que considerar como desleixo e incompetência. Acima de tudo quero ter orgulho na Junta da minha freguesia e não vergonha. Importará unir a freguesia e a comunidade e só com uma Junta capaz e competente é que isso será feito. 

Finalizo a expressar a pena de não ter sido possível concretizar com tempo uma lista independente, a unir gente boa de ambos os partidos, a remar para o mesmo lado. Nesse contexto daria o meu humilde contributo. Infelizmente, apesar do meu repto, feito por aqui e pessoalmente a quem poderia decidir, ficou sem efeito e preferiram dar prioridade aos partidos. Foi pena, mas a vida continua e de uma forma ou outra temos duas opções de escolha.

Desejo a todos e a todas que neste Domingo façam a escolha, livre, esclarecida e, se possível, sem clubismo, partidarismo, obrigações ou pressões.

07/10/2025

Guisande - Aproxima-se a mudança


A data das eleições autárquicas será já no próximo Domingo, 12 de Outubro. Estamos, pois, a escassos dias de terminar a campanha eleitoral.

A nossa freguesia, como outras que almejaram a desagregação, está numa fase importante, já que Guisande voltará a ser independente, depois de um lesivo período de 12 anos numa união de freguesias que nada acrescentou, tendo sido objectivamente prejudicada, sem investimento em obras e melhoramentos compatível com pelo menos 1 milhão e 800 mil euros (contas por alto para o período de 12 anos), sabendo-se que antes da união a nossa freguesia já gerava anualmente orçamentos de 150 mil euros de receitas, por isso já não contando com a majoração das receitas da união de freguesia logo no primeiro ano nem com o aumento das receitas por parte da Câmara Municipal. 

Para aqueles que porventura ainda defendem as vantagens da união de freguesia, deixo o desafio de fazerem contas face ao que foi feito do orçamento da união de freguesia nos útlimos 12 anos, sendo que no primeiro mandato (apenas de 3 anos) até terá sido aquele em que mais se gastou em Guisande, desde logo com o pagamento das dívidas herdadas, num valor de cerca de 150 mil euros.

Neste contexto, a nossa freguesia está a poucas semanas de passar a tomar conta dos seus destinos, passando a ser gerida por guisandenses e todas as receitas nela aplicadas e já não a ser prejudicada em favor de outras freguesias, como efectivamente aconteceu. A panaceia de a União de Freguesias servir para mitigar assimetrias, foi isso mesmo, uma panaceia, uma descarada ilusão. Não só não foram limadas essas diferenças como até acentuadas.

Olhando agora para as duas únicas listas concorrentes, do PDS e PS, lideradas por Johnny Almeida e Celestino Sacramento, figuras que me merecem simpatia e consideração, tem sido notória uma grande diferença na dinâmica de campanha. Desde logo, Johnny Almeida fez uma apresentação pública da sua lista aos guisandenses, em Guisande, enquanto que Celestino Sacramento apenas o fez ao nível municipal, em Santa Maria da Feira.

Nas redes sociais tem sido notória uma maior dinâmica na lista do PSD. Pelo PS, vejo pouco destaque e sem grande imaginação, em que os próprios componentes da lista aparecem como apoiantes da mesma.

No porta-a-porta, o PSD tem-no feito em equipas enquanto que pelo PS tenho visto apenas alguns elementos sozinhos, desgarrados, incluindo um elemento que não fazendo parte da lista tem feito campanha em nome dela, fazendo promessas e mais promessas, mesmo que sem legitimidade para as fazer, deixando adivinhar que caso vença o PS poderá ser essa pessoa a fazer o papel  de presidente. Espero bem que não. Seria um retrocesso e algo nunca visto, alguém não eleito e nem sequer a integrar a lista, a fazer de presidente, de secretário ou tesoureiro ou seja lá o que for. A sua ligação a uma Junta de má memória e de pesadas dívidas para a União de Freguesias não deve ser esquecida. A memória não pode ter perna curta.

Apesar de tudo, bem sabemos que as campanhas a este nível local, valem o que valem. Podem valer muito, pouco ou nada. Por outro lado, se há eleitores que se vendem por pouco, por uma promessa de vantagem ou de outra natureza, ou até pela dimensão da campanha, a maioria ainda pensa pela cabeça própria e é capaz de decidir em função de valores e factores que considera como importantes.

Posto isto, está-se a esgotar o período de campanha e depois, no próximo Domingo, será a vez dos eleitores, esses, sim, a decidirem, bem ou mal, de acordo, ou não, com as percepções ou peso da campanha ou das figuras que fazem parte da lista, nomeadamente os três primeiros.

Por mim já decidi em quem votar. Será ou não uma decisão acertada? O tempo o dirá. Apesar disso, tenho, por enquanto, procurado ter alguma imparcialidade e não me pronunciar de forma directa, mesmo que tenha o direito de me declarar a favo de A ou B, com ou sem justificação. Se o farei, ou não, até ao final da campanha, é uma decisão minha. Espero que não venha a ser necessário até porque nem acho que isso seja relevante ou que possa influenciar quem quer que seja.

Espero, isso, sim, elevação e civismo no resto da campanha e que a aquipa vencedora, o Johnny Almeida ou o Celestino Sacramento, sejam capazes de fazer um trabalho competente, dinámico, até inovador, de proximidade, de união e e com muito rigor e transparência na gestão e contas. É pedir muito? 

Pela parte que me toca, independentemente de quem venha a formar Junta, estarei disponível para apoiar e colaborar, desde que útil e solicitado, mas também estarei atento e  a apontar o foco para o que entender não corresponder a uma boa gestão, e para o que considerar como desleixo e incompetência.

05/10/2025

Em Pigeiros como moderador de debate político


Ontem, Sábado, pelas 21:00 horas, no Centro Cívico Feliciano Martins Pereira, em Pigeiros, estive a moderar o debate entre candidatos à eleição para a Assembleia de Freguesia de Pigeiros. 

Apesar de ser um papel que, naturalmente, não estou habituado a desempenhar, aceitei por consideração aos candidatos e por concordância dos mesmos. Doutro modo não aceitaria.

De princípio o pressuposto era um debate com os três cabeças-de-lista, António Cardoso pelo PS, Tiago Afonso pelo PSD e Hélio Santos pela CDU. Não obstante, já na parte da tarde de ontem, tomei conhecimento de que o candidato pelo PSD, por motivos ou razões que não me compete avaliar ou tecer considerações, antes aos pigeirenses, porque uma decisão que se deve respeitar, o debate acabou por ser apenas entre as duas outras candidaturas.

Neste contexto, o debate foi fluído, num registo de civismo e cordialidade, no que me apraz registar.

É certo que todos os candidatos ao longo das últimas semanas já têm feito a sua campanha, com acções nas redes sociais, junto da população e até mesmo com um debate na rádio e lugar na imprensa escrita. Apesar disso, este momento de campanha permitiu uma outra forma dos candidatos, cara a cara, e presencialmente com os pigeirenses que entenderam participar, voltarem a traçar as linhas dos seus programas, dar a conhecer as ideias, os projectos, assinalar as necessidades e as respostas para as resolver ou mitigar.

Em suma considero que foi um debate muito positivo e gratificante. Para além de tudo, registo de forma particular o sentido de missão com que ambos os candidatos definem as suas candidaturas, como um corolário da luta que os pigeirenses e os próprios travaram no processo que, pela desagregação da sua união de freguesias, tornou possível a devolução a Pigeiros da sua autonomia, da sua independência. Como reiteraram os candidatos, mesmo com todas as dificuldades que se esperam neste novo ciclo que se prepara, a freguesia, independentemente de quem venha  a merecer a confiança dos eleitores, passará a ser gerida pelos pigeirenses. Demonstraram ainda o conhecimento profundo que têm da sua freguesia, em todos os aspectos e daí traçarem um retrato fiel das suas potencialidades mas também carências.

Posto isto, para mim foi uma experiência positiva, enriquecedora e um excelente exemplo por parte de todos os participantes, de maturidade democrática e um esforço suplementar em não deixar pontas soltas no processo de esclarecimento do eleitorado pigeirense de modo a que no próximo dia 12 de Outubro, possam fazer a sua escolha de forma mais esclarecida e fundamentada.

A sala esteve muito bem preenchida no que valorizou o debate.

Agradeço a confiança e a consideração pelo convite, numa consideração que é recíproca, pois tenho um carinho especial pela freguesia de Pigeiros e faço votos que o que falta da campanha eleitoral decorra dentro desse espírito de democracia e civilidade e que os pigeirenses escolham de forma consciente e esclarecida.

Quanto ao resto, nomeadamente quanto aos motivos que fundamentaram a ausência de um dos candidatos, qualquer juízo ficará por conta dos pigeirenses, pois é luta que não me diz respeito.

Obrigado a todos, pela consideração e pela lição de democracia!

30/09/2025

Os paradoxos dos slogans eleitorais

Os "slogans" políticos, sobretudo os adoptados em campanhas eleitorais locais, raramente funcionam e quase sempre são meras banalidades, lugares comuns ou até mesmo se revelam como paradoxos.

Veja-se, por exemplo, o "slogan" do PS - Partido Socialista, para estas eleições autárquicas, em que se desdobra no "Há outro caminho", nas situações em que supostamente pretende inflectir o rumo da situação de quem governa, como na Camara Municipal e em alternativa ao PSD, e "No bom caminho", quando supostamente se pretende dar continuidade a uma governação do próprio partido que, mesmo que ao arrepio da boa verdade, se considere com bom trabalho.

Só que neste caso e em certas situações, a coisa apresenta-se como paradoxal ou até mesmo irónica. Tomemos como exemplo a nossa freguesia de Guisande, em que a lista do PS, liderada por Celestino Sacramento, também adoptou o lema "No bom caminho". No bom caminho? Mas então não se deu como provado que esta União de Freguesias estava no caminho errado, incerto?  E daí, o próprio Celestino Sacramento, com o apoio e voto da bancada do PSD na Assembleia da União de Freguesias,  não foi uma figura chave no processo de desagregação? Se, então, considerava o casamento da União de Freguesias estar "No bom caminho", porquê o ter contribuído para o divórcio?

Em suma, preferia que o PS em Guisande e o seu cabeça-de-lista tivessem adoptado outro "slogan", mais consentâneo com o novo ciclo,  porque este de facto não condiz nem rompe com a realidade. De resto, eu próprio não quero este "bom caminho" que já a menos de duas semanas das eleições (a 12 de Outubro), em quatro anos apenas limpou a rua na frente da minha casa uma única vez e neste momento, e desde então, está neste estado como mostra a foto acima, mesmo que, de quando em vez eu próprio, como os vizinhos,faça a limpeza. Mas há mínimos e nem sempre nem nunca. É este o "bom caminho" em que quanto à requalificação do Monte do Viso", prometida e esperada, nada passou de intenções, em nada mostrando ser diferente da anterior gestão? Não fossem as pavimentações de algumas ruas e a requalificação do rinque polidesportivo realizadas por acção e verbas do orçamento camarário e o que restava? Pouco, digo eu! 

Houve, concerteza, um esforço de proximidade por parte de um presidente com uma postura mais próxima, mais respeitadora das pessoas e grupos, sabendo ser ouvinte e interessado. Houve, de facto, uma melhoria substancial nesse aspecto face aos anteriores dois mandatos, então com um presidente desligado das freguesias para além do foco na sua.  Mas também considero que só essa melhoria foi insuficiente no todo. Mesmo o que poderia ser significativo para a freguesia, como o apoio cabal à instalação do piso sintético no campo de futebol do Guizande F.C., de resto com o compromisso assumido publicamente, para quem quis ouvir e gravar, acabou por caír, indo ao charco, e passará para a história como um compromisso falhado, não honrado. Ora com tudo isto somado, com franqueza, não podemos concluir que foi um "bom caminho" e mais do que isso, que seja esse o modelo agora a seguir pelo Celestino Sacramento e a sua lista do PS.

Acredito, com sinceridade, que ambas as listas concorrentes às eleições de 12 de Outubro, pretendem o melhor para a freguesia, mesmo que para já se notem diferentes ideias em situações várias, e diferentes dinâmicas de campanha, mas este "No bom caminho"  como slogan, não colhe" porque desfasado da realidade. 

Apesar de tudo, bem sei que para o Celestino Sacramento não é fácil este papel, porque por um lado contribuiu positivamente para a desagregação, e pessoalmente eu ficarei sempre grato e reconhecido por isso, mas não pode desligar-se da incapacidade da sua Junta da União de Freguesias, suportada por uma lista de que ainda faz parte, e por isso dos aspectos menos bons da governação ou do muito que ficou por concretizar, e que, tal como os anteriores executivos, mesmo aquele onde, sem poder nem competências decisórias, tomei parte, não foi capaz de  mostrar as vantagens de uma união a quatro, antes pelo contrário. Para além de uma melhoria na proximidade por parte do ainda actual presidente, que reconheço, mais pelo estilo do que pela substância do modelo, foi notória a falta de obras estruturais e a escassez de melhoramentos, particularmente dos suportados pelo  orçamento da Junta, sem ser capaz de limar as assimetrias, como se prometia com as uniões de freguesia. Uma falácia, porque as assimetrias anteriores à União mantiveram-se ou até se acentuaram!

Em suma, o papel do Celestino Sacramento nesta eleição não é fácil, porque pretende mostrar em campanha  que é possível outro caminho em alternativa a um caminho em que ele também fez parte e como tal é co-responsável.

Seja como for, todas estas considerações são apenas pessoais, minhas, e em bom rigor será o eleitorado no seu todo a escolher aqueles e aquelas que a partir das eleieções do dia 12 de Outubro e depois da tomada de posse irão gerir os destinos de uma freguesia já por conta própria, em que o caminho a seguir será, certamente, melhor caminho do que o até aqui percorrido.




25/09/2025

Candidatos à Assembleia de Freguesia de Pigeiros - Debate

Ouvi, interessado, o debate na Rádio Clube da Feira, ontem, entre os candidatos concorrentes à Assembleia de Freguesia de Pigeiros, no caso António Cardoso, pelo PS e Tiago Afonso, pelo PSD. Faltou, pelos vistos sem justificação, o representante da CDU.

Devo dizer que gostei. Pela forma como decorreu e da clareza com que as questões aos diversos temas foram respondidas. Isso, parece-me, demonstra a qualidade de ambos os candidatos e das ideias objectivas que têm para a freguesia, mesmo que com as naturais diferenças.

O debate decorreu quase sempre com cordialidade e sem grandes embates porque as diferenças nas medidas propostas não são muito diferentes, mesmo que me pareça, pelo menos do que ficou exposto, que António Cardoso apresentou ideias estruturantes, nomeadamente para os acessos da Zona Industrial de Romariz à rotunda da A32 e desta ao PERM. Concerteza que serão obras a carecer do envolvimento e decisão de outras entidades, que não apenas a Junta de Freguesia, mas que de facto quando, e se, vierem a ser concretizadas, serão fundamentais. Pelo menos ficou a visão. Mas, no geral, ambos os candidatos com medidas interessantes e necessárias. De resto, como em todas as freguesias desagregadas, nomeadamente as que não tinham o papel de cabeça, como Guisande, Gião, Louredo, Vale, Vila Maior e Pigeiros, o atraso nestes últimos 12 anos tem sido notório, com perda de proximidade mas também de outras acções que antes da formação das uniões funcionavam relativamente bem e cujos modelos não foram seguidos e daí com maus resultados.

Se ouvi e percebi bem, a maior diferença de propostas tem a ver com o aproveitamento da zona desportiva no lugar do Barreiro, iniciada mas inacabada. O António Cardoso defende que a mesma seja concluída e revitalizada e que a Câmara Municipal honre os compromissos assumidos para com o equipamento, com carácter de municipal, o que na sua opinião ainda não aconteceu. Por sua vez o Tiago Afonso pretende a sua reconversão ou aproveitamento como espaço para habitação a custos acessíveis e, em contrapartida à zona desportiva, valorizar o actual e antigo Campo de Jogos Manuel Pé D´Arca, o qual tem vindo a sofrer obras de melhoramentos.

Como disse, o debate, ao contrário de muitos, foi enriquecedor. Apesar disso, e porque se trata de um debate de ideias, na parte final houve alguma tensão entre os candidatos quanto ao processo que inviabilizou a formação de uma lista independente, que integraria os agora dois candidatos, bem como ao que o António Cardoso considerou como pouco ético o envolvimento da Junta PSD numa acção promovida em período de pré-campanha, pelo Impulso Jovem, designação do grupo de jovens da paróquia de Pigeiros. Houve, de facto, alguma tensão e natural desacordo.

Apesar desta desconvergência final, e que poderá continuar num debate público em sede de campanha, os candidatos de Pigeiros mostraram ter qualidade e uma boa visão para a freguesia. 

António Cardoso tem e demonstrou ter a experiência, até porque foi autarca, presidente de Junta, vereador municipal e deputado na Assembleia da República e um profundo conhecimento das diferentes realidades da sua freguesia, do passado e do presente, bem como dos contextos de ligação face ao município e outras entidades. Tem ainda a seu favor a total disponibilidade com que se apresenta à população.

Por sua vez, o Tiago Afonso, que conheço circunstancialmente,mas que vou acompanhando a sua acção e pensamento, apesar de representar uma outra geração e não natural de Pigeiros mas residente, demonstra também já ter um bom conhecimento da freguesia, das suas necessidades e potencialidades e percebe-se que tem as qualidades pessoais e de formação para poder envolver e  desenvolver um bom trabalho. Entre vários aspectos, gostei da sua análise à forma como terá de ser encarado o problema da limpeza dos espaços públicos e ruas, ou seja, com antecipação e planeamento. De resto defendi este modelo quando fiz parte da Junta da União, mas sem acolhimento. 

Como um aparte, de facto, quanto a este aspecto das limpezas, pessoalmente também considero que é preciso planeamento  e antecipação, e que em muitas situações será mais vantajoso limpar com mais regularidade, antes da vegetação crescer para tamanhos que depois envolvem mais tempo a limpar, mais desgaste dos equipamentos e maior volume de vegetação a remover. Há também valetas, em certos locais, que pela sua natureza ou de passagem de águas, devem ser pavimentadas, com meias-canas, de modo a melhorar o escoamento das águas e a reduzir o impacto e o crescimento, como, em Guisande, onde tal se verifica na Rua da Fonte, entre as Quintães e Casaldaça e noutros locais onde há acumulação de terras.

Para resumir, o eleitorado da freguesia de Pigeiros tem de estar satisfeito por ter dois candidatos de qualidade e que em face da sua livre escolha em 12 de Outubro, terá a garantia de boa representação.

Desligando-me da consideração pessoal que confesso ter pelo António Cardoso, que naturalmente já vem de há muitos anos, e de qualquer tendência partidária, que não tenho, de todo, a este nível local, do que vou lendo e ouvindo e pelas minhas percepções, considero ambos os candidatos com muita qualidade e acima de tudo parece-me que ambos muito interessados em servir da melhor forma a sua comunidade.

Em 12 de Outubro, caberá aos pigeirenses fazer a análise e a escolha, desejando-se que de forma tão esclarecida quanto possível!


24/09/2025

Eventos? Capacidade de inovação e concretização.

 


À questão lançada pela lista da candidatura do Johnny Deivis Almeida  à eleição para a Assembleia de Freguesia de Guisande, no próximo dia 12 de Outubro"- Que eventos gostava de ver em Guisande?", respondi em comentário:

1 - Corga da Moura: Estamos numa nova realidade com as 4 freguesias separadas. O sítio localiza-se em Gião. Não obstante, havendo um acordo entre as 4 freguesias, com um protocolo bem definido, e com orçamentos bem controlados, e com participações orçamentais com a mesma proporcionalidade que esteve na base da partilha definida pela Comissão de Extinção, concordo que se continue a realizar, porque permite um convívio inter-freguesias e um encaixe financeiro para as nossas associações e grupos.

2 - Mesmo a realizar-se o Corga da Moura, considero que a Junta, à falta de uma associação cultural activa, como seria a "Associação "O Despertar", deve promover uma semana cultural, incentivando à participação de movimento, grupos e movimentos da freguesia e paróquia.Se o Corga da Moura não se concretizar, deve procurar fazer algo, à nossa medida e aproveitando o apoio financeiro que a Câmara atribuí a este evento.

3 - Passeio sénior: Concordo que continue, mas eventualmente em moldes melhorados que possibilitem mais convívio e menos o apenas oferecer um passeio e um almoço.

4 - Face à conquista difícil da nossa independência, deve-se fazer um evento evocativo ao que se poderia chamar de Dia de Guisande, a envolver toda a comunidade.

5 - Promover eventos que possam ligar o passado com o presente, como sessões periódicas ou regulares ou tertúlias onde se possa conciliar cultura com aquilo que é a nossa história local e as nossas gentes.

6 - Promover um evento que a médio prazo possa ser diferenciador e marcante, por exemplo arte de rua.

7 - Promover um evento/programa onde anualmente se distinga uma pessoa ou grupo que tenha merecido destaque, pela sua cidadania, intervencão cívica, social, cultural, desportiva, etc.

8 - Outras mais. Não faltarão boas ideias e cuja promoção e realização não serão custosas mas apenas a depender de vontade e dinamismo.

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Certamente que outros eventos, que também terão de saír da capacidade de inovação e concretização do executivo da Junta de Freguesia, seja lá quem for que vença a eleição. É possível fazer eventos de qualidade, diferenciadores, sem grandes custos orçamentais. Em muito, bastará capacidade de envolver e fazer acontecer. Mesmo sem uma estrutura de raíz, como um Centro Cultural com um auditório, temos e podemos aproveitar o que temos, como o Salão Paroquial, mesmo o auditório do Centro Cívico, o recinto do Monte do Viso, o Rinque Polidesportivo, o campo de Jogos do Guizande F.C., etc. Em suma, todo o território da nossa freguesia, pode e deve ser palco.

22/09/2025

Sondagem / Inquérito às eleições autárquicas em Guisande - 2025 - Segunda análise

Depois  de uma primeira análise aos resultados, então com base em 36 participações, fazemos aqui uma segunda análise, já com base em meia centena de participações e respectivas respostas às questões da nossa sondagem /inquérito sobre alguns aspectos que em teoria podem influenciar ou com importância para a escolha eleitoral para a a Assembleia de Freguesia de Guisande no próximo dia 12 de Outubro: Assim

Perfil do Eleitorado (50 participantes anónimos)

Comportamento Eleitoral:

66% respondem que votam independentemente do partido, priorizando a capacidade dos candidatos sobre a filiação partidária

90% valorizam mais a personalidade e competência dos candidatos do que o partido que representam

92% têm intenção de votar, demonstrando elevado interesse cívico

Critérios de escolha dos candidatos

Factores mais valorizados:

Envolvimento cívico local (74% considera decisivo) - o fator mais importante

Experiência autárquica prévia (54% considera decisiva)

Juventude (70% prefere candidatos mais jovens quando a idade importa)

Factores menos valorizados:

Formação académica/profissional (70% considera não decisiva)

Área profissional específica (76% considera irrelevante)

Idade em geral (76% não a considera fator importante)

Prioridades para a freguesia

Obras necessárias:

Arruamentos (44%) - prioridade clara

Igreja matriz (20%)

Sede da Junta (14%)

Acções Esperadas:

Proximidade e envolvimento (40%)

Obras e melhoramentos (38%)

Inovação e capacidade de realização (50% na questão 12)

Avaliação política actual

Gestão da União de Freguesias em 12 anos:

56% avalia como "mau" o trabalho da União de Freguesias

42% considera "razoável"

Apenas 2% considera "bom" - clara insatisfação

Empenho dos habituais partidos:

60% considera que as estruturas partidárias locais do PSD e PS não demonstram interesse pelas freguesias fora do contexto das eleições

Escolhas dos candidatos dos partidos PSD e PS:

Pelo PSD considera-se que Johnny Almeida foi uma boa escolha mas muito equilibrado com a opinião que havia melhor opção.

Já pelo PS, destaca-se a opinião de que havia uma melhor opção a Celestino Sacramento. Mesmo a resposta de que foi uma boa escolha, perde para resposta de que não havia uma melhor opção.

Divisão sobre as escolhas dos cabeças-de-lista em ambos os partidos

Expectativas futuras

Confiança:

62% confia na capacidade dos dois principais candidatos (Johnny Almeida e Celestino Sacramento)

74% acredita que a freguesia ficará unida após as eleições

Conclusões principais:

Eleitorado pragmático que privilegia competência sobre o partidarismo

Forte descontentamento com a gestão anterior no contexto da Uniáo de Freguesias

Prioridade nas infra-estruturas (arruamentos) e proximidade aos cidadãos

Envolvimento cívico local será o critério mais importante na escolha

Optimismo moderado quanto ao futuro, independentemente do vencedor

Elevada participação eleitoral esperada (92%)

Conclusão geral:

O inquérito revela um eleitorado informado e exigente, que valoriza mais a ligação local e a capacidade de realização do que critérios tradicionais como partido ou formação académica.

Para quem ainda não participou pode continuar a votar, aqui ou no link abaixo:


https://tools2web.live/sond_aut_25/

17/09/2025

Campanha & Companhia - Louredo - Debate na rádio


Assisti ao debate entre os candidatos à Assembleia de Freguesia de Louredo, no caso apenas entre os candidatos pelo PS, Roberta Reis, e pelo PSD, Fernando Moreira. A IL esteve ausente.

No geral gostei. Naturalmente que candidatos diferentes, de geração e experiências. Não obstante, em muito concordantes quanto às necessidades e com ideias similares em vários temas, o que de resto tem sido tónica nos debates a que tenho assistido. 

A diferença poderá estar na capacidade e formas de aplicar as ideias e projectos e de dar respostas às necessidades e aí entre a confiança que o eleitorado coloca, ou não, nas diferentes listas. No resto é como nos melões, a qualidade só se verifica depois de se abrirem e provarem.

Todavia, neste aspecto, parece-me que Fernando Moreira e a sua lista partem com clara vantagem, pois o cabeça-de-lista do PSD já foi autarca de Louredo e reconhecidamente tendo feito um bom trabalho, até notável em vários aspectos, considerando a dimensão populacional da freguesia. Joga ainda a seu favor o historial de tendência ganhadora do PSD em Louredo.

Apesar disso, houve um interregno de 12 anos e agora é um novo ciclo e naturalmente que ambos os candidatos pretendem marcar posições e reorganizar a freguesia, que volta a estar por sua conta.

Quanto à forma como decorreu o debate, foi respeitoso e, de algum modo,  proveitoso para os que têm dúvidas na intenção de voto, que, não obstante, acredito que em Louredo sejam poucos. 

Nos comentários nas redes sociais, alguns visitantes queixavam-se de que Fernando Moreira monopolizava o debate mas, a meu ver, sem fundamento. Falou mais, muito mais, mas não porque a candidata pelo PS não o pudesse fazer. De resto admitiu isso quando chamada à atenção pelo moderador. Ou seja, Roberta Reis, falou tudo o que tinha a dizer no tempo e ritmo que quis. Falou quanto quis falar. Simplesmente as suas ideias e propostas foram apresentadas de forma mais genérica e sem grandes considerações ou acrescentos. Podia, naturalmente, demorar mais tempo nas diferentes intervenções, como sugerido pelo moderador. É, pois, injusto, parece-me, que no contexto descrito, se pretenda acusar o candidato pelo PSD de monopolizar o debate. Mesmo que assim fosse, a responsabilidade seria do moderador.

De resto, não deixa de ser paradoxal, que algumas das pessoas que deixaram comentários nesse sentido de vincar a suposta monopolização do debate, tenham, elas própria e à sua conta, dezenas de comentários. Parece-me que não é por uma mesma pessoa estar sempre a comentar e a dar razão a um candidato, que terá mais razão. De resto nem o ritmo nem o número dos comentários têm qualquer influência no debate e na decisão. Mas, nestas coisas como na bancada a ver futebol, há sempre adeptos mais ruidosos, mesmo que isso pouco conte para o que se passa no campo de jogo. Adiante.

Quanto à questão inicial, sobre a desagregação, tal como já aconteceu com a candidata do PS por Gião, que aprecio e tenho como uma excelente opção para os eleitores locais, a Roberta Reis não foi capaz de dizer de forma clara se esteve ou não contra a desagregação. E seria importante fazê-lo, pois o PS na actual Junta e Assembleia de Freguesia, esteve convictamente contra.  E creio que, para o bem ou para o mal, era importante que essa posição ficasse clara para os eleitores. Ao invés, limitaram-se a dizer que isso era passado e que agora é uma nova realidade e é com ela que têm de contar. 

Também neste aspecto, Fernando Moreira não me pareceu muito claro, se era objectivamente a favor ou contra a desagregação, no que pode ter sido interpretado como um "nim". Mas considerou de forma categórica que a União não funcionou, pelo que se pode daí deduzir que considera a desagregação como positiva e de resto foi o PSD quem votou a favor, mesmo com o fundamental contributo e papel do Celestino Sacramento, elemento do PS na Assembleia de Freguesia, como fez referência, e justa, o Fernando Moreira. Sem o Celestino mas também sem a posição favorável e activa do PSD, a desagregação não teria sido possível. Fosse pelo PS e continuaria a vigorar uma União que mostrou não funcionar como tal.

E mais disse, no que pessoalmente também concordo, a União não funcionou porque nos três mandatos da sua vigência, os presidentes eleitos não adoptaram o modelo correcto, que seria manter os esquemas já existentes nas fregueias, que funcionavam bem e que bastaria melhorar e potenciar. Ou seja, eu também defendia isso, que de algum modo, apesar de orçamento geral, cada freguesia deveria, tanto quanto possível, manter a sua dinâmica própria e com os representantes de cada freguesia a terem um papel mais activo e decisivo e com competências, que, no meu caso, nunca foram atribuídas. Mas foi uma vontade inglória porque não aceite pelo presidente.

Ao contrário, não se foi por aí, antes por uma gestão centralista, focada sobretudo em Lobão, porque a maior parcela, e deu no que deu. O facto de em três mandatos o presidente da Junta ter sido sempre da área de Lobão, e voltaria a ser num quarto, quinto ou sexto mandatos, diz muito sobre o falhanço, porque centralista, e, repito, focada na importância e peso de Lobão. Nunca se deveria ter adoptado uma União com freguesias tão desequilibradas em termos de peso eleitoral, potenciando esse centralismo negativo. Acredito que mesmo num cenário de Uniões, poderia funcionar melhor uma com Guisande e Louredo, Louredo e Vale, ou Guisande e Giãoo, ou até mesmo com Gião, Louredo e Guisande, mas nunca com Lobão, porque com um peso superior às demais, por isso já a adininhar-se algum "canibalismo" de preponderância de poder.

Um dos aspectos positivos que se apregoava para a vantagem da União, seria o desfazer das assimetrias, de modo a que todo o território se aproximasse no seu desenvolvimento. Provou ser uma completa falácia já que isso não aconteceu, como até se acentuaram as assimetrias bem como a perda de serviços e proximidade entre eleitores e eleitos, até porque estes foram reduzidos no seu número. 

Em resumo, um debate positivo, este de Louredo, com a identificação das necessidades mais ou menos iguais. No global, pela experiência, Fernando Moreira foi mais incisivo, pormenorizado e realista, com uma visão mais ampla, porque conhecedor das realidades autárquicas, mas também apreciei a postura da Roberta Reis, mesmo que num registo mais minimalista e sem entrar em detalhes quanto à forma como pretende realizar o que propõe. De resto a pecha em quase todos os debates. 

Ideias, projectos, intenções, quase tudo necessário e positivo, mas as dificuldades virão na prática porque entre o querer e o ser capaz de fazer, e como fazer, vai uma enorme diferença. Mas isto tanto para Louredo como para Guisande e demais freguesias, sobretudo as de menor dimensão, porque tendencialmente menos consideradas pelo poder central concelhio.

Para concluir, independentemente dos juízos ou análises, e no caso de alguém que apenas vê de fora, mas que de forma interessada, caberá aos louredenses a decisão no dia 12 de Outubro.

15/09/2025

O primeiro sinal

 


O primeiro sinal nas redes sociais da campanha da lista do PS  à eleição para a Assembleia de Freguesia de Guisande, encabeçada pelo Celestino Sacramento. No caso, um curto vídeo com o convite aos guisandenses para a apresentação pública de todas as listas concelhias pelo Partido Socialista, a decorrer na Câmara Minicipal da Feira, no Domingo, 21 de Setembro, pelas 17:00 horas.

Ficaremos à espera da apresentação oficial aqui em Guisande. Mas já estamos a menos de um mês das eleições.

A mensagem era tão curta e tão simples de transmitir que o Celestino bem que poderia dispensar de estar a ler o tele-ponto. Não foi o único a fazê-lo. Ficou assim, por isso, com um ar estranho, mas compreende-se o nervosismo. Afinal, o dom da palavra não é para todos. Eu talvez não fizesse melhor. 🙂

Estranho também é o slogan adoptado "No bom caminho". Se estivesse Guisande no bom caminho, dispensar-se-ía a desagregação, digo eu. Talvez fosse mais acertado escolher o slogan "Saír do mau caminho".

12/09/2025

Eleições Autárquicas 2025 - Guisande - Análise ao debate na Rádio

Ouvi ontem, em directo, o debate na Rádio Clube da Feira, pelas 19:00 horas, entre os candidatos à Assembleia de Freguesia de Guisande, Johnny Almeida, pelo PSD, e Celestino Sacramento, pelo PS, cuja eleição em 12 de Outubro próximo determinará quem formará a Junta de Freguesia e, por conseguinte, fará a gestão de Guisande nos próximos quatro anos, num mandato importante, porque o primeiro depois de uma falhada União de Freguesias que durou 12 anos.

Antes de mais, tenho em conta que os candidatos não estão habituados a ser entrevistados em directo para a rádio, pelo que naturalmente o nervosismo e as condicionantes do debate não ajudam à maior clareza. Mesmo com alguma preparação prévia, as coisas na hora tendem a ser esquecidas ou expostas de forma menos adequada.
Por conseguinte, acredito que ambos procuraram fazer o seu melhor nas respectivas condições.

Posto estas impressões iniciais, no geral, e é apenas a minha opinião, o debate ficou aquém do que eu esperava. Em vários temas pareceu-me um pouco pobre. Ambos mostraram ter praticamente as mesmas ideias, concordantes nas principais necessidades ( o que não é defeito) mas não foram capazes de se diferenciar quanto à substãncia e forma de as expor e como resolver. Pareceu-me que o debate foi pouco preparado ou, se foi,  pelo menos apresentado de forma pouco clara, muito superficial.
Houve até, de parte a parte, vários exageros, algumas confusões, certas omissões e diversas informações erradas em aspectos que me parecem importantes, nomeadamente os seguintes:

Edifício sede da Junta

Quanto às condições do edifício sede da Junta de Freguesia, houve um claro exagero de ambos os candidatos. O edifício tem condições de funcionamento e tem servido como pólo da actual Junta da União. O que de facto necessita é de obras de requalificação, com substituição da cobertura em chapas de fibrocimento, melhoramento das condições térmicas, criação de acessibilidades, renovação estética dos espaços, melhorar e modernizar o arquivo e sala de atendimento, bem como modernização da fachada principal. Mas, repito, daí a considerar-se que não tem condições de funcionamento ao ponto de se equacionar a mudança para o Centro Cívico é um exagero. O edifício não mete água nem está a ruir.

Envolvente da igreja matriz

Foi exagerado dizer-se que não há espaços de estacionamento. Claro que há: no Adro Padre Francisco de Oliveira, na Alameda Dr. Joaquim Inácio da Costa e Silva, na baía junto aos Ecopontos e nos arruamentos envolventes. Para o dia a dia das actividades da paróquia, têm chegado e sobrado. Em situações de maior afluência, como alguns funerais, o Dia de Todos os Santos ou celebrações mais significativas, será importante haver mais lugares. Ou seja, há estacionamento e nunca foi um sério problema, mas concordo que, havendo possibilidade, será positivo ampliar os lugares existentes. No Adro, não há árvores enormes a dificultar o trânsito. Apenas alguns arbustos que merecem cuidado e poda. No entanto também considero que é possível melhorar. Talvez não se justifiquem os separadores centrais, e a sua eventual remoção, e delimitação com pintura no pavimento, permitirá um espaço mais adequado à circulação e estacionamento.

Por outro lado, ambos falaram dessa necessidade, bem como de um parque de lazer, mas ninguém explicou de forma séria como o fazer, dado que o terreno contíguo, a sul da Alameda, é privado e necessita de negociação. Se for adquirido — o que não será barato, certamente — poderá ser agregado ao terreno já pertencente à Junta, do lado sul e poente do cemitério, adquirido no mandato de 2014/2017, quando fiz parte da Junta.
Em resumo: será uma obra interessante se for possível, mas carece de negociação com privados e, sem apoio da Câmara, representará um grande esforço orçamental, pelo que terá de ser uma obra para mais do que um mandato.

Monte do Viso

Ambos concordaram na necessidade de obras, incluindo um parque infantil, mas foram vagos e pouco objectivos quanto à forma e ao conteúdo O espaço está mais ou menos definido mas há opções que devem ser tomadas, por exemplo considerar a reformulação da zona central onde está o pequeno lago e várias árvores e arbustos, de modo a no futuro optimizar um melhor local para o palco aquando da Festa do Viso, mas compensar com a plantação de árvores de sombra. Como está, esse espaço separa o arraial em duas zonas e não contribui para a hamonização do conjunto. Requer um bom estudo, bem pensado.

Ambos falaram na necessidade de alargar a rua de Santo António, do lado norte, e creio que é possível até porque no mandato de 2014/2017, obteve-se a concordância dos proprietários marginais. Infelizemnte, o executivo do 2.º mandato ignorou por completo essa necessidade mesmo não comportando custos significativos. A realizar-se será um melhoramento importante.

Auditórios e Centro Cultural

Questionados sobre a existência de auditórios, ambos disseram não haver nada na freguesia além do apoio do Centro Cívico. É verdade que a Junta não tem equipamento próprio, mas existe um pequeno auditório no Centro Cívico, onde já se realizaram actividades, e sobretudo o Salão Paroquial, recentemente requalificado, que há mais de 60 anos tem sido espaço nobre para teatro e outros eventos. Não é da Junta, mas é da paróquia e da freguesia.

Quanto à ideia do Centro Cultural, lançada por Johnny e à qual Celestino disse não acreditar, é de facto um sonho. Antes disso, será fundamental apoiar a reactivação da Associação Cultural de Guisande “O Despertar” e os grupos já existentes, para que no futuro o sonho de um Centro Cultural faça sentido.
Ninguém lembrou que existe, no lugar de Fornos, um terreno pertencente à Câmara, adquirido no final da década de 1980 precisamente para acolher um Centro Cultural, então pensado para a sede de “O Despertar”. Será, pois, um projecto de futuro, mas só fará sentido com um tecido associativo à altura.

Campo de futebol e desporto

Houve desinformação quanto à propriedade do terreno, supostamente o entrave à instalação do relvado sintético. Celestino Sacramento disse tratar-se de terreno particular, o que é falso na substância: foi doado na década de 1980 à Junta de Guisande. Existe escritura, embora, por desleixo da Junta de então, nunca tenha sido registada na Conservatória. Com o falecimento da doadora, não tendo sido feito o registo na década de 1980, o prédio entrou em herança. A situação detectada passou a exigir a regularização burocrática, da qual têm surgido divergências entre herdeiros e Junta, quanto à forma de regularizar, com cada parte a travar-se de razões. Apesar disso, a herança nunca se opôs à legitimidade da escritura nem da regularização necessária nem ao entrave no processo de candidatura ao projecto do arrelvamento. Ora este esclarecimento ficou por fazer no debate e o que foi dito só aumentou a confusão de quem está por fora do processo.

Faltou dizer, também, que a actual Junta da União recuou no compromisso público de apoio financeiro. Em Dezembro passado, no jantar de Natal do Guisande F.C., o presidente da Junta afirmou que o apoio seria garantido, na ordem dos 100 mil euros, independentemente do que viesse a ser decidido no processo de desagregação. Meses depois, com a desagregação consumada, a Junta recuou no compromisso público ao clube e à comunidade,  limitando a perspectivar um apoio de apenas e cerca de 20% desse valor. Ora para concretizar a obra, temos que admitir que gace a este recuo será um esforço grande para a futura Junta, o que obrigará a uma engenharia financeira pluri-anual, parece-me. Em todo o caso, importa que a futura JUnta não se desvie desta objectivo.

Creio que também nada falaram sobre o rinque polidesportivo de Casaldaça, requalificado pela Câmara com investimento de cerca de 180 mil euros, mas cujas obras no balneário ficaram de fora. Não se ouviu o que pretendem fazer para dinamizar o espaço que continua sem qualquer movimento, salvo um torneio organizado pela cessante Comissão de Festas  do Viso.

Cultura - Associativismo

Ambos prometeram apoiar logisticamente e financeiramente as associações existentes, mas nada disseram sobre reactivar “O Despertar”. É importante que a Junta, para além de apoiar e acarinhar os grupos que existem, com o seu poder agregador, possa incentivar e criar condições para reerguer aquela que foi a mais importante associação cultural e recreativa da freguesia, porque faz falta.

Urbanismo e PDM

Ambos traçaram o retrato das dificuldades do urbanismo e da esperança em reverter a quebra populacional, constatando a construção de várias habitações nos últimos tempos e a perspectiva de novas edificações. Mas não abordaram nem censuraram aspectos cruciais, como a revisão do PDM, supostamente ainda em curso, onde os técnicos da Câmara, em contra senso com os objectivos da Lei dos Solos, que é promover mais terrenos para construção, prevê reduzir espaços urbanos, classificando-os como rurais, mesmo em arruamentos centrais à freguesia e já dotados de infra-estruturas, nomeadamente em parte da Rua Cónego Ferreira Pinto, Rua da Zona Industrial, Rua do Viso e outras. Mostraram desconhecer o assunto pelo que se desconhece se ainda vão a tempo de, em se de de consulta pública, atalhar estas reduções injustificadas e penalizantes para o crescimento urbano da freguesia a curto prazo.

Aspectos gerais:

Ambos não conseguiram, no geral, avançar com outras ideias e projectos, mesmo que simples, mas diferenciadores. Uma ou outra ideia, já em vigor na União de Freguesias, bem como, no que concordo, com a possibilidade de em protocolo manterem o evento Corga da Moura, se nas mesmas condições e com uma participação proporcional, embora com reservas por parte do Celestino Sacramento. Não obstante, no geral, eu esperava mais ideias e iniciativas diferenciadoras. Algumas, até já as sugeri por aqui.

Aspectos positivos ou menos positivos

De Johnny Almeida: Citou várias vezes o actual presidente da Câmara como apoiante dos projectos para Guisande, e que ciente do atraso da freguesia, mas esquece que este  ainda terá de passar pelas eleições. Por enquanto o actual presidente é apenas um de vários candidatos. 

Além disso, pareceu desculpar demasiado a União de Freguesias, ignorando que esta está a concluir 12 anos de governação e seria interessante procurar saber onde foi aplicado no nosso território, pelo menos 1 milhão e 200 mil de euros a que Guisande,, por proporção do orçamento teria direito. 

Parece-me que, se é facto que houve uma óbvia melhoria no aspecto de  proximidade do presidente aos grupos e às pessoas, honra lhe seja feira, quanto a obras registam-se alguns melhoramentos com desvio de águas pluviais, a construção de mais sepulturas no cemitério, uma ou outra intervenção, mas no geral pouco de substancial foi feito e as mais significativo, como pavimentações e requalificação do rique polidesportivo, e saneamento e pavimentação da Rua de Trás-os-Lagos foram do orçamento da Câmara Municipal ou de apoio substancial desta. 

Mesmo a limpeza dos espaços públicos, numa boa parte da freguesia tem sido muito descurada nesta parte final do mandato. Alguns melhoramentos ainda estão por concretizar, como as sarjetas na Rua Nossa Senhora de Fátima entre os lugares da Leira e Gândara. Não confirmei nos últimos dias, mas há uma rua interrompida há meses e sem fim à vista (Rua do Sebastião, em Cimo de Vila). A obra do saneamento e a repavimentação da Rua da Zona Industrial já não vai ser realizada neste mandato nem deixada verba cabimentada para tal. Por conseguinte, a União de Freguesias, em 12 anos, com o PSD (2 mandatos) e o PS (1 mandato) não conseguiu ser diferenciadora nem resolver assimetrias. Foi muito pouco face às expecativas dos arautos e defensores da União.

No geral, mesmo que de forma muito suscinta, o Johnny Almeida mostrou ter vontade e espírito de iniciativa e com algumas ideias ambiciosas como o Centro Cultural e o melhoramento da ligação de Gião a Guisande para potenciar a ligação à A32 e algo diferenciadoras em relação ao Celestino Sacramento.

Finalmente, no minuto reservado para a declaração final, foi muito rápido gastando apenas 23 segundos. Poderia, a meu ver,  aproveitar todo o tempo previsto para enriquecer a mensagem. Foi a despachar.

De Celestino Sacramento: Tal como o colega de debate, disse ter muitas ideias mas na verdade foram abordadas muito pela rama, sem qualquer sustentação de como as realizar e cabimentar no orçamento da Junta. Não apresentou nada de diferenciador.

Apontou o dedo ao anterior executivo de ter terminado com o serviço de enfermagem (no mandato anterior pois ainda funcionou de 2013 a 2017)  mas ignorou que o executivo que apoia não foi capaz de o retomar. 

Creio que todos, a começar por mim, reconhecemos a importância que o Celestino Sacramento teve no processo de desagregação e obtenção da independência da freguesia. Mas não lhe ficou bem  chamar apenas a si esse papel e mérito. Teve-o, foi importante, como também importante e decisivo foi toda a bancada do PSD na Assembleia de Freguesia, que votou a favor, ao contrário dos colegas de bancada do Celestino. Alguns elementos da bancada do PS, residentes ou com origens familiares em Guisande, votaram mesmo contra ou abstiveram-se. Sem a posição e o voto do Celestino nada se conseguiria como também é verdade que nada se alcançaria sem a votação da bancada do PSD.

Por conseguinte, neste puxar dos louros, faltou ao Celestino Sacramento dizer que também o Dr. Rui Giro teve um papel fundamental na orientação e preparação do processo e da parte jurídica, e mesmo na recta final, quando já se dava por perdida a desagregação, foram o seu papel e intervenção fundamentais ao promover a sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia, pelo final do ano de 2024, que veio clarificar a situação e ainda ir a tempo de ser apreciada e votada favoravelmente na Assembleia da República. Creio que sem lhe retirar o mérito, o apreço e o reconhecimento, e disso nunca esquecerei, ficou mal esta omissão ao Celestino Sacramento, porque era de justiça. Acredito que foi  sem intenção de ignorar o papel e importância dos demais, e do Dr. Rui Giro, mas foi essa imagem que passou.

Quanto ao Centro Social, esteve bem o Celestino Sacramento ao apontar a falta de cumprimento pela Segurança Social do programa de apoio para Centro de Dia, bem como da parte política, mas falhou ao equacionar o encerramento do Centro Social. Ora para quem for presidente da Junta deve desenvolver todos os esforços no sentido de fazer crescer e funcionar os equipamentos e nunca baixar os braços ou equacionar pelo seu encerramento.

Resumo

Não obstante a minha análise, os candidatos deram o seu melhor, embora o nervosismo em directo condicione sempre a clareza. Foi um debate educado, sem atropelos e com respeito mútuo, entre dois candidatos que certamente desejam o melhor para a freguesia. Concordaram nas principais necessidades, diferindo pouco na apreciação às mesmas.
A diferença entre ambos os candidatos e respectivas listas poderá estar na capacidade de concretização. Contudo, na substância e forma, o debate ficou um pouco aquém do que eu perspectivava. Talvez por elevar as expectativas. Foram algo superficiais, mas mesmo assim ficaram no crivo várias ideias que podem e devem ser desenvolvidas durante a campanha eleitoral.

Concluindo, e esta é apenas uma análise pessoal, e de forma isenta tanto quanto possível, se tivesse de decidir o meu voto apenas com base no debate, confesso que ficaria com dúvidas, pelo que aguardo os futuros desenvolvimentos da campanha de ambos os partidos e candidatos e suas dinâmicas. Hoje em dia o eleitorado exige clareza e já não alinha em métodos de campanha manhosos.

Para fechar mesmo, destaco e enalteço a postura respeitosa de ambos e agradeço-lhes a disponibilidade para servir a freguesia e a comunidade. Bem hajam!

11/09/2025

Sim, vou à apresentação do Johnny Almeida (e à do Celestino, se houver)

Nestas coisas não sou melhor nem pior que os outros. Não recebo nem quero dar lições de moral.

Mas em muitas questões, nomeadamente na política, procuro ter uma visão aberta e tanto comungo alguns dos valores tradicionalmente ligados à esquerda, como também de vários valores mais relacionados à direita. Sou pelo concenso, moderação e equilíbrio. Não alinho em extremismos e fundamentalismos, mesmos os ideológicos. De resto, faz-me confusão ver alguns que se apregoam como democráticos e defensores da democracia, a terem posições extremadas, como se apenas eles os donos e senhores da razão e porteiros das estradas que conduzem ao lado certo.

Neste sentido, tanto mais numas eleições locais, para a nossa freguesia, com pessoas nossas conhecidas e amigas em ambos os lados, faz-me confusão que alguns se entrincheirem nos seus redutos, afastados dos outros como se estes com sarna.

Quando queremos votar de forma esclarecida, sem fundamentalismos ou apenas pelo partidarismo, será importante analisar ambas as listas e seus projectos e ideias e ouvir o que os cabeças-de-lista têm a dizer. Claro que nestas apresentações dispensam-se os lugares comuns de quem vem de fora, das estruturas partidárias, as quais, quase sempre esquecem as freguesias fora destes contextos de eleições.

Neste pensar e sentir, é minha intenção assistir neste Sábado, no Monte do Viso, pelas 18:30 horas, à sessão de apresentação do Johnny Almeida, pelo PSD, ouvir da boca do próprio o que tem a dizer e quais as suas ideias e projectos paraa  freguesia, bem como da sua equipa.

Mas também, obviamente, participarei na apresentação do Celestino Sacramento, se esta se vier a realizar - o que para já nada se sabe.

Sondagem / Inquérito às eleições autárquicas em Guisande - 2025 - Primeira análise


O Inquérito aqui lançado ontem, já teve 36 participações apesar de mais de 200 visualizações.Todavia, para um dia, não deixa já de ter alguma relevãncia.Assim, mesmo que ainda com pouca representatividade, permite já traçar algumas conclusões e perfil do eleitor guisandense. Vamos à análise de cada questão e peso das respostas:

1. Peso do partido político /candidatos

63,9% afirmam que o partido não é decisivo e 91,7% votam pela capacidade/personalidade dos candidatos.

Isto indica uma clara tendência de personalização da política local, onde as qualidades individuais superam a lógica partidária. Apesar disso, na nossa freguesia é ainda reconhecido um eleitorado mais velho muito arreigado, mesmo fundamentalista, valorizando o partido em detrimento da qualidade dos candidatos do lado oposto.

2. Idade dos candidatos

Apenas 25% consideram a idade importante.

Mas, quando questionados directamente, 66,7% preferem candidatos mais jovens.

A idade por si só não pesa, mas há uma preferência por renovação geracional, possivelmente ligada a novas ideias ou a maior energia. De resto é uma percepção normal já que mesmo em Guisande os jovens já são detentores de formação superior e mesmo com licenciaturas, por isso com capacidade e saber. Pelo contrário, pelo contexto da evolução da nossa sociedade ao nível da Educação,  os mais velhos, mesmo que com experiência e saberes, têm naturalmente menor formação académica.

3. Experiência política e formação

58,3% valorizam experiência em cargos autárquicos.

Já a formação académica/profissional (33,3%) e a área profissional (25%) são pouco relevantes.

A experiência prática pesa mais do que os diplomas. O eleitorado valoriza o envolvimento e provas dadas em funções locais, não apenas em currículos. 

4. Envolvimento cívico

75% consideram o envolvimento comunitário um factor decisivo.

A proximidade real com a freguesia é vista como fundamental, mais até do que idade, profissão ou formação. Esta situação é compreensível, já que, naturalmente, quem presta serviço de cidadania em grupos ou movimentos na freguesia e paróquia têm uma acção mais visível e por isso geram maior confiança e valorização.

5. Prioridades locais

Arruamentos lideram (38,9%) como principal necessidade de obras.

Seguem-se espaços desportivos e sede da Junta (ambos 16,7%), e zonas religiosas (13,9% cada).

A prioridade clara é infraestrutural e funcional (estradas/acessos), acima de património ou cultura. Pode resultar daqui uma percepção de que as intervenções nos espaços envolventes a equipamentos religiosos devem merecer apoio de outras entidades, como a Câmara Municipal, e não apenas da Junta de Freguesia.

6. Expectativas da futura Junta

Proximidade e envolvimento (41,7%) e obras/melhoramentos (38,9%) quase empatados.

Limpeza (11,1%) e cultura/desporto (8,3%) ficam em segundo plano.

Os eleitores querem uma Junta ativa e próxima, com foco em infraestruturas básicas.

7. Avaliação da União de Freguesias

Apenas 2,8% avaliaram como “bom”.

Metade (50%) acha “mau” e 47,2% “razoável”.

Existe forte insatisfação com a gestão anterior, o que abre espaço para a renovação. Apesar disso, é difícil perceber uma relação da gestão do PS pu do PSD já que ambos governaram a União de Freguesias.

8. Perfil desejado para os candidatos

Proximidade/inovação (38,9% cada) são igualmente valorizados.

Humildade/seriedade (11,1%) e promoção de valores (11,1%) são secundários.

Espera-se alguém dinâmico e próximo, capaz de executar projetos concretos.

9. Perceção sobre os partidos (PSD/PS)

63,9% acham que os partidos só aparecem em época eleitoral.

Reforça a visão de que o partidarismo é secundário e há distância entre estruturas concelhias e a realidade local.

10. Cabeças de lista

PSD: 41,7% consideram boa escolha, mas 38,9% acham que havia melhor opção.

PS: 41,7% acham que havia melhor opção, 25% que foi uma boa escolha.

Tanto no PSD como no PS há divisão e algum descontentamento com as escolhas feitas. É notório que ambas as listas tiveram dificuldades na sua composição, com recusas de várias pessoas. Estas dificuldades resultam também de um alheamento e descrédito da classe política e nem os partidos revelam interesse pelas comunidades para além dos perídos eleitorais. Por outro lado, 12 anos numa União de Freguesias contribuiram para uma erosão dos valores identitários junto dos mais jovens.

11. Confiança nos candidatos principais

61,1% confiam em Johnny Almeida ou Celestino Sacramento.

36,1% preferem esperar para ver.

Existe confiança moderada, mas também cautela: expectativas altas, mas prudentes. 

Por outro lado, pode haver reservas fundadas já que o elitorado também procura estbelecer confiança e uniformidade de qualidade com base em toda a lista, ou principalmente nos três primeiros elementos e não apenas no cabeça-de-lista.

12. União pós-eleições

69,4% acreditam que a freguesia ficará unida depois das eleições.

Predomina o optimismo quanto à coesão social, independentemente do resultado.

13. Intenção de voto

97,2% dizem que vão votar.

Demonstra forte mobilização cívica, o que pode ser decisivo para a legitimidade da nova Junta. Se esta tendência se verificar, significa que pode baixar a abstenção e com isso uma maior participação e também uma maior imprevisibilidade.

Resumo final:

O eleitorado de Guisande vota mais em pessoas do que em partidos.

Prefere candidatos jovens pelo seu dinamismo, de preferência experientes e próximos da comunidade.

As infraestruturas básicas (arruamentos) são a maior prioridade.

Há insatisfação com a gestão anterior, mas também optimismo quanto ao futuro.

Tanto no PSD como no PS enão é claro um concenso sobre a escolha dos cabeças de lista.

A taxa de participação tende a ser muito elevada (97%), mostrando grande interesse na mudança local.


Se ainda não votou VOTE AQUI

10/09/2025

Autárquicas 2025 - Guisande - Sondagem / Inquérito


Costuma-se dizer que as sondagens valem o que valem, mas também é certo que podem ser um indicador de intenção de voto ou de escolha. Neste sentido, abro aqui uma sondagem onde os guisandenses com direito a voto podem responder a algumas questões que podem ajudar a traçar um retrato do eleitorado e suas percepções.

Inicialmente pretendia apenas abrir uma sondagem com a simples questão quanto à intenção de voto, se no Johnny Almeida, pelo PSD, ou se no Celestino Sacramento, pelo PS.  Todavia, sabendo do que a casa gasta e das limitações técnicas do sistema que podem fazer com que votem eleitores fora de Guisande, ou mesmo sem idade de voto, ou ainda, quem souber, votar várias vezes, contornando as verificações do sistema, optei por não lançar a sondagem nesses moldes pois assim poderia ser, em muito, desvirtuada, e isso não seria positivo para qualquer um dos candidatos nem para o objectivo pretendido, isto é, de forma rigorosa, com isenção e apenas uma escolha por eleitor.

Por conseguinte, a presente sondagem nem é tanto isso, mas antes um inquérito, em que se procura traçar um retrato geral e perceber o entendimento e percepções dos eleitores guisandenses, mesmo daqueles que ainda sem idade para votar mas com um entendimento claro e futuros eleitores, por isso os adolescentes.

Neste inquério, a cada questão é orbigatório responder com uma opção. As escolhas são registadas pelo sistema de forma anónima, pelo que não são colectados quaisquer dados pessoais e nem mesmo eu, o autor, saberá quem vota. O sistema apenas faz a verificação do IP de modo a impedir ou a dificultar múltiplas escolhas na mesma origem.  Todavia, pede-se o favor dos participantes procurarem responder de forma consciente e honesta para que o resultado seja o mais real possível.


VOTE AQUI


Os resultados vão sendo exibidos e actualizados online conforme as votações, em número e em percentagem.