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14 de fevereiro de 2022

A responsabilidade continua solteira

O recente caso da anulação de mais de 157 mil votos no círculo eleitoral da Europa, a que correspondem mais de 80% do total, é um absurdo e um autêntico desrespeito para com os eleitores. Incompreensível a todos os níveis mas que nos mostra que no geral todos lamentam mas igualmente sacodem a água do capote. 

Apesar das queixas e da coisa ir ao Ministério Público, em rigor a culpa e responsabilidades vão uma vez mais morrer solteiras. Certinho e direitinho.

É o que temos!| Não se pode esperar que um castanheiro nos dê maçãs.

31 de janeiro de 2022

Legislativas 2022 - Day after


Confirmada que está a maioria absoluta do PS- Partido Socialista nas Eleições Legislativas do dia de ontem, importará fazer algumas considerações:

1 - Foi uma vitória incontestável de António Costa que não sofre qualquer dúvida e como tal o mérito é todo seu. Parabéns!

2 - Muitas leituras podem ser feitas mas em grande parte parece-me que tal vitória e sobretudo a maioria absoluta resultará da sua habilidade de ter extremado o discurso numa constante deturpação das propostas do PSD e de o colar constantemente, sem qualquer fundamento, ao partido Chega. A coisa terá resultado, sobretudo junto dos partidos à sua esquerda que assim, pelo voto útil, foram quase vaporizados.

3 - Rui Rio apesar de ser um político frontal, pouco dado a paninhos quentes, promovendo o interesse do país acima do do partido, não alinhou pelo estilo de uma manha e habilidade políticas que rendem votos. Se lhe fica bem como personalidade e frontalidade, perde como político que pouco ou nenhum proveito tirou dessa postura. 

Rio foi pragmático e realista, dizendo que primeiro era preciso crescer para depois distribuir. Por sua vez, Costa fala o que o povo na generalidade quer ouvir. Entre receber 50 no imediato ou 100 no futuro, a população prefere de longe a primeira opção.

4 - As sondagens, e todas elas, mostraram que valem zero e describilizam-se constantemente a elas próprias e a quem as faz ou encomenda. Se algum proveito têm, apenas o de confundir algum eleitorado indeciso. Pena que se lhes dê tanta importância, mas a comunicação social precisa delas para vender.

5 - Duplamente penalizado, o extremismo do Bloco de Esquerda vê o extremismo do Chega tornar-se a terceira força política e com ganas de continuar a crescer. O castigo foi duro mas merecido.

6 - Apesar do extremismo do Chega e sobretudo do seu líder, fica mal a Catarina Martins apelidar desde logo todos os deputados do Chega como de racistas. Dará motivo aos visados para um processo crime mas isso é outra história. Apesar do seu ar de descontração e pelas palmas e ruído na sala fazer parecer que o Bloco  tinha ganho as eleições, na realidade a derrota foi dura e merecida. 

7 - Os resultados e os números desta eleição demonstram que o nosso sistema eleitoral tem muito a mudar para que a representatividade seja proporcional aos votos. Um partido que chega a maioria absoluta sem a ter em percentagem de votos dá que pensar. Isso beneficia claramente os dois grandes pertidos e a bipolarização e daí não haver interesse em mexer nas coisas. 7% em Bragança ou na Guarda não elegem 1 deputado mas 1% em Lisboa, elege. Isto não está de todo correcto sob um ponto de vista de proporcionalidade para além de beneficiar partidos com implantação mais urbana, como os de esquerda.

8 - PSD, CDS têm agora processos internos para resolver e não vai ser fácil porque em quatro anos em que os futuros líderes serão apenas figura de corpo presente. Pessoalmente lamento o que está a suceder ao CDS, um partido fundamental da democracia em Portugal, com valores de uma direita democrática e cristã. Vai ser difícil reerguer-se, tanto mais que tem agora outros partidos que lhe disputam algum eleitorado. O mesmo problema para os partidos da extrema esquerda, embora por ali as coisas resolvam-se de forma quase disnástica ou mesmo mais à chinesa, tudo fechadinho e sem grandes tosses.

9 - Vamos ter agora quatro anos de estabilidade governativa. Esperemos que também social. O PS tem tudo para fazer bem o trabalho, sem empecilhos e sem mãos atadas por partidos menores que na geringonça agiam e reivindicavam como se tivessem a legitimidade de 20 ou 30 deputados ou 20% dos votos.

A ver vamos e oxalá que o país a partir de agora estabilize e cresça em todos os sectores. No final dos quatro anos não haverá desculpas para insucessos.

Quanto à União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, venceu igualmente o Partido Socialista, tal como a nível do concelho e mesmo no distrito.

30 de janeiro de 2022

Legislativas 2022



O PS - Partido Socialista venceu de forma inequívoca as Eleições Legislativas realizadas hoje. A esta hora ainda não está fechado o processo mas pode até vir a conseguir a maioria dos deputados eleitos. O país objectivamente confiou em António Costa para a governação dos próximos tempos.

Também histórico para o PS em Guisande, pois venceu por uma diferença de 9 votos (283 votos contra 274 do PSD), já que antes (por percepção mas a confirmar) nunca havia vencido para estas eleições para a Assembleia da República.

De realçar, neste momento, a penalização do extremismo de esquerda, sobretudo do Bloco, que em larga medida havia contribuído para a antecipação deste acto eleitoral.

Parabéns aos vencedores, honra aos vencidos. Pede-se agora estabilidade.

16 de janeiro de 2022

O balancé da Sóbrinca e os matraquilhos


Dos debates televisivos para as próximas Eleições Legislativas, assisti a espaços e apenas alguns. De resto é tão apelativo ver estas coisas como ouvir um antigo balancé da Sóbrinca a cortar tubos.

Como já disse alguém, em vez dos debates propriamente ditos, poderiam ser jogos de matraquilhos e ali via-se a real habilidade de cada um e de cada uma.

Assim não sendo, coube a alguns jornalistas da nossa imprensa fazerem a análise e determinarem vencidos e vencedores. Mas nestas coisas, e sabendo-se como se inclina no geral a nossa imprensa, a isenção desta gente é quase como ver um Francisco J. Marques a analisar um jogo do Benfica ou o Paulo Guerra a esmiuçar um jogo do Porto.

Posto isto, considero que no geral estes debates pouco ou nada servem e menos esclarecem porque em rigor todos sabemos ao que vêm e por que linhas se cosem. 

De resto, nestas coisas de eleições, decidimos as coisas de forma muito clubista e quase nunca admitimos que do nosso lado a coisa está fraca.

No meu caso, se algum efeito produziram os debates, é o de uma tentação de fazer parte dos 60% de abstencionistas, mais coisa menos coisa.

Mas com jeitinho, e porque dizem que é um dever e um direito, até maior que as questões da saúde pública, em que os isolados pela Covid têm direito a umas horas de folga, pode ser que sim.

11 de outubro de 2021

Alinhamentos e responsabilidades

A instalação dos novos órgãos autárquicos na nossa União de Freguesias está agendada para este Sábado, dia 16. 

Até lá, em rigor desconheço o alinhamento ou posicionamento dos lugares na Junta de Freguesia, para além do óbvio cargo de presidente que será ocupado pelo David Neves. Mas deduzo com naturalidade que Celestino Sacramento fará parte do executivo. De resto, tendo em conta que para além de Lobão o PS só ganhou em Guisande, tendo dado um contributo significativo para a vitória global, será ainda natural que o principal representante de Guisande ocupe um dos cargos com funções atribuídas de Tesoureiro ou Secretário. É mais que justo e natural.

Em todo o caso, como Tesoureiro ou Secretário, importa que o Celestino faça parte do executivo. Pela parte que me toca, se tal não acontecer ficarei obviamente defraudado, porque o critério do meu voto foi apenas nesse sentido e nesse pressuposto de escolha do candidato da área de Guisande com mais provas dadas e melhor conhecimento da freguesia, de longe aquele com melhor currículo de todos quantos se apresentaram. Não quero, pois, pensar em qualquer outra situação em sentido contrário, porque sentir-me-ía enganado.

Há princípios de respeito para com os eleitores que os candidatos devem ter na hora de assumir. Se se apresentam ao eleitorado como primeiros representantes de uma freguesia, não podem, à posteriori, remeter-se a outras responsabilidades menores, como quem diz, "fugir com o cú à seringa". 

A ver vamos!

4 de outubro de 2021

Dois lados da coisa e quiçá N mais

Nada melhor como o dar palpites depois do jogo ou esgrimir o nosso ponto de vista como se fosse o único, o verdadeiro, o genuíno. O ponto de vista dos outros, de forma politicamente correcta temos que o aceitar como legítimo, mas é sempre o dos outros e como tal não é o nosso.

Esta introdução um pouco a propósito de diferentes leituras pós resultados eleitorais do passado dia 26 de Setembro e concretamente ao que fui lendo sobre o desfecho das eleições na união das freguesias vizinhas de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.

Confesso que pessoalmente conhecendo a qualidade de cidadania de alguns dos elementos integrantes da lista do Partido Socialista, desde logo à cabeça o Eng.º António Cardoso bem como o Arquitecto Pedro Nuno, bem como o que foi lendo e ouvindo sobre a qualidade da sua campanha, fiquei com a convicção de que poderia saír vencedora, até porque, numa perspectiva de quem está de fora, sempre tive a percepção de que nos dois últimos mandatos a Junta teve uma actuação muito discreta e cinzenta, sobretudo de forma vincada em Pigeiros. Ora em Pigeiros os resultados não deixaram dúvidas sobre o julgamento da actuação do executivo PSD e a derrota foi estrondosa. Até mesmo para a Câmara Municipal, destoando de quase todas as demais freguesias. 

Já nas Caldas de S. Jorge, foi ao contrário e por força de uma maior população, o PSD renovou o mandato.

Assim, de uma leitura possível, a primeira, conclui-se que o povo das Caldas de S. Jorge está imensamente satisfeito com a actuação da Junta e as obras e melhoramentos têm sido importantes e em grande número. Será assim?  Se sim, o contentamento das Caldas sobrepôs-se ao descontentamento de Pigeiros. Nesta como noutras coisas, as minorias estão sempre amarfanhadas pelas maiorias. É a democracia, palerma, dirão! É verdade, mas aqui nesta diferenciação significativa de resultados, tal como em Guisande, percebe-se melhor que as uniões de freguesia de facto não defendem nem salvaguardam as freguesias mais pequenas. Inequívoco.

Em absurdo, mas em rigor, um executivo de uma União de Freguesias, pode dar-se ao luxo de esquecer e mesmo ostracizar as freguesias mais pequenas, como Pigeiros e Guisande, e dedicar-se apenas à maior e por isso com o significativo peso eleitoral e isso bastará para em eleições renovar mandatos. Ora, não tenhamos ilusões, este cenário tem sido aquele vivido relativamente a freguesias como Guisande, Pigeiros e Vale, entre outras filhas de deuses menores. 

No caso da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, esta realidade é incontornável, já que Lobão tem um peso eleitoral maior que todas as restantes três unidades juntas. Uma União de facto tão desajustada e desproporcionada nas suas partes que custa a crer que alguém tenha tido sido responsável por criar e viabilizar este aborto administrativo tão absurdo. Sinceramente, mesmo com as faladas mexidas que podem vir a sofrer as Uniões de Freguesias, de tão céptico já não acredito que tal venha a suceder, mas bastaria que Lobão pedisse o divórcio e saísse da equação para a coisa melhorar significativamente, porque a duas ou a três, Guisande, Louredo e Gião são mais equilibradas entre si e por isso menos afectadas pela gravidade de Lobão. Seria do mal o menos.

Outra interpretação para o diferencial na freguesia das termas, é que as populações das freguesias maiores, numa União, não gostam da ideia de verem como presidente uma figura associada à freguesia menor. Era o que faltava! De resto, igual ponto de vista pode ser percebido na União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, onde o candidato do PSD, embora com raízes na freguesia de Lobão, é inequivocamente uma figura de Gião e como tal foi derrotado. Não custa, pois, acreditar que este bairrismo e orgulho de quem se sente maior, tenha penalizado os referidos cabeças-de-lista. E isto é complicado para o futuro já que é muito difícil conseguir uma figura concensual e transversal a todas as freguesias sem que este bairrismo bacoco seja uma barreira intransponível. O tempo confirmará, ou não, esta teoria que me parece bem prática.

Posto isto, e para terminar este exercício, já longo, haverá uma outra justificação: O povo na sua maioria não gosta de mudanças e prefere manter o fraquinho certinho  de que votar no incerto. Ainda ontem, quando fazia uma volta de bicicleta por algumas ruas do concelho de Oliveira de Azeméis, para mim, entre os concelhos vizinhos, aquele com estradas mais reles e em piores condições, mas que feitas as contas renovaram os mandatos tanto as Juntas respectivas como a Câmara Municipal. Ou seja, mesmo com executivos fraquinhos e cinzentos e com défice de obras e melhoramentos, com estradas esburacadas durante largos anos, o povo eleitor na hora H segue o partidarismo e deixa de lado as ideias e a qualidade de quem se propõe fazer melhor.

Pobrezinhos, fraquinhos, mas honrados. Assim se explicam tantas e tantas renovações de vitórias, maiorias e mandatos e perpetuação da mediocridade por parte de um eleitorado que na sua maioria não se "enxerga" ou tem um baixo grau de exigência. 

Face a isto pouco há a fazer e vamos sendo, no geral, governados por zarolhos porque o povo, esse é "cego". Ora em terra de "cegos"...

28 de setembro de 2021

Fazer futuro

 

Venceu uma grande União

 

Maiorias renovadas

 

Vencendo perdendo

 


Democracia, de facto, é saber ganhar e saber perder. E quem faz as coisas com sentido de responsabilidade, voluntarismo e  cidadania, mesmo vencido é vencedor. Manuel Leite, apesar de tudo e dos motivos que, em nosso entendimento, concorreream para o resultado, é um vencedor.

Em todo o caso, estas coisas, concretamente as derrotas eleitorais deixam sempre um amargo de boca pois nem sempre o mérito, o esforço e a dedicação são reconhecidos e não raras vezes quem mais se dedica, mais é escrutinado e criticado, ficando com a fama mas sem o proveito. E criticado, tantas vezes de forma a roçar o insulto e má educação. E isso calha a todos.

Um pouco ou muito por isto, não surpreende que cada vez mais gente interessada e com capacidades se vá afastando destas coisas da cidadania, do voluntariado, destas lutas eleitorais, deixando as responsabilidades para novos artistas da bola, seguidistas, paraquedistas e outros que tais. Portanto, é um preço que para o bem e para o mal todos pagamos. 

Há, pois, muito caminho e mentalidade a mudar, mas não parece fácil.

27 de setembro de 2021

É tempo de remendar

Costuma-se dizer que o melhor prognóstico é aquele feito já depois do jogo, como quem diz, depois de se saber o resultado. Mas no que se refere à ainda fresca vitória de David Neves na eleição para a Assembleia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, encabeçando a lista do Partido Socialista, esta era mais que previsível porque assentava numa vontade mais ou menos generalizada e sentida de mudança e sobretudo de penalização face à prestação fraquinha do ainda em funções executivo do PSD, tanto mais que o cabeça-de-lista escolhido pelos sociais-democratas fazia (faz) parte desse executivo e como tal transportava para esta eleição uma herança de, tão fraca, difícil de justificar.

É certo que em rigor as listas deviam ser sufragadas em face dos projectos e propostas apresentadas para o novo mandato, bem como da qualidade dos elementos integrantes das listas, mas na prática todos sabemos que não é assim e o eleitorado em regra vota não pelo que é prometido mas pela experiência deixada. Ora se um executivo de um determinado partido governa com maioria e no final do mandato não conseguiu mostrar obras, melhoramentos e dinâmicas de proximidade e envolvência da população, de forma diferenciada e marcante, o mais certo é que a seguir na próxima eleição seja penalizado, mesmo que com equipa renovada e novas promessas. Com retoques e novas dinâmicas pode resistir por arames algum tempo, mas não para sempre.

Assim, este foi o contexto com que lidou na eleição de ontem a lista do PSD concorrente à nossa Assembleia de Freguesia e o seu cabeça-de-lista embora voluntarioso e determinado, como é seu timbre, não conseguiu fazer alterar o sentido de voto e de penalização que se adivinhava. Assim, como se costuma dizer, apanhou por tabela, por de algum modo ter responsabilidades na  actuação do ainda actual executivo e por nele não ter sido capaz de quebrar amarras e fazer a diferença. 

Era pois uma tarefa muito difícil e mesmo ingrata, convencer a maioria dos eleitores de que agora com ele a liderar a Junta, liberto de um presidencialismo egocêntrico e indeciso, é que ía ser. Depois, uma campanha baseada em algum folclore e não tanto no contacto cara-a-cara, não permite inverter ideias e sentidos de voto.

Pessoalmente estou convenciodo que caso viesse a vencer e a presidir à próxima Junta, o que nunca acreditei, o candidato do PSD seria, dentro do seu estilo e personalidade, um líder decidido, sem medos e receios, estes que tantas vezes tolhem e encurtam as decisões que fazem a diferença numa governação e por isso com um estilo mais positivo e mais próximo das pessoas. Não tenho dúvidas que faria um trabalho diferente para melhor. Porém, o eleitorado na sua maioria não lhe concedeu esse voto de confiança e como tal fica pelo caminho, tendo que resignar-se a chefiar a oposição num sempre difícil papel de minoria. Faltará saber se terá as capacidades de um discurso assertivo, estruturado e fundamentado para liderar a oposição e quiçá com isso colher frutos e preparar-se para o futuro daqui a quatro anos. Não parece plausível, até porque o não demonstrou no debate radiofónico, mas o futuro o dirá. Será mais um homem de acção e menos de discurso mas no papel de membro da Assembleia o que vale mais é a capacidade de argumentação.

Ainda quanto a motivos para o desfecho, é notório desde há alguns anos que o PSD em Lobão, ou pelo menos dele algumas facções, tem fracturas difíceis de resolver, tanto na própria freguesia como com a concelhia. Enquanto não se der um acerto de estratégias e de devolução da importância que as bases devem ter em qualquer partido, e com isso uma reunião de esforços com todos a remar para o mesmo lado, será difícil a cada acto eleitoral elaborar uma lista forte e coesa. Para o PSD é importante que isso se faça nestes próximos tempos de modo a preparar a coisa para daqui a quatro anos até proque com a irreversível saída do Dr. Emídio Sousa, por esgotamento legal de número de mandatos, o candidato será obviamente outro, mesmo que de há muito se vá adivinhando quem. Face a isso, adivinha-se um ambiente propício à mudança, pelo que, sim, é importante que o PSD reflicta no que acabou por acontecer na nossa União de Freguesias e nos erros que foram ou não cometidos, ou nas opções mal tomadas. Isto porque, naturalmenet a derrota não é só do cabeça-de-lista e seus acompanhante, mas de mais gente, mesmo de quem está agora de saída.

A conquista do David Neves, mais do que naturalmente pelo peso do PS, que no caso pouco contou para o totobola, até porque desalinhado aqui na União LGLG quanto ao que se passou no restante concelho, é sobretudo uma vitória pessoal, fruto da sua preparação, conheciemento do território, experiência em dirigir, persistência e determinação, mesmo com o ónus de duas anteriores eleições perdidas e durante dois mandatos no papel ingrato de fazer oposição face a uma maioria pouco dada a acolher propostas contrárias.

É, pois, merecida e justa a vitória do David Neves e demonstra que com uma oposição objectiva, determinada, clara e consistente, mesmo destoando de resto de todos os seus colegas de bancada, pouco ou nada interventivos, pode dar frutos a médio prazo com o reconhecimento do eleitorado. E só por isso é que se justifica e fundamenta a vitória do David em representação do PS num território tendencialmente pró PSD. De resto isso verificou-se nas eleições para a Câmara e para a Assembleia Municipal, que venceu Em grande parte e de forma similar ao que tem acontecido em Guisande em que um eleitorado predominantemente PSD tem dado vitórias a Juntas em representação do PS. Ou seja, há eleitores que conseguem ver mais além do que a clubite ou militância partidária, colocando as pessoas e projectos acima das cores e bandeiras. Não fora isso, essa capacidade de distinção, e naturalmente o David Neves teria perdido pela terceira vez.

Daqui a dias certamente tomará posse e passará a dirigir a Junta deste amplo território da União de Freguesias LGLG e terá desde logo que demonstrar que é totalmente diferente na sua abordagem à realidade de gestão de quatro freguesias distintas mesmo que açaimadas numa solução administrativa manhosa conjunta.

Vamos, pois, ter esperanças que de facto um novo ciclo e um novo futuro começarão. O fazer futuro, como dizia o slogan da campanha. Não será naturalmente fácil, porque não há milagres na hora de elaborar os orçamentos (mesmo que previsivelmente conte com um substancial saldo positivo, que não se gastou por inoperância no ainda actual mandato) e porque as necessidades são muitas, mas há, sim, mil e uma maneiras de abordar os diferentes aspectos da gestão e sobretudo com mais respeito pelas diferenças identitárias de cada uma das quatro partes bem como o cultivo do sentido de serviço e de proximidade e nunca com uma presidência com tiques de sobranceria, de egocentrismo e de algum revanchismo.

É, pois, a hora de remendar o que rompido foi e não faltam buracos para tapar! Espera-se e deseja-se que o David seja neste aspecto um bom alfaiate e que saiba cortar a fazenda nas medidas adequadas para que o fato nunca fique apertado ou largo, mas na medida certa.

Daqui a quatro anos será julgado e por isso há muito a fazer.

Mudança - Novo ciclo

 


26 de setembro de 2021

Mudança sem surpresa

Ainda de forma oficiosa, o Partido Socialista terá ganho as eleições para a Assembleia da União das Freguesia de Lobão, Gião, Louredo e Guisande. David Neves, que soube ser persistente e construtivo nos dois anteriores mandatos, colhe os frutos e será assim o próximo presidente da Junta. No momento ainda sem informação se com ou sem maioria absoluta.

Quanto a Guisande, ainda com resultados a confirmar, como se esperava face a um mandato do executivo do PSD que deixou a freguesia completamente esquecida,  com naturalidade venceu sem surpresa o partido Socialista, David Neves e Celestino Sacramento.

Resultados em Guisande somados nas duas mesas de votos: 

PS: 348

PSD: 254

CDS-PP: 23

BE: 16

CDU: 14

Brancos: 18

Nulos: 23

Inscritos: 1198

Votantes: 701

Abstenção: 41%

Para a Câmara Municipal venceu igualmente sem surpresa o PSD e Emídio Sousa em Guisande o que se estende de forma esmagadora no geral do concelho. Venceu igualmente Emídio Sousa e o PSD no cômputo da nossa União de Freguesias no que resulta na importância de colher lições sobre o que esteve em causa e o que falhou para o PSD na eleição para a Junta quando os sinais de descontentamento eram mais que muitos e notórios. Não deixa de ser significativo que de todas as anteriores Juntas PSD apenas a da nossa União de Freguesias tenha passado para o PS.

Números ainda passíveis de confirmação.

Ainda com informação oficiosa, o PS venceu em Guisande e em Lobão, tendo em Gião e Louredo vencido o PSD. Ainda a confirmar, tudo indica que o resultado em Guisande terá dado um contributo para a vitória de David Neves.

Distracção?

A campanha eleitoral serve, entre outros propósitos, dar a conhecer as forças concorrentes aos diferentes órgãos autárquicos. Do que fui vendo, cá pela nossa pobre União de Freguesia, as campanhas no geral foram frouxas e pouco ou nada esclarecedores. Todavia, dessa pobreza, surpreendeu-me que apenas no altura de fazer a cruzinha no boletim de voto, tenha constatado que à Assembleia da nossa União de Freguesias também concorria a coligação CDU - Coligação Democrática Unitária. É que durante todo o período de pré-campanha e campanha, não tomei conhecimento de qualquer elemento nem qualquer panfleto de apresentação. 

Admito que pudesse andar distraído a ponto de ter passado ao lado da campanha da coligação liderada pelo PCP, mas parece-me que com tal discrição é difícil obter resultados com algum significado. Assim é mais difícil.

Uma festa bem carota

Nunca percebi o interesse dos diferentes canais de televisão em irem cheirar onde os dirigentes dos partidos e seus candidatos vão votar e para deles ouvir uma dúzia de lugares comuns como o incentivo à participação para baixar a abstenção, pois dela têm medo porque os enfraquece.

Melhor dito, eu percebo o interesse editorial da coisa, não percebo é que isso seja interessante e relevante para o cidadão comum.

Adiante. Entretanto nessas reportagens, registei que alguns dos dirigentes, candidatos e recandidatos, como Fernando Medina, em Lisboa, fizeram questão de dizer que as eleições autárquicas são "a festa da democracia".

Não sei qual é a ideia de festa do Medina, se engloba Zés Pereiras, cantores pimba, fanfarras, pistas de carrinhos, barracas de farturas, etc, mas sei que esta "festa" custa ao país e aos contribuintes qualquer coisita como a rondar os 50 milhões de euros. Somos assim, no que toca a festas, uns mãos-largas a gastar à tripa farra. Pois claro, a cidadania sobretudo dos partidos e de quem integra as mesas de voto, não é propriamente desinteressada e de louvável trabalho voluntário, porque isto de trabalhar para aquecer já teve melhores dias. 

A democracia é pois uma festarola bem carota e nisso é mesmo democrática, pois todos pagam mesmo os que nela não participam. Sem direito a um chupa-chupa, fartura ou churro polvilhado de canela.

24 de setembro de 2021

Culturalmente

 


Confesso que sou um pouco céptico em relação à política da Cultura no nosso concelho. Eventualmente de pé-atrás desde que em 2004, fazendo parte da Comissão da Festa do Viso vi a Câmara Municipal recusar o pedido de um apoio para trazer à freguesia e à Festa duas Bandas Filarmónicas, no que então era uma novidade com décadas. Nem 10 euros. Não foi por isso, naturalmente, que as bandas deixaram de ser contratadas, mas de facto fez mossa esse desinteresse manifestado pela Câmara de então pelo evento maior da freguesia.  Mas nessa altura reinava um presidente cinzento e o desfecho do pedido não podia ser colorido. Mas deu que pensar e ainda faz espécie.

Além do mais, céptico igualmente em relação ao formato de cultura para massas de que resulta a Viagem Medieval, Perlim, etç. 

No geral, porém, mesmo não alinhando em muitas das acções e eventos nem sendo de todo consumidor de eventos de massas, reconheço que tem sido feito um esforço pelo executivo de Emídio Sousa no plano cultural e que mesmo esses eventos para massas trazem notórios ganhos económicos ao concelho, pelo menos a parte dele e sobretudo à sede. 

Espera-se, pois, que este Plano Estratégico seja ambicioso e não seja tanto baseado em recreio mas mesmo em cultura, e menos formatado à medida das associações do costume que papam o grosso do orçamento. Porventura um plano e política que ajude a implementar e reactivar associações que já tiveram melhores dias mas que pela falta de apoios e infra-estruturas acabaram por hibernar ou mesmo extinguir-se. Simplificação e desburocratização nas candidaturas também ajudará. 

Ambiente...

 

O tipo da TAP

 


Não é de todo um político que me inspire confiança e as borradas na TAP e não só, ainda com os tiques de mandão têm sido mais que muitas. Apesar disso, para esta personalidade à esquerda da esquerda, parece haver poucas dúvidas que estará na linha da frente para suceder a António Costa. Ademais, estas participações na campanha das autarquicas, como esta que o levará logo pelas 19:00 horas ao pavilhão da Corga, têm sido vistas pelos analistas como um preparar do terreno junto das bases. 

Não surpreenderá, pois, que um dia destes tenhamos que gramar o PNS, já não como segundo ministro mas como primeiro. 

Coisas da política a fazerem juz à cantiga "Quanto mais me bates..."

23 de setembro de 2021

Que continue...

 



É certo que no geral pavimentações de baixa ou média qualidade, o que se compreende e justifica num contexto de quantidade em detrimento da qualidade, por isso quase sempre sem preocupação pela rectificação de traçados e reposição de passeios, e nem sempre com critérios baseados no estado de degradação das ruas, mas em boa verdade tem sido de louvar o esforço da Câmara Municipal e de Emídio Sousa na pavimentação de muitas das ruas do concelho. Muito positivo. Não fora esse esforço financeiro do orçamento municipal e a freguesia de Guisande nestes quatro anos tinha ficado a zero em obras e melhoramentos.

Espera-se que este esforço de repavimentação continue, e que o mesmo empenho se estenda na obrigação da Indáqua em repor com qualidade aquilo que vai danificando, com inúmeras ligações mal repavimentadas e que se perpetuam e tantas vezes realizadas  passados poucos dias da pavimentação.

Importa ainda ainda que a reabilitação dos centros urbanos continue porque se considerarmos um por freguesia só faltam 23. Guisande continua a aguardar a sua vez mesmo sabendo que tem pouca ou nenhuma voz no assunto.