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06/12/2025

Jantar de Natal do Guizande F.C. - 2025


Realizou-se ontem, 5 de Dezembro, no espaço Angellus, em Caldas de S. Jorge, o Jantar de Natal do Guizande F.C.

Tendo em conta o horário marcado, o jantar principiou muito tarde. De facto e definitivamente, o cumprimento de horários não faz parte da nossa cultura.

Quanto à parte gastronómica, tendo em conta o valor pago por pessoa, esteve muito bom, com excelente serviço e comida variada e bem preparada, incluindo entradas e sobremesas. Muito bom!

A animação, um dejá-vu do ano anterior,  mas também, por mim, dispensava-se.

Quanto ao resto, é essencialmente um convívio e confraternização da equipa, dirigentes, atletas e familiares, incluindo os filhos, muito animados com a presença do tradicional Pai Natal, muito bem interpretado pelo Alcino Almeida. 

O resto dos convivas, de um modo geral ficam por ali um pouco desgarrados ou em grupinhos. No meu caso, será apenas uma percepção pessoal,  senti-me um pouco deslocado. Parece-me que faltou ali algum elemento agregador.

Apesar de tudo, é um justo convívio para o clube e seus intervenientes. É merecido e ajuda a reforçar o espírito de equipa, fundamental neste tipo de colectividades.

Bem haja à organização, nomeadamente ao presidente do clube Vitor Henriques! Votos pessoais de um feliz e Santo Natal a toda a estrutura do clube e atletas.

Guizande sempre!




04/12/2025

Civismo, ou se tem ou não

 



É "bater no ceguinho", "chover no molhado", "virar o disco e tocar o mesmo". Há gente que ainda tem uma mentalidade de "homens das cavernas" mas até estes nem chegariam a este ponto, porque então não havia plásticos nem outras modernices que só fazem crescer o desperdício e aumentar o lixo.

Este problema é recorrente, mesmo diário, e afecta todas as freguesias. O cenário vê-se por todo o lado.

Neste caso em particular, pela proximidade à nossa igreja (e ela ali a espreitar e a brilhar) deslocava-se para um local onde o impacto visual fosse menor. O ideal era colocar à porta de quem faz isto mas aí não havia contentores para todos.

Não resolvia a falta de civismo, é certo, mas também não o agravaria, já que quem faz isto há muito que perdeu a vergonha. Pelo menos tirava-se dali este "triste souvenir".

Câmaras de vigilância poderia resolver, ou não, mas este país é avesso a soluções fáceis.

30/11/2025

À volta com as voltas dos livros


Como tenho partilhado por aqui e nos meus espaços nas redes sociais com alguns amigos, estou a finalizar o livro com apontamentos à volta da história do nosso Guizande Futebol Clube. Está no processo final de revisão e já pedi à editora para actualizar o orçamento. Tinha-o pedido há cerca de um ano, mas de lá para cá o projecto foi crescendo em conteúdo e, por conseguinte, no número de páginas. Se não surgir à última hora algo de significativo que justifique a sua integração, serão 315 páginas, num formato de 16 x 23 cm.

Se os planos não se alterarem, há uma pessoa que se comprometeu a financiar os custos da impressão. A edição será entregue ao clube, que assim se responsabilizará pela sua venda e todos os ganhos serão para si. De minha parte, para além de reservar meia dúzia de exemplares, nada mais quero, nem um cêntimo.

Se tudo correr bem, espero que a publicação ocorra logo pelo início do ano, pelo que em princípio a sua apresentação pública ocorrerá no primeiro trimestre de 2026.

Escusado será dizer que, para poupança nos custos editoriais, todo o processo tem sido feito por mim, incluindo a paginação, revisão e estudo da capa. Esse trabalho poderia ser entregue à editora mas teria, obviamente, um custo acrescido. Menos custo, mais trabalho.

Em resumo, o filho está quase para nascer e desejo que a sua conclusão não se arraste mais do que o previsto até porque entre o início do projecto já vão uns dois anos, porque o cansaço que exige, obrigou a pausas retemperadoras. Adiante!

Para além deste livro, que se junta aos dois que já havia publicado, ambos com um carácter mais pessoal, tenho outro praticamnte escrito, este sobre apontamentos monográficos da nossa  freguesia e paróquia de Guisande, e que também deverá andar pelas 300 páginas. Está escrito, faltam os cansativos processos de paginação e revisão e depois a contratação da impressão. 

Este livro e sua impressão, vai ter de ser suportado por mim. Depois, quanto à sua distribuição, verei se a cobrar pelo menos os custos de produção ou se apenas distribuído gratuitamente . Veremos. Será um trabalho interessante porque abordará documentos, datas, factos e figuras e será diferente e complementar à monografia escrita em 1936 pelo Dr. António Ferreira Pinto. Será uma forma de preservar apontamentos que, de outra forma, ficariam dispersos e até perdidos ou esquecidos no futuro. 

Para este projecto não prometo prazos, mesmo que já praticamente escrito. Provavelmente, se lá chegado, quando entrar na reforma.

Para além destes dois projectos, que de facto pretendo deixar, tenha tempo e oportunidade, tenho outras ideias e muito conteúdo para outros trabalhos. Por exemplo, tenho vontade de escrever um pequeno livro à volta de apontamentos sobre a nossa capela do Viso, incluindo o levantamento topográfico, desenho de plantas e fachadas,  bem como de histórias e documentos à volta  da Festa do Viso. Creio que também será um documento interessante. Todavia, neste momento ando algo desapontado com algumas situações e desconsiderações, pelo que vai ter de esperar por melhores dias.

Também gostaria de escrever ( e já tenho muita coisa escrita, incluindo a transcrição dos estatutos originais) e publicar algo sobre a nossa secular Irmandade e Confraria de Nossa Senhora do Rosário que daqui a 8 anos completará 300 anos.

Ou seja, ideias não faltam, mas vai faltando alguma vontade e além do mais, mesmo que nada espere, da experiência com o meu último livro, apesar de algumas bonitas palavras de ocasião e boas intenções, das entidades locais, nada se pode esperar e algumas promessas simplesmente caíram no esquecimento. Nada de surpreender.

É o que é! Nestas coisas ou somos nós próprios a fazê-las ou então não se fazem. Estar à espera de incentivos e apoios de quem tem prioridades em coisas vistosas, é melhor esperar sentadinho numa cadeira com uma almofada a aconchegar o traseiro, porque acoisa é para demorar e não aconteça ganhar calo.

Posto isto, siga que é para a frente que se caminha e um passo de cada vez. Partilho estes sentimentos sobretudo a pensar nos poucos amigos que, de uma forma ou outra, mais pessoal, pública ou privada, têm manifestando o seu apoio e incentivo.

25/11/2025

Luzes e foguetório

  


Todos nós, creio, deslumbramo-nos com o fogo de artifício e as iluminações de Natal. Nos tempos que correm, desde a mais pequena aldeia à maior cidade, gastam-se fortunas nestas manifestações visuais.

Como exemplo, o foguetório previsto para a Madeira, um dos locais de eleição para quem pretende celebrar a passagem de ano, estima-se que vai custar 182 mil euros por minuto nas duas próximas passagens de ano.

O Governo Regional garantiu de uma só assentada não um, mas dois espectáculos, sem qualquer desconto: mais de 2,9 milhões de euros (IVA incluído) por apenas 16 minutos (oito em cada ano).

Literalmente é dinheiro dos contribuintes queimado, estourado. É assim na Madeira e em todo o Portugal. Assiste-se, de facto, a uma febre de estourar milhares e milhares em poucos minutos. E se Madeira ou noutras cidades até há algum retorno económico, seja lá o que isso queira dizer, mas no geral, terminado, o espectáculo, fica o fumo e o escuro e nada nos bolsos dos contribuintes.

Também gosto de ver, mas, sinceramente,considero, no geral, um exagero de dinheiro mal gasto, porque esvai-se em minutos. Mesmo as iluminações natalícias não ficam baratas.

É certo que, no caso das pobres juntas de freguesias, estas podiam ser mais comedidas, com uma iluminação mais simbólica que aparatosa, mas ninguém vai por aí e de ano para ano assiste-se a um crescimento de despesas, tanto mais que os autarcas parecem perceber que na percepção dos seus eleitores conta mais o vistoso do que o proveitoso. 

Não espanta, pois, que se comece a dar prioridade a eventos de entretenimento, que dão nas vistas e nas redes sociais colhem gostos a potes. Quanto ao essencial, as ruas em bom estado e limpas, o ambiente preservado, as obras e melhoramentos,  podem ir esperando.

É o que temos e parece que de facto falta coragem para a simplicidade e a discrição. Se os outros fazem, também nós temos de fazer e não ficar atrás  e cada vez maior. Hoje um pinheiro de 20 metros para o ano de 50 e por aí fora. Ainda agora em Águeda, um Pai Natal em pose de estar sentado numa sanita, a crescer, a crescer. Com jeitinho e ambição há-de ficar com a altura da Torre Eifel. 

É esta a mentalidade que vai vigorando e não estou a ver que possa mudar. Um absurdo e um despesismo em grande e de resto contra todo o espírito do verdadeiro Natal que defende valores de simplicidade e humildade. Não aprendemos nada!

Hoje em dia, o autarca que for reservado ou contido nos gastos supérfluos mas vistosos, tem os dias contados e nunca será popular. Pão e circo é cada vez mais o lema do nosso poder local.

24/11/2025

Sem circo, agora trabalha-se

 



A tenda está montada mas não há circo. Esse durou mais de meio ano com uma estrada interrompida ao trânsito, a penalizar os moradores da Rua do Sebastião, em Cimo de Vila, e com pavimentação por concluir. 

Agora a tenda é para trabalho e o assunto está a ser resolvido e espera-se que entretanto seja reaberta a estrada e de seguida a conclusão da pavimentação.

Bem sei que estas coisas não se decidem em dois dias nem se resolvem numa semana, quiçá num mês, mas o tempo que decorreu foi notoriamente exagerado.

Em todo o caso, está a ser feito o trabalho, ainda bem, e mais semana menos semana espera-se que fique a coisa resolvida, como tem de ser.

22/11/2025

Ouvidos de mercador






Em Agosto passado, falei deste assunto aqui. 

Mas antes, em Abril, tinha-o partilhado no meu Facebook. Depois em Maio, reportei devidamente o assunto e o local à Junta da União de Freguesias de Lobão Gião, Louredo e Guisande. Não obtive qualquer resposta nem o assunto mereceu atenção a ponto de ficar resolvido.

Hoje voltei a passar ao local, e, sem surpresa, a situação não só se mantém como foi agravada.

É certo que neste momento, ainda bem, a realidade administrativa é outra, mas de facto lamenta-se que este assunto, até pela importância que tem, não tenha merecido qualquer desenvolvimento. É o que é!

É certo que uma qualquer Junta de Freguesia nem terá responsabilidades, nem competências nem meios suficientes para acudir a todas estas situações de pura falta de civismo, de lamentáveis atentados contra a natureza e meio ambiente, e em Guisande são várias, mas tem pelo menos a obrigação de se preocupar com o assunto e por meios próprios ou contactando as entidades que se considerem mais capazes e responsáveis, procurar resolver a limpeza e tomar medidas que dificultem o acesso aos prevaricadores.

Posto isto, ficam aqui estes postais na expectativa de que não passe mais meio ano sem que alguém se incomode.

Bem sei que estas coisas não são vistosas, não colhem likes e passam ao lado de quem apenas dá hossanas, aleluias e vivas a eventos recreativos  e de entretenimento, mas, caramba, há mínimos.

Bem sei, ainda, que o nosso monte de Mó passou de uma vasta zona florestal para uma triste floresta de torres e cabos, mas, pelo menos, se não for pedir muito, que se cuide do pouco que sobrou. Ou só há olhos e barriga para os passadiços do Uíma?

18/11/2025

Em pratos limpos


As multas deviam ser pesadas para os partidos ou coligações que não removem a propaganda eleitoral logo depois do acto eleitoral. Mas não é assim e, com laxismo ou indiferença, nalguns locais permanecem por meses, até anos, a dar um ar decrépito e até ridículo para os que, com ares sorridentes mas amarelecidos, continuam por ali a prometer mudanças, a distribuir esperanças, a argumentar capacidades e competências.

Do mesmo modo, passadas várias semanas sobre várias desagregações de freguesias, eleições e tomadas de posse das novas juntas, algumas já com páginas nas redes sociais a bombar, dando conta de tudo e um par de botas, ainda estão online páginas das já extintas uniões de freguesias, mesmo que, na maior parte dos casos, sendo páginas cheias de nada, e que raramente cumpriram os propósitos para que foram criadas, algumas delas com dinheiros esbanjados quando, com igual propósito e eficácia, se poderiam ter páginas alternativas, capazes, eficientes e desenvolvidas a custo zero.

Por conseguinte, seria um acto de higiene suspender imediatamente todos os resquícios online do que foram as uniões de freguesias, até porque, no geral, não passaram de projectos falhados e indesejados para além de se colocar a questão de quem é que nesta fase sobre elas tem legitimidade para as manter e acessar?

Fosse eu presidente de uma Junta de freguesia desagregada, já teria exigido a suspensão da página da respectiva união e a eliminação dos respectivos domínios e endereços electrónicos associados.

Alguns exemplos de pratos por limpar no nosso concelho:

https://uf-lglg.pt/

https://www.uf-caldaspigeiros.pt/

https://www.uf-canedovaleevilamaior.pt/

https://www.ufsm.pt/

14/11/2025

Olhares - A merecerem um olhar

 


Triste figura. O da Leira e os demais não estão melhores. Escapam os dois na Rua de Fornos porque suportes de publicidade paga. Porventura já nem se justificará a sua função, mas importará que, entretanto, alguém olhe para estes pobres e decrépitos e vandalizados abrigos de passageiros. No mínimo remetê-los à sucata.
Quanto ao de Casaldaça, mesmo que velho, mal construído e a meter dó, é pedir responsabilidades a quem contribuíu para a sua derrocada. Não vi, mas houve quem visse.

13/11/2025

Afinar a mira até ao momento Eureka!

É nas pequenas coisas que descobrimos as grandes, como que a partir de uma pequena chave abrirmos a porta de uma gande sala, repleta de surpresas, boas e más.

Tantas vezes, na poeira dos dias e das coisas mundanas, superficiais, procuramos significado apenas nos grandes acontecimentos, nas conquistas, sucessos e mudanças marcantes. Mas, na verdade, são os detalhes que levam às grandes descobertas, como a centelha de fogo, a faísca que despoleta a explosão.

Simulteaneamente, por detalhes, descobrimos que afinal muitas das coisas que temos como certas, fidedignas, inabaláveis, afinal não passam de embarcações de noz, que ao primeiro teste, ao primeiro sopro do vento, à exigência do primeiro teste, baloiça, vira-se e afunda-se.

É assim nas coisas do dia-a-dia, mas também com as pessoas, com as relações, em que temos de perceber pelas pequenas coisas, pelos ínfimos sinais, de que é tempo de ajustar a bússola, ajustar a mira para o que de facto interessa. Não surpreende, por isso, que cheguem ao fim tantos casamentos, seja por grandes questões ou conflitos insanáveis, mas quase sempre por coisas pequenas, por pintelhos, por grãos de areia que incomodam o andar.

Em resumo, a vida é uma constante lição onde sempre aprendemos. É como um inventor a caminho da grande descoberta, em que, por tentativa e erro, vai afinando, ajustando, deixando de lado a peça que parecia ter sentido e perfeito encaixe mas afinal desnecessária, redundante, até ao clique final, até ao momento Eureka!.

05/11/2025

O princípio de uma nova finalidade


Conforme previsto e divulgado, decorreu ontem, Terça-Feira, 4 de Novembro de 2025 a sessão de instalação e tomada de posse dos órgãos de poder local para a freguesia de Guisande, decorrente dos resultados eleitorais de 12 de Outubro passado. 

O processo decorreu com normalidade, sem sobressaltos, e com o formalismo à altura do acto.

Como se esperava, o Dr. Rui Giro foi proposto e eleito como presidente da mesa da Assembleia de Freguesia, coadjuvado por Dr.ª Inês Bastos e Vera Encarnação, como 1.ª e 2.ª secretárias.

O Partido Socialista não apresentou listas à mesa da Assembleia e votou mesmo a favor das listas proposta pelo PSD. Sendo certo que face à sua posição de minoria não teria qualquer efeito prático, mas foi uma postura bonita e interpretada como voto de confiança e de sentido de união. Gostei e todos apreciaram. 

Deste modo, a Junta de Freguesia ficou com a seguinte composição: Johnny Almeida, como presidente, Patrícia Almeida, como secretária e Daniele Oliveira, como tesoureiro.

Por sua vez a Assembleia de Freguesia ficou com a seguinte composição: Pelo PSD: Dr. Rui Giro, Dr.ª Inês Bastos, Vera Encarnação, Fernando Almeida e Ricardo Santos.

Pelo PS: Celestino Sacramento, Liliana Monteiro, Alcides Conceição e António Ribeiro.

Depois da tomada de posse o Dr. Rui Giro usou da palavra e na sua alocução realçou a importância do acto e da data e algumas palavras à volta do processo da desagregação, suas dificuldades, entraves e incertezas mas em que foi possível obter a desejada desagregação da união de freguesias e da consequente independência de Guisande. Entre as várias considerações, enalteceu o papel fundamental do Celestino Sacramento, que desde o início do processo até ao seu final, se manteve firme, mesmo contra a orientação seguida pelo seu partido, e fiel na sua convicção e compromisso para com a freguesia de Guisande, no que mereceu uma ampla salva de palmas dos presentes. Foi justo e merecido.

Nas suas palavras, o presidente da Assembleia Geral teve ainda a simpatia de mencionar a minha pessoa, enaltecendo e valorizando o meu papel no processo da desagregação, mesmo que de forma indirecta, sobretudo nas posições que fui tomando ao nível das redes sociais e de internet. Confesso que não estava à espera desse reconhecimento, e porventura terá sido exagerado, porque o papel importante e decisivo foi dele próprio, da bancada do PSD e do Celestino Sacramento. Foram todos eles os obreiros da nova realidade em que as quatro freguesias, incluindo a nossa de Guisande, almejaram por via legal retomar a sua independência. O seu a seu dono.

Depois da intervenção do Dr. Rui Giro, que de algum modo foi positiva e empolgante e tendente a elevar o nosso orgulho de freguesia independente, usou da palavra o presidente da Junta de Freguesia, Johnny Almeida. Foi mais breve e naturalmente com algum nervosismo justificado pela importância e responsabilidade do momento, mas foi sucinto e objectivo. Agradeceu a todos, a começar pela sua família, aos presentes, aos eleitos e também aos elementos da oposição e sobretudo ao Celestino Sacramento, voltando a destacar o seu papel no processo da desagregação.

Finalmente, a título excepcional e justificado pela importância do acto e do seu significado, o presidente da mesa da Assembleia deu a possibilidade ao público presente de usar da palavra. Ninguém mais mostrou essa vontade, mas eu próprio aproveitei a oportunidade concedida para dirigir algumas palavras, desde logo agradecer os elogios que me foram dirigidos pelo Dr. Rui Giro e pelo Johnny Almeida, mas também para voltar a realçar o reconhecimento ao Celestino Sacramento pelo seu papel na independência de Guisande, exprimindo-lhe o agradecimento e consideração pela sua acção e que como tal a freguesia nunca esquecerá o seu papel, a sua atitude e convicção. É certo que perdeu as eleições em 12 de Outubro, mas não era esse seu papel que estava em julgamento. O seu papel na desagregação bem como o seu passado como autarca e presidente de Junta em dois mandatos nunca será esquecido e a freguesia ser-lhe-á sempre reconhecida. A história futura da freguesia mencionará a sua figura e o seu papel.

De um modo geral procurei ser positivo, mesmo agradecendo ao cessante presidente da Junta da União de Freguesias, Sr. David Neves, que também marcou presença. Certamente que nem tudo correu bem, nem mesmo a sua posição face à desagregação foi no sentido favorável, mas no fundo tomou as acções que no seu entendimento julgou serem as mais certas. Por conseguinte, mesmo que em desacordo com algumas questões, mesmo na gestão, foram sempre em contexto político e nunca pessoal. Todos os que tomaram parte na Junta e na Assembleia de Freguesia durante os 12 anos de vigência da União de Freguesias, procuraram fazer o seu melhor e de acordo com as suas convicções e cada um na justa medida das suas competência, mas sempre num contexto difícil, porque numa união desequilibrada, com um vasto território e uma numerosa população, com muitas necessidades e com recursos limitados e mesmo insuficientes.

Um ciclo fecha-se, um novo recomeça, com uma nova finalidade em vista, o de recuperar tempo perdido e proximidade dissolvida bem como a erosão dos valores que nos definem como comunidade e identidade. 

A união de freguesias, no que resultou e não resultou, é já passado. Importa agora, a cada uma das quatro freguesias, seguir em frente, cada uma com as suas próprias capacidades e limitações, na certeza de que voltam a ser donas das suas acções.

Em resumo, todo o acto e momento foram positivos e marcantes e mesmo histórico, e todos os que ali estiveram presentes, como intervenientes ou como meros assistentes, farão parte desse bocado da nossa história.

De realçar a presença de várias pessoas das outras freguesias como Lobão, Louredo e Gião. Marcou também presença o vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o Dr. Mário Jorge Reis.

A fechar, mesmo admitindo que nem todos vi ou fixei, notei a falta de algumas pessoas , desde logo alguns elementos não eleitos que fizeram parte das listas concorrentes às eleições de 12 de Outubro, sobretudo por parte do PS. Considero que ficaria bem e bonito que tivessem estado presentes, pelo carácter institucional do acto mas até em apoio aos seus colegas. Também registei a ausência de alguns ex-autarcas da nossa freguesia. Teria sido bonito que marcassem presença. Mas, naturalmente, cada um é dono da sua vontade e pode ter havido motivos pessoais e legítimos que se devem respeitar. Mas, sim, seria positivo e significativo que tivessem estado presentes.

Fica assim feito o resumo, numa pespectiva pessoal, do que foi um acto marcante e significativo para a nossa freguesia. Agora é seguir em frente e desejar que as coisas corram bem à Junta de Freguesia porque isso será bom para a comunidade.

De minha parte, como também ali disse perante todos, e já o tenho escrito, estou disponível para colaborar no que me for possível e solicitado, como já o fiz no passado, mas também serei atento, crítico e elogioso quando entender justificar-se.



04/11/2025

Crescimento / interesse

 


Continua com consistência o número de visitas diárias a este espaço. Como se pode perceber pelo gráfico acima, a maior parte dos dias tem tido visitas acima do milhar e com alguns picos significativos, um deles acima das 3 mil visitas e outro superior a 5 mil visitas (5401).

Para quem não está por dentro destas realidades, estes números são significativos porque trata-se de um espaço pessoal e sobretudo de interesse relativo e local. 

Mesmo os artigos que de quando em vez vou partilhando na minha página do Facebook, ainda que com poucas ou sem reacções, como gostos ou comentários, na realidade habitualmente expressam-se em centenas de visualizações.

Por tudo isto, é notório e incontestável que muitos guisandenses reconhecem neste espaço um certo serviço público, o que não deixa de ser verdade, mas tenho-o como aquilo que realmente é, um espaço pessoal, sem obrigações de deveres para além disso, mas que vai ao encontro do interesse e acompanhamento de muitos guisandenses e vizinhos, nomeadamente na nossa comunidade emigrante.

Fico grato aos muitos que passam por aqui diariamente e que desse modo vão dando estímulo à sua continuação e regularidade nas publicações.

Resta acrescentar que a este espaço soma-se o grupo privado na plataforma Facebook, designado de "Guisande: Ontem e hoje", onde procuro também partilhar assuntos do passado e presente da nossa freguesia e comunidade e que no momento conta com 391 membros, naturais, residentes ou com ligações justificadas à freguesia. Não é, pois, para todos, mas apenas para os que cumpram esses critérios. Por isso, têm sido largas dezenas os pedidos de adesão que não tenho aceite. O objectivo não é ter muitos membros, mas apenas conhecidos e interessados no que ali vou partilhando. Nem mais, nem menos.

03/11/2025

Fim de um ciclo, início de outro


Será já amanhã, Terça-Feira, 4 de Novembro, pelas 21:00 horas, no nosso edifício da sede da Junta, de Guisande, que serão instalados os órgãos da Assembleia de Freguesia de Guisande e Junta de Freguesia.

Será o fim de um ciclo de 12 anos e o início de um novo, a partir do qual a freguesia volta a ser gerida por gente da própria terra.

Não há ilusões, como as que esperançosamente sempre colocamos no início de aventuras e empreendimentos pessoais, mas antes a noção de uma realidade repleta de dificuldades, porque os meios financeiros e humanos postos à disposição das Juntas, sobretudo de freguesias de reduzidas diemnsões, serão sempre escassos e insuficientes para todas as necessidades. 

Fará diferença, por isso, a capacidade de gestão, de inovação e de mobilização de todos os recursos, nomeadamente junto da edilidade municipal. Espera-se e deseja-se que a equipa liderada pelo Johnny Almeida, legitimada substancialmente pelo voto popular nas eleições de 12 de Outubro passado, seja capaz de conseguir fazer mais e melhor  por menos. Se as grandes obras precisam necessariamente de apoios extra, também é verdade que há muitas coisas que podem fazer a diferença e com custos reduzidos ou com pouca expressão. A proximidade, o esforço de estar próximo, de atender e entender, de procurar dar respostas e soluções, são coisas que pouco ou nada custam. 

Espero eu e creio que toda a comunidade, que a Junta seja capaz,  agregadora, pró-activa, atenta e sempre com humildade e nunca numa postura de sobranceria, desligamento e indiferença.

Acredito que o executivo será capaz e nos contactos informais que tenho tido com o Johnny Almeida, tenho notado vontade, atenção, interesse e receptividade a várias sugestões e ideias. Concerteza que sei que muito do que irei sugerindo não será possível concretizar no imediato, mas acredito que várias situações serão atendidas e tidas em conta.

Quanto ao resto, é ir e vendo e saber que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Em todo o caso, com o devido respeito, não será difícil fazer mais e melhor do que o que foi no conjunto dos 12 anos de vigência da defunta União de Freguesias.

Em diferentes artigos de opinião ou pensamento, fui apontando alguns aspectos menos positivos das diferentes gestões da União de Freguesias, suas capacidades e incapacidades, mas procurei nunca confundir os lados pessoal e político das pessoas que foram fazendo parte dos três executivos e por todos tive e tenho consideração. De resto, num dos quais me incluí nos primeiros 3 anos, mesmo que, como simples vogal, sem qualquer poder e capacidade de decisão em fazer atender às necessidades da nossa freguesia. Mas bastou essa experiência, em contexto muito difícil, sem dúvida o mais exigente dos três mandatos, para perceber as dificuldades de atender a tudo e a todos.

Mas, retomo, apesar de tudo, dos falhanços e dos modelos errados seguidos, de alguns excessos e muitas insuficiências, de boa fé acredito que todos fizeram e deram o melhor de si, mesmo que à sua maneira, quase sempre puxando a brasa à sua terrinha, quase nunca sendo capazes de pensar e agir como um todo. De um modo geral foi sempre Lobão, Gião, Louredo e Guisande. Com excepção de uma ou outra coisa, nomeadamente o certame de entretenimento designado de “Corga da Moura”, raramente a União funcionou como tal.

Em resumo, bem ou mal, a União de Freguesias foi o que foi e depois de amanhã, com todas as novas freguesias instaladas, fará já parte do passado e pouco deixou de positivo para ser lembrado no futuro. Nunca foi fácil porque o território era grande e a comunidade numerosa, as necessidades muitas e os recursos escassos e os modelos nunca terão sido os mais adequados às necessidades e particularidades de cada parte. Repito, gostando-se ou não do estilo e modelos seguidos, não duvido que todos procuraram dar o seu melhor. Foi o que foi. 

Felizmente, digo eu, e nem todos concordarão, os políticos e o poder central deram a oportunidade de se reverter e de se conseguir a desagregação e as nossas freguesias aproveitaram. É certo que Lobão desinteressou-se desde o início porque, de facto e em rigor, foi a freguesia que menos perdeu, porque manteve todas a primazias e privilégios, até os aumentando, ao contrário das demais freguesias.

Por conseguinte, termina aqui um ciclo e começa outro. A partir de Terça-Feira à noite teremos um filho da terra como presidente de Junta e não um qualquer lobonense, sem qualquer desconsideração. É o que é. Em vez de um simples vogal no executivo sem competências a represenetar a nossa terra e a nossa comunidade, como sempre foi nos três mandatos da União de Freguesias, a nova Junta de Freguesia terá três elementos da freguesia, todos atentos e próximos. Do mesmo modo, na Assembleia de Freguesia serão mais 9 elementos da freguesia, igualmente atentos e interessados. Não teremos, pois, gente de Lobão, de Gião e de Louredo, mesmo que todas boas pessoas, a decidir o que fazer e como fazer na nossa freguesia. A partir de agora, bem ou mal, mandaremos e decidiremos nós! 

Apesar da nossa dimensão, e a perda de população tem afectado quase todas as freguesias sem matriz marcadamente urbana, no passado fomos capazes de fazer coisas bonitas e interessantes. Certamente que com todos a remar para o mesmo lado, neste novo ciclo seremos novamente capazes de voltar a realizar coisas importantes e sobretudo de unir a comunidade e a voltar a dar-lhe o orgulho de ser Guisande.

Quanto às freguesias agora independentes, espero e desejo que haja boa vizinhança e boas relações entre as respectivas Juntas e que dentro do possível possam cooperar entre si, ajudando-se no que for possível. De resto, fora dos nossos quintais, todos precisamos de todos.

No momento de mudança, bem-haja a todos quantos procuraram fazer o melhor nestes 12 anos,  mas agora é, de facto, tempo de terminar um ciclo e iniciar outro. O resto já é passado!


31/10/2025

O castelo ruíu e não sobrou nada

Fui informado de que no fecho das contas da defunta União de Freguesias, apenas irá sobrar um saldo de pouco mais de 16 mil euros, o que dividido proporcionalmente pelas quatro novas freguesias, a Guisande calhará, mais coisa menos coisa, 3 mil euros. Sou de opinião de que esta verba seja doada a uma instituição de caridade.

Verdade se diga, a perspectiva deste saldo final tão insignificante nunca foi surpresa, pelo menos para mim, e de há muito se sabia que os cerca de 350 mil euros que a Junta do PS herdou do anterior mandato PSD iria ser gasto na totalidade. 

Com isto, tinham razão aqueles que disseram que assim não custava governar e fazer brilharetes, porque com o dinheiro deixado pela gestão de outros. Mas, tenho para mim, que quem mais culpa teve neste processo foram os que no anterior mandato, por manifesta incapacidade, por mau cálculo ou porque apenas poupadinhos, se permitiram ao luxo de deixar tão avultado saldo. Creio que no concelho da Feira e arredores terá sido inédito, deixar de fazer obras essenciais e melhoramentos necessários, para com isso perderem as eleições e, como se costuma dizer na gíria, e passe a expressão, "entregarem o ouro ao bandido".

Sendo assim, se bem ou mal gasto, certo é que foi gasto, quase até à última gota. Eventuais questões de obrigação ética e proporcionalidade em deixar um saldo similar ao recebido, aqui pouco contam para o totobola, porque certamente que foi gasto dentro de toda a legitimidade e legalidade. Se era bonito ser transmitido um saldo semelhante ao recebido? Concerteza que sim, até como prova de que uma boa gestão não precisa de prendas extra, mas isso já é entrar no domínio dos sonhos cor-de-rosa com fadas e unicórnios. O mundo real é outro e nem sempre se compadece com lirismos.

Em resumo, nada me surpreende este desfecho e estas contas. De resto, sabia-se que desde que a desagregação se transformou numa realidade, tornou-se claro que nada de substancial iria sobrar, e antes disso o compromisso assumido publicamente no apoio ao relvado sintético do campo de jogos do Guizande F.C.  já tinha ido ao ar.

Por conseguinte, sabia-se que o castelo da União de Freguesias, sem alicerces sólidos, estava a ruir e caíu assim, com estrondo, mas sem surpresa.  Agora é levantar dos escombros e voltar a pôr a nossa freguesia nos carris, porque em todo o tempo da união de freguesias foi de facto tempo perdido e com pouco proveito.

Quanto aos 3 mil euros, sim,  acho que se deviam doar a uma instituição de caridade. Concertza que o digo com alguma ironia, mas porque não? Seria simbólico.

24/10/2025

O que estará a acontecer?

São, de facto, cada vez mais correntes os episódios de agressões de filhos, mesmo de crianças, aos pais, de alunos aos professores, dos bandidos às forças de segurança e autoridade. No limite, como ainda agora esta semana, a notícia chocante de um filho adolescente, com 14 anos, em Vagos, a assassinar a mãe à queima-roupa, por motivos fúteis. Paralelamente parece registar-se uma onda de suicídios de gente jovem.

O que estará a contecer? Estamos a colher os frutos do que temos vindo a semear enquanto sociedade, que, com políticas centrais erradas e permissivas, tem vindo a desleixar ou mesmo a perder valores, como a importância da família, da autoridade e da disciplina?

Algumas reflexões e possíveis causas:

- Crise de sentido e de valores

É certo! Vivemos numa época de grande incerteza — moral, social e emocional. As referências tradicionais (família, religião, comunidade, escola) perderam parte da sua autoridade e coesão. Muitos jovens crescem sem um "norte" claro, sentindo-se perdidos, sem propósito ou esperança.

- Má influência das redes sociais e da cultura digital

As redes sociais têm tido um impacto enorme na autoestima, na perceção da realidade e nas relações humanas.

Comparação constante: Os jovens comparam-se com vidas "perfeitas" e sentem-se inferiores e insatisfeitos com a vida que têm.

Desumanização: O excesso de interações virtuais ajudar a diminuir a empatia e aumentar comportamentos agressivos.

Banalização da violência e morte, nas redes sociais, na televisão, no cinema, nos jogos, etc.

Isolamento: Apesar da hiper-conectividade, há solidão e sensação de desconexão real.

- Famílias fragilizadas e ausência emocional

A família convencional está cada vez mais desestruturada. Os divórcios são coisa vulgar com todos os problemas inerentes quanto ao enquadramento dos filhos. Em muitas famílias, há pais ausentes (mesmo que fisicamente presentes); falta de diálogo e escuta; sobrecarga emocional e económica; inversão de papéis (filhos com demasiado poder, pais sem autoridade).

O amor sem limites e a ausência de estrutura podem ser tão prejudiciais quanto o autoritarismo e a falta de afecto.

- Pressão psicológica e saúde mental

A ansiedade, a depressão e outros distúrbios emocionais estão a aumentar de forma alarmante entre jovens. As causas incluem: exigência de sucesso constante (escola, aparência, popularidade); insegurança quanto ao futuro; falta de espaço para lidar com a frustração e o erro.

Muitos jovens não aprenderam a gerir emoções — e quando a dor se torna insuportável, alguns dirigem-na contra si próprios (suicídio) ou contra os outros (violência).

- Contexto social e cultural mais amplo

Vivemos num mundo marcado por desigualdade e sensação de injustiça; consumo como valor central (o ter a ser mais importante que o ser); perda da confiança nas instituições; percepção de insegurança e descrédito das entidades que a deviam controlar;  discurso público agressivo e polarizado.

Tudo isso cria um ambiente emocional tóxico, onde a empatia e o respeito pelos outros, incluindo próximos, parecem estar em falta.

- Para uma pergunta de100 milhões de euros para a resposta certa, o que se pode fazer, sabendo-se que as coisas já não se resolvem apenas no seio familiar mas com medidas de carácter geral que envolva a sociedade e o próprio Estado, no que parece ser uma impossibilidade de inversão do combóio em movimento?

16/10/2025

Fim de um ciclo?

Quatro dias após as eleições de Domingo passado, que na nossa freguesia, de resto na linha do que aconteceu no concelho e no país, deram a vitória à lista do PSD, aqui emcabeçada pelo Johnny Almeida, o cabeça-de-lista do PS, Celestino Sacramento, veio na sua página pessoal no Facebook, falar sobre o acto eleitoral, conforme o texto que abaixo se reproduz.

Agradeceu às pessoas que o ajudaram na campanha bem como às que lhe confiaram o voto.

Seria de supor que fizesse uma análise pessoal ao resultado da eleição, apontando o que é que correu bem e o que correu mal, a justificar a lista, as suas escolhas e a forma como decidiu fazer a campnha, mas sobre isso nada falou, uma posição que se respeita e supondo que considera que apresentou a melhor lista e fez a melhor campanha. Certamente que na sua consciência fez o melhor que pode.

Aproveita também para dizer que o seu ciclo político chega ao fim. Todavia esta afirmação é enigmática pois na realidade tem um mandato de quatro anos para desempenhar como chefe da oposição. Por conseguinte, em rigor, a menos que desista do mandato para o qual foi eleito, o seu ciclo político terminará só daqui a quatro anos.

A maior parte do texto é ocupada a elencar um conjunto de obras que realizou nos mandatos em que foi presidente de Junta entre 1997 e 2005, por isso há mais de20 anos. Diz que deixou obra feita e é verdade, mas não foi só ele mas aqueles que com qualidade e competência fizeram parte das suas equipas, como o Rodrigo Sá Correia, o Jorge Ferreira e o Valter Neves. O seu a seu dono.Teve de facto, bons elementos na sua equipa. 

É legítimo esta lista do seu trabalho passado, que foi de facto positivo enquanto presidente de Junta. Ninguém se esqueceu nem lhe beslica o trabalho, mas de facto passaram mais de duas décadas e nesta eleição a realidade e as exigências eram outras e mesmo uma boa parte dos eleitores também são outros, com novas formas de ver e encarar a política. Como já escrevi, há doze anos quando começou a União de Freguesias, quem então tinha seis anos hoje tem dezoito e capacidade de votar, por isso desconhecedores do que antes disso fizeram todos os presidentes de Junta. A renovação das gerações não se compadece com feitos do passado mesmo que deles se possa dar conhecimento.

Em todo o caso, importa dizer que no final desse período, em 2005 o Celestino já perdeu as eleições para um terceiro mandato, para o PSD com Joaquim Santos, num sinal de que apesar dessas obras referidas, não mereceu a renovação da confiança dos guisandenses. Eleições são mesmo assim e nem sempre o trabalho realizado é reconhecido no mandato seguinte. No final de cada mandato há novas caras e novas propostas e o eleitorado vai sendo renovado e confronta-se com novas escolhas.

Refere também no seu comunicado  que Guisande hoje é independente graças à sua acção. É totalmente verdade e a freguesia deve ficar-lhe sempre reconhecida. Por mim nunca esquecerei esse seu papel e também lhe estou reconhecido. Mas também poderia referir, e ficaria bem, que pelo menos igual importância nesse processo de independência teve o PSD em sede de Assembleia de Freguesia bem como o Rui Giro em todo o aspecto processual e jurídico. A coisa foi conseguida em conjunto e nenhuma das partes conseguiria sem a outra.

Sendo que considero que o tal ciclo político ainda não terminou conforme atrás disse, importa, todavia, dizer que o Celestino Sacramento perdeu a eleição com dignidade e honra e cumpriu o seu papel e o compromisso que disse ter com os guisandenses. Apesar disso, é fácil perceber que algumas coisas falharam, e vários apoiantes já mo  confessaram, quer na elaboração da lista quer na forma e conteúdo da campanha. Mas isso já é passado, e como diz, e bem o Celestino Sacramento, agora é esperar e desejar que a futura Junta faça um bom trabalho, mesmo que na parte inicial do texto diga que "nós não perdemos nada, mas a freguesia deve ter perdido". Aqui nesta frase talvez falte um pouco de humildade, pois também, em democracia, devemos dar o mérito aos adversários e confiar, em respeito a eles próprios mas também na maioria que neles votou.

Parabéns ao Celestino Sacramento, por tudo quanto fez pela nova independência da nossa freguesia e esta deve ficar sempre reconhecida. Guisande certamente que nunca esquecerá o seu papel, mas não era isso que estava em jogo e em disputa nas eleições deste passado Domingo. Era mais do que isso pelo que não deve sentir-se desconsiderado ou desrespeitado. É importante que estas coisas não se misturem e reconhecimento não é necessariamente obrigação. Neste aspecto, a  História dá-nos lições: Winston Churchill, apesar do seu papel fundamental de resistência à frente do Governo da Grã-Bretanha, saíndo vitorioso na II Guerra Mundial, logo de seguida perdeu as eleições para os trabalhistas, sem apelo nem agravo.

A finalizar, espero mesmo que não seja o fim de um ciclo e que na Assembleia de Freguesia o Celestino Sacramento seja o líder de uma oposição responsável e construtiva, um exemplo de civismo e serenidade, mas exigente e atento à actividade da Junta, tomando as posições que considere do interesse da população. É isso que espero e certamente que os guisandenses.

14/10/2025

Ninguém é profeta na sua terra

Com a vitória, por maioria, da lista do PSD na eleição para a Assembleia de Freguesia de Guisande, encabeçada por Johnny Almeida, Rui Giro é também uma das figuras eleitas e vencedoras e em princípio virá a assumir o importante cargo de presidente da Mesa da Assembleia. Também foi eleito directamente para a Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira.

Em bom rigor, qualquer elemento de qualquer uma das listas, com alguma preparação, poderia desempenhar essa função, mas convenhamos que é um cargo de responsabilidade e que exige alguns conhecimentos legais ligados às funções, competências e funcionamento deste importante órgão do nosso poder autárquico. Resulta deste pensamento que alguém com formação em Direito, estará, óbviamente, mais capacitado para o cargo.

Mesmo nos elementos agora eleitos pelo PSD, temos a Inês Bastos, advogada e jurista na Câmara Municipal de Albergaria a Velha, que bem poderia desempenhar esse papel com qualidade e competência. Isso também demonstra que a lista do PSD apresentou-se com gente jovem mas com formação superior no que, convenhamos, não sendo determinante, é sempre importante. 

Não obstante, e não tendo qualquer certeza ou indicação disso, creio que será mesmo o Rui Giro a vir a assumir essa responsabilidade, desde logo pela larga experiência, pois, recorde-se, já foi presidente da Assemblei de Freguesia ainda no tempo anterior à União de Freguesias, depois também já na União de Freguesias, para a qual foi eleito nos mandatos de 2014/2017, 2017/2021 e 2021/2025, para além de ser o presidente da Assembleia Geral da Associação do Centro Social S. Mamede de Guisande.

Sei eu, sabe o próprio, que em Guisande, junto de uma certa franja de pessoas, tem existido algum preconceito ou má impressão à volta da sua figura. Quanto a mim, de forma injusta, mas que como explicação, resultará de alguma inveja pessoal ou de facção,  bem como  resquícios de alguns  atritos do passado, nomeadamente decorrente do processo em que depois de difamado publicamente em contexto de uma assembleia de freguesia. A defesa do bom nome é um direito que todos temos pelo que o seu bom nome foi defendido na Justiça. Esta actuou e quem difamou sem qualquer provas e fundamentos foi naturalmente condenado. A decisão não agradou aos que na ocasião defenderam o difamador pactuando com a difamação. Um episódio triste mas marcante e que em parte ajuda a explicar um certo mau estar que ainda parece subsistir, mesmo que já passados mais de vinte anos.  Quem não se defenderia perante uma difamação torpe no contexto de um órgão de poder local?

Por outro lado, na sua profissão de advogado, nomeadamente em causas a envolver guisandenses, naturalmente que provoca sempre algumas antipatias do lado a quem a Justiça não dá razão, o que é natural mas injusto. A Justiça, gostemos ou não, seja lenta ou susceptível de ser subvertida por quem tem dinheiro e poder,  deve ser cega e não se compadecer com o que não respeitar a lei e os direitos de cada um, seja pessoa singular ou colectiva. Os advogados, todos, têm este ónus contra si, o de serem defensores, ora de Deus ora do diabo, por conseguinte agradando a uns e desagradando a outros.

Por conseguinte, conhecendo o Rui Giro desde os meus tempos de escola primária, e com ele estive na fundação e actividade da Associação Cultural da Juventude de Guisande, do jornal "O Mês de Guisande", da Rádio Clube de Guisande e depois na fusão e actividade com a Associação Cultural de Guisande "O Despertar", por isso mais de duas décadas ligadas ao associativismo e à cultura na nossa freguesia, compreendo alguns dos factores para essa antipatia e até algum preconceito, mas que, como disse, considero totalmente injustos e imerecidos.

Queira-se ou não, goste-se ou não, o  Rui Giro é uma pessoa interessada pela sua freguesia e nela tem sido uma importante figura, no contexto associativo, cultural, político e até mesmo empresarial e quem dera a muitos de nós, guisandenses, ter no seu currículo esse peso e ligação à freguesia. Infelizmente, alguns dos que nutrem e semeiam por ele essa antipatia ou pouco apreço, provavelmente nunca nada fizeram pela comunidade, passando ao lado da sua história e do seu dia-a-dia. E se fizeram, nunca contribuiram para a união da comunidade, antes dividindo para reinar.

No que foi esta campanha eleitoral, alguns terão discutido se para a lista do PSD teria sido mais vantajosa ou prejudicial a presença do Rui Giro. Admito que alguns consideram que sim e outros que não. Pessoalmente, pela realidade que atrás descrevi, acho que a sua presença na lista foi positiva mesmo que a contragosto de alguns. A sua qualidade de jurista, de oratória e experiência no cargo de elemento de Assembleia de Freguesia, incluindo no papel de seu presidente, não tem paralelo na freguesia no momento presente. Concerteza que já tivemos pessoas no passado a assumir essa função, até com a qualidade adequada, mas no presente não estou a ver melhor, até porque os que têm capacidade não se querem meter nestas coisas ou já numa fase da vida a que pouco ou nada dispensam do seu tempo e interesse.

Por conseguinte, de forma pragmática, e mesmo sabendo que o próprio até tinha a vontade de não fazer parte, a sua introdução na lista foi positiva. Quem gostou, gostou, quem não gostou não gostou e por isso, de uma forma ou outra, teve oportunidade e pôde exprimir-se na votação. Ora, como se sabe, a lista em que se integrava venceu democraticamente por uma diferença significativa e certamente que o Rui Girto voltará, e bem, a ser o presidente da Mesa da Assembleia no recomeço de um ciclo importante.

Finalmente, e convém não esquecer, gostem alguns ou não, se é certo que ao Celestino Sacramento todos, devemos estar reconhecidos e gratos pelo seu papel no processo e luta pela desagregação de freguesias, que nos trouxe a independência, não foi em nada menor a importância e o papel do Rui Giro nesse processo, bem como da lista do PSD na Assembleia da União de Freguesia que votou unanimemente a favor da desagregação, ao contrário de alguns elementos da mesma Assembleia, de Guisande ou com familiares em Guisande, que pelo PS votaram contra ou abstiveram-se. Está escrito e registado para memória futura. De resto, durante o processo, fui acompanhando de perto a evolução e o papel importante que teve o Rui Giro, nomeadamente já na parte final e depois de numa primeira apreciação a desagregação da nossa União de Freguesias ter sido reprovada. O seu papel formal e jurídico, bem como diligências informais junto de quem tinha poder de influência,  foi fundamental no agendamento da sessão extraordinária e clarificação da freguesia de Lobão, tornando possível, in extremis, que o processo fosse reapreciado e aprovado.

É pois, muito injusto que este papel do Rui Giro seja ignorado ou desconsiderado ou que apenas se atribuam os louros ao Celestino Sacramento, mesmo que merecidos. De resto, este, em conversa pessoal, reconheceu o papel importante do Rui Giro. O Celestino Sacramento pode ter perdido agora um acto eleitoral, democraticamente e que o enobreceu, mas é um homem de honra e palavra e por isso teve esse reconhecimento a favor do papel do Rui Giro. Mesmo quem não se simpatize com a figura do Rui Giro, e não temos que simpatizar ou ser amigos de toda a gente, só não reconhece este papel importante e dedicação às causas da freguesia quem estiver de má fé e ronha pessoal.

Dos fracos não reza a história, mas o Celestino Sacramento e o Rui Giro, goste-se ou não, farão parte do lado certo e nobre da história de Guisande e isso não pode ser negado nem apagado, no presente e no futuro. Quem não gostar, que se amanhe e que se coce.

Diz-nos a Bíblia e o Evangelho que ninguém é reconhecido como profeta na sua terra, mas alguma má impressão, antipatia ou mesmo preconceito de uma franja de guisandenses contra o Rui Giro, repito,  é de todo injusta, imerecida e mesmo sem fundamento. Mas é o que é e mal estaríamos se fôssemos condicionar a nossa vida e a nossa forma de ser e estar, ao sabor do vento e dos humores de algumas pessoas incapazes de dar mérito a quem o merece. Gente assim, invejosa e incapaz de reconhecer o mérito a terceiros há em todo o lado e também em Guisande. É o que é!

13/10/2025

A experiência (e competência) é um posto

Ontem nas duas secções de voto em Guisande, entre gente jovem, alguns dos quais não conheci (sinal de que estamos a ficar velhos), mas certamente competentes, foi com satisfação que voltei ali a ver o Jorge Ferreira. Sinal de experiência, competência e rigor. Ouvi contar que até aconteceu ali um episódio digno dos apanhados, mas que com a sua experiência soube resolver.

Velhos são os trapos e o Jorge ainda continua a ser das coisas boas na freguesia, pelo passado mas ainda pelo presente. De resto, se importa sempre dar lugar aos novos, por vezes é importante salpicar as coisas com experiência. 

O mal, por vezes, é não são sermos capazes de perceber este equilíbrio tão necessário quanto útil.

Parabéns ao Jorge Ferreira, mas também  a todos quantos, mesmo que pagos, contribuiram para mais este acto de democracia.

Parabéns aos vencedores e honra aos vencidos - A análise.

 


Ontem foi dia de eleições.

Feitas e fechadas as contas, na eleição para a Assembleia de Freguesia de Guisande, venceu a lista do PSD encabeçada por Johnny Almeida, obtendo 461 votos contra 333 da lista do PS, encabeçada pelo Celestino Sacramento. Uma diferença significativa, com 58% dos votos válidos.

Como já escrevi ontem, logo após serem conhecidos os resultados, devemos dar os parabéns aos vencedores e honrar os vencidos porque ambos numa disputa nobre.

Agora, neste que será o início de um novo e importante ciclo para a nossa freguesia, é momento de união, é tempo de unir a comunidade e dar-lhe as respostas e a proximidade que estiveram ausentes ou em défice nos 12 anos anteriores.

De resto, considerando a vitória do PSD nas três das quatro freguesias de ainda União, pois que em Lobão, como se esparava, venceu o PS com David Neves, de algum modo pode indicar que essas freguesias menores não estavam, de todo, satisfeitas com a gestão socialista mas sobretudo com o modelo falhado.

No que antes fui escrevendo e partilhando por aqui, mesmo que sem qualquer obrigação ou dever de isenção, procurei ser pedagógico e positivo tanto quanto possível, acima de tudo por respeito a ambos os candidatos e elementos de ambas as listas. Fui convidado pelo PSD e tendo recusado, indiquei como uma boa opção a figura do Johnny Almeida,  e também fui convidado posteriormente  pelo Celestino Sacramento, numa demonstração de confiança que agradeci e agradeço a ambos. Todavia, tinha-o dito, a única forma de eu participar seria no contexto de uma lista independente. Apesar dessa minha proposta, os partidos e as figuras principais a eles relacionados não a aceitarem ou mostraram desinteresse.

Apesar de tudo, porque já vi muitos filmes eleitorais, sempre tive a expectativa do desfecho ser mais equilibrado, e decidido por escassos votos. Pelo contrário, a diferença conseguida é significativa e categórica e creio que por isso poderá e deverá ajudar a união da comunidade se entendida num espírito democrático de valorizar quem venceu e pela diferença que foi.

Agora, se me é permitida uma análise pessoal, tanto dos resultados como dos momentos de pré campanha e campanha eleitoral, foi notória uma maior dinâmica e de forma incisiva, por parte do PSD e bem menos visível por parte do PS, tanto nas redes sociais como no terreno. Pelo PSD fui vendo uma campanha organizada, com equipas de acompanhantes e representativa da lista. Ao contrário, pelo PS fui vendo uma campanha desgarrada, com elementos sozinhos ou mal acompanhados e elementos da lista que nem sequer vi em acção. Na minha caixa de correio apenas apareceu um elemento de nível concelhio. Os elementos relacionados à freguesia fui eui próprio a pedir a um elemento da lista que andava sozinho a distribuir no lugar da Gândara. Nas redes sociais, vi os elementos da lista a apoiarem-se a eles próprios, numa manifesta falta de apoio e creatividade por parte de quem geriu a campanha na componente da imagem e comunicação. 

As campanhas valem o que valem, podem valer muito, pouco ou nada, mas em certos contextos podem fazer a diferença. Creio que neste contexto, em Guisande terá feito alguma diferença.

Também a composição das listas: Ambas com gente boa, gente nossa, gente válida, mas o PS e Celestino Sacramento não conseguiram rejuvenescer a sua lista, sobretudo em lugares cimeiros e elegíveis, por isso com uma média de idades muito alta comparativamente à lista adversária e incluindo elementos que notoriamente entraram apenas para fazer número, mesmo no importante terceiro lugar da lista. Mas compreendo que possa ter havido dificuldades na angariação de elementos. Cada vez mais são menos os que querem meter-se nestas coisas que exigem compromisso e responsabilidades.

Já o PSD, mesmo sem deslumbrar, conseguiu uma lista equlibrada, com uma equipa jovem, com gente formada e em teoria apta a um dinamismo diferente, sendo que naturalmente agora virá o tempo de dar provas disso.

Voltando aos motivos para este resultado, serão sempre subjectivos e por isso dados a diferentes análises e interpretações, mas creio, pelo que fui vendo, ouvindo e conversando com muitos guisandenses, que o Celestino Sacramento saiu penalizado por introduzir na campanha, de forma muito activa, uma figura ligada a um passado de deficiente gestão e com abordagens e métodos duvidosos ou mesmo já ultrapassados. 

Além disso, essa figura, falo do Sr, Elísio Monteiro, que até reconheço que sempre foi uma pessoa prestável e válida noutros contextos, nomeadamente no Guizande F.C., enquanto dirigente, no entanto na política foi sempre um quase desastre, com características muito singulares, com uma maneira de fazer política ultrapassada,  própria de década de 70 e 80, mas já não, seguramente, nos tempos actuais. Ademais, convém não esquecer que na gestão da Junta em que participou e foi figura predominante, na transição para a União de Freguesias, mesmo que com narrativas a negar as evidências, deixou um montante de dívidas não cabimentadas na ordem de 150 mil euros, valor que correspondia, grosso modo, ao orçamento anual. A maioria do eleitorado expressou-se agora, de forma categórica no sentido de dizer que não era este o método, a forma e "o bom caminho" a seguir.

Por conseguinte, parece-me que nesta campanha, esse elemento singular terá prejudicado mais do que o que conseguiu capitalizar. Mas não é ele o responsável, pois nem sequer constava da lista, mas sim o próprio Celestino Sacramento, que não só permitiu essa abordagem como com ele andou lado a lado e até com ele se fez representar em cartazes. Por conseguinte, não se deve envergonhar o cabeça-de-lista do PS de quem, à sua maneira, o pretendeu ajudar, porventura até fez bem mais que vários elementos da lista, mas, terminada a eleição e conhecidos os resultados, deve também tirar as devidas lições e ilacções. 

Para além do mais, ainda antes de ser conhecida publicamente a sua candidatura, já o Sr. Monteiro andava na rua, afanadamente, porta-a-porta, a falar e a prometer o que não devia falar nem prometer. Deveria, logo no primeiro momento, ser o Celestino, o comandante do barco, o cabeça-de-lista, a dar a cara, a apresentar-se a si e à sua lista, a expor as suas ideias e propostas. Mas não foi assim e só entrou em campanha tardiamente e nem sequer realizou uma apresentação pública perante o seu eleitorado de modo a galvanizar. Tudo soma numa campanha, o que se faz ou deixa de fazer, nas pequenas ou grandes iniciativas.

As coisas são como são, e como já escrevi, hoje em dia, a forma de ver a política, sobretudo ao nível de freguesias pequenas, como a nossa, onde as pessoas se conhecem relativamente bem, esse tipo de campanha com promessas e mais promessas, ainda por cima sem legitimidade, já não convencem ninguém. As histórias que fui ouvindo à volta desse tipo de abordagem, em algum sentido até são surreais e demonstrativas de que a coisa tinha tudo para correr mal.E correu.

Posto isto e apesar de tudo, considero que Celestino Sacramento também foi um vencedor no sentido em que cumpriu o que considerou ser uma missão e compromisso com as gentes de Guisande. Talvez o tenha feito de forma deficiente e com algumas lacunas e dificuldades, mas fê-lo. Honra lhe seja feita. Por isso e por mais, mantém-se todo o meu respeito e estima pelo Celestino Sacramento, que cumpriu o seu papel com honra e dignidade e passados os primeiros dias de desânimo da perda, voltará ao sossego do seu dia-e-dia, livre destas responsabilidades e canseiras, que bem sabe que são exigidas a uma Junta de Freguesia, onde nunca se agrada a todos e as necessidades são muitas e os recursos poucos.

Por mim, continuará sempre a ser uma pessoa que pela sua acção no processo de desagregação merecerá ser respeitado e lembrado na história da nossa freguesia de Guisande, que agora recomeça como freguesia independente.

Volto a repetir-me, pela parte que me toca, estarei disponível para apoiar e colaborar com a futura Junta, desde que seja útil e solicitado, mas também estarei atento e a apontar o foco para o que entender não corresponder a uma boa gestão, e para o que considerar como desleixo e incompetência.

Parabéns aos vencedores e honra aos vencidos, nomeadamente ao Johnny Almeida e ao Celestino Sacramento.

Agora. mãos à obra!

11/10/2025

Sejam bem-vindos e bem-vindas

A propaganda e a campanha eleitoral, de um modo geral mas também na nossa freguesia, vistas por um certo prisma e com alguma equidistância, até têm coisas engraçadas, mesmo que com laivos paradoxais.

Pessoas mais novas e mais velhas, todas boa gente, que nunca vimos mexer uma palheira na dinâmica da freguesia ou da paróquia, e até muito raramente vistas e aparecidas nas dinâmicas da freguesia, como uma festa ou evento, de repente, pela mão e imaginação dos iluminados profissionais do marketing político dos partidos, quiçá com recurso a Inteligência Artificial, são elevadas a um patamar de relevo, quase de santidade, dadas como dinâmicas, interessadas, apaixonadas pela sua freguesia, como se andemos todos cegos e incapazes de perceber a diferença entre o ser e o parecer.

Apesar de tudo, pessoalmente desejo que isso possa ser positivo e que se aproveitem a oportunidade e este palco da propaganda eleitoral para que essas mesmas pessoas, até aqui desaparecidas ou discretas nas suas vidas pessoais, passem a ser mais activas e dinâmicas no envolvimento da freguesia e nas suas diferentes acções, aparecendo e pondo-se ao serviço. Afinal de contas, não somos muitos e todos somos precisos. 

Sejam, pois, bem-vindos e bem-vindas!

10/10/2025

O que é que eu quero da futura Junta de Freguesia de Guisande


São conhecidas as listas, os protagonistas e as suas ideias, medidas e projectos embora, de um modo geral, ninguém tenha esclarecido de que forma algumas dessas ideias serão concretizadas, sobretudo as que dependem de vontades terceiras.

Asssim, neste próximo Domingo, dia 12 de Outubro, decidirão os eleitores guisandenses, escolhendo aqueles que nos próximos quatro anos farão a gestão da freguesia nos diferentes aspectos que a a lei e as competências conferem. 

Uns votarão de forma esclarecida e considerando as capacidades de cada lista, de cada elemento, sobretudo das três primeiras figuras. Outros escolherão apenas de forma convictamente partidária, clubista mesmo, independentemente da qualidade dos elementos da sua lista ou da concorrente. Outros, ainda, decidirão porque foram pressionados até à exaustão, quiçá com promessas com o interesse privado a sobrepor-se ao público.

Quanto a esta questão da pressão sobre as pessoas, em 2014, no sentido de ajudar a freguesia num ciclo de transição para a União de Freguesias, fiz então uma campanha quase solitária, falando com todos e todas, expondo as minhas ideias e sobretudo os motivos que me levavam a ter acedido a participar, num propósito de ajudar e minimizar a perda de proximidade. Nesse contexto, uma coisa posso garantir: A ninguém pedi ou pedinchei o voto, nem fiz promessas cujo cumprimento não dependia de mim cumprir, até porque era sabido que não seria mais que um vogal, sem competências. Ninguém, de boa fé, pode dizer-me o contrário. Em campanha não se devem pedir votos, mas apenas apresentar as ideias, os projectos, as propostas para que o eleitorado possa decidir de forma esclarecida. O resto, a decisão, é da livre vontade de cada pessoa. Considero, por isso, que é feio, muito feio, pedir o voto ou, pior do que isso, tentar comprá-lo ou condicioná-lo.

Por conseguinte, em 2014 o meu foco foi sempre esclarecer e sensibilizar as pessoas para a mudança que se avizinhava e que já antevia como prejudicial à nossa freguesia. Infelizmente não me enganei  e sendo que esse mandato de apenas 3 anos foi difícil, com pesados compromissos e dívidas herdadas, teve o mérito de assegurar a mudança de uma realidade para outra e colocar a união de freguesias a funcionar e ainda se fez alguma obra. Do pouco que dependia de mim, estive sempre próximo e atento e cumpri até para além das minhas competência, que eram nenhumas.

Certo é que, com essa atitude de transparência e de honestidade, sem sofismas, pressões ou promessas, consegui vencer por maioria, mesmo a lutar contra quem à frente e atrás realizava uma campanha suja, com recurso a ataques pessoais e até mesmo lutando contra uma imagem negativa ou com muitas reticências que o então candidato a presidente gozava na nossa freguesia, em muito devido a desinformação e a essa campanha suja que ía sendo feita à frente.

Apesar dessas dificuldades e do que foi possível realizar nesse mandato, considerei que o modelo de gestão seguido não correspondia ao que tinha perspectivado e que seria melhor para as freguesias, e daí que com toda a naturalidade recusei continuar.  Não era o meu modelo e o seguido não respeitava as freguesias e suas particularidades e necessidades.

Mais dois mandatos se seguiram e apesar de herdarem ambos bons saldos positivos, e com as coisas já a funcionar, as coisas não melhoraram, antes pelo contrário. Melhoraram nalguns aspectos mas no essencial ficou tudo na mesma.

Doze anos depois, chegados aqui, foi possível a desagregação e é com ela que agora contamos e assim vai iniciar um novo ciclo, já com a freguesia a ser gerida por guisandenses e a depender de si própria.

Retomando o pensamento inicial, a partir do próximo Domingo, ou mais concretamente depois da tomada de posse, que deverá ocorrer por meados de Novembro, teremos um Assembleia de Freguesia, como órgão de fiscalização e deliberação e uma Junta de Freguesia como executivo.

Considerando que em Guisande apenas concorrem duas listas, significa que bastará a qualquer uma delas vencer por um voto de diferença para alcançar maioria e assim governar sem necessidade de acordos. Num contexto de pluralidade, é pena que sejam somente duas listas, porque permitiria uma terceira opção. Numa analogia com cores, os guisandenses para além do branco e preto poderiam optar pelo cinzento.

Neste contexto, e independentemente de quem venha a formar Junta,  cada um falará por si mas por mim desejo que seja uma Junta de Freguesia a gerir com competência, com rigor no aspecto de contas, com proximidade, com inovação, com dinâmica e capacidade de ir além do quanto baste. Espero uma Junta que não nos envergonhe, dentro ou fora de portas, capaz de ajudar e dinamizar a cultura, o desporto, a valorizar o nosso passado e presente, a ser capaz de melhorar, requalificar e realizar obras necessárias. Que seja capaz de requalificar o monte do Viso, a envolvente da igreja matriz, na sede da Junta, modernizar os espaços, renovar e cuidar do arquivo, que não se percam livros de actas ou outros documentos como aconteceu num passado recente. Que toda a documentação, incluindo comunicações, ofícios, actas de reuniões de Junta e Assembleia de freguesia, seja feita com competência e qualidade e não apenas resumos mal escritos em meia folha A4, como também num passado recente.

Não é pedir muito e quem quer que aceite fazer parte de uma lista e por isso sujeito a vencer eleições e depois a assumir funções públicas, tem que ter capacidade e competência naquilo que tem de fazer. Os tempos actuais não se compadecem com amadorismo ou com iliteracias. O tempo de contas em papel de mercearia e pouca ou nenhuma transparência é do passado.

Espero também que os dinheiros sejam geridos de forma rigorosa e transparente, e que não sejam mal gastos, por vezes na tentação de coisas populistas, apenas baseadas em pão e circo, sem retorno, cuja utilidade se esgota num dia ou dois, ficando o essencial por realizar. Importa, pois, o equilíbrio e bom senso.

Em resumo, espero eu e certamente que muitos guisandenses, que a futura Junta seja mesmo capaz, para além das palavras bonitas e idealistas que se possam dizer e prometer em campanha. 

Como já escrevi por aqui noutro apontamento, repetindo-me, digo que pela parte que me toca, independentemente de quem venha a formar Junta, estarei disponível para apoiar e colaborar, desde que útil nos meus poucos talentos, e se solicitado, mas também estarei atento e  a apontar o foco para o que entender não corresponder a uma boa gestão, e para o que considerar como desleixo e incompetência. Acima de tudo quero ter orgulho na Junta da minha freguesia e não vergonha. Importará unir a freguesia e a comunidade e só com uma Junta capaz e competente é que isso será feito. 

Finalizo a expressar a pena de não ter sido possível concretizar com tempo uma lista independente, a unir gente boa de ambos os partidos, a remar para o mesmo lado. Nesse contexto daria o meu humilde contributo. Infelizmente, apesar do meu repto, feito por aqui e pessoalmente a quem poderia decidir, ficou sem efeito e preferiram dar prioridade aos partidos. Foi pena, mas a vida continua e de uma forma ou outra temos duas opções de escolha.

Desejo a todos e a todas que neste Domingo façam a escolha, livre, esclarecida e, se possível, sem clubismo, partidarismo, obrigações ou pressões.