22 de julho de 2025

A recta final com muitas curvas



Estamos já em pré-campanha para as eleições autárquicas de Outubro próximo. Já são conhecidos vários dos cabeças-de-lista concorrentes às diversas freguesias, tanto pelo Partido Socialista como pelo PSD. É certo que pela parte de Guisande ainda nada foi anunciado de forma pública, mas acredito que entretanto.

O processo da desagregação da nossa União de Freguesias está em curso e a partir da tomada de posse da Assembleia de Freguesia e Junta, Guisande, como todas as freguesias saídas das uniões, passará a ter vida própria e a ser dirigida por gente da terra.

No caso da ainda nossa União de Freguesias, é sabido que o actual presidente ja foi anunciado como candidato pelo Partido Socialista à Junta de Freguesia de Lobão. Queira-se, ou não, daqui até às eleições já está a pensar no futuro e por conseguinte empenhado em criar condições para ser reeleito, o que, creio, não será difícil. 

Em todo este contexto, intencional ou não, e quero crer que não, começa a ser difícil perceber se temos o actual presidente da Junta apenas como tal ou se mais como candidato pelo PS à futura Junta de Lobão. 

Começo a perceber que a dinâmica da Junta na nossa freguesia já não é a mesma desde que a desagregação se tornou uma inevitabilidade. Começou com o recuar da palavra e compormisso na comparticipação financeira no relvado sintético no campo de jogos no Guizande F.C., reduzindo drasticamente o apoio, pondo em causa a obra, e que, não obstante, havia sido assumido de forma pública e categórica. 

A limpeza nos espaços públicos, nomeadamente nas ruas, está a atingir um desmazelo nunca visto. É passar pelas ruas da freguesia, sobretudo Rua Nossa Senhora de Fátima, Rua 1.º de Maio, Rua de Trás-os-Lagos, Rua da Fonte, mas várias outras, para perceber do que falo. 

Há algumas situações ainda por resolver, como os remates nas sarjetas feitas na Rua Nossa Senhora de Fátima, no lugar da Gândara. A Rua dos Sebastiões está cortada ao trânsito, vai para meses, devido a um abatimento no piso, tendo também, por isso, sido interrompido o respectivo asfaltamento. Também já percebi que a instalação das redes de água e saneamento na Rua da Zona Industrial, e respectiva pavimentação, vão ficar para a futura Junta. Está esta rua num estado lastimável e vergonhoso. Mesmo algumas simples situações que fui reportando oficialmente por email, não têm merecido nem resposta nem resolução, apesar de fáceis, como o colocar de um sinal de STOP em falta.

Por conseguinte, oxalá que esteja enganado e até dou o benefício da dúvida, mas, experimentado, começo a perceber que algumas dessas situações já não irão ser resolvidas até às eleições e vão ficar mesmo  para a futura Junta de Freguesia, na velha filosofia de "quem vier atrás que feche a porta". 

Não obstante, nada disto me surpreende, porque, no fim das contas, apesar de melhoramento de alguns aspectos, reconheça-se, como a proximidade às pessoas e aos grupos, todo o período de vigência da União de Freguesias não foi muito diferente nas coisas essenciais, nas obras e melhoramentos, e só não percebe que a freguesia de Guisande foi sempre o parente pobre quem andar desfazado da realidade ou  ofuscado por eventuais militâncias e simpatias pessoais. Eu próprio tenho simpatia e consideração, mas procuro manter alguma clarividência na análise geral. Além do mais, quando fiz parte da Junta no primeiro mandato da União, com graves problemas herdados e com menos recursos financeiros, o executivo foi alvo de constantes queixas por parte de quem agora governa, sem que, contudo, faça melhor e diferente, nomeadamente nas limpezas das ruas, como é fácil verificar. Só não vê quem não percorre a freguesia ou fecha os olhos. Além do mais, o que se vai limpando é já depois de meses de desmazelo e mau aspecto.

De resto, nunca houve milgares, porque seja numa União de Freguesias, seja numa freguesia, as dificuldades e carências são muitas face aos poucos recursos, tanto mais quando se tem uma política de dispersar uma parte substancial dos recursos em coisas bonitas, do agrado de foliões mas efêmeras, como o fogo de artifício, que deslumbra mas nada sobra, agora, nem as canas. 

Com todas estas dúvidas e receios, vou, mesmo assim, esperar que o pouco tempo que resta até às eleições não seja mesmo de total abandono da freguesia. Esperar para ver.