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17 de setembro de 2023

Festa ao Senhor do Bonfim














Quando há brio e dedicação as coisas acontecem.  Poderá o tempo não ajudar ao brilhantismo, mas o empenho e a dedicação esses resistem ao vento e à chuva. Parabéns a quem se tem dedicado e, pelo que vi, foram muitos, sobretudo do lugar do Reguengo!

Já agora, olhando para a muita gente que estava dentro do Centro Cívico nesta tarde e foi assim durante o almoço, é, de algum modo, a resposta cabal a alguns críticos ou cépticos desse equipamento, já que um Centro Cívico é isso mesmo, aberto à comunidade, a todos, novos e menos novos, a sócios com cotas pagas ou não sócios. 

É um equipamento aberto e disponível para os nossos momentos de partilha comunitária. Tem obviamente outros objectivos que, infelizmente por opções políticas de quem nos governa, não estão ainda concretizados, mas este e outros casos de utilização demonstram que mesmo assim é uma notória mais valia para a freguesia e comunidade. Não perceber nem acarinhar isto é pensar pequenino.

10 de setembro de 2023

Voto da paróquia de Guisande à Senhora das Dores e ao Mártir S. Sebastião

 


Poucos o saberão, mas a devoção à Senhora das Dores e ao Mártir S. Sebastião na nossa paróquia de S. Mamede de Guisande, completará neste ano de 2023, 105 anos. Precisamente em 13 de Outubro próximo.

Ora esta devoção decorre de um voto feito pela paróquia no ano de 1918, por iniciativa do então pároco, o fianense Pe. Abel Alves de Pinho. Esse voto, assinado por 38 paroquianos, entre eles o pároco e 5 mulheres, está escrito e assinado no Livro de Visitações, com a data de 20 de Janeiro de 1919, nos seguintes termos (com uma ou outra adaptação da ortografia ou gramática):


"Verdadeiramente alarmado com os estragos enormes que se vão fazendo por toda a parte pelo terrível flagelo da peste, o povo de Guisande reunido na igreja paroquial, no Domingo 13 de Outubro de 1918, por ocasião da missa conventual, e por lembrança do seu pároco, Abel Alves de Pinho, fez o seguinte voto a Nossa Senhora das Dores e ao mártir S.Sebastião, se o flagelo da peste poupasse a freguesia: 

1.º - Guardar sempre o dia 20 de Janeiro e fazer nesse dia uma festa, só de portas da igreja adentro, a Nossa Senhora das Dores e a S.Sebastião; 

2.º - Confessar-se na véspera e comungar no dia da festa; 

3.º - Fazer nesse dia, antes da missa cantada na igreja, uma procissão da capela do Vizo para a igreja com as imagens da Senhora das Dores e do mártir, em andores, rezando no percurso a coroa das Dores e a ladaínha. 

Esta procissão nunca poderá ter música e se por qualquer circunstância a festa e procissão não puderem fazer-se no dia 20 ficarão transferidas para o Domingo seguinte. 

A festa contará de missa solene e com exposição do Santíssimo à tarde e nunca poderá ter véspera nesse arraial. 

Promete ainda recomendar esta devoção aos vindouros e concorrer com as suas esmolas para custear as despezas e fazer consultas. 

O povo de Guisande foi ouvido e pode dizer-se que o flagelo não chegou a penetrar aqui; e por isso e para quem conste se escreveu este voto no livro das visitações desta freguesia e vão assiná-lo todos os que o queiram fazer.

"Guisande, 20 de Janeiro de 1919." 

Assinaram: O Pároco - Abel Alves de Pinho; - Joaquim José da Silva; - Manuel José Henriques; - Domingos José da Silva; - Manuel Ferreira Linhares; - Joaquim da Silva; - Francisco Dias de Paiva; - Manuel Henriques Correia; - António Alves de Castro; - Alberto d'Almeida Leite d'Oliveira; - José Alves de Pinho; - António Augusto Guedes; - Joaquim Gomes d'Almeida; - José Joaquim Gomes; - José Ferreira Linhares; - Rita Sousa de Jesus; - Manuel Augusto Guedes; - António Ferreira Linhares, - José Ferreira dos Santos; - Tomás Alves da Silva; - António Castro Silva; - Manuel _António dos Santos; - José da Silva; - António Gomes da Silva; - Manuel José António; -Jerónimo dos Santos; - Manuel Francisco da Silva; - Manuel da Costa Moreira; - Domingos António Almeida; - Rufino da Silva Santos; - Rufino Ferreira Pinto; - Rodrigo Ferreira Pinto; - Laurinda Henriques Baptista; - Margarida Ferreira Linhares;-  Raimundo Leite Loureiro; - Rosária Rosa Duarte; - Rosa Teresa de Jesus ; - Joaquim António de Almeida. 

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Notas: Pelo que se percebe, alguns dos pressupostos do voto conforme feito não têm sido cumpridos nos últimos anos, nomeadamente por quase nunca se realizar a festa no próprio dia 20. Mesmo a possibilidade de transitar para o Domingo seguinte, também nem sempre tem sido garantida pois por vezes tem sido no Domingo anterior.

Seja como for, não deixa de ser interessante este voto, que confirma que a devoção ao mártir e à Senhora das Dores aqui em Guisande não decorre directamente do voto expresso pelo povo das terras de Santa Maria, incluindo a Feira, com origem em 1505, mas de um voto próprio. Naturalmente desconheço se este tipo de voto a nível paroquial existe em outras freguesias do nosso concelho.

9 de setembro de 2023

Breves notícias - Passeio ao Bombarral e missa

Neste Sábado, 9 de Setembro de 2023, o Centro Social S. Mamede de Guisande realizou mais um passeio com sócios e não só. 

Foi um autocarro que partiu da Alameda da Igreja por volta das 07:00 da manhã rumo a Leiria e ao Bombarral onde ali se visitou o popular  Jardim Bacalhôa Buddha Eden, considerado o maior jardim oriental da Europa, ocupando cerca de 35 hectares da Quinta dos Loridos (uma propriedade vinícola no distrito de Leiria, Portugal). E apesar de ser conhecido pelas suas estátuas de budas (que lhe dão o nome), o recinto é composto por vários espaços verdes, com lagos ornamentais e esculturas curiosas.

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Neste mesmo Sábado, com o pároco Pe. António Jorge ainda em férias, o Pe. Amaro Ferreira, dos missionários da Boa Nova, de Cucujães - Oliveira de Azeméis, voltou a assegurar a celebração da missa das 17:30 horas. 

De referir que antes e depois da missa foi realizado o ofertório por alma de Vitor Manuel Pereira.

4 de setembro de 2023

Pe. Amaro Ferreira celebrou em Guisande

 


Com o nosso pároco Pe. António Jorge em período de merecidas férias até 15 deste mês, a missa deste Sábado, 2 de Setembro, pelas 17:30 horas, na nossa paróquia, foi celebrada pelo Pe. Amaro Ferreira, que disse nunca cá ter estado. Trata-se de um jovem sacerdote da Sociedade Missionária da Boa Nova, de Cucujães.

Este padre, natural de Oliveira de Azeméis foi ordenado em Fevereiro de 2008. De seguida, em missão, esteve em terras de Moçambique, encontrando-se actualmente em Portugal onde entre outras tem funções de dinamização de grupos.

Os Missionários da Boa Nova constituem uma Sociedade Missionária de Padres e Irmãos, fundada em Portugal em 1930 pelo Papa Pio XI, o Papa das Missões, dando-lhe o nome de Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas. Hoje esta comunidade de padres e irmãos missionários chama-se Sociedade Missionária da Boa Nova.

Pessoalmente gostei da sua participação, nomeadamente da homilia onde de forma simples, directa e eficaz, transmitiu o sentido da mensagem da liturgia, sobretudo a relacionada ao Evangelho do dia em que Jesus anuncia aos discípulos a Sua Paixão e apresenta uma instrução sobre o significado e as exigências de ser Seu discípulo. Quem quiser ser Seu discípulo, tem de “renunciar a si mesmo”, “tomar a cruz” e segui-lo no Seu caminho de amor, de entrega e de dom da vida. O Pe. Amaro salientou a ideia base de que nesse contexto de exigência devemos seguir Jesus, mas sempre atrás de Si e nunca à frente. Afinal Jesus apresenta-se como o Caminho, a Verdade e a Vida.

31 de agosto de 2023

Crisma em Guisande - 27 de Fevereiro de 1983

 


Em 27 de Fevereiro de 1983 realizou-se na pároquia de S. Mamede de Guisande uma Visita Pastoral, pelo bispo auxiliar da Diocese de Porto, D. Domingos de Pinho Brandão, (natural de Rossas - Arouca) que culminou com a administração do sacramento do Crisma. 

No total foram crismadas 124 pessoas, na sua maioria jovens, sendo que chegaram a estar inscritas 132. Recorde-se que por essa data, há já vários anos que a paróquia de Guisande não tinha cerimónia de Crisma, pelo que se explica o elevado número de participantes. Os mesmos tiveram desde Janeiro desse ano várias reuniões preparatórias. Cerca de dois terços dos crismandos fizeram-se acompanhar pelos próprios padrinhos de baptismo e os restantes tiverem como padrinhos o casal Joaquim Alves de Pinho Santiago e Maria Zélia Baptista Henriques Santiago (ambos já falecidos).

Na semana que antecedeu a Visita Pastoral, de 21 a 27 de Fevereiro, a paróquia preparou-se espiritualmente e viveu uma semana de pregações com o Pe. José Pinto de Carvalho, da Congregação do Espírito Santo. Foram ainda realizadas reuniões com os participantes e forças vivas da freguesia.

A recepção ao Bispo foi efusiva, tendo-se preparado tapete com flores entre o salão paroquial e a entrada da igreja e cânticos. O grupo coral foi auxiliado com violinistas vindos de fora.

Para além do bispo D. Domingos de Pinho Brandão, que presidiu à celebração, concelebraram o Pe. Francisco, o Pe. Leonel Lopes, o Pe. Santos Silva (vigário da vara), o Pe. Domingos, pároco de Pigeiros e ainda o pregador, Pe. José Pinto de Carvalho. Foram ainda convidados para a celebração os padres guisandenses, padre José Oliveira, padre Agostinho Silva e padre António Santiago, que por motivos maiores não puderam participar.

Depois das cerimónias decorreu na residência paroquial um almoço onde participaram os sacerdotes que tomaram parte na celebração, o motorista do Sr. bispo e ainda o o Pe. Aguiar, delegado episcopal, que apareceu já pelo final do almoço. 

Depois dessa data tão importante para a comunidade de Guisande, as cerimónias de Crisma tornaram-se mais regulares na nossa paróquia.

17 de agosto de 2023

Dia do padroeiro - S. Mamede

 


Hoje, Quinta-Feira, 17 de Agosto, é dia de S. Mamede, padroeiro de muitas paróquias portuguesas (65), incluindo a nossa de Guisande. 

Por cá, a evocação do santo e da data, será feita com a celebração de uma missa pelas 20:30 horas, seguindo-se a procissão ao redor do adro e da alameda frontal à igreja matriz.

Tempos houve em que era dado maior destaque à festividade deste nosso antigo padroeiro, mas desde há muitos anos que a evocação é feita de modo muito simples, sem grande alarde, porventura mais a gosto do santo. 

O facto da data ser a meio de um mês tradicionalmente de férias, também não ajuda a grande participação. Mas mais do que isso importa ter S. Mamede como nosso guia e protector e daí, certamente, receptivo a intermediar as nossas orações.

Oração a S. Mamede:

Virtuoso São Mamede, santo protector e intercessor, neste momento, dirijo-me a ti com humildade e esperança em meu coração. Tu que és conhecido por tua força e coragem em tempos difíceis, peço que me acompanhes em minha jornada.

Que a tua luz ilumine meus caminhos, guiando-me nas decisões e escolhas que devo fazer. Concede-me a serenidade para enfrentar os desafios da vida e a sabedoria para compreender os desígnios divinos.

Inspira-me, São Mamede, a seguir teus passos de fé e devoção, buscando sempre a verdade e a rectidão em todas as minhas ações. Em momentos de aflição, que eu sinta a tua presença acalmando meu coração e renovando minha confiança.

Peço a tua intercessão junto a Deus, para que minhas preces sejam ouvidas e atendidas de acordo com a Sua vontade. Conforta-me nas horas de tristeza, fortalece-me nos momentos de fraqueza e concede-me a graça da paz interior.

Amém!

15 de agosto de 2023

Celebração

Neste dia e mês, há 34 anos (1989) a freguesia de Guisande sentava-se à mesa comunitária, montada na Utilbébé, para festejar as Bodas de Ouro Sacerdotais do Pe. Francisco Gomes de Oliveira. O tempo passa mas as memórias, as boas, permanecem.

9 de agosto de 2023

Capelinha do Senhor do Bonfim - Apontamentos históricos


Todos nós guisandenses conhecemos de há muito a capelinha ao Senhor do Bonfim, erigida ali no limite entre os lugares da Barrosa e Reguengo, mas em rigor, porque nela não está lavrada, desconhecemos a data da sua construção. Já quanto à origem ou motivo, foram transmitidos oralmente alguns testemunhos, mesmo que com poucas certezas.

Tendo em conta o testemunho recolhido pessoalmente pelo André do Reguengo junto da D. Maria Isaura Borges, da Casa do Loureiro, nascida em 1917 e falecida em 2015, casada que foi com o Dr. António Ferreira da Silva e Sá, o mandante da edificação da Capelinha ao Senhor do Bonfim teria sido um Raimundo, também conhecido por Raimundinho. Posteriormente,  terá sido dada a informação por um dos filhos da D. Isaura que trataria de um avô do avô da mãe.

Em todo o caso, deve haver aqui alguma confusão (um dos problemas da oralidade) pois sendo certo que existe pelo lado do ramo paterno um Raimundo, antepessado da D. Maria Isaura, da Casa do Loureiro, este seria seu bisavô e não trisavô. Para ser um trisavô (avô do avô) do ramo de Raimundo teria que ser Domingos José (avô paterno) ou Manuel José (avô materno).

Inicialmente, ainda antes de ter logrado obter a certidão de nascimento, fiz as seguintes considerações: Tomando em conta o ano de nascimento da D. Maria Isaura (1917), recuando no tempo e considerando gerações médias de 25 anos, como era comum na época, poderemos especular com alguma proximidade à realidade que esse seu trisavô Raimundo poderá ter nascido por volta de 1817. Se mesmo usando a média de 30 anos, resulta que poder-se-ía estimar ainda por volta de 1797. Ou seja, quase seguramente entre o intervalo temporário de 1797 e 1817.

Entretanto, após aturadas diligências e buscas, consegui chegar à certidão de nascimento do tal Raimundo, que no final desta artigo transcrevo, e a mesma confirma a estimativa feita. Ou seja, na realidade o Raimundo, suposto mandante da edificação da capelinha ao Senhor do Bonfim, nasceu a 23 de Novembro de 1809, por isso dentro do tal intervalo temporário estimado de 1797 a 1817.

Em segundo lugar, tendo em conta que a promessa de construção da capela terá ocorrido no contexto de uma viagem marítima aflitiva e atribulada por tempestade no Atlântico, em que do Brasil, onde foi emigrante, regressava a Portugal, podemos supor que teria entre 50 a 60 anos de idade, o que somado a 1809 poderemos igualmente extrapolar que a construção da capela terá ocorrido entre 1859 e 1869. Grosso modo será da época da construção da capela do Viso, precisamente de 1869, dedicada à Senhora da Boa Fortuna e a Santo António.

Continuando no campo da especulação, à falta de documentos escritos e testemunhos orais consistentes, pelas datas e circunstâncias, a construção da capela do Viso poderá perfeitamente ter tido mão, motivação e financiamento desse antepassado da Casa do Loureiro, até porque a invocação de "Boa Fortuna", para além de outras interpretações, remete para o de uma grande graça ou sorte alcançada. Além do mais, para tão grande aflição na viagem, com risco de naufrágio, e tamanha fortuna alcançada pelo seu bom fim, parece-me que o pagamento da promessa apenas com a pequenina capela seria coisa de pouca monta para quem supostamente seria tão abastado e com fortuna trazida do Brasil.  Não custa, por isso, acreditar que para além da promessa ao Senhor do Bonfim também fosse feita uma à Senhora da Boa Fortuna.

De resto, por esses tempos, não fosse gente endinheirada, não estou a ver como a pequena e pobre freguesia de Guisande, marcadamente de pequenos lavradores e famílias que subsistiam do que a terra dava, e na sua larga maioria ainda a pagar rendas, tributos e quinhões a meia dúzia de proprietários mais abastados, conseguisse reunir dinheiro para tal construção, já que a capela do Viso é de generosas dimensões e edificada de forma sólida, com boa cantaria e ainda com três altares, coro e púlpito. É, pois, uma mera especulação mas com indícios de alguma sustentação. Quem sabe se algum dia poderemos vir a encontrar fontes e documentos que confirmem ou desmintam esta hipotética mas plausível relação?

Quanto a este tal Raimundo, conforme certidão de nascimento abaixo transcrita, era  filho de Domingos José Francisco de Almeida (natural de Mafamude - Vila Nova de Gaia) e de Maria Felizarda de São José Loureiro da Silva, da Barrosa, Guisande. 

Por conseguinte este Raimundo, seria irmão do Pe. José Gomes de Almeida, ou também referido como Pe. José Gomes Loureiro, ou mais popularmente como Abade Loureiro, nascido em 22 de Setembro de 1807 (mais velho 2 anos do que seu irmão) e que foi pároco nas freguesias de Pigeiros e de S. Jorge de Caldelas (Caldas de S. Jorge) - Vila da Feira. Também consegui aceder à certidão de nascimento deste José.

Por conseguinte, este Raimundo, que a ter em conta o nome do irmão clérigo, seria suposto ter como nome completo  Raimundo Gomes de Almeida, mas vim a confirmar, na certidão de nascimento de meu bisavô paterno, que lhe era afilhado, que era Raimundo José de Almeida. Era, como o irmão abade, neto paterno de Domingos Pereira de Almeida e Vasconcelos e de Clara Angélica Rosa e neto materno de Manuel Gomes Loureiro e Tomázia Rosa da Silva Jesus.

Este Raimundo foi ainda padrinho de um outro Raimundo, do lugar do Reguengo, nascido no dia 14 do mês de Julho do ano de 1833, este filho legítimo de Manuel Caetano Henriques e de Maria Joaquina, neto paterno de Caetano José Henriques e de Custódia Maria, do mesmo lugar, e neto materno de Manuel de Pinho e de sua mulher Anna Ferreira do lugar do Casal, freguesia de Gião. 

Em resumo, há neste artigo nomes, datas e factos concretos mas também algumas considerações que resultam de mera estimativa ou especulação. Mas com base e a partir do tal testemunho da D. Maria Isaura da Casa do Loureiro, é legítimo considerar os dados até aqui expressos. Ou seja, que a capelinha do Senhor do Bonfim terá sido mandada edificar por Raimundo José de Almeida, da Casa do Loureiro, da Barrosa, na sequência de uma promessa em situação de aflição, e que tal terá sido concretizada na segunda metade do século XIX, aproximadamente por ocasião da construção da capela do Viso em invocação à Senhora da Boa Fortuna, em 1869.


Transcrição da certidão de nascimento de Raimundo José de Almeida

Raimundo (*), filho legítimo de Domingos José Francisco de Almeida e sua mulher Maria Felizarda de São José Loureiro da Silva, do lugar da Barrosa, desta freguesia de Guisande, neto paterno de Domingos Francisco de Almeida e Vasconcelos e de sua primeira mulher Clara Angélica Rosa, moradores que foram na freguesia de São Cristóvao de Mafamude, mieira com a freguesia de Santa Marinha de Gaia e agora nas Vendas Novas da freguesia de S. Tiago de Lourosa, e materno de Manuel Gomes Loureiro e de sua mulher Tomázia Rosa da Silva de Jesus, do dito lugar da Barrosa desta freguesia de Guisande.

Nasceu no dia vinte e três (23) do mês de Novembro do ano de mil e oitocentos e nove (1809). Foi por mim, José dos Santos Figueiredo, abade desta mesma freguesia, baptizado no dia vinte e sete (27) do dito mês e ano.

Foram padrinhos Manuel Francisco de Almeida, do lugar do Boco, freguesia de Lourosa, tio do mesmo baptizado, e Tomázia Rosa da Silva de Jesus, avó materna do mesmo baptizado, e testemunhas o sobrinho Domingos Francisco de Almeida e Vasconcelos, avô paterno, e o sobrinho Manuel Gomes Loureiro, avô materno do mesmo baptizado, que aqui assinarão, dia, mês e ano (...)

(*) O nome completo: Raimundo José de Almeida


Outra consideração factual:

Tendo em conta os nomes acima referidos, resulta que eu próprio sou descendente de antepassados da casa e família dos Loureiros da Barrosa, já que o meu bisavô paterno, Raimundo Gomes de Almeida, que nasceu em 19 de Janeiro de 1849 e faleceu com 56 anos de idade no dia 10 de Dezembro de 1905, era neto paterno de  Domingos José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda de São José Loureiro da Silva (meus tetravós), estes do lugar da Barrosa, Guisande, e neto materno de Manuel José de Matos e de Maria Rosa de Jesus (meus tetravós), do lugar da Lama, Guisande. 

Ou seja, este meu bisavô era filho de um dos irmãos do tal Raimundo (por isso sobrinho) de que temos vindo a falar, no caso, filho de Domingos José Gomes de Almeida (meu trisavô paterno) e de Joaquina Rosa de Oliveira, do lugar da Barrosa (minha trisavó paterna). Acabei também por descobrir que este meu bisavô paterno era afilhado do referido Raimundo José de Almeida.

Mais se conclui, e pela ordem natural das coisas, que em rigor somos todos parentes uns dos outros o que se comprova se formos a estabelecer as nossas árvores genealógicas, o que não é de todo tarefa fácil, senão mesmo impossível.

Creio que por tudo quanto foi escrito, mesmo sem todos os factos, temos já um conjunto de apontamentos que enriquecem a história da origem da nossa popular capelinha do Senhor do Bonfim.


A.Almeida - 08-08-2023


Actualização: 10-08-2023

Já depois de escrito e publicado o artigo acima, consegui aceder à certidão de óbito do até aqui falado Raimundo José de Almeida, tido como suposto (não confirmado) mandante da edificação da capelinha ao Senhor do Bonfim. 

Nesta certidão, para além da confimação de alguns dados biográficos, como a filiação, sendo filho de Domingos José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda de São José Loureiro da Silva, fica-se a saber que faleceu em 23 de Janeiro de 1897, por isso com 87 anos de idade e que foi casado com Joana Rosa de Almeida e que vivia no lugar da Lama, na freguesia de Guisande.

Até aqui, tudo certo só que a ter em conta o que relata a mesma certidão de óbito, este Raimundo não deixou filhos, logo não poderia ser avô de quem quer que fosse, incluindo a D. Maria Isaura. Portanto, a ser Raimundo, terá que ser outro.

Assim sendo, tomando como fidedigna a informação contida na certidão, cai pela base a suposta relação deste Raimundo José de Almeida à construção da capela ao Senhor do Bonfim. 

A manter-se ainda como válido o testemunho oral colhido junto da D. Maria Isaura, apesar de posteriormente já não se recordar do nome, a ter existido e a ter Raimundo como nome, então, eventualmente só de outro ramo do qual ainda não encontramos ligação e esta terá que ser analisada da actualidade para cima, ou seja saber o nome dos pais e avôs da D. Maria Isaura e por aí acima, como quem diz, recuado no tempo.

Ora, por enquanto, apesar de buscas, ainda nada consegui encontrar desta relação. Por conseguinte, até novas evidências, esta história da origem da capelinha ao Senhor do Bonfim continua por resolver e a pertencer ao campo da especulação.


Outros aspectos:

A capelinha conforme existe na actualidade, não corresponde em termos de aspecto ao que seria a sua forma original. Na verdade já sofreu obras, nomeadamente pelo início da década de 1980, sendo as mais notórias o revestimento das fachadas em azulejo bem como refeita a cobertura já que esta originalmente seria em estrutura de madeira e telha. Para além disso foi pintada a imagem de Cristo no cruzeiro interior em pedra, o qual, apesar da boa intenção do artista, ficou de facto com uma qualidade artística de baixa qualidade. Também a porta não corresponde à original que naturalmente seria em madeira.

A propósito destas obras, recordo-me de na altura ter tido uma conversa com o então pároco, Pe. Francisco, o qual torceu o nariz ao revestimento em azulejo, dizendo ter preferido que se mantivessa o reboco original ou então, se em azulejo, que fosse branco mas sem padrão. Também o revestimento do roda pé foi de mau gosto. Também não apreciou que fosse colocado um painel da Sagrada Família, na fachada sul e que, no mínimo deveria ser monocromático, apenas em tom azul, como é tradicional e que melhor combinaria com o tom azulado do restante revestimento.

O revestimento da cobertura em azulejo depressa ficou em mau estado e posteriormente foi substituido por pastilha cerâmica em tom cinza. Pessoalmente, creio que seria valorizada a capelinha se fosse novamente instalada uma cobertura em telha mantendo a configuração de "quatro-águas" e que corresponderia à imagem original.

Por outro lado, aquele poste eléctrico ali encostado do lado norte é uma aberração estética e que deveria ser mudado.

7 de agosto de 2023

Senhor do Bonfim - Festa

 



Conforme o panfleto acima, distribuido durante o peditório, vai ser realizada no dia 17 de Setembro próximo uma singela festa em honra do Senhor do Bonfim, com o programa expresso no próprio documento. Por conseguinte, pelas 09:00 horas sairá da capelinha a procissão em direcção à capela do Viso onde será celebrada missa. 

Parece que haverá ainda uma parte de entretenimento musical conforme cartaz a que ainda não tive acesso.

Em todo o caso, a história impressa no interior do referido panfleto procura dar um esclarecimento sobre a origem da construção da capelinha, mas torna-se confusa porque não se sabe quem está a falar na primeira pessoa. Por outro lado, de um modo um pouco caricato mistura uma história de lobos que não tem nada a ver com a capela e com o assunto.

Falei a este propósito com o André Silva, um devoto do Senhor do Bonfim e interessado nestas histórias e origens de coisas antigas relacionadas à nossa freguesia. Assim, fiquei de ajudar ao esclarecimento. 
Pois bem, a história não é contada pelo André, nem poderia ser, pois a sua mãe tem uma bonita idade mas não seguramente mais de 100 anos, caso tivesse, como é escrito, nascido em 1917.

De facto a autora do testemunho sobre a origem da capela foi a D. Maria Isaura C. Resende Borges, da Casa do Loureiro, na Barrosa (esposa do Dr. António Ferreira da Silva e Sá,  falecida em 2015, tendo sido recolhido e escrito pelo André quando ela ainda era viva. A referência à data de nascimento da mãe foi feita posteriormente ao André por um seu filho (Francisco Borges de Sá).

Já quanto à história dos lobos, que apareciam lá para os lados do sítio de Casinhas, nada tem a ver com o assunto da capela e terá sido impressa por alguma desatenção, pois estando ambos os apontamentos juntos, quem o mandou fazer e quem o imprimiu não percebeu que estavam fora de contexto e foi tudo impresso de rajada.

A intenção foi boa mas houve esse descuido o que faz-nos ter em conta que é sempre bom haver algum cuidado nestas coisas, antes de as imprimir, sobretudo quando as andamos a distribuir.

Mas, aparte esta curiosidade que aqui se esclarece, para quem naturalmente ficou confuso, é de enaltecer o esforço e voluntarismo de quem se predispôs a organizar a singela festa.

Quanto à história da origem da capelinha do Senhor do Bonfim, um destes dias voltaremos a ela porque é interessante.

1 de agosto de 2023

Momentos marcantes...

Não sendo, para o caso, importante a identificação, fica aqui, no entanto, o agradecimento das jovens peregrinas alemãs de origem vietnamita, acolhidas cá em casa, em resposta ao também nosso agradecimento e despedida na expectativa de que a sua experiencia entre nós pudesse ter sido plenamente enriquecedora:

"Américo e Preciosa, nós é que devemos agradecer a vocês.

Por concordarem em nos receber sem nem mesmo saberem quem viria, por nos acolherem de braços abertos e permitirem que conhecêssemos seus amigos e familiares.

Foi fascinante aprender, comer e celebrar a cultura. É muito diferente do que estamos acostumados, mas ainda assim conseguimos aproveitar tudo graças a você.

Tivemos um ótimo tempo e esperamos visitar Portugal novamente no futuro. Seria maravilhoso nos vermos novamente.

Do nosso lado, se você algum dia quiser visitar a Alemanha, nós te receberemos de braços abertos.

Devido à nossa herança vietnamita, você também teria a oportunidade de conhecer duas culturas diferentes enquanto estiver lá, então se você quiser fazer a viagem, com certeza valerá a pena.

Mais uma vez, obrigado por nos proporcionar um lugar para descansar e recarregar as energias, por nos dar a oportunidade de conhecer e aprender sobre sua cultura.

Foi realmente uma experiência única na vida. Obrigado.

Desejamos e rezamos por sua saúde, que os momentos felizes sejam sempre longos e os momentos difíceis sejam curtos."


Em resumo, creio que este agradecimento é sincero e revelador da importância que as pré-jornadas da JMJ 2023, nomeadamente os momentos vividos com as famílias de acolhimento, tiveram para os jovens envolvidos. 

Creio ser importante este testemunho, que certamente não será diferente do de qualquer um dos mais de 100 jovens que passaram pela nossa comunidade inter-paroquial, e quiçá os que estiveram espalhados por todo o nosso país e regiões autónomas, e que em muito ajuda a perceber o que de positivo se revelou para ambas as partes, mesmo que, conforme já por aqui escrevi em jeito de resumo,  tivesse sido possível fazer diferente.

31 de julho de 2023

Um saldo positivo mas que poderia ter sido melhor

Terminaram as ditas pré-jornadas da Jornada Mundial da Juventude e os muitos jovens peregrinos internacionais que um pouco por todo o lado estiveram perto das nossas comunidades, nomeadamente integradas em famílias de acolhimento, foram ou estão já a caminho para Lisboa onde decorrerá o evento maior durante esta primeira semana de Agosto.

Como nota prévia, sem rodeios, pela minha parte, enquanto membro de família de acolhimento e enquanto comunidade, a experiência foi muito positva e enriquecedora.

Importará agora, talvez, fazer um pequeno resumo ou um balanço dos dias que por cá passaram, concretamente na nossa comunidade inter-paroquial de Guisande, Pigeiros e Caldas de S. Jorge. Assim, e tendo em conta apenas a minha experiência como parte de uma família de acolhimento, parece-me, e ressalvo que é somente a minha opinião em face da experiência pessoal e familiar, que o programa delineado para a semana desta pré-jornada poderia ter contemplado alguns outros aspectos que dessem ao relacionamento e partilha dos peregrinos acolhidos com os acolhedores um maior espaço e tempo e deles uma dinâmica mais pessoal. 

Conforme foi programado e executado, parece-me que os momentos exclusivamente familiares, senão poucos, foram pelo menos curtos e basicamente circunstanciais. Os jantares (no nosso caso apenas por 3 vezes) foram sempre condicionados pelo horário, porque entre o momento de recolher os jovens depois dos eventos do dia, dar-hes tempo para tomarem banho, comerem e de novo levá-los aos locais dos eventos da noite, tiveram manifestamente pouco tempo. Foi uma correria constante entre refeições e eventos. Ainda, no grupo Whatsapp criado para o efeito, alguma descoordenação na informação de horários, a várias vozes e com informações por vezes contraditórias ou confusas. Chegou mesmo a anunciar-se que a missa de Domingo na capela do Viso seria transmitida pelo Porto Canal. Obviamente que um inocente lapso já que a transmissão se referia à celebração da missa na cidade do Porto, no Sábado. Também quanto a transportes, o que foi informado que inicialmente era uma desobrigação, para além de facilitar a básica deslocação para os pontos de recolha em cada paróquia, acabu por se tornar quase um imperativo e não fosse assim não sei como seria para muitos dos peregrinos ir ou regressar dos eventos.

Sendo certo que alguns momentos programados para as noites eram abertos às famílias e comunidade, em rigor e pela dinâmica própria de diferentes gerações e ainda porque alguns dos acolhedores (como nós) estavam em período de trabalho, com horários a cumprir, não podemos dizer que o contexto tenha sido o ideal a essa interactividade. Por conseguinte, apesar da experiência globalmente positiva e de nossa parte tudo fazermos para que houvesse uma plena partilha com as peregrinas acolhidas, em rigor, analisadas as coisas, sobretudo pela limitação de tempo e circunstâncias da programação, fomos, em certa medida,  famílias de alojamento e não tanto de acolhimento. Com quem na mesma situação de família de acolhimento fui falando, a percepção era semelhante.

Creio que uma forma que poderia contribuir para esse melhoramento das condições, seria que os momentos após os jantares ficassem exclusivamente reservados por conta das famílias que assim poderiam levar os peregrinos a outros pontos e experiências. Mas não foi assim! Parece-me que por parte dos programadores, mesmo que com a melhor das intenções, houve uma preocupação em dar divertimento aos jovens, com boas doses de concertos, música e dança, como se no fundo e em grande medida as suas necessidades se resumissem a isso. Parece-me que no contexto de uma jornada com cariz ecuménico, é certo, mas também e sobretudo católico, os momentos de diversão poderiam ser um bocadinho menos expressivos a favor de outros que privilegiassem o tal espaço, tempo e contacto alargado com as famílias de acolhimento, porque estas foram peças fundamentais não só logísticamente como nas vertentes social e cultural da dinâmica da semana.

Mas, isto sou eu a falar com os meus botões e, passe esta impressão e sensação de constante correria, conforme disse na nota prévia não deixo de considerar a experiência globalmente muito positiva e merecedora de enaltecimento ao empenho e dedicação de muita gente nas diferentes comunidades, como o pároco, os grupos de jovens e não só, que trabalharam e coordenaram toda esta dinâmica.

A todos, nomeadamente aos da nossa paróquia, bem hajam!.

Quanto aos jovens estrangeiros que passaram por cá esta semana, um desejo de que a mesma tenha sido positiva e enriquecedora e que levem de Portugal e dos portugueses uma imagem positiva da sua forma de estar e acolher. Nós sabemos, queremos e gostamos de acolher, não a qualquer preço, mas de gente com vontade de também dar contributos e desde logo o respeito e esforço de integração na cultura e identidade do país que acolhe. Quem cá chega em contextos de mero mercantilismo, oportunismo de um certo laxismo ou facilitismo das entidades públicas e do estado social, impondo e fazendo querer prevalecer os seus hábitos e culturas, não são bem vindos, porque nada acrescentam. 

Como cantava o Zeca Afonso, quem vier por bem, traga outro amigo também!

24 de julho de 2023

Jornada Mundial da Juventude - Reunião 21 Julho 2023

No âmbito das pré-jornadas da JMJ - Jornada Mundial da Juventude 2023, realizou-se na passada Sexta-Feira, 21 de Jullho, pelas 21:30 horas, no Centro Cívico Feliciano Martins Pereira, em Pigeiros, uma reunião inter-paroquial com as famílias de acolhimento de jovens peregrinos para as paróquias de Guisande, Caldas de S. Jorge e Pigeiros. A reunião contou coma  presença do nosso pároco Pe. António Jorge.

Foram dadas informações sobre o desenvolvimento do programa previsto para estas pré-jornadas bem como desfeitas algumas dúvidas a quem as tivesse. No essencial cabe às famílias disponibilizar o alojamento e instalação sanitária, facultar o pequeno-almoço e jantar nos dias programados e ainda assegurar pelo menos o transporte até aos pontos de recolha dentro da área das três paróquias. Para além destes compromissos todo o resto é versátil e em diálogo e harmonia com os jovens acolhidos e os COPs. A participação nos diferentes momentos e eventos do programa delineado não é obrigatória e por isso é sempre possível conciliar vontades e disponibilidades.

Grosso modo ficou-se a saber que as três paróquias acolherão cerca de 120 peregrinos proveneintes de Itália, Alemanha, e Eslováquia, sendo que o grupo alemão integra alguns vietnamitas.

Em Guisande serão aproximadamente 30 os jovens acolhidos. Teríamos naturalmente condições para acolher pelo menos o dobro, mas as coisas são como são e acolhe quem pode e sobretudo quem quer.

Importa referir que no Domingo, dia da nossa Festa do Viso, o programa engloba a participação dos jovens na missa solene , que será concelebrada por padres alemães e italianos. Depois, seguir-se-á, ainda no Viso, um almoço partilhado, tipo piquenique, entre as famílias de acolhimento e peregrinos. Naturalmente que no caso das famílias guisandenses que têm almoços tradicionais programados em suas casas, os jovens poderão e deverão participar nos mesmos, por isso no seio das próprias famílias.




17 de julho de 2023

Meter a foice na (poda) seara alheia...

A propósito do assunto da poda dos arbustos e limpeza realizadas por elementos da Comissão da Festa do Viso - 2023, na envolvente da nossa linda igreja matriz, que veio à baila no Facebook, meti a foice na seara alheia, isto é, também me meti na conversa mas num objectivo de serenizar.

Diz a minha experiência e a minha idade que quase sempre nestas coisas e conversas travadas no espaço mais ou menos público, como é uma rede social, quase todos saem chamuscados porque nem sempre travadas com equilíbrio, sensatez e respeito pela opinião de todos. Assim, como na velhinha fábula da luta entre o padeiro e o carvoeiro, que aprendemos noutros idos tempos pelos livros da escola primária, ficaram ambos os intervenientes sujos. Nem o padeiro se manteve branco e imaculado como a farinha, saindo enfarruscado, nem o carvoeiro negro como o carvão, saindo empoeirado. Por conseguinte, quem se mete em conversas alheias, mesmo que no fórum público, arrisca-se a sair chamuscado.

Mas também diz a experiência que se somos pessoas livres e com opinião, se valorizamos e respeitamos ambos os pontos de vista, devemos então dar o nosso contributo com opinião num sentido positivo, mesmo correndo esse risco, sob pena de condicionarmos a nossa própria consciência, numa atitude fácil de não desagradar a Deus nem ao diabo ou o contrário. Ora por vezes é difícil conciliar esta neutralidade. Talvez por isso é que muitos preferem intervir de forma lateral e não pública, atirando a pedra e escondendo a mão.

Por conseguinte, a mesma experiência de uma vida aconselhava que devia deixar prosseguir a discussão e assistir descontraído no alto da bancada, como se constuma dizer. Mas intervi e ali deixei o meu comentário, a minha opinião, pela justa razão de que acho que mesmo com pontos de vista diferentes, e uma ou outra consideração menos medida e mais contundente, todos demonstram paixão e interesse pelas coisas da nossa freguesia e paróquia.

Para quem não seguiu a conversa, devo dizer que grosso modo o nosso estimado André Silva, que todos conhecem pelo amor e interesse pelas coisas da paróquia, de algum modo expressou o seu descontentamento com a forma como foi feita alguma da poda, nomeadamente, no seu dizer, por não serem respeitados os modelos que já existiam do passado e provenientes da mão do saudoso Pe. Francisco e achando que com isso foi "destruído" o trabalho de muitos anos.

Assim, porque tenho uma elevada estima a carinho pelo André, e partilho com ele muitas considerações sobre as coisas da paróquia, mas também valorizo quem de forma desinteressada trabalha com qualidade pela freguesia, como é o caso de qualquer Comissão da Festa do Viso, e do trabalho desta de modo particular no caso da limpeza e poda, acabei por comentar, compreendendo o seu ponto de vista mas achando-o um pouco injusto face ao trabalho que foi feito.

Mas voltando ao cerne da questão, era notório que os elementos arbustivos que adornam o nosso adro e a nossa igreja, estavam numa situação de desmazelo, a reclamar uma intervenção de limpeza e poda. E aqui nem importa reclamar de razões ou atribuir culpas do desmazelo. Em última análise somos todos responsáveis. Por conseguinte, mesmo que possamos discordar de alguns aspectos, porque há sempre vários pontos de vista, e diferentes formas de intervir, e cada cabeça sua sentença, é de justiça valorizar o que foi feito, tanto mais, como no caso, com um propósito de melhorar e zelar.

Esperemos que de facto os arbustos regenerem, e deve haver algum cuidado na rega nestes meses de Verão, e se componham para voltarmos a ter um adro ajardinado de modo a que não desmereça a nós próprios, paroquianos, como a quem nos visita. O adro e envolvente da nossa igreja sempre foram um motivo de orgulho, um postal vivo, e para que isso se mantenha é preciso trabalho e dedicação. Ao longo dos tempos foram muitos. Ora as plantas também precisam de cuidados, quer na poda quer na rega e o abate ou cortes radicais e muitas vezes a sua substituição apenas por pavimentos, nunca serão boa solução a não ser por motivos maiores e devidamente justificados como doenças das plantas ou quando impeçam outras situações como circulação e acessos.

Em resumo, importa nestas como noutras coisas de interesse colectivo, haver discernimento, bom senso e razoabilidade e nunca decisões unilaterais, precipitadas e radicais que só contribuirão para desunir a comunidade. Ora o que importa verdadeiramente aqui, parece-me é unir, é congregar. Tudo o que for feito nesse sentido será sempre de enaltecer.

3 de julho de 2023

Acolhimento de jovens peregrinos

Cá na paróquia de Guisande seremos uma das famílias de acolhimento de dois jovens peregrinos durante a semana que antecede a Jornada Mundial da Juventude, que como se sabe ocorrerá na cidade de Lisboa na primeira semana do mês de Agosto.

Os programas que ocuparão os jovens que acorrerão ao nosso país na semana que antecede o evento, designam-se de Pré-Jornadas ou Dias nas Dioceses e comportam vários momentos a nível da Diocese, Vigararia, comunidade inter-paroquial e famílias de acolhimento, adequados às suas realidades e inspirados em cinco pilares: Acolhimento, descoberta, missão, cultura e envio.

Em rigor, enquanto família de acolhimento não temos total disponibilidade, porque ainda em tempo de trabalho e por isso com horários preenchidos, mas com alguns ajustamentos será possível receber dois jovens, até porque durante o dia eles andarão ocupados por outros lados no âmbito do programa. 

É certo que a nossa freguesia não é das grandes mas facilmente podemos identificar umas 20 a 30 famílias que, querendo, teriam todas as condições para acolherem jovens em suas casas, porque objectivamente com disponibilidade, porque muitos já reformados ou pré-reformados, com boas instalações e no geral com os filhos já fora, por isso com quartos desocupados.

Apesar disto e dos constantes apelos que na nossa paróquia vêm sendo feitos desde há meses, parece que o resultado em termos de famílias aderentes está muito aquém do que seria expectável e desejável levando os responsáveis a ponderar improvisar situações de alojamento em grupos, que podendo remediar, não serão, contudo, as mais adequadas sob o ponto de vista da importância do contexto de inter-acção entre famílias e jovens.

É pena, mas em boa verdade também não supreende, pois em rigor, de um modo geral, as pessoas fogem das responsabilidades e compromissos como o diabo da cruz.  Por natureza, não somos dados a voluntarismos nem a partilhas e o expectável enriquecimento mútuo, para os jovens peregrinos estrangeiros e famílias de acolhimento, não é permissa que vá à missa da larga maioria dos que teriam de facto disponibilidade e instalações. A fraca aderência fala por si. Oxalá que a coisa ainda se componha sendo que por imperativos de programação o prazo já é reduzido.

Mesmo que com pena, há que entender esta retracção de muitas das nossas famílias que teriam todos os requisitos para o acolhimento mas que por motivos que se devem respeitar optaram por não aderir à experiência e aos apelos. 

Como diria um filósofo pragmático: - É o que é! Em terra árida não se espera colher morangos.

2 de julho de 2023

LIAM Guisande - Peregrinação da Familia Espiritana 2023



O núcleo da LIAM Guisande encontra-se  neste fim-de-semana, 1 e 2 de Julho de 2023, a participar na  tradicional  Peregrinação a Fátima da Família Espiritana, a qual decorre sobre o lema “A nossa missão é a dEle”

Programa:

Sábado, 1 de julho

17:30 Saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições

18:15 Missa, na Basília da Santíssima Trindade

21:30 Rosário e Procissão de Velas, no Recinto

23:00 Vigília de Oração, na Basílica de N. Sra. do Rosário

Domingo, 2 de julho

07:00 Via-Sacra, nos Valinhos

10:00 Rosário, na Capelinha das Aparições

11:00 Missa, no Recinto

15:00 Sessão Missionária, no Centro Paulo VI

8 de junho de 2023

Comunhão Solene - 2023

 





Dia de Corpo de Deus, Comunhão Solene na nossa paróquia para 6 crianças. Apesar da dedicação do pároco, catequistas, pais, familiares e outros mais que de um modo ou outro trabalharam e empenharam-se, o tempo não esteve de feição e impediu a realização da tradicional procissão solene à capela do Viso. A manhã ainda esteve razoável mas de facto a chuva guardou-se para a hora em que depois da reza do Terço deveria ocorrer.

De modo a remediar a situação, porque estava presente para a função a Banda Musical de S. Tiago de Lobão, o pároco permitiu, e bem, que a mesma actuasse dentro da igreja. Houve também lugar à descarga de foguetes que estava reservada para a procissão.

Foi pena, mas as coisas são mesmo assim e se na maior parte dos anos por esta altura está bom tempo e calor, este ano foi a excepção que confirma a regra. Não foi a primeiira vez nem será a última.

Parabéns a todos quantos trabalharam e colaboraram para esta festividade, apesar desta contrariedade.

7 de maio de 2023

Capela do Viso - Vai ser alvo de obras

 



É sabido que a capela do Viso está em mau estado de conservação, nomeadamente ao nível do reboco e pinturas bem como de patologias decorrentes de constantes infiltrações pela cobertura. É um dos edifícios do nosso património arquitectónico e colectivo, que nos orgulha, mas sem correspondência porque em regra algo desprezado no que diz respeito à sua conservação.

Face a esta evidência, que não é de agora, por informação do pároco Pe. António Jorge Oliveira, foi decidida a intervenção pelo que estão abertas as candidaturas a empreiteiros de trolharia que tenham interesse em realizar a obra, pelo que o respectivo caderno de encargos pode ser solicitado junto do pároco.

Pessoalmente estou algo céptico quanto a aparecerem vários interessados, uma vez que os empreiteiros são poucos e nesta altura do campeonato, regra geral, estão todos assoberbados de trabalho. Não espantará, pois, que ninguém se mostre interessado pelo que o mais certo é que o trabalho tenha que ser entregue por ajuste directo a quem ainda tiver alguma disponibilidade. Mas compreendo que numa primeira fase esta seja a acção correcta, a de convidar interessados. Presumivelmente espera-se que as obras sejam realizadas antes da próxima edição da festa do Viso.

Quanto às verbas que serão necessárias, para já será utilizado o bom saldo deixado pela Comissão de Festas do Viso do ano passado, mas mesmo assim perspectiva-se que não chegue pelo que o mais certo é que entretanto a comunidade seja chamada a comparticipar a um peditório que se poderá realizar para o efeito. Devemos, pois, ajudar e colaborar já que sendo certo que é património da estrutura da Igreja (que infelizmente pouco ou nada comparticipa para conservar o que é seu) é também património identitário de todos nós. 

Saibamos, pois, corresponder quando formos chamados a isso.

30 de abril de 2023

Acólitos e acolitar

 



Amanhã. Segunda-Feira, dia 1 de Maio de 2023, acontece em Fátima a XXVII Peregrinação Nacional de Acólitos. As paróquias afectas ao Pe. António Jorge Oliveira, Guisande, Pigeiros e Caldas de S. Jorge, vão também participar com os seus acólitos, tendo para o efeito sido organizado um autocarro inter-paroquial.

Desde há alguns anos, e sobretudo com o empenho e incentivo do Pe. Farinha, e naturalmente com o apoio dos pais, Guisande tem tido um interessante grupo de acólitos, que enriquecem o cerimonial litúrgico dos serviços religiosos, tendo até merecido rasgados elogios, nomeadamente do Pe. Nuno, aquando da celebração da recente Vigília Pascal no Sábado Santo.

Apesar disso e sem qualquer depreciação, e é apenas a minha humilde opinião, parece-me que há ali alguma coisa que poderia melhorar. Assim, várias vezes e principalmente em cerimónias mais festivas e nas missas de Sábado, por vezes parece-me um número exagerado de acólitos, de algum modo atrapalhando-se e distraindo-se uns aos outros e por vezes mesmo a quem está na assembleia. Mas como não há fartura que não traga fome, ou o contrário, por vezes não está nenhum para amostra, como aconteceu ontem, Sábado, na missa das 17:30 horas, cabendo ao António "tapar o furo" e acolitar o pároco.

As coisas são como são e compreendemos que as nossas crianças e adolescentes andam muito ocupados e têm muitas actividades para além das ligadas à escola e também dependentes da vontade e disponibilidade dos pais, mas nestas coisas tem que haver algum sentido de responsabilidade e compromisso e não me parece de todo razoável que numa  missa estejam em simultâneo, 6, 7, 8 ou mais acólitos e no dia ou semana seguinte não esteja um único.  

Eu não sou nem tenho pretensões de ser acólito (e valorizo esta função), muito menos não sou padre e pároco, mas creio que, sendo possível, nas missas sem motivos litúrgicos mais festivos ou cerimoniosos, como no tempo de Natal e Páscoa, dois acólitos bastariam para as funções que deles se espera, pelo que até, no caso de um grupo ser numeroso, permitiriria existir uma escala de modo a que dentro do possível nas celebrações do fim-de-semana não faltassem acólitos e simultaneamente aliviasse o compromisso semanal dos elementos.

Seja como for, nas nossas igrejas os acólitos emprestam às celebrações um enriquecimento próprio, até pela habitual juventude dos mesmos, o que vai sendo raro na participação nas nossas missas, já quase sem jovens e crianças, mas convém que a sua participação e presença, a acontecer, tenha uma correspondência adequada e não ao ritmo das vontades e disposições. Ou somos ou não somos.

18 de abril de 2023

Famílias de acolhimento para as Jornadas Mundiais da Juventude 2023


Sendo que o prazo para recepção já foi ultrapassado (15 de Abril), o Grupo de Jovens de Guisande certamente que por estes dias próximos ainda continua a recolher candidaturas de famílias que estejam interessadas em acolher nas suas casas alguns jovens peregrinos oriundos de outros países e que irão chegar a Portugal entre o dia 24 ou 25 de julho e ficarão alojados nas várias dioceses para integrarem a semana das Pré-Jornada que decorrerá entre os dias 26 e 31 de julho.

O Grupo de Jovens de Guisande está disponível para esclarecer pormenorizadamente sobre o que é necessário para se ser uma família de acolhimento.

Para mais informações: 

910834341 

cop.guisande.porto@gmail.com 

10 de abril de 2023

Páscoa 2023

 








Visita Pascal na nossa paróquia de S. Mamede de Guisande. Num bonito dia de Primavera, foram três equipas que percorreram da forma habitual as ruas e lugares da nossa freguesia levanda a cada casa (às poucas que abrem) a mensagem de Cristo Ressuscitado.

A visita pascal ou Compasso, é uma tradição importante na nossa comunidade como em muitas outras, mas bem longe da importância e vivência que se lhe dava noutros tempos. Nas zonas urbanas já pouco significado tem porque as pessoas são desconhecidas sentre elas, mesmo que vizinhas da mesma rua, do edifício ou andar. Vai ainda resistindo nas zonas mais rurais e menos povoadas, como Guisande, mas mesmo aqui já sem o fulgor e autenticidade de outros tempos. Aos poucos algumas das marcas que definiam esta tradição foram-se perdendo e agora só mesmo em serviços mínimos. 

Apesar disso, para quantos participam dedicadamente nas equipas e para quantos abrem com alegria as suas portas, ainda é possível sentir o essencial da mensagem de que Cristo ressuscitou! Ainda os momentos de partilha e convívio familiar no que é sempre positivo. Esses são sempre valores que importa manter e dignificar.