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5 de abril de 2024

Compasso Pascal em 1993

 


Foto do Compasso Pascal em 1993 - Juiz da Cruz foi o José Alves da Costa, da Barrosa, da Casa do Loureiro. Aqui em casa do Ti Manuel "da Joana".

Os Lopes de Guisande


Dizem os entendidos nestas coisas do estudo da origem dos patronímicos, como quem diz, dos nomes de pessoas e  apelidos de famílias, que Lopes foi apelido popular nos países latinos, como Grécia, Itália, Espanha e Portugal. Com origem do latim lupus, Lopo em Portugal, surge a derivação Lope, que significa lobo. Assim, a referência a este animal, do qual e pela domesticação surgiram os cães, procura conotar as pessoas que recebem esse nome com os seus atributos de coragem e destreza.

Lopes, em Portugal e Lopez em Espanha, foi apelido relativamente comum na península ibérica pela Idade Média. Lopes derivava de filho de Lopo, assim como à semelhança de Henriques como filho de Henrique, Gonçalves, filho de Gonçalo e Fernando, filho de Fernão.

Na actualidade, Lopes é considerado como o 14º apelido mais comum em Portugal. Na nossa História, sobretudo na Idade Média houve Lopes mais ou menos relevantes, como o cronista Fernão Lopes. Também, pela negativa, o Diogo Lopes de Pacheco, um dos assassinos da bela Inês de Castro e o único que escapou à vingança de D. Pedro, o Justiceiro, refugiando-se em Castela.

Descrição heráldica do brasão dos Lopes (representado acima):

Esquartelado: o primeiro e o quarto de azul com uma estrela de ouro, de seis raios; o segundo e o terceiro de vermelho, com uma flor-de-lis de prata; bordadura de vermelho, carregada de oito aspas de ouro. Timbre: um aspa da bordadura.

[fonte bibliográfica "Armorial Lusitano - Anuário da Nobreza de Portugal"]


Os Lopes na freguesia de Guisande:

Com estes apontamentos não tenho pretensões, obviamente, em fazer uma descrição genealógica exaustiva dos Lopes na nossa freguesia de Guisande, porque será tarefa quase impossível face à falta de documentos complementares e em sequência aos que é possível publicamente consultar. Ainda assim, com base em conhecimentos pessoais, na pesquisa e leitura de velhos assentos paroquiais, análises de nomes e datas e cruzamento dos mesmos, consegui apurar alguns nomes e datas e relações entre si que considero bastante substanciais. 

Neste contexto, e como ponto de partida, uso como referência o nome de Domingos José Lopes, casado que foi com Idalina da Conceição, que viveram no lugar da Igreja, na nossa freguesia de Guisande, e que juntos geraram uma família numerosa e que na nossa freguesia será a mais representativa deste apelido. Mas também a par do Joaquim José Lopes, irmão do Domingos, que ficou com a alcunha de "o Cabreiro", e que casado com Maria Alves, também constituiu uma família igualmente numerosa e representativa do apelido. 

O Domingos e o Joaquim tiveram ainda outros irmãos, nomeadamente o Manuel, que morreu solteiro e sem geração e que viveu com outro irmão, o João José Lopes, este casado com a Maria Isaura Ferreira dos Santos e que tiveram três filhos rapazes, o Fernando, o António, que já faleceu, solteiro, e o Joaquim, este casado com a Cristiana Valente, com filhos e moradores no lugar de Cimo de Vila, aqui em Guisande. Ainda como irmão do Domingos, do Joaquim, do Manuel e do João, o José Lopes, que casou e faleceu em Romariz.

Em resumo, pode-se concluir que a génese principal da família Lopes na nossa freguesia de Guisande está assente sobretudo nas gerações que deixaram o Domingos José Lopes e o seu irmão Joaquim José Lopes, como mais representativas em termos de geração deixada. Naturalmente que também os filhos do João, embora estes em menor número.


Vamos pois, começar por estes ramos dos Lopes:


Domingos José Lopes, nasceu a 12 de Abril de 1917.

Era filho de Bernardo José Lopes e de Albertina Rosa de Jesus, moradores no lugar de Cimo de Vila. Era neto paterno de António José Lopes e de Inês Rosa dos Santos. Era neto materno de Joana de Jesus e de avô incógnito (1). 

Foram seus padrinhos de baptismo Domingos José da Mota, do lugar de Casaldaça e Rosária da Conceição, do lugar das Quintães.

Casou em 22 de Julho de 1945 com Idalina da Conceição, esta do lugar de Casaldaça.

Idalina da Conceição, esposa do Domingos José Lopes, nasceu a 24 de Agosto de 1923. 

Era filha de Domingos Gomes da Conceição (alfaiate), que ficou conhecido com a alcunha de "o Pinguinha", do lugar de Casaldaça, nascido a 23 de Fevereiro de 1901 e falecido em 12 de Novembro de 1984,  e de Rosália de Jesus, esta falecida em 23 de Janeiro de 1967. 

Esta Rosália de Jesus nasceu em 6 de Outubro de 1901. Era filha de pai incógnito e de Margarida de Jesus. Todavia, esta Margarida quando deu à luz a Rosália estava casada com Justino dos Santos, sendo que este estava ausente no Brasil há pelo menos 10 anos e sem qualquer comunicação com a esposa. Era, pois, a Rosália neta paterna de pai incógnito (1) e neta materna de António Caetano dos Santos e de Maria de Jesus, de Casaldaça. Para além de Rosália, a Margarida de Jesus teve outra filha ilegítima, a Adelina, que faleceu menor, com dois anos de idade, em 20 de Março de 1910. 

A Margarida de Jesus, acima referida, mãe da Rosália, teve ainda uma irmã, a Rosa Maria de Jesus que por sua vez teve uma filha de nome Rosa, nascida em 2 de Março de 1891, filha de pai incógnito e neta materna do referido António Caetano dos Santos e de Maria de Jesus.

(1) Sobre o conceito de pai incógnito, convém referir que por esses tempos era muito vulgar. Incógnito não significa desconhecido mas tão somente alguém que de demitiu das suas responsabilidades de pai, muitas vezes porque a gravidez resultava de uma relação fortuita, consentida ou não, mas outras vezes por alguém que já era casado ou com estatuto social que impediam a assunção dessa paternidade. Por conseguinte as mães, solteiras, casadas ou viuvas, porque nesses tempos eram comuns as viuvas jovens, quase sempre sabiam a identidade dos pais. Ora se essa identidade não era vertida nos assentos de baptismo, na generalidade dos casos era conhecida da comunidade, da vizinhança.

Continuando, a Idalina da Conceição, era neta paterna de Joaquim Gomes da Conceição (serrador) e de Ana Rosa (costureira), do lugar de Estôze. Esta Ana tinha pelo menos uma irmã, a Maria Rosa, que foi sua madrinha de baptismo. Este Joaquim Gomes da Conceição teve três filhas, a  Arminda, nascida em 4 de Maio de 1906 , a Aurora, nascida em 3 de Novembro de 1909 e Maria da Conceição. Para além do Domingos, teve como filho o Delfim Gomes da Conceição, com a alcunha de "o Piranga", que foi alfaiate em Casaldaça, e que nasceu em 14 de Maio de 1912, e que casou com a Isaura. Ambos falecidos. Deixaram vários filhos, dos quais me lembro do Joaquim (do Serra), Alcino, Alzira, Alberto, Dolores, Brilhantina, Crisantina, Isaura, Fernanda e Georgina.

Como se disse, a Idalina era neta materna de pai incógnito e de Margarida de Jesus. Era bisneta paterna de João Francisco e de Arminda de Jesus, de Cimo de Vila. Era  bisneta materna de Manuel Francisco e Miquelina Rosa, de Estôze.

No seu baptismo teve como padrinhos o avô paterno e a avó materna.

Esta Idalina, teve vários irmãos, como o Orlando Gomes da Conceição, falecido em 12 de Fevereiro de 1937, apenas com um ano de idade. Teve ainda o Alberto Gomes da Conceição, casado com a Angelina, moradores no lugar de Fornos, com filhos e filhas. Teve irmãs, como a Dorinda, que casou com o Bernardino Gomes da Mota, ambos falecidos e ainda a Delfina (Sr. a Tina) casada como Manuel Alves (Nequita) moradores no lugar do Viso, de resto no sítio e na parte da casa onde morava o seu pai Domingos.

O Domingos José Lopes e a Idalina da Conceição tiveram vários filhos, a saber: O Domingos, que casou com a Maria, a Rosária, casada com o António Costa, o Belmiro, casado com a Isaura, a Délia, casada com o José Pereira Baptista, a Lurdes, casada com o Manuel Ferreira, o Leonel, a Celina, casada com o Agostinho Guedes, o Orlando, casado com a Georgina Santos, a Paula, casada com o José Pinto e o Arlindo, casado com a Maria José Fontes. Houve ainda um rapaz, o Francisco, que seria o mais novo da prole e que terá falecido com poucos meses. Escusado será dizer que de todos estes filhos resultaram filhos e netos.

O Domingos José Lopes, ficou conhecido como o Ti Lopes, e durante muitos anos foi carreteiro, com a sua junta de bois a fazer carretos e a lavrar terras, de resto como o seu irmão Joaquim, também carreteiro e laboreiro (aquele que labora na terra). Foi homem duro, de muito  trabalho no campo a na labuta de criação de um bando de filhos que pelo exemplo e educação deram homens e mulheres de boa cepa..

Viveram no lugar da Igreja, como caseiros do Dr. Joaquim Inácio da Costa e Silva.

Faleceu o Domingos em 14 de Agosto 1983 e a esposa Idalina, que lhe sobreviveu, a 9 de Setembro 1997.


Domingos José Lopes e Idalina da Conceição



Domingos José Lopes e Idalina da Conceição, quando jovens





Foto de 1962 - O Ti Lopes com os seus bois, pronto para iniciar a recolha da oblata, nessa altura baseada e oferta de milho e centeio. Ainda o Pe. Francisco, o David cantoneiro, de Estôze, e creio que o irmão do Domingos, o Manuel.




Casa onde viveram o Domingos José Lopes e a Idalina



O Ti Domingos Lopes e o pai do Pe. Francisco - 1957

Joaquim José Lopes, nasceu a 22 de Fevereiro de 1921.

Foram padrinhos de baptismo o Joaquim José Lopes, seu tio paterno, então morador em Pedroso, Vila Nova de Gaia e Maria Rosa da Conceição, do lugar de Casaldaça.

Casou com Maria Alves Cardoso em 11 de Novembro de 1944. Esta nasceu a 1 de Julho de 1924 e era filha de Manuel Gomes da Silva e de Custódia Alves, do lugar de Cimo de Vila. Era neta paterna de Martinho Gomes da Silva e de Olinda Rosa de Jesus (falecida a 3 de Fevereiro de 1937). Era neta materna de António Pereira e Joaquina Alves. Era bisneta paterna  de pais incógnitos e bisneta materna de Manuel Francisco Botelho e de Rosa de Jesus, do lugar da Costa Má, da freguesia do Vale.

Foram padrinhos do seu baptismo o Moisés Gomes da Silva, seu tio paterno e uma sua irmã, a Rosa Alves.

Por curiosidade, este Moisés Gomes da Silva, nasceu em 19 de Julho de 1901. Casou com Eulália Pereira dos Santos, em 15 de Novembro de 1937. Faleceu em 23 de Junho de 1964. Este Moisés e a Eulália viveram em Casaldaça e tiveram vários filhos de que me lembro do Tono da Eulália, que era figura popular no teatro de Natal em Guisande. Esta Eulália nasceu em 24 de Agosto de 1909. Era filha de António Alves da Costa e de Rosa Pereira dos Santos. Faleceu em 9 de Setembro de 1986.Era neta paterna de José Alves da Costa e de Carolina Emília do Espírito Santo e neta materna de António Alves da Mota e de Custódia Pereira dos Santos. Como irmã desta Eulália identifiquei ainda uma irmã, Maria, que nasceu a 17 de Dezembro de 1915.

Do casamento do Joaquim José Lopes e da Maria Alves Cardoso, nasceram vários filhos e filhas, nomeadamente de quem tenho memória: A Albertina, que casou com o Delfim Pinto (falecido), a  Conceição, que casou com o meu primo António de Oliveira Santos (o "Estopa") (falecido), o João, o Joaquim, que casou com a Lúcia, a Maria, que casou com o António Valente, a Madalena, que casou com o Serafim (falecido), o Domingos, que casou com a Natália, o António, que casou com a Fernanda Brandão (separados) e o Fernando, também casado.

O Joaquim José Lopes foi sempre uma figura muito típica e carismática na nossa freguesia e ficou com a alcunha de (o "Cabreiro"). Desconhece-se a origem desta alcunha apesar de haver quem a relacione à freguesia de Cabreiros, do concelho de Arouca. Nada encontrei que relacionasse a famílas daquela zona. Por sua vez a sua mulher, a maria Alves, era conhecida simplesmente por Ti Micas do Cabreiro. Viveram no lugar de Cimo de Vila, numa casa isolada do lugar e que popularmente ficou conhecido como a Coreia, no que terá sido baptizada pelo próprio. Pessoalmente, porque era do lugar e fazia vários trabalhos para os meus pais, tenho dele muitas memórias assim como da Ti Micas e naturalmente dos filhos, alguns, os mais novos, colegas de escola e das brincadeiras de infância. Foram gente de trabalho e de bem, deixando uma geração de filhos e filhas a fazer-lhes jus.


Joaquim José Lopes e a esposa Maria Alves Cardoso


José Lopes, nasceu a 11 de Abril de 1923.

Teve como padrinhos Manuel Caetano de Azevedo, do lugar das Quintães e Maria da Conceição, do lugar das Quintães.

Casou em Romariz com Ângela da Costa em 12 de Abril de 1947. Terá vivido no lugar da Portela - Desconheço a sua descendência.

Tentei um contacto com uma pessoa que acredito ser seu filho, mas às minhas questões ainda não respondeu. Quando e caso sim, actualizarei este artigo.


João Jose Lopes, nasceu a 11 de Julho de 1925.

Casou em 26 de Dezembro de 1968, em Fiães, com Maria Isaura Ferreira dos Santos. Do seu casamento nasceram o Fernando (creio, sem certeza, que casado em Milheirós de Poiares), o António, que faleceu solteiro e o Joaquim, casado com a Mariana, e que vive em Cimo de Vila. Durante muitos anos viveu com esta família a Isaura, que creio que era sobrinha da esposa do Ti João.

O Ti João "do Cabreiro", como ficou conhecido, era igualmente uma figura típica da nossa freguesia e durante muitos anos foi o sacristão, tocador do sino e coveiro da freguesia e que em muito ajudou a paróquia. Vivia no lugar de Cimo de Vila.


João José Lopes, aqui como sacristão ao lado do Pe. Francisco, aquando da celebração das Bodas de Ouro Sacerdotais, em Agosto de 1989


Manuel José Lopes, nasceu a 27 de Setembro de 1915. Dos irmãos incluindo os acima descritos, era o mais velho, mas ficou solteiro e viveu até à sua morte com o seu irmão João. Era jornaleiro e os mais velhos lembram-se dele quase sempre de enxada ao ombro. Homem simples mas trabalhador.

Foram padrinhos do seu baptismo o Manuel Gomes, de Cimo de Vila, e Maria da Conceição, do lugar de Fornos.


Resumo: Estes foram os cinco  irmãos, filhos de Bernardo José Lopes e de Albertina Rosa de Jesus, que até ao momento consegui identificar. Desconheço, pois, se outros houve. Destes, a particularidade de serem todos homens.


Ascendência:

Do que consegui apurar, e conforme já escrito, os cinco irmãos, Manuel, Domingos, Joaquim, José e João, eram filhos de Bernardo José Lopes e de Albertina Rosa de Jesus, que casaram em 29 de Outubro de 1914. Ele com 28 anos e ela com 26 anos de idade. Viveram em Cimo de Vila.

Este Bernardo José Lopes, nasceu em 13 de Setembro de 1886. Era filho de António José Lopes e de Inês Rosa dos Santos, casados a 5 de Novembro de 1885 quando ele tinha 20 anos e ela 26 anos de idade. António José Lopes era  filho de Manuel Lopes, serrador, natural da freguesia de  S. João Baptista de Videmonte - Guarda, e de Maria Rosa. A Inês Rosa dos Santos era  filha de Manuel António da Mota e de Margarida Rosa dos Santos, de S. Tiago de Lobão. Por sua vez o Manuel Lopes era filho de José Lopes, casado com Ana Rosa. Em resumo, este José Lopes é o tetra-avô dos actuais filhos do Domingos José Lopes, do Joaquim José Lopes e dos demais irmãos.

A esposa do Bernardo José Lopes, a Albertina Rosa de Jesus, nasceu na freguesia deo Bonfim, cidade do Porto, em 7 de Janeiro de 1888. Era filha de Joana de Jesus e de pai incógnito. Esta Joana de Jesus era filha de António Joaquim Gonçalves e de Florinda Rosa, de Mansores - Arouca. Casaram o Bernardo e a Albertina em 29 de Outubro de 1914, tendo ele 28 anos e ela 26 anos de idade. 

Os padrinhos de baptismo do Bernardo foram Bernardo José Leite de Paiva e Bernardina Rosa dos Santos, de Casaldaça.

Faleceu o Bernardo em 16 de Julho de 1944. Faleceu a esposa Albertina em 23 de Novembro de 1964.

O Manuel Lopes, de S. João Baptista de Videmonte - Guarda, casou com a Maria Rosa, natural de Guisande mas que casaram em S. Tiago de Lobão. Esta Maria Rosa era filha de Manuel Ferreira Valente e de Mariana Rosa, esta de Cimo de Vila - Guisande.

Manuel Lopes, o avô paterno do Bernardo José Lopes, para além do pai deste,  teve outros filhos, de que consegui identificar:

Ana,  que nasceu a 4 de Maio de 1848.

Inês, que nasceu a 17 de Março de 1851.

Foi padrinho de baptismo o avô materno e madrinha a sua tia materna Inês.

Domingos, que nasceu a 15 de Dezembro de 1852.

Emília, que faleceu menor, com 18 meses de idade, a 24 de Julho de 1856.

Joaquim, que nasceu a 28 de Março de 1858.

Teve como padrinho Joaquim Leite de Resende, de Trás-da-Igreja, e como madrinha a sua tia paterna, Rita Gomes.

António, que nasceu a 4 de Março de 1860. Primeiro de nome

Rita, 17 de Fevereiro de 1862

António José Lopes, que  nasceu a 17 de Maio de 1865. Segundo de nome. Pai do Bernardo José Lopes.

Teve como padrinho um Rodrigues Lopes, relojoeiro na cidade do Porto, este representado por João Francisco, seu sobrinho. Deduzo que este Rodrigues Lopes seria tio paterno ou eventualmente tio-avô do baptizado.


Em resumo, do que me foi possível pesquisar e apurar, até ao momento, e sem prejuízo de futuras rectificações à luz de novos documentos,  o apelido desta família Lopes tem origem em  S. João Baptista de Videmonte, do antigo concelho de Linhares e actualmente do concelho e distrito da Guarda. José Lopes, o ascendente mais antigo a que consegui chegar, teve como filho o Manuel Lopes e este  certamente terá vindo para o concelho de Vila da Feira, casado em Lobão com uma rapariga de Guisande e nesta freguesia foi morador no lugar de Cimo de Vila e onde gerou e criou os vários filhos (8) que conseguimos pesquisar.

Curiosidade: Por informação prestada pela Lurdes Lopes,  mesmo que nunca verificado, haveria na sua ascendência algum parentesco afastado com familiares da família dos pais do Américo Baptista da Silva (Américo do Reimão), de Casaldaça. Ora este Américo chegou-me a dizer que de facto teria um parente proveniente de Mansores Arouca. Ou seja, a existir qualquer relação de parentesco, será muito afastada e pelo ramo ascendente da avô paterna da Lurdes. Ora provar essa relação é uma tarefa muito difícil e obrigaria a saber pelo menos o nome completo do dito parente da família do Reimão, proveniente de Mansores. 

Também convém assinalar, e ligando ao dito no parágrafo anterior, que o pai do Américo "do Reimão", Raimundo Francisco da Silva (que foi ferreiro em Casaldaça), por sua vez era filho de Joaquim Francisco da Silva, de Mansores e de Maria Rosa da Conceição, de Guisande, neto paterno de João Francisco da Silva e de Maria Joaquina Santos, neto materno de pai incógnito e de Rosa Margarida dos Santos. Poderá este suposto e oral parentesco com gente de Mansores vir também daqui mas para já sem prova dessa ligação.

Por conseguinte, por agora, esta suposta relação tem apenas uma sustentação oral, do disse-que-disse, é apenas uma mera curiosidade e lateral ao propósito primeiro destes meus apontamentos, que procuram essencialmente estabelecer a proveniência do apelido Lopes na nossa freguesia, e sobretudo relacionada a esta família em particular.


Outros Lopes:

De tempos passados, encontrei ainda na nossa freguesia outras pessoas de apelido Lopes, mas por enquanto ainda não consegui estabelecer qualquer relação com estes Lopes de proveniência de Videmonte - Guarda, de que temos vindo a falar. Certo é que apesar desta existência, não consegui verificar descendência ou porque fossem viver para fora da freguesia ou porque o apelido se perdesse o que por esses tempos era vulgar.

Por exemplo, um Manuel Lopes, natural de Escapães, filho de António Lopes e de Maria Rosa de Jesus, que casou aqui em Guisande em 12 de Novembro de 1905 com Joaquina Maria de Jesus, do lugar da Pereirada, sendo filha de António José Pinto (de Canedo) e de Custódia Maria de Jesus (de Guisande). Não consegui encontrar descendência em Guisande pelo que será de supor que foram viver para fora, eventualmente em Escapães, terra do Manuel Lopes.

Por Setembro de 1754, no lugar do Outeiro morava o casal Manuel Alves Lopes e Isabel Francisca de Jesus. Ele era filho de Manuel Alves e de Maria Lopes, de Valega - Ovar e ela era filha de Domingos Pereira e de Maria Ferreira, do lugar da Pereirada, Guisande.

Deste casal Manuel e Isabel consegui identificar como filhas a Maria, nascida em 7 de Setembro de 1754 e a Tedoósia, nascida em 23 de Novembro de 1758.

Por 1896, nascia no lugar de Fornos um Raimundo, filho de António Lopes, pedreiro, natural de Fafião - Romariz, e de Maria Rosa de Jesus, rendilheira, natural de Guisande, sendo neto paterno de Bernardino José Lopes e de Ana Maria da Silva, e neto materno de Manuel José da Mota e de Maria Rosa. 

Têm ainda como apelido Lopes, por parte da mãe, a Adelina, que era de Canedo, os filhos de Manuel Armando dos Santos (Manel da Joana), que foi do lugar da Lama, como a Maria do Céu, a Paula, a Alzira, a Isabel, a Deolinda e um outro irmão. Em Canedo existem várias famílias de apelido Lopes, pelo que não surpreenderia que com antepassados relacionados aos também antepassados Lopes de Guisande, nomeadamente derivados dos atrás referidos filhos do Manuel Lopes, que foram em número significativo.

Por enquanto fica por aqui a saga dos Lopes de Guisande. Pode carecer de uma ou outra actualização ou correcção, que farei conforme for encontrando novas informações, mas já é um bom ponto de partida, nomeadamente se a alguém da família interessar estabelecer a sua árvore genealógica. Pela minha parte estes apontamentos decorrem do interesse próprio de conhecer as origens e teias familiares de algumas das famílias da nossa freguesia. Já o fiz por aqui com outras famílias e, com tempo, continuarei com outras. 


Igreja matriz de S. João Baptista de Videmonte - Guarda, terra onde desemboca a proveniência do apelido Lopes em Guisande [fonte: wikipedia]

18 de março de 2024

Maria Celeste da Conceição Guedes - Mulher centenária



Maria Celeste da Conceição Guedes, nasceu no dia 18 de Março de 1924, no lugar da Leira da nossa freguesia de Guisande. Está pois, neste dia de hoje, de parabéns, porque a celebrar o seu 100.º aniversário, no que certamente é um motivo de alegria para ela própria, para as filhas e todos os seus familiares..

A Maria Celeste é filha de António Augusto Guedes e de Maria da Conceição, da Casa do Ferreiro, da Leira.

É neta paterna de Manuel Augusto Guedes e de Rosa Gomes da Silva.

É neta materna de Bernardino Caetano de Azevedo e de Clemência Rosa.

Teve como padrinho de baptismo o seu tio paterno Pe. Delfim Augusto Guedes, o qual paroquiou S. Vicente de Louredo, Santa Eulália de Sanguedo e Santo André de Escariz, em cujo cemitério local está sepultado.

A Maria Celeste casou em 17 de Agosto de 1946 com Manuel Fernandes Coelho, falecido em 20 de Março de 1973 quando tinha apenas 50 anos de idade.

Tiveram várias filhas, de que me recordo a Odete, a Conceição, a Deolinda, a Rosa (com quem cheguei a trabalhar), a Jerónima, a Manuela e a Celeste. Não sendo caso único, é, todavia, e de algum modo, pouco vulgar um número tão grande (sete) de apenas raparigas.

100 anos representam uma longa vida que faz dela a mulher e mesmo a pessoa mais velha da nossa freguesia, já que o homem que até há pouco detinha o estatuto do mais velho, o meu tio Neca Almeida, do Viso, faleceu em meados de Fevereiro depois de ter celebrado o centenário em Outubro passado.

A Maria Celeste tem ainda a sua irmã Palmira, no lugar da Gândara, também ainda viva e a caminho do centenário, que dizem estar bem de saúde apesar de cega há já vários anos. Que Deus também a conserve se for essa a Sua vontade.

Por tudo, pela sua longa vida e família que constituiu e criou, apesar de ter perdido o marido muito cedo, é uma graça e benção de Deus. Para além da generosa idade, dizem que ainda tem uma relativa mobilidade e com lucidez bastante para fazer o seu dia-a-dia, mesmo que com as naturais limitações. É de facto uma benção para ela, para as filhas e família, bem como também para a nossa comunidade, que assim também deve rejubilar-se, agradecer a Deus e sentir orgulho por ver uma das suas pessoas a atingir este marco e este exemplo de vida.

Que Deus a conserve pelos anos que ainda quiser! Bem haja e parabéns!

26 de novembro de 2023

Os Caetano de Azevedo de Guisande

Azevedo  é um apelido de família, não muito comum mas com alguma importância na nossa freguesia, nomeadamente o associado ao também apelido Caetano. 

Quanto à origem deste apelido, dizem alguns entendidos nestas questões de genealogia que Azevedo (ou Acevedo) é um sobrenome toponímico ibérico, com origem no couto e honra de Azevedo, no concelho de Barcelos, em Portugal. A palavra Azevedo vem de azevo (em espanhol antigo, acebedo), arbusto espinhoso; do latim acifolium, variação de aquifolium, azevinho.

D. Pedro Mendes de Azevedo é o mais antigo conhecido portador do sobrenome. Fidalgo de D. Afonso Henriques (1106-85) e D.Sancho I (1154-1211) era filho de D. Mem Pais Bufinho (D. Mendo Bufião ou D. Mendo Roufino) e descendente de D. Egas Gosindo Bayán (Baião), sendo este neto de Arnaldo de Bayán, cavaleiro que chegou a Galícia para lutar contra os mouros ao lado de D. Afonso V de Leão (994-1028), em 983. Afirmam alguns genealogistas que Arnaldo era o terceiro filho do imperador romano-germânico Guido de Espoleto (828-94).

Quanto aos Azevedos em Guisande, obviamente que será missão difícil e quase impossível tecer toda a teia genealógica e relação de parentesco entre os seus elementos, por isso com vários buracos, mas do que consegui pesquisar e relacionar deixarei aqui os respectivos apontamentos que servirão a quem neles quiser posteriormente pegar e melhor apurar. É pois um ponto de partida.

O interesse da minha pesquisa relacionada a esta família e a este apelido Azevedo e também a sua ligação ao apelido Caetano, que em alguns casos é nome próprio, liga-se com a figura de António Caetano de Azevedo, carpinteiro de profissão, e de Maria Gomes da Conceição, costureira, moradores no lugar das Quintães, aqui da freguesia de Guisande. Foram estes os pais de Margarida da Conceição, minha bisavô materna porque mãe do pai da minha mãe. Por isso, por parte do meu ramo materno, este António é meu trisavô. Logo também tenho sangue destes Azevedos. O lugar das Quintães é assim o ninho desta família mesmo que alguns desses elementos tenham temporariamente andado por outros locais.

António Caetano de Azevedo era filho de Francisco Caetano dos Santos e de Ana Joaquina dos Santos, esta filha de João Francisco dos Santos e de Arminda Gomes da Conceição, moradores no lugar de Cimo de Vila. Era neto paterno de Caetano Francisco dos Santos e de Maria Rosa Gomes, esta filha de Manuel Joaquim de Azevedo e de Maria Joaquina dos Santos. 

Desta relação de nomes, numa primeira análise constata-se que a herança do apelido Azevedo por parte do meu trisavô, António Caetano de Azevedo, provém não da parte de seu pai ou avô paterno, como se esperaria, mas sim da parte de seu avô materno, Manuel Joaquim de Azevedo. De seu pai e também comum a quase todos estes Azevedos é o apelido Caetano.

Aqui chegados, importa ter em conta que por esses tempos os apelidos nem sempre eram respeitados na linha directa da descendência, como por regra acontece nos nossos dias. Por conseguinte, nesses tempos normalmente as mulheres não herdavam o último apelido do pai mas da mãe. E havia casos em que o próprio último apelido do pai era omitido em alguns dos filhos ou colocado num apelido do meio. Por conseguinte não havia esse cuidado ou sensibilidade por parte dos pais em transmitir de forma continuada e sucessória os apelidos de raiz aos filhos e nem as autoridades o exigiam. Ora esta aleatoriedade dificulta em muito a missão de quem pretende pesquisar documentos e relacionar famílias tanto na forma ascendente como descendente e gerar árvores genealógicas com base na herança do apelido.

De resto, durante muitos anos o papel que hoje é garantido pelas conservatórias do registo civil, restringia-se apenas à Igreja e às paróquias em que estas, pelos párocos, por necessidade de controlar os fregueses quanto ao cumprimento e estado da administração dos principais sacramentos, como o baptismo, matrimónio e também os óbitos, registavam, assentavam, os mesmos em livros a cujos escritos se designam de assentos paroquiais. 

Só depois do liberalismo, e foi precisamente em 16 de Maio de 1832 que foi aprovado o decreto que em Portugal proclamou a existência do registo civil para todos os cidadãos, é que foram criados os postos de registo civil, que no caso da freguesia de Guisande era assegurado pelo chamado Posto de Louredo, onde, creio,  se localizava no lugar de Vila Seca, sendo que tenho também a informação segura que funcionava no lugar da Mouta, em caso do Sr. Manuel Paiva, ali conhecido como Manuel da Mouta, homem da agricultura mas inteligente e dominador da palavra escrita e falada.

Pegando então, como base o pai da minha referida bisavó materna, temos a seguinte lista:

António Caetano de Azevedo,  nasceu em 28 de Março de 1867 e faleceu em 25 de Agosto de 1929 com 62 anos de idade. Como atrás dito, era filho de Francisco Caetano dos Santos, e de Ana Joaquina dos Santos. Os seus avôs paternos eram Caetano Francisco dos Santos, do lugar da Lama, e Maria Rosa Gomes e os seus avôs maternos eram Manuel Joaquim de Azevedo e de Maria Joaquina dos Santos. Caetano Francisco dos Santos e Maria Rosa tiveram filhos para além do Francisco, entre os quais o José nascido a 7 de Dezembro de 1828 e a Rosa nascida em 17 de Setembro de 1841.

O seu pai, Francisco Caetano dos Santos, nasceu a 6 de Janeiro de 1827. Era filho de Caetano Francisco dos Santos e de Maria Rosa Gomes, do lugar da Lama. Era neto paterno de José Francisco dos Santos e de Maria da Silva Guedes, do lugar de Azenha – Lobão. Era neto materno de Manuel da Silva e de Ana Maria, do lugar da Lama – Guisande.

Também do que consegui pesquisar este mesmo Francisco Caetano dos Santos teve também os seguintes irmãos (tios paternos de António Caetano de Azevedo):

José, que nasceu a 7 de Novembro de 1828 (há um assento duplicado com a data de 7 de Dezembro de 1828; 

Victorino, nasceu a 2 de Janeiro de 1832; 

António, que nasceu a 7 de Setembro de 1833; 

Rosa, que nasceu a 17 de Setembro de 1840.

Do que consegui pesquisar, este Francisco Caetano dos Santos, para além de António Caetano de Azevedo, teve ainda outros filhos, nomeadamente:

Manuel, que nasceu a 18 de Janeiro de 1852;  

Joaquim, que nasceu a 9 de Maio de 1854; 

José, que nasceu a 31 de janeiro de 1856 e faleceu no Rio de Janeiro – Brasil, a 23 de Fevereiro de 1873;  

Maria, que nasceu em 28 de Novembro de 1857.

Bernardino Caetano de Azevedo,  que nasceu em 18 de Fevereiro de 1861 e faleceu em 19 de  Outubro de 1942. Casou em 14 de Janeiro de 1892 com Clemência Maria de Jesus, filha de Manuel José da Mota e de Maria Joaquina (Este Bernardino e Clemência tiveram uma filha, a Maria, nascida em 26 de Janeiro de 1893 e que veio a casar em 20 de Outubro de 1923 com António Augusto Guedes, tendo este falecido em 26 de Janeiro de 1973).

Joaquina, que nasceu a 25 de Janeiro de 1863; 

Carolina, que nasceu a 3 Maio de 1864 e que casou em 26 de Novembro de 1900, com Hermenegildo Correia, este então com 45 anos de idade, filho de Francisco Correia e Maria Bernardina, de Lobão;  

Domingos, que nasceu em 23 de Fevereiro de 1870 e faleceu em 7 de Dezembro de 1948; 

Justino Caetano de Azevedo, que nasceu em 31 de Outubro de 1878 e faleceu em Lobão em 1 de Março de 1936;

Dos nomes acima, Justino Caetano de Azevedo, para além do ramo do seu irmão António Caetano de Azevedo, é ele próprio um dos ramos principais dos Azevedos em Guisande. Nasceu em 31 de Outubro de 1878. Casou em Lobão com Custódia Fernandes da Encarnação, esta filha de Domingos de Almeida Lopes e de Maria Rosa de Jesus e do que consegui pesquisar tiveram como filhos:

Manuel Caetano de Azevedo, que faleceu em 27 de Junho de 1937 com 55 anos de idade, que casou com Jerónima Rosa de Jesus. Tiveram vários filhos, entre os quais os que consegui pesquisar:

António Caetano de Azevedo, que nasceu no dia 30 de Maio de 1907. Faleceu com 20 anos de idade em 2 de Fevereiro de 1928 .

Joaquim Caetano de Azevedo, que nasceu em 1 de Abril de 1909 e faleceu em 21 de Novembro de 1996. Casou em 17 de Dezembro de 1932 com Margarida Gomes de Almeida. Tiveram vários filhos entre os quais o Domingos, nascido a 14 de maio de 1933, o Manuel, nascido a 23 de Novembro de 1937 e falecido em 10 de Abril de 2008 e que casou em 14 de Junho de 1960 com Maria Adelaide de Castro Linhares (nascida em 20 de Fevereiro de 1940), a Palmira, nascida a 21 de Novembro de 1940 e que casou em 28 de Janeiro de 1962 com Flávio de Paiva, a Maria Amélia, nascida em 27 de Outubro de 1942 e que casou em 21 de janeiro de 1957 com Eugénio Nogueira Alves. Tiveram como filhos, de que me recorde, a Paula e o Eugénio. Ainda como filha do Joaquim e de Margarida, a Maria da Conceição de Almeida Azevedo, viúva, que vive no lugar das Quintães. Ainda o Joaquim que nasceu em 24 de Agosto de 1952..


Margaria Gomes de Almeida, esposa de Joaquim Caetano de Azevedo


Domingos Caetano de Azevedo, que nasceu no dia 2 de Março de 1911 e que casou em  30 de Janeiro de 1937 com Maria da Conceição e Santos, esta nascida em 8 de Junho de 1914. Faleceu em Guisande  em 2 de Agosto  de 1985. A sua esposa faleceu em 29 de Agosto de 1980.

Este Domingos ficou conhecido como Sr. Domingos “Patela” e teve como filhos um Valdemar da Conceição e Azevedo, que nasceu em 15 de Agosto de 1938. Ainda Maria Célia Azevedo Gomes Giro, nascida a 4 de janeiro de 1941, professora, que veio a casar em 14 de Agosto de 1965 com o Alcides Gomes Giro e de cujo casamento nasceram os filhos Rui Giro, Rosário Giro e Alexandre Giro.


Domingos Caetano de Azevedo e sua esposa Maria da Conceição e Santos


Manuel Caetano de Azevedo, que nasceu a 28 de Agosto de 1913. Casou com Custódia de Sá Reis em 7 de Dezembro de 1950. Tiveram vários filhos de que conheço o Alcides de Sá Azevedo e o Elísio de Sá Azevedo, que são sócios da empresa de engarrafamento de vinhos “Robalinho”, em Covento – Louredo, que retomaram de seu pai. Ainda como filha a Maria Celeste nascida em 13 de Outubro de 1951 e que casou em Louredo com José Pereira dos Reis.

Rosária Rosa Azevedo, nasceu a 26 de Março de 1918.

Augusto Caetano de Azevedo, que nasceu a 16 de Novembro de 1920.

Lucinda Rosa de Azevedo, que faleceu com 20 meses em 6 de Outubro de 1928.

Abel Caetano de Azevedo, que nasceu a 19 de Maio de 1930. Casou em Louredo em 13 de Dezembro de 1952 com Maria da Costa e Sousa (ainda viva à data em que escrevo estes apontamentos). Viveu alguns anos no lugar das Quintães em Guisande e depois mudou-se para o lugar do Convento em Louredo. Tiveram vários filhos, dos quais me lembro, o Joaquim (falecido com 65 anos em 24 de Fevereiro de 2020), a Maria da Conceição, o Domingos (também já falecido), a Lurdes, a Carminda, o Casimiro e o Alcides. Faleceu este Abel Caetano de Azevedo em 23 de Outubro de 2016.

António Azevedo da Conceição, que nasceu em 23 de Novembro de 1930. Casou em 1 de Setembro de 1963 com Idalina Rosa de Pinho.

Rosária da Conceição e Azevedo, faleceu em 13 de Janeiro de 1931 com 6 anos de idade.

Voltando atrás, por sua vez, quanto a Manuel Joaquim de Azevedo, avô materno de António Caetano de Azevedo, e do qual terá advindo o apelido Azevedo, era filho de Francisco António de Azevedo e de Maria Joana (do lugar das Cortinhas – Cesar). A sua esposa Maria Joaquina dos Santos era filha de  Domingos dos Santos de Oliveira e Caetana Maria (de Vila Nova – Romariz).

Do casal Manuel Joaquim de Azevedo e Maria Joaquina dos Santos, consegui pesquisar os seguintes filhos:

Margarida, que faleceu com 55 anos de idade, no estado de solteira, em 23 de Outubro de 1871; Joaquim (primeiro de nome) que nasceu a 18 de Janeiro de 1833; Joaquim (segundo de nome), que nasceu a 4 de Abril de 1837;  José, que nasceu a 3 de Fevereiro de 1839.

Pelo que se constata do que atrás tem sido escrito, o apelido Azevedo, que chegou ao pai da minha bisavô, poderá ter proveniência no seu bisavô materno, Manuel Joaquim de Azevedo. Ou seja, o seu avô paterno já não tinha o apelido de Azevedo mas sim de Santos. Num assento de óbito da sua filha Margarida, é indicado como sendo ele natural de Cesar, concelho de Oliveira de Azeméis. 

Então, retomando a lista já com as origens a ramificações atrás descritas:

António Caetano de Azevedo,  nasceu em 28 de Março de 1867 e faleceu em 25 de Agosto de 1929 com 62 anos de idade. Era filho de Francisco Caetano dos Santos, e de Ana Joaquina dos Santos. Os seus avôs paternos eram Caetano Francisco dos Santos, do lugar da Lama, e Maria Rosa Gomes e os seus avôs maternos eram Manuel Joaquim de Azevedo e de Maria Joaquina dos Santos.  António Caetano de Azevedo e sua esposa Maria Gomes da Conceição, que ficou com a alcunha de "a Tora" tiveram vários filhos, nomeadamente os que consegui pesquisar:

Rosa Gomes da Conceição. Do que consegui pesquisar, como filhos e como mãe solteira teve uma filha, a Laurinda, nascida a 2 de Janeiro de 1908. Teve ainda outra filha, a Melânia, nascida a 26 de Agosto de 1909 e que casou em 28 de Julho de 1932 com António Francisco ferreira, de Pigeiros. Faleceu em 4 de Abril de 1948. Esta Rosa foi madrinha de baptismo do Justino, o seu sobrinho, filho da Margarida. Por sua vez o seu irmão Justino foi o padrinho.

Margarida da Conceição, minha bisavó materna, conforme acima já identificada. Nasceu em 19 de Julho de 1885 e faleceu em 30 de Agosto de 1979 com 94 anos de idade. Tinha 21 anos de idade quando casou em 09 de Maio de 1907 com Raimundo José da Fonseca, de 22 anos de idade, do lugar do Carvalhal, freguesia de Romariz. 

Este meu bisavô materno nasceu em 19 de Outubro de 1884 e faleceu em 17 de Novembro de 1929 com apenas 45 anos de idade. Era filho de António José da Fonseca e de Maria de Oliveira. Era neto paterno de Manuel José da Fonseca e Margarida Rosa de Jesus e neto materno de Manuel Ferreira da Silva e de Ana Maria de Oliveira. 

Margarida e Raimundo tiveram vários filhos, que, sem ordem de idade consegui pesquisar:

Maria da Conceição, nascida em 12 de Junho de 1909, pelo que terá sido a mais velha dos filhos.

Joaquim José da Fonseca, que casou com Albertina

Alexandrino José Fonseca que nasceu a 13 de Setembro de 1914 e casou em 17 de maio de 1942 com Maria Glória Gomes de Pinho. Viveu no lugar de Azevedo da freguesia das Caldas de S. Jorge, tendo falecido num acidente de estrada, em Pigeiros.

Manuel José da Fonseca casou em 31 de Julho de 1933 com Ermelinda Pedrosa das Neves, de quem teve vários filhos dos quais conheço a Margarida, que ainda vive no lugar de Fornos, casada com o Sr. Justino, ainda a Lúcia, esta casada com o Sr. Óscar Melo, e residente no lugar da Mota, Canedo, o Joaquim, que creio que está viúvo e vive em Vila Nova de Cerveira, o António, nascido em 12 de Junho de 1934, e que casou em S. Silvestre-Coimbra com Maria Isabel Cortesão em 16 de Fevereiro de 1964.e ainda o Gil das Neves Fonseca, que não vejo há muitos anos e que viverá por Lourosa. Casou em 29 de Dezembro de 1974 com Maria Margarida Ferreira de Pinho. Ainda o Reinaldo das Neves Fonseca, que nasceu a 1 de Março de 1944. (foi padrinho do meu irmão Manuel). 

Laurinda da Conceição, que casou com Alexandre Ferreira de Almeida e tiveram como filhos a Conceição, o Joaquim e a Adelaide.

Justino José da Fonseca, já acima referido, que nasceu a 31 de Julho de 1916, que nunca conheci porque faleceu muito novo.

Américo José da Fonseca, meu avô materno, nascido a 20 de Março de 1919 e falecido em 17 de Julho de 2001.

Retomando os filhos de António Caetano de Azevedo:

Domingos Caetano de Azevedo, que nasceu a 17 de Março de 1890.

Joaquim Caetano de Azevedo, nascido em 1893 e que faleceu com 39 anos em 5 de Agosto de 1932. Era carpinteiro e casou com Aurora das Neves de Azevedo, esta filha de Manuel Henriques dos Santos e Maria Gomes das Neves, da freguesia de Lobão. Tiveram filhos dos quais pesquisei: o Arnaldo Caetano de Azevedo, que nasceu a 6 de Janeiro de 1917; A Maria da Conceição que nasceu a 15 de Agosto de 1922 e casou em Oleiros em 26 de Fevereiro de 1940 com Joaquim Ferreira da Silva; o Joaquim António das Neves Azevedo, que nasceu em 3 de Junho de 1925.

António Caetano de Azevedo, que nasceu a 22 de Janeiro de 1895.

Alexandrina da Conceição (com alcunha de Pazada), que nasceu a 19 de Março de 1901. Casou com 23 anos de idade em 14 de Agosto de 1924 com Américo Augusto da Conceição, de 28 anos de idade, da freguesia de Romariz, flho de José Maria da Conceição e Carolina Augusta da Conceição. Dos filhos que consegui pesquisar, ainda na condição de solteira, a Maria da Conceição Azevedo, nascida em 13 de Setembro de 1923 e que casou em 27 de Julho de 1944 com Joaquim de Oliveira Cadete.

David da Conceição Azevedo, que nasceu a 25 de Maio de 1904. Faleceu em Guisande em 22 de Maio de 1940. Casou em 29 de Junho de 1925 com Francelina da Conceição, esta filha de Joaquim Gomes de Almeida e Maria Rosa de Oliveira, neta paterna de Domingos Gomes de Almeida e Joaquina Rosa de Oliveira e neta materna de Manuel de Matos e Maria de Oliveira. Faleceu este David em 21 de Janeiro de 1940.

Do que consegui pesquisar, este David e Francelina  tiveram os seguintes filhos: David Aníbal da Conceição, que nasceu em 10 de Fevereiro de 1934. que casou em 23 de Fevereiro de 1963 com a  Dolores da Conceição (viúva, ainda viva); Ainda a Natália da Conceição, nascida a 1 de Outubro de 1937 e que casou em 27 de Janeiro de 1962 com Felisberto Rodrigues Moreira (já falecido). Esta Natália e Felisberto tiveram vários filhos nomeadamente a Fátima, a Adelaide, o Paulo e Pedro.

Ainda como filha de David e Francelina, a Laurinda da Conceição Azevedo, que nasceu em 6 de Junho de 1925 e que faleceu em 18 de Novembro de 2020. Casou em Guisande em 28 de Janeiro de 1945 com António Ferreira Alves, este nascido em 12 de Maio de 1925 e falecido em 24 de Março de 2011.

Este casal teve vários filhos, alguns dos quais o Aníbal Azevedo Alves, a Maria Fernanda, que está casada com o Eugénio Azevedo da Conceição, e ainda o António. 

Laurinda da Conceição Azevedo, filha de David Azevedo da Conceição e Francelina da Conceição


Ainda como filho do David da Conceição Azevedo, o Fernando Azevedo da Conceição, que nasceu a 18 de Outubro de 1930.

Retomando os filhos de António Caetano de Azevedo:

Justino da Conceição Azevedo (que aparece também como Justino Azevedo da Conceição), que nasceu a 15 de Fevereiro de 1898 (teve como padrinho seu tio Justino), e faleceu em 31 de Dezembro de 1945, que casou com com Rosa Gomes de Almeida, filha de Maria Gomes de Almeida, e tiveram os seguintes filhos:

David Azevedo da Conceição, que nasceu em 27 de Março de 1921 e que casou em 12 de Outubro de 1941, com Maria da Conceição Francisca da Costa. Tiveram os seguintes filhos: António, Joaquim, os gémeos Domingos e Eugénio, Maria Amélia, Maria Adelaide, Alzira e Maria Isaura. Como curiosidade, este David está dado como natural da freguesia de Gião, pelo que os seus pais nessa altura residiriam nessa freguesia. Faleceu em 25 de Outubro de 2016.

David Azevedo da Conceição nascido em 27 de Março de 1921 e falecido em 25 de Outubro de 2016


Maria Gomes da Conceição, que nasceu a 12 de Agosto de 1924. casou em 14 de Maio de 1955 com Joaquim Príamo Monteiro. Tiveram vários filhos, como a Felicidade, a Elisa, a Alcina, o Manuel e o António.

Rosária da Conceição Azevedo, que nasceu no dia 22 de Junho de 1924.

Laurinda Gomes da Conceição, primeira de nome, que nasceu a 17 de Janeiro de 1929. Faleceu menor em 25 de Maio de 1930.

António Azevedo da Conceição, nascido em 23 de Novembro de 1931 e falecido em 1 de Julho de 2017. casou em 1 de Setembro de 1963 com Idalina Rosa de Pinho.

António Azevedo da Conceição, nascido em 23 de Novembro de 1931 e falecido em 1 de Julho de 2017


Laurinda Gomes da Conceição, segunda de nome, que nasceu a 13 de Agosto de 1933 e faleceu em 5 de Setembro de 2016. 

Laurinda Gomes da Conceição, nascida a 13 de Agosto de 1933 e falecida em 5 de Setembro de 2016


Maria Rosa Gomes da Conceição, nascida a 25 de Setembro de 1939, ainda viva à data em que escrevo. Casou com 22 de Agosto de 1964 com António Ferreira da Costa. Tiveram como filhos o António, o Alberto e a Filomena.


Nota final: Os apontamentos aqui escritos, por dificuldades várias e escassez de documentos podem padecer de alguns erros ou imprecisões ou omissos quanto a alguns dados como datas, nomes de familiares e seus relacionamentos. Por conseguinte baseiam-se apenas no que foi pssível pesquisar. Quaisquer informações que possam servir para completar ou corrigir são bem-vindas.

19 de novembro de 2023

Joaquim Dias de Paiva (Pisco)

 


Em Março de 1993, para o jornal "O Mês de Guisande, entrevistei o saudoso Joaquim Dias de Paiva (Pisco),  que havia sido um alfaiate de renome e então vivia no lugar da Igreja. Ficamos nessa altura a saber um pouco da sua vida e da sua profissão. Passaram 30 anos sobre essa entrevista e fosse vivo o entrevistado teria 116 anos. Naturalmente que já faleceu, já há 20 anos, precisamente em  11 de Fevereiro de 2003.

Joaquim Dias de Paiva, nasceu em 24 de Setembro de 1906, sendo baptizado no dia 27 do mesmo mês e ano, tendo como padrinho Manuel de Pinho e Maria da Luz, do lugar do Viso, esta  minha avó paterna. Casou em 26 de maio de 1926 com Luzia Rosa de Jesus, de Nogueira da Regedoura. Faleceu em 11 de Fevereiro de 2003. Foi como atrás se disse, um exímio alfaiate. Viveu no lugar da Igreja, junto à ribeira. Deixou filhos e filhas, nomeadamente, como disse na entrevisata, o Joaquim, o António, a Maria, a Celeste, a Ermelinda e o José.
Alguns apontamentos sobre a família Dias de Paiva, podem ser consultados aqui.

6 de novembro de 2023

O 13

 


O 13 está associado ao azar, mas no caso é uma mera coincidência e a constatação do correr dos dias, dos anos, do tempo. Facto é que do grupo de boa gente aqui fotografada em 1989 aquando das Bodas de Ouro sacerdotais do então nosso pároco, Pe. Francisco, 13 já partiram, precisamente metade do grupo fotografado. Alguns deles em muito serviram a nossa comunidade. Que Deus os tenha a seu lado!

31 de outubro de 2023

Manuel Rodrigues de Paiva e o Guisande F.C.


Quando uma instituição celebra aniversário é comum recordar pessoas que já partiram e que a ela estiveram ligadas e ajudaram à sua fundação ou crescimento. Por conseguinte o aniversário é um momento e pretexto para fazer elogios e enaltecer figuras.

Mesmo sabendo desse lugar comum, também entendo cá para mim que neste dia em que o clube da nossa terra celebra 44 de vida oficial, é justo que se recorde certas figuras, algumas que felizmente ainda são vivas e andam por cá e outros que já deixaram de percorrer este caminho terreno.

Assim, desde logo, e porque no acto fundador encabeçou e foi o primeiro subscritor da escritura pública do Guisande Futebol Clube, conforme o atesta o recorte publicado ao fundo, trago à memória a figura e o papel do Manuel Rodrigues de Paiva, que faleceu em 27 de Janeiro de 2021 e que à data da constituição do clube, em  31 de Outubro de 1979, tinha apenas 36 anos, completando 37 apenas no mês seguinte, no dia 20, pois nasceu em Novembro de 1942.

Manuel Rodrigues de Paiva, apesar de natural da freguesia de Romariz, foi uma figura com relevante intervenção cívica na freguesia de Guisande, tendo sido dirigente e presidente do Guisande F.C., sendo, como atrás referi, uma das figuras marcantes na fundação oficial do clube e da construção do Campo de Jogos "Oliveira e Santos". Foi secretário da Junta de Freguesia de Guisande, depois das eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 1979, e ainda, em diferentes mandatos, elemento da Assembleia de Freguesia de Guisande, em representação do PSD e também da FJI - Força Jovem Independente no mandato de 1989/1993.

Como qualquer um de nós, a começar por mim, tinha alguns defeitos ou feitios que por vezes eram obstáculos para quem com ele colaborava, já que tantas vezes com a sua vontade de fazer depressa e avançar nas decisões e nas obras tinha tendência de contornar as etapas e não ter em conta o papel e a importância de quem tinha ao lado, isto, claro, na parte da sua intervenção cívica, abstendo-me de considerações fora dessa esfera.

Mas na sua intervenção de cidadania em Guisande tinha de facto esse voluntarismo. Mas se é certo que por vezes arrepiava caminho de forma mais ou menos unilateral, também é verdade que noutras tantas vezes se assim não fosse as coisas, as vontades e as obras não avançavam, à espera, tantas vezes, de quem não decidia. E dessa forma, por si ou bem ajudado, e outros mais velhos saberão disso melhor que eu, certo é que contribuiu para se fazer muitas coisas, porventura grandes demais para a pequena dimensão da freguesia. O Manuel Paiva tinha essa matriz, de pensar de forma objectiva e sempre para a frente. Foi nesse espírito que no plano pessoal foi sempre um homem de comércio e negócios bem sucedido, tendo até ficado com o apelido de "Manel do Negócio" e logo bem cedo na nossa terra quando instalou a pequena "Casa Notícia", ali no Largo de Casaldaça, no que era um pequeno espaço de garagem de um automóvel. 

Por tudo isto, pela sua forma de fazer as coisas no que diz respeito à freguesia, tinha de muitos  o justo reconhecimento do seu valor mas também alguns que tinham um entendimento diferente e pouco apreciadores desse estilo muito individualizado. Disso poderá falar bem melhor e com conhecimento de causa quem com ele directamente trabalhou, sobretudo no que diz respeito ao Guisande Futebol Clube. Nesse plano, apesar de termos tido sempre uma boa relação pessoal e de consideração mútuas, não tive a oportunidade de com ele trabalhar. Mas não foi por acaso que teve o papel que teve na vida do clube e se há várias outras figuras que também deram contributos valiosos, dedicados e resilientes, ninguém de boa fé, e sobretudo com o filtro do tempo, pode negar ou apoucar o papel e importância que teve o Manuel Rodrigues de Paiva na vida do Guisande Futebol, Clube, sobretudo nesses anos que remetem para a fundação e para as obras do actual campo de jogos e da sua consolidação.

Deste modo, sem esquecer outras importantes figuras que tanto deram ao clube, como directores, sócios e atletas, parece-me justo trazer hoje e aqui à memória a figura do Manuel Rodrigues de Paiva.


Já agora e a propósito da data, relembro aqui os subscritores da escritura de fundação do Guisande F.C. em 31 de Outubro de 1979:

Assinaram Manuel Rodrigues de Paiva, Júlio César dos Santos Alves, José Pires de Almeida Saraiva, Elísio Elísio Alcino Ferreira dos Santos, António de Oliveira Bastos, José de Almeida Peixoto, Valdemar Ferreira de Pinho, Domingos da Conceição Lopes e Elísio Gomes da Mota.

Certamente que poderiam fazer parte do grupo de subscritores nesta escritura outras figuras importantes no clube, mas não constam apenas porque na data ou estariam ausentes ou impossibilitados por outros motivos. Isto para salientar que há nomes que tiveram igual ou maior importância na vontade e acto fundador do nosso clube mesmo que não constem no documento. De resto, dos que assinaram, até vejo ali um ou outro cujo papel ao serviço do clube terá sido meramente circunstancial e sem qualquer relevo na vida e obra do clube. Seja como for, constam do momento e do documento e a história por vezes também se faz destas circunstâncias mesmo que na prática tenham tido pouca relevância no fundamento.

22 de outubro de 2023

A Sr.ª Iria e o Pe. José Oliveira

 



Decorreu na manhã deste Domingo, 22 de Outubro, o funeral da Iria Santos da Conceição. Foi uma longa vida (96 anos) que teve a graça de receber de Deus.

Pela data e horário, esperava eu que fosse mais participado pela comunidade. Talvez por ser de poucos conhecida (excepto os mais velhos) e por há longos anos viver em Lisboa.

Pessoalmente também não gosto de funerais, por razões óbvias, porque de pesar e tristeza, seja pela partida mais ou menos esperada ou inesperada de familiares ou de gente nossa, da nossa comunidade.

Assim, até por razões de trabalho e com os horários dos funerais pouco adequados a quem tem horários e compromissos de emprego, também não participo em todos mesmo que de uma forma ou outra, procure transmitir os sentimentos aos familiares, sobretudo aos mais chegados.

Apesar disso, e sem qualquer ponta de moralismo, porque sou fraco exemplo, verifico que para além dos mais velhos da nossa comunidade, e dos familiares por razões óbvias, nos funerais na nossa comunidade quase não se vê a participação de jovens ou mesmo adultos na casa dos 35/50 anos. Ora se em dias de semana há uma natural justificação, já em dias de fins de semana, sábados e domingos, a razão é menos válida.

Claro que cada um faz como quer e nestas coisas em nada somos obrigados. Liberdade acima de tudo. Mas se entendemos a participação num funeral como um gesto de solidariedade fraterna para com gente da nossa comunidade, em momentos de dor, perda e tristeza, então neste aspecto, no geral estamos a ser pouco solidários e participativos. Ainda não é caso para tanto, mas a este ritmo, não tardará que as cerimónias de exéquias sejam só participadas por familiares e um ou outro amigo mais chegado, dos falecidos ou dos familiares.

Em todo o caso, em Guisande, mesmo havendo notoriamente gente que não vai a funerais, no geral ainda são bastante participados no que denota ainda um espírito positivo de fraternidade comunitária, respeito e solidariedade pelos seus elementos.

Quanto à Sr.ª Iria, conversei com ela pessoalmente umas três ou quatro vezes, algumas por telefone e quem a conhecia sabe que tinha a tendência de nos prender e de um assunto simples falava-se largos minutos.

Das duas últimas vezes que falamos, uma por telefone e outra pessoalmente, como então eu fazia parte da Junta da União de Freguesias, confessou-me que gostaria de ver atribuída à actual Rua dos Quatro-Caminhos, da Gândara ao lugar de Azevedo, o nome do Pe. José Oliveira, por ter ele nascido ali no lugar da Gândara, bem ao lado do caminho que hoje é a tal rua.

Pela minha parte considerei a proposta e até disse que achava muito bem, já que o Pe. Oliveira foi uma figura notável da freguesia, mesmo que desconhecida para as actuais gerações. Na altura, como mero vogal sem quaisquer competências, transmiti o assunto ao presidente que, alegando dificuldades e transtornos na mudança, não mostrou interesse. Poderia, pelo menos, ter tentado e promovido a consulta aos moradores, que com legitimidade poderiam ou não concordar com a mudança e aceitar ou não os inconvenientes dela, nomeadamente pela actualização de dados de morada em diferentes instituições. Ficou, pois, por concretizar essa possibilidade e vontade proposta pela Sr. ª Iria e que, também concordando eu com ela, de algum modo seria de justiça por relembrarmos o nome, vida e obra do Pe. José Oliveira, um filho da terra, gente nossa.

Nunca é tarde, seja pelo nome da rua ou por outra iniciativa, para dar destaque a essa figura nascida no lugar da Gândara.

Mas, em abono da verdade, fica aqui partilhada essa vontade manifestada de forma interessada pela Sr. Iria. Mesmo que não tivesse sido concretizada, da sua proposta e vontade saberá disso, estou certo, o Pe. Oliveira.

Que Deus a guarde!


20 de outubro de 2023

Fotos com história


20 de Agosto de 1962 - Passam hoje 61 anos sobre o registo desta fotografia.

Da Sr.ª Lúcia, sobra a saudade. Que Deus a tenha! Do Ti Alcino, ainda por cá na caminhada da vida. Permitir-me-à que partilhe um momento que certamente foi de felicidade para ambos, então jovens, acabados de casar. Foi em 20 de Outubro de 1962, num Outono soalheiro. Por esses dias, estava eu a espernear,  para ver a luz dali a poucos dias.

Não deixa de ser curioso que o Ti Alcino esteja a abrir a porta do carrão conduzido pelo saudoso Ti Elísio Santos, que os aguardava, sabendo-se que na sua profissão, como ajudante de motorista e revisor da empresa de transportes de passageiros "Feirense", tenha, pode-se dizer, levado a vida a abrir as portas  a senhoras, como bom profissional e cavalheiro. Até mesmo nos muitos passeios de autocarro que organizou, ajudou tantas vezes a abrir as portas dos fundos para o assalto aos farnéis.

Gente nossa. Gente boa!

15 de outubro de 2023

A ilustre Casa da Quintão


Não sabemos e creio que em rigor ninguém saberá ao certo a origem da Casa da Quintão, no lugar do Outeiro aqui na freguesia de Guisande, porque mais que as casas que em determinada altura são edificadas, há por detrás delas a origem das famílias e esta muitas vezes tem raízes bem mais remotas no tempo.

À falta desse ponto de origem, no que seria a nascente mais profunda, comecemos pelo menos pela figura de Custódio António de Pinho, que sabemos que ali pelo final do séc. XIX foi o seu principal proprietário e que desse ramo se originou muita gente até aos dias de hoje e ainda por Guisande com vários descendentes. Desde logo, no portão principal de acesso ao que era então toda a vasta quinta, ainda lá está a inscrição do nome e data: "CUSTÓDIO A. DE PINHO - 1881".

Tenho para mim, todavia, que antes das obras que terão dado lugar à colocação do portão a assinalar o proprietário e data, existiriam já construções muito mais antigas e que depois terão sido ampliadas e melhoradas à altura da importância do proprietário e da sua abastada casa e quinta. 


Custódio António de Pinho nasceu em 21 de Fevereiro de 1846 no lugar do Outeiro, freguesia de Guisande. Era filho de Manuel António de Pinho e Maria Rosa de Jesus. Era neto paterno de Manuel António de Pinho e Josefa Francisca de Sá (do lugar de Vila seca - Louredo) e neto materno de António Fernandes e Maria Luíza (de Azevedo - S. Jorge). Faleceu em 7 de Fevereiro de 1926.

Foi baptizado em Guisande no dia 28 do mesmo mês e ano. Teve como padrinhos de baptismo o Pe. Rodrigo António Pereira de Vabo Sá Coutinho (de Barcelos) com procuração a José Martins de Sá (de Duas Igrejas) e Ana Maria (do lugar de Carvalhas - Vale). Foi testemunha um Januário, criado do pai do baptizado, o qual também teve um filho de nome Custódio, nascido no dia 1 de Maio de 1859 e cujo padrinho foi o próprio Custódio António de Pinho, apesar de na altura só ter 10 anos.

Este criado da Casa da Quintão, Januário José de Oliveira era casado com Maria Fernandes, sendo filho de Manuel de Oliveira e de Mariana Gomes (de Tozeiro - Louredo). A sua esposa era filha de  António José Fernandes e Fabiana Alves (de Azevedo - S. Jorge). 

O padrinho de baptismo de Custódio António de Pinho, o reverendo Pe. Rodrigo António Pereira do Vabo de Sá Coutinho, da vila de Barcelos, faleceu com 83 anos em 22 de Janeiro de 1880, na rua da Madalena, em Barcelos. Creio que a ligação ao baptizado se prende à família Sá da avó materna, de Vila Seca - Louredo. Em todo caso, tendo em conta a sua qualidade de sacerdote atesta de algum modo da importância social das famílias envolvidas neste nascimento do Custódio António de Pinho.

Custódio António de Pinho casou em 4 de Setembro de 1869, por isso com 23 anos de idade, com Joaquina Maria Baptista de Jesus (do lugar da Quintã da freguesia de Lobão), filha de Manuel Caetano Cardoso e Maria Rosa da Mota. Foram testemunhas o Pe. José Ferreira Coelho e o irmão da noiva, Manuel Caetano Cardoso Baptista. A cerimónia decorreu na Sé Catedral do Porto. A esposa de Custódio António de Pinho faleceu em 3 de Novembro de 1923 com 80 anos de idade. Por sua vez, Custódio António de Pinho faleceu viúvo em 7 de Fevereiro de 1926, também com 80 anos de idade.

Do assento de casamento de Custódio e Joaquina Maria, escrito pelo pároco de então, o abade Manuel Ferreira Pinto, supreende que o mesmo se resuma literamente a nove linhas sendo que os anteriores e posteriores assentos têm o triplo disso. Presumo que por ser apenas uma curta referência já que o assento completo poderia ficar agregado à Sé Catedral, onde se realizou a cerimónia.

Do que consegui apurar, este Custódio António de Pinho teve uma irmã, a Custódia, nascida a 13 de Janeiro de 1839, por isso mais velha. Até ao momento não consegui pesquisar descendência desta ou se a teve.

Custódio António de Pinho teve vários filhos e filhas, dos quais consegui apurar:

Maria, nascida a 17 de Novembro de 1869 (pela idade de nascimento desta que terá sido a primeira filha, constata-se que a esposa de Custódio António Baptista de Pinho casou grávida de quase 7 meses). Faleceu esta Maria em 21 de Novembro de 1871, por isso com apenas 2 anos de idade. No assento de óbito indica 3 anos de idade, pelo que está errado.

Manuel Baptista de Pinho, nascido em 4 de Abril de 1871. Faleceu menor, com cinco meses, em 29 de Setembro de 1871.

Custódia de Pinho Baptista, nascida em 19 de Setembro de 1873. Faleceu com 21 anos em 13 de Outubro de 1894.

Ermelinda, nascida em 4 de Março de 1876.

Esta Ermelinda casou  com Manuel Inácio da Costa Silva Júnior, de Pigeiros, em 19 de Julho de 1898 Este Manuel Inácio era neto paterno de Manuel Inácio da Costa e Silva e de Margarida Henriques de Jesus (esta de Romariz), tendo falecido em 13 de Dezembro de 1962.

Ermelinda e Manuel Inácio foram pais de Joaquim Inácio da Costa e Silva, o qual  em 18 de Fevereiro de 1943 veio a casar com Laurinda Resende Moreira, da Casa do Moreira do lugar da Igreja - Guisande, conhecida como D. Laurindinha e de cuja família já aqui publicamos apontamentos. 

António Baptista de Pinho, nascido em 18 de Março de 1877. 

Este António casou com Madalena Fontes de Oliveira, natural do Vale, em 6 de Agosto de 1937, por isso tardiamente, já com 60 anos. Faleceu em 7 de Fevereiro de 1950. A Madalena, a esposa deste António Baptista de Pinho, nasceu em 25 de Janeiro de 1901, por isso mais nova 24 anos que o marido. Era filha de António Francisco de Oliveira e de Ana Ferreira de Fontes, esta natural de Romariz. Era neta paterna de Domingos Francisco de Oliveira e de Rosa Maria de Oliveira e neta materna de Manuel Ferreira de Fontes e de Ana dos Santos. Faleceu em 29 de Maio de 1984, com 83 anos de idade, sobrevivendo ao marido por cerca de 34 anos.

António e Madalena tiveram 3 filhos: O Custódio, já falecido, a  Isabel, professora primária, que ainda vive na freguesia do Vale e o Pe. Eugénio, que ainda vive e é pároco da freguesia de Louredo, onde habita.

Bernardo Baptista de Pinho, primeiro de nome, nascido a 25 de Março de 1878.

Maria, nascida em 24 de Abril de 1879, segunda de nome pelo que à data do seu nascimento havia falecido a primeira de nome.

Bernardo Baptista de Pinho, segundo de nome, nascido em 13 de Julho de 1880.

Maria, nascida em 23 de Fevereiro de 1882, terceira de nome pelo que antes do seu nascimento faleceram as anteriores irmãs com o mesmo nome.

Joaquim Baptista de Pinho, nascido em 24 de Fevereiro de 1883.

Joaquim Baptista de Pinho, segundo de nome, nascido a 10 de Junho de 1884.

Custódio Baptista de Pinho, primeiro de nome.

Custódio Baptista de Pinho, segundo de nome, nascido em 24 de Setembro de 1885. 

Este Custódio dos bens dos pais terá sido o herdeiro da própria Casa da Quintão. Casou com Maria Gomes da Costa (da freguesia do Vale), filha de António Pereira da Costa e de Ermelinda Gomes de Jesus. Desta ficou viúvo em 15 de Agosto de 1928, quando a esposa tinha 44 anos, pelo que casou em segundas núpcias em 25 de Novembro de 1933 com Margarida Gomes de Oliveira, de 41 anos, filha de Tomázia Gomes de Oliveira 

Este Custódio Baptista de Pinho teve vários filhos e filhas dos quais consegui apurar:

Abel, do primeiro casamento de seu pai, nascido em 5 de Setembro de 1909. Casou com Eugénia de Castro Cochofel Montenegro (de Souselo - Cinfães) e passou a viver em Burgo - Arouca. Ficou viúvo da sua esposa em 4 de Dezembro de 1960. casou em segundas núpcias com Ernestina da Conceição Rocha, de 51 anos, em 30 de Janeiro de 1961. Faleceu em 9 de Fevereiro de 1990 em Burgo - Arouca.

Maria da Anunciação da Costa e Pinho, nasceu a 6 de Agosto de 1911. Veio a casar comAntónio Alves Santiago da Casa Santiago do lugar das Quintães, outra ilustre casa  e família da nossa freguesia. Teve o casal vários filhos de entre os quais o Custódio, nascido a 8 de Setembro de 1930 e falecido em Fevereiro de 2017, a Margarida Elsa, nascida a 8 de Novembro de 1931 e falecida em Setembro de 2019, a Maria Idília, nascida a 13 de Outubro de 1932, a Eugénia, nascida em 13 de Setembro de 1933, o Joaquim, primeiro de nome, nascido a 8 de Outubro de 1934, a Miquelina da Conceição, nascida a 30 de Outubro de 1936, o Joaquim, segundo de nome, nascido a 15 de Janeiro de 1939  e falecido a 13 de Janeiro de 2022, o José, nascido a 18 de Março de 1942 e que casou em Palmaz com Jerónima Gomes de Sousa Pinho,  a Maria, o  Pe. António,  a Isaura, nascida em 18 de Dezembro de 1949 e o Alberto. 

Idília Augusta, nascida a 26 de Fevereiro de 1913. Casou em Louredo com Américo Moutinho.

Laura Cristina, nasceu a 21 de Maio de 1914. 

Custódio Baptista da Costa Pinho, nasceu a 3 de Julho de 1916. Casou com Maria Amélia Gomes da Silva. De filhos pesquisei o António Gomes da Silva Pinho, nascido a 13 de Dezembro de 1950 e a Maria Isabel nascida em 18 de Dezembro de 1952 e que casou em Lourosa com Alberto Pereira da Silva.

Maria Idília Gomes de Pinho, filha da segunda esposa (Margarida Gomes de Oliveira), que nasceu a 21 de Setembro de 1934.  Teve como madrinha de baptismo a sua meia irmã Idília Augusta. Veio a casar com o António Ribeiro da Silva (Ti António do Canto) em 19 de Janeiro de 1957. Tiveram vários filhos como a Maria do Carmo, esposa do José de Almeida Peixoto, a Maria de Fátima, esposa do Fernando Rodrigues, o Custódio, a Alda e o Américo Eugénio. O António Ribeiro da Silva nasceu emm 28 de Agosto de 1931 e faleceu viúvo em 14 de Julho de 2022. A Maria Idília faleceu em 01 de Maio de 2015.

Bernardo Baptista de Pinho, terceiro de nome, nascido a 25 de Março de 1888.

Não consegui apurar se houve ou não mais filhos de Custódio António de Pinho, sendo que pelo número e hiato de tempo entre o primeiro e último filho que consegui pesquisar (19 anos), será de presumir que não houve mais, e não foram poucos, incluindo os que pelo meio faleceram.

A Casa da Quintão:

Quanto à casa propriamente dita, é na actualidade uma triste e desolada figura do que foi no passado. Como resultado das partilhas entre os muitos filhos e depois netos, foi dividida a quinta e mesmo a casa passou a ter vários donos e encontra-se desde há muito em estado de pouco mais que uma ruína.. Por motivo do seu fraccionamento por vários herdeiros, fizeram-se ali intervenções que só a descaracterizaram. No terreno entre a estrada e a casa, antigamente com um alto muro à face do velho caminho, construíram-se duas casas e ficou assim ali relegada para uma posição modesta, quase escondida.

Conforme se vê pela imagem abaixo, a casa é sensivelmente de formato quadrangular com um pátio central aberto e existe do lado sudoeste um conjunto de edificações que teriam funções complementares, de habitação de criados e de arrumos e onde se encontrava lagar e prensa de uvas. Do antigo caminho que ladeava a quinta pelo lado nascente, do lado mais a sul abre-se um portão que conduz por uma curta alameda outrora coberta por ramada de videiras até à casa.

Do lado noroeste existe espigueiro com ampla eira e aprópria casa-da-eira e dispõe de acesso para um caminho do lado norte e que há anos foi transformado em rua a que agora se chama de Rua da Quintão, embora, erradamente, apereça na foto abaixo como Quintães.

Dispunha ainda a quinta de moinho, tranques vários, etc. De facto uma ampla e rica quinta que por todo um conjunto de situações, contextos e vicissitudes é hoje apenas um triste vislumbre do que já foi nos seus melhores tempos.



Vista aéra da Casa da Quintão

Foi pena que entre os diferentes herdeiros não resultasse um sentido comum de preservação, como tem acontecido noutras importantes casas. Veja-se que a casa do Dr. Inácio, no lugar da Igreja, continua ainda como uma unidade entre os diferentes herdeiros. 

A antiga e ilustre Casa da Quintão hoje poderia ser um belo espaço tipo hotel de turismo rural ou espaço de realização de eventos. Não lhe faltavam argumentos e peso da história.

Infelizmente as coisas são como são e não é caso único. O que não falta por aí são tristes amostras de passados ilustres de casas de lavradores abastados, solares e palacetes em ruínas. Até mesmo em Guisande pois, infelizmente, a casa de meus avôs paternos e agora parte do que herdou o meu pai, é um outro triste exemplo de que o fraccionamento por vários herdeiros de casas antigas só concorre para as dificuldades de obras de requalificação, ou simplesmente de conservação, porque dependentes de vontades e disponibilidades das partes o que nem sempre resulta e tantas vezes motivos de diferendos.

Por parte das entidades locais e nacionais também nunca houve políticas sérias que promovessem a salvaguarda, preservação e valorização deste tipo património arquitectónico rural. Muitas vezes classificam imóveis ou património de interesse nacional ou local, é certo, mas quanto a apoio concreto, traduz-se em nada, em zero ao quadrado. Tal classificação, porque é restritiva e sem soluções, é tantas vezes o motivo primeiro da degradação e da ruína deste tipo de edifícios. Por conseguinte há uma culpa e responsabilização colectiva.

Há algum tempo a casa e a quinta, ou o que restam delas, estavam a ser promovidas em sítios de vendas. Esperemos que o conjunto do que resta venha a ser vendido e adquirido por alguém com capacidade e bons propósitos quanto ao aproveitamento  das suas capcidades e respeito pelo seu passado.






Vista actual do portão de acesso à Casa da Quintão


Canastro (espigueiro) e casa da eira com vista do lado norte
 
Nota: As imagens abaixo foram copiadas de sítios de promoção de venda de imóveis, publicadas de forma pública.
 















Nota final: Os apontamentos aqui escritos, por dificuldades várias e escassez de documentos podem padecer de alguns erros ou imprecisões ou omissos quanto a alguns dados como nomes de familiares e datas. Por conseguinte baseiam-se apenas no que foi pssível pesquisar. Quaisquer informações que possam servir para completar ou corrigir são bem-vindas.