Mostrar mensagens com a etiqueta Gente Nossa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Gente Nossa. Mostrar todas as mensagens

15 de agosto de 2024

Padre José de Almeida Campos, Linhares, Almeidas e Coelhos, entre outros


Muitos de nós, sobretudo os mais velhos, já terão ouvido falar de que o Pe. José de Almeida Campos, pároco que foi da grande freguesia de Fiães, tem raízes familiares em Guisande, concretamente no lugar da Barrosa.  De facto assim é.

José de Almeida Campos é ainda vivo, tendo nascido em 8 de Junho de 1941, por isso com 83 anos de idade.

Foi ordenado sacerdote em 2 de Agosto de 1964 e foi pároco de Fiães desde 1980 até há poucos anos, tendo sido substituído pelo actual pároco, Pe. António Manuel dos Santos Martins, nascido em 13 de Junho de 1965 e com ordenação em 28 de Fevereiro de 1993 e que acumula a paroquialidade da freguesia e paróquia de S. Martinho de Argoncilhe.

Apesar da sua relação familiar com Guisande, o Pe. José de Almeida Campos, não nasceu cá nem em Fiães, como se poderia supor, mas sim em Pindelo, concelho de Oliveira de Azeméis.

Em rigor, o Pe. José de Almeida Campos, pela parte da mãe, é descendente da família Linhares. Então vejamos.

Era filho de Maria Madalena Ferreira de Almeida, que nasceu em 9 de Abril de 1915 e que casou em 14 de Setembro de 1940 com José de Oliveira Campos.

Esta Maria Madalena, entre outros, era irmã da Teresa da Conceição Ferreira de Almeida, nascida em 1 de Março de 1913, que casando com José Ferreira Cardoso foram pais de gente nossa conhecida, com a alcunha de “os Botas”, como o Sr. Mário Cardoso, o Narciso (falecido), a Margarida e a Maria Lúcia.

Era ainda irmã da Maria Madalena a Baptistina, que casou com Óscar Ferreira de Sousa e tiveram dois filhos, o José Fernando e o Domingos, este que vive na casa que era dos pais e dos avôs.

Era ainda irmão da Maria Madalena um Raimundo. Era ainda irmão da Maria Madalena, o Justino Ferreira de Almeida que casou com a Adelina “do Grilo” e tiveram vários filhos, gente nossa conhecida, como a Maria Zélia, viúva que ficou do Albero Gomes de Almeida, a Maria Eugénia, a Maria Alice, o António Albino, o José Fernando e o Raimundo Ferreira de Almeida, viúvo, serralheiro, que mora no lugar da Barrosa.

A Maria Madalena, mãe do Pe. José de Almeida Campos, e todos os seus irmãos atrás referidos, era filha de Joaquina Ferreira Linhares, nascida em 7 de Junho de 1880 e que casou em 22 de Fevereiro de 1906 com Domingos Ferreira de Almeida.

Por sua vez, a Joaquina Ferreira Linhares era filha de Margarida Ferreira Linhares, nascida em 26 de Julho de 1846 e que casou com José Gomes de Almeida, este de ascendência da família que deu origem à casa do Loureiro.

A Joaquina Ferreira Linhares teve outros irmãos, como a Ana Ferreira Linhares, a partir da qual e do seu casamento com Rufino da Silva Santos teve vários filhos como o Delfim que casando com a Dorinda Rocha, que ficou com a alcunha de “a Buraca” foram pais de vários filhos como o Albino, a Maria Eugénia, o António, o Delfim, a Silvina, o Domingos, o Fernando, o Rufino, pai do Carlos Almeida e o Marindo, pai do Johnny Almeida.

- Dos irmãos de Joaquina Ferreira Linhares, ainda a Teresa Ferreira de Almeida que casou com Joaquim Ferreira Coelho, tendo estes sido os pais do Joaquim Ferreira Coelho que casou com a Cristina Amélia dos Santos, ainda o José Coelho Gomes de Almeida (Zé do Coelho) e o Abel Lafaiete.

Por sua vez a Margarida Ferreira Linhares, mãe da Joaquina Ferreira Linhares, era filha de José Custódio Linhares que casou com Maria Joaquina da Costa. Esta Margarida Ferreira Linhares teve vários irmãos, entre os quais o Joaquim Custódio Linhares, nascido em 27 de Setembro de 1834, que casou com Margarida Gomes e que entre outros filhos foram pais de Manuel Ferreira Linhares, falecido em 26 de Julho de 1956 e que casou com Olívia Margarida dos Santos, falecida em 4 de Junho de 1958 e que tiveram filhos entre os quais o António Ferreira Linhares que casou com Rosa Ferreira de Castro e que tiveram vários filhos, alguns ainda vivos, como a Sr. Rosa do Linhares que vive em Casaldaça, esposa do Fernando de Oliveira Pinho e mãe do Fernando e do Valdemar. Ainda o Manuel, conhecido como “o Capitão”, que era casado com a Angelina do “Neto”, da Barrosa, ainda a Margarida Maria, a Maria Margarida, a Maria Adelaide, esta que casou com o Manuel de Almeida Azevedo e que tiveram filhos como o Manuel (do Talho Frescar, na Pereirada), o António e o José Carlos. Ainda a Maria Laura, ainda viva e moradora no lugar da Pereirada, mãe do Nuno, da Cecília e da Susete.

Como se vê, o Pe. José de Almeida Campos tem raízes familiares em Guisande e cujos ramos são vários e numerosos e produziram muita gente, muitos, mesmos dos mais velhos, ainda vivos e moradores em Guisande.

Como atrás referi, toda esta família ascende à origem da família Linhares na nossa freguesia que até onde consegui pesquisar, foi até ao atrás referido José Custódio Linhares, do lugar de Casaldaça, que casou com a Maria Joaquina da Costa. Por sua vez, subindo na árvore genealógica, este José Custódio era filho de José Custódio, do lugar da Lama, e de Maria Joana de Jesus. Por sua vez este José Custódio (pai), era filho de Joaquim Pinto Ferreira e de Maria Pinta. Por sua vez este Joaquim Pinto Ferreira era filho de Pedro Ferreira e Maria Pinta.

Pesquisar mais nomes, andar para trás no tempo, é missão quase impossível pois como se percebe os próprios apelidos não têm continuidade e perdem-se. Mesmo o apelido Linhares só aparece com o José Custódio (filho) e mesmo assim apenas num documento, já que nos demais apenas aparece escrito como José Custódio.

Claro está que toda esta família dos Linhares é mais vasta e com vários ramos já que o referido José Custódio (filho) teve vários irmãos e vários filhos para além dos aqui mencionados.

Fica, pois, este resumo que já diz muito do passado e presente das respectivas famílias que se entroncam ou entrecruzam.

5 de julho de 2024

D. Laurinda da Conceição - A LIAM e outros apontamentos

 


Laurinda Gomes da Conceição, segunda filha de nome, que nasceu a 13 de Agosto de 1933 e faleceu em 5 de Setembro de 2016.

Era filha de Justino da Conceição Azevedo e Rosa Gomes de Almeida.

Este Justino nasceu a 15 de Fevereiro de 1898 e faleceu em 31 de Dezembro de 1945.Tinha, pois, a Laurinda 12 anos quando faleceu o pai.

A Laurinda teve vários irmãos, nomeadamente:

David Azevedo da Conceição, que nasceu em 27 de Março de 1921 e que casou em 12 de Outubro de 1941, com Maria da Conceição Francisca da Costa;

Maria Gomes da Conceição, que nasceu a 12 de Agosto de 1924. casou em 14 de Maio de 1955 com Joaquim Príamo Monteiro;

Laurinda Gomes da Conceição, primeira de nome, que nasceu a 17 de Janeiro de 1929. Faleceu menor em 25 de Maio de 1930.

António Azevedo da Conceição, nascido em 23 de Novembro de 1931 e falecido em 1 de Julho de 2017. casou em 1 de Setembro de 1963 com Idalina Rosa de Pinho;

Maria Rosa Gomes da Conceição, nascida a 25 de Setembro de 1939, ainda viva à data em que escrevo. Casou com 22 de Agosto de 1964 com António Ferreira da Costa.Está ainda viva.

Toda esta gente eram meus parentes por parte do ramo de minha mãe já que a sua avó, por isso minha bisavó, Margarida da Conceição, era filha de António Caetano de Azevedo, carpinteiro de profissão, e de Maria Gomes da Conceição, costureira, moradores no lugar das Quintães, que por sua vez também eram pais do Justino da Conceição Azevedo, que por sua vez era o pai da D. Laurinda. Logo o pai de D. Laurinda era irmão da minha bisavó materna.


Na imagem acima, vemos o simples monumento dedicado ao Imaculado Coração de Maria, localizado ao fundo do Monte do Viso, obra levada a cabo pelo núcleo da LIAM - Liga Intensificadora da Acção Missionária e sobretudo pela sua então presidente ou orientadora, a D. Laurinda Gomes da Conceição.

O monumento teve o seu início no ano de 2002 e terminou por 2003. A obra contou com ofertas de muitas pessoas, em dinheiro e materiais e com apuramento de várias iniciativas da LIAM.

A D. Laurinda, como ficou dito, faleceu em 5 de Setembro de 2016. Durante vários anos foi presidente/orientadora do grupo da LIAM, cargo que em Maio de 2004 transmitiu à Lurdes Lopes. Foi desde nova uma figura dedicada às causas dos missionários do Espírito Santo e por isso a sua ligação à LIAM foi sempre de muito empenho e com grande sentido de missão.

Pessoalmente, por volta de 2001, tive a oportunidade de pertencer ao grupo, e durante vários anos, e em muitas vezes e circunstâncias pediu-me colaboração a D. Laurinda, nomeadamente quando se propôs a construir este simples mas interessante monumento. Para o efeito realizei o levantamento topográfico do monte e do local onde se implantou, com a devida autorização da Junta de Freguesia, e esbocei o projecto.

Em rigor, por alguma simplificação e por poupança de custos, acabaram por ser modificadas algumas ideias da projecto original, nomeadamente a inclusão na parte de trás de um semi-círculo com função de banco de descanso e de oração. Previa também um pouco mais de elevação da plataforma de modo a que na frente fossem mais os degraus e se garantisse uma simetria na forma. 

A adaptação não foi do meu agrado, mas quando dela dei conta, porque já consumada, não fiz disso uma questão. É certo que teria sido mais interessante respeitar a forma pensada e projectada, mas foi o que foi e num sentido geral respeitaram-se algumas coisas. Todavia, é velho o hábito dos construtores fazerem tábua rasa dos projectos e fazerem as coisas à sua maneira.

Para além de outras actividades, e recordo-me dos seus passeios convívio, a passagem de ano do milénio, de 1999 para 2000, e ainda a publicação do boletim mensal "Janela Aberta", que mais tarde, no tempo do Pe. Arnaldo Farinha, seria retomado como boletim dominical da paróquia.

Há alguns anos, antes de falecer, a D. Laurinda entregou-me um molho de papéis vários, inlcuindo alguns resumos da sua actividade na LIAM bem como as contas tidas com a construção do monumento, escritas pela sua mão, com vários erros, como humildemente reconhecia, mas que mesmo sem um grande rigor nos dá uma ideia dos respectivos custos e origens das receitas. Considero-os elementos já com algum interesse documental, pelo que partilho aqui.



Num sentido geral fica-mos a perceber que houve contributos provenientes de peditórios feitos na maior parte dos lugares da freguesia, ainda ofertas da maior parte dos materiais, como pedra e cimento, ainda tijoleira e granito, bem como de carretos e mão-de-obra tanto de pedreiro como de trolha.

O elemento principal do monumento, a imagem do Sagrado Coração de Maria custou 1.752,00 euros. A imagem e o monumento tiveram a sua benção pelo Pe. Domingos Moreira, sendo que que não obtive a dat certa mas naturalmente terá sido em 2003. 

Entre vários nomes mencionados nesta campanha do monumento, é salientado o empenho do saudoso José Coelho que em muito ajudou a obra e a D. Laurinda nas suas acções.

A todos estes nomes, embora de forma anónima, a D. Laurinda quis deixar uma nota, com a inscrição alusiva à autoria da obra, com a designação de "LIAM e BENFEITORES - 2003".





Nesse molho de papéis que me deixou a D. Laurinda, partilho um recorte onde justifica a entrega dos mesmos, chamando-lhe "testamento", pedindo-me para aproveitar alguma coisa para "recordação" ou então, "para deitar fora". É claro que não deitei fora como, pelo contrário, guardei e guardo com todo o respeito e consideração. Para muitos é um simples papel com uma escrita com vários erros mas para mim, e para o historial da LIAM, tem muito valor e mais terá com o passar dos anos.
Parece que foi há meia dúzia deles mas na realidade passaram já mais de vinte anos..

Por tudo isto, por este legado, mas por toda a dedicação que a D. Laurinda Gomes da Conceição teve para com a LIAM e para com a nossa paróquia, é de justiça que se lhe faça esta referência e memória e se evoque a sua figura.
Dos fracos não reza a História mas dos que temos como bons, e não são muitos, importa tê-los vivos nas nossas melhores memórias. 

Por tudo, obrigado à D. Laurinda, uma senhora, e que Deus a tenha à sua sombra bem como Maria, a tenha também como filha querida que à sua devoção tanto dedicou.



A seguir, a partilha de alguns elementos do projecto e levantamento topográfico, que naturalmente fiz sem qualquer custo, apenas por vontade e gosto..




Abaixo, imagens do boletim "Janela Aberta" que a LIAM publicou a partir de Janeiro de 2001, ano jubilar, e que durou alguns anos. A distribuição era gratuita mas aberta à oferta do que os leitores quisessem dar.
Como atrás ficou dito, mais tarde, no tempo do Pe. Arnaldo Farinha, o título foi aproveitado para o boletim dominical que com a minha colaboração (redacção, grafismo e impressão) se manteve durante alguns anos.


5 de abril de 2024

Compasso Pascal em 1993

 


Foto do Compasso Pascal em 1993 - Juiz da Cruz foi o José Alves da Costa, da Barrosa, da Casa do Loureiro. Aqui em casa do Ti Manuel "da Joana".

18 de março de 2024

Maria Celeste da Conceição Guedes - Mulher centenária



Maria Celeste da Conceição Guedes, nasceu no dia 18 de Março de 1924, no lugar da Leira da nossa freguesia de Guisande. Está pois, neste dia de hoje, de parabéns, porque a celebrar o seu 100.º aniversário, no que certamente é um motivo de alegria para ela própria, para as filhas e todos os seus familiares..

A Maria Celeste é filha de António Augusto Guedes e de Maria da Conceição, da Casa do Ferreiro, da Leira.

É neta paterna de Manuel Augusto Guedes e de Rosa Gomes da Silva.

É neta materna de Bernardino Caetano de Azevedo e de Clemência Rosa.

Teve como padrinho de baptismo o seu tio paterno Pe. Delfim Augusto Guedes, o qual paroquiou S. Vicente de Louredo, Santa Eulália de Sanguedo e Santo André de Escariz, em cujo cemitério local está sepultado.

A Maria Celeste casou em 17 de Agosto de 1946 com Manuel Fernandes Coelho, falecido em 20 de Março de 1973 quando tinha apenas 50 anos de idade.

Tiveram várias filhas, de que me recordo a Odete, a Conceição, a Deolinda, a Rosa (com quem cheguei a trabalhar), a Jerónima, a Manuela e a Celeste. Não sendo caso único, é, todavia, e de algum modo, pouco vulgar um número tão grande (sete) de apenas raparigas.

100 anos representam uma longa vida que faz dela a mulher e mesmo a pessoa mais velha da nossa freguesia, já que o homem que até há pouco detinha o estatuto do mais velho, o meu tio Neca Almeida, do Viso, faleceu em meados de Fevereiro depois de ter celebrado o centenário em Outubro passado.

A Maria Celeste tem ainda a sua irmã Palmira, no lugar da Gândara, também ainda viva e a caminho do centenário, que dizem estar bem de saúde apesar de cega há já vários anos. Que Deus também a conserve se for essa a Sua vontade.

Por tudo, pela sua longa vida e família que constituiu e criou, apesar de ter perdido o marido muito cedo, é uma graça e benção de Deus. Para além da generosa idade, dizem que ainda tem uma relativa mobilidade e com lucidez bastante para fazer o seu dia-a-dia, mesmo que com as naturais limitações. É de facto uma benção para ela, para as filhas e família, bem como também para a nossa comunidade, que assim também deve rejubilar-se, agradecer a Deus e sentir orgulho por ver uma das suas pessoas a atingir este marco e este exemplo de vida.

Que Deus a conserve pelos anos que ainda quiser! Bem haja e parabéns!

26 de novembro de 2023

Os Caetano de Azevedo de Guisande

Azevedo  é um apelido de família, não muito comum mas com alguma importância na nossa freguesia, nomeadamente o associado ao também apelido Caetano. 

Quanto à origem deste apelido, dizem alguns entendidos nestas questões de genealogia que Azevedo (ou Acevedo) é um sobrenome toponímico ibérico, com origem no couto e honra de Azevedo, no concelho de Barcelos, em Portugal. A palavra Azevedo vem de azevo (em espanhol antigo, acebedo), arbusto espinhoso; do latim acifolium, variação de aquifolium, azevinho.

D. Pedro Mendes de Azevedo é o mais antigo conhecido portador do sobrenome. Fidalgo de D. Afonso Henriques (1106-85) e D.Sancho I (1154-1211) era filho de D. Mem Pais Bufinho (D. Mendo Bufião ou D. Mendo Roufino) e descendente de D. Egas Gosindo Bayán (Baião), sendo este neto de Arnaldo de Bayán, cavaleiro que chegou a Galícia para lutar contra os mouros ao lado de D. Afonso V de Leão (994-1028), em 983. Afirmam alguns genealogistas que Arnaldo era o terceiro filho do imperador romano-germânico Guido de Espoleto (828-94).

Quanto aos Azevedos em Guisande, obviamente que será missão difícil e quase impossível tecer toda a teia genealógica e relação de parentesco entre os seus elementos, por isso com vários buracos, mas do que consegui pesquisar e relacionar deixarei aqui os respectivos apontamentos que servirão a quem neles quiser posteriormente pegar e melhor apurar. É pois um ponto de partida.

O interesse da minha pesquisa relacionada a esta família e a este apelido Azevedo e também a sua ligação ao apelido Caetano, que em alguns casos é nome próprio, liga-se com a figura de António Caetano de Azevedo, carpinteiro de profissão, e de Maria Gomes da Conceição, costureira, moradores no lugar das Quintães, aqui da freguesia de Guisande. Foram estes os pais de Margarida da Conceição, minha bisavô materna porque mãe do pai da minha mãe. Por isso, por parte do meu ramo materno, este António é meu trisavô. Logo também tenho sangue destes Azevedos. O lugar das Quintães é assim o ninho desta família mesmo que alguns desses elementos tenham temporariamente andado por outros locais.

António Caetano de Azevedo era filho de Francisco Caetano dos Santos e de Ana Joaquina dos Santos, esta filha de João Francisco dos Santos e de Arminda Gomes da Conceição, moradores no lugar de Cimo de Vila. Era neto paterno de Caetano Francisco dos Santos e de Maria Rosa Gomes, esta filha de Manuel Joaquim de Azevedo e de Maria Joaquina dos Santos. 

Desta relação de nomes, numa primeira análise constata-se que a herança do apelido Azevedo por parte do meu trisavô, António Caetano de Azevedo, provém não da parte de seu pai ou avô paterno, como se esperaria, mas sim da parte de seu avô materno, Manuel Joaquim de Azevedo. De seu pai e também comum a quase todos estes Azevedos é o apelido Caetano.

Aqui chegados, importa ter em conta que por esses tempos os apelidos nem sempre eram respeitados na linha directa da descendência, como por regra acontece nos nossos dias. Por conseguinte, nesses tempos normalmente as mulheres não herdavam o último apelido do pai mas da mãe. E havia casos em que o próprio último apelido do pai era omitido em alguns dos filhos ou colocado num apelido do meio. Por conseguinte não havia esse cuidado ou sensibilidade por parte dos pais em transmitir de forma continuada e sucessória os apelidos de raiz aos filhos e nem as autoridades o exigiam. Ora esta aleatoriedade dificulta em muito a missão de quem pretende pesquisar documentos e relacionar famílias tanto na forma ascendente como descendente e gerar árvores genealógicas com base na herança do apelido.

De resto, durante muitos anos o papel que hoje é garantido pelas conservatórias do registo civil, restringia-se apenas à Igreja e às paróquias em que estas, pelos párocos, por necessidade de controlar os fregueses quanto ao cumprimento e estado da administração dos principais sacramentos, como o baptismo, matrimónio e também os óbitos, registavam, assentavam, os mesmos em livros a cujos escritos se designam de assentos paroquiais. 

Só depois do liberalismo, e foi precisamente em 16 de Maio de 1832 que foi aprovado o decreto que em Portugal proclamou a existência do registo civil para todos os cidadãos, é que foram criados os postos de registo civil, que no caso da freguesia de Guisande era assegurado pelo chamado Posto de Louredo, onde, creio,  se localizava no lugar de Vila Seca, sendo que tenho também a informação segura que funcionava no lugar da Mouta, em caso do Sr. Manuel Paiva, ali conhecido como Manuel da Mouta, homem da agricultura mas inteligente e dominador da palavra escrita e falada.

Pegando então, como base o pai da minha referida bisavó materna, temos a seguinte lista:

António Caetano de Azevedo,  nasceu em 28 de Março de 1867 e faleceu em 25 de Agosto de 1929 com 62 anos de idade. Como atrás dito, era filho de Francisco Caetano dos Santos, e de Ana Joaquina dos Santos. Os seus avôs paternos eram Caetano Francisco dos Santos, do lugar da Lama, e Maria Rosa Gomes e os seus avôs maternos eram Manuel Joaquim de Azevedo e de Maria Joaquina dos Santos. Caetano Francisco dos Santos e Maria Rosa tiveram filhos para além do Francisco, entre os quais o José nascido a 7 de Dezembro de 1828 e a Rosa nascida em 17 de Setembro de 1841.

O seu pai, Francisco Caetano dos Santos, nasceu a 6 de Janeiro de 1827. Era filho de Caetano Francisco dos Santos e de Maria Rosa Gomes, do lugar da Lama. Era neto paterno de José Francisco dos Santos e de Maria da Silva Guedes, do lugar de Azenha – Lobão. Era neto materno de Manuel da Silva e de Ana Maria, do lugar da Lama – Guisande.

Também do que consegui pesquisar este mesmo Francisco Caetano dos Santos teve também os seguintes irmãos (tios paternos de António Caetano de Azevedo):

José, que nasceu a 7 de Novembro de 1828 (há um assento duplicado com a data de 7 de Dezembro de 1828; 

Victorino, nasceu a 2 de Janeiro de 1832; 

António, que nasceu a 7 de Setembro de 1833; 

Rosa, que nasceu a 17 de Setembro de 1840.

Do que consegui pesquisar, este Francisco Caetano dos Santos, para além de António Caetano de Azevedo, teve ainda outros filhos, nomeadamente:

Manuel, que nasceu a 18 de Janeiro de 1852;  

Joaquim, que nasceu a 9 de Maio de 1854; 

José, que nasceu a 31 de janeiro de 1856 e faleceu no Rio de Janeiro – Brasil, a 23 de Fevereiro de 1873;  

Maria, que nasceu em 28 de Novembro de 1857.

Bernardino Caetano de Azevedo,  que nasceu em 18 de Fevereiro de 1861 e faleceu em 19 de  Outubro de 1942. Casou em 14 de Janeiro de 1892 com Clemência Maria de Jesus, filha de Manuel José da Mota e de Maria Joaquina (Este Bernardino e Clemência tiveram uma filha, a Maria, nascida em 26 de Janeiro de 1893 e que veio a casar em 20 de Outubro de 1923 com António Augusto Guedes, tendo este falecido em 26 de Janeiro de 1973).

Joaquina, que nasceu a 25 de Janeiro de 1863; 

Carolina, que nasceu a 3 Maio de 1864 e que casou em 26 de Novembro de 1900, com Hermenegildo Correia, este então com 45 anos de idade, filho de Francisco Correia e Maria Bernardina, de Lobão;  

Domingos, que nasceu em 23 de Fevereiro de 1870 e faleceu em 7 de Dezembro de 1948; 

Justino Caetano de Azevedo, que nasceu em 31 de Outubro de 1878 e faleceu em Lobão em 1 de Março de 1936;

Dos nomes acima, Justino Caetano de Azevedo, para além do ramo do seu irmão António Caetano de Azevedo, é ele próprio um dos ramos principais dos Azevedos em Guisande. Nasceu em 31 de Outubro de 1878. Casou em Lobão com Custódia Fernandes da Encarnação, esta filha de Domingos de Almeida Lopes e de Maria Rosa de Jesus e do que consegui pesquisar tiveram como filhos:

Manuel Caetano de Azevedo, que faleceu em 27 de Junho de 1937 com 55 anos de idade, que casou com Jerónima Rosa de Jesus. Tiveram vários filhos, entre os quais os que consegui pesquisar:

António Caetano de Azevedo, que nasceu no dia 30 de Maio de 1907. Faleceu com 20 anos de idade em 2 de Fevereiro de 1928 .

Joaquim Caetano de Azevedo, que nasceu em 1 de Abril de 1909 e faleceu em 21 de Novembro de 1996. Casou em 17 de Dezembro de 1932 com Margarida Gomes de Almeida. Tiveram vários filhos entre os quais o Domingos, nascido a 14 de Maio de 1933, o Manuel, nascido a 23 de Novembro de 1937 e falecido em 10 de Abril de 2008 e que casou em 14 de Junho de 1960 com Maria Adelaide de Castro Linhares (nascida em 20 de Fevereiro de 1940), a Palmira, nascida a 21 de Novembro de 1940 e que casou em 28 de Janeiro de 1962 com Flávio de Paiva. Ainda a Maria Rosa de Almeida Azevedo, que nasceu em 24 de maio de 1948 e que casou em 21 de Novembro de 1964 com César Ferreira de Almeida. Ainda a Maria Amélia, nascida em 27 de Outubro de 1942 e que casou em 21 de Janeiro de 1957 com Eugénio Nogueira Alves, estes que tiveram como filhos, de que me recorde, a Paula e o Eugénio. Ainda como filha do Joaquim e de Margarida, a Maria da Conceição de Almeida Azevedo, viúva, que vive no lugar das Quintães. Ainda o Joaquim que nasceu em 24 de Agosto de 1952.


Margaria Gomes de Almeida, esposa de Joaquim Caetano de Azevedo


Domingos Caetano de Azevedo, que nasceu no dia 2 de Março de 1911 e que casou em  30 de Janeiro de 1937 com Maria da Conceição e Santos, esta nascida em 8 de Junho de 1914. Faleceu em Guisande  em 2 de Agosto  de 1985. A sua esposa faleceu em 29 de Agosto de 1980.

Este Domingos ficou conhecido como Sr. Domingos “Patela” e teve como filhos um Valdemar da Conceição e Azevedo, que nasceu em 15 de Agosto de 1938. Ainda Maria Célia Azevedo Gomes Giro, nascida a 4 de Janeiro de 1941, professora, que veio a casar em 14 de Agosto de 1965 com o Alcides Gomes Giro e de cujo casamento nasceram os filhos Rui Giro, Rosário Giro e Alexandre Giro. Ainda uma Maria da Conceição Azevedo, que nasceu a 12 de Dezembro de 1946, falecida.


Domingos Caetano de Azevedo e sua esposa Maria da Conceição e Santos


Manuel Caetano de Azevedo, que nasceu a 28 de Agosto de 1913. Casou com Custódia de Sá Reis em 7 de Dezembro de 1950. Tiveram vários filhos de que conheço o Alcides de Sá Azevedo e o Elísio de Sá Azevedo, que são sócios da empresa de engarrafamento de vinhos “Robalinho”, em Covento – Louredo, que retomaram de seu pai. Ainda como filha a Maria Celeste nascida em 13 de Outubro de 1951 e que casou em Louredo com José Pereira dos Reis.

Rosária Rosa Azevedo, nasceu a 26 de Março de 1918.

Augusto Caetano de Azevedo, que nasceu a 16 de Novembro de 1920.

Rosária da Conceição Azevedo, que nasceu no dia 22 de Junho de 1924 e faleceu em 13 de Janeiro de 1931.

Lucinda Rosa de Azevedo, que faleceu com 20 meses em 6 de Outubro de 1928.

Abel Caetano de Azevedo, que nasceu a 19 de Maio de 1930. Casou em Louredo em 13 de Dezembro de 1952 com Maria da Costa e Sousa (ainda viva à data em que escrevo estes apontamentos). Viveu alguns anos no lugar das Quintães em Guisande e depois mudou-se para o lugar do Convento em Louredo. Tiveram vários filhos, dos quais me lembro, o Joaquim (falecido com 65 anos em 24 de Fevereiro de 2020), a Maria da Conceição, o Domingos (também já falecido), a Lurdes, a Carminda, o Casimiro e o Alcides. Faleceu este Abel Caetano de Azevedo em 23 de Outubro de 2016.

António Azevedo da Conceição, que nasceu em 23 de Novembro de 1930. Casou em 1 de Setembro de 1963 com Idalina Rosa de Pinho.


Voltando atrás, por sua vez, quanto a Manuel Joaquim de Azevedo, avô materno de António Caetano de Azevedo, e do qual terá advindo o apelido Azevedo, era filho de Francisco António de Azevedo e de Maria Joana (do lugar das Cortinhas – Cesar). A sua esposa Maria Joaquina dos Santos era filha de  Domingos dos Santos de Oliveira e Caetana Maria (de Vila Nova – Romariz).

Do casal Manuel Joaquim de Azevedo e Maria Joaquina dos Santos, consegui pesquisar os seguintes filhos:

Margarida, que faleceu com 55 anos de idade, no estado de solteira, em 23 de Outubro de 1871; Joaquim (primeiro de nome) que nasceu a 18 de Janeiro de 1833; Joaquim (segundo de nome), que nasceu a 4 de Abril de 1837;  José, que nasceu a 3 de Fevereiro de 1839.

Pelo que se constata do que atrás tem sido escrito, o apelido Azevedo, que chegou ao pai da minha bisavô, poderá ter proveniência no seu bisavô materno, Manuel Joaquim de Azevedo. Ou seja, o seu avô paterno já não tinha o apelido de Azevedo mas sim de Santos. Num assento de óbito da sua filha Margarida, é indicado como sendo ele natural de Cesar, concelho de Oliveira de Azeméis. 

Então, retomando a lista já com as origens a ramificações atrás descritas:

António Caetano de Azevedo,  nasceu em 28 de Março de 1867 e faleceu em 25 de Agosto de 1929 com 62 anos de idade. Era filho de Francisco Caetano dos Santos, e de Ana Joaquina dos Santos. Os seus avôs paternos eram Caetano Francisco dos Santos, do lugar da Lama, e Maria Rosa Gomes e os seus avôs maternos eram Manuel Joaquim de Azevedo e de Maria Joaquina dos Santos.  António Caetano de Azevedo e sua esposa Maria Gomes da Conceição, que ficou com a alcunha de "a Tora" tiveram vários filhos, nomeadamente os que consegui pesquisar:

Rosa Gomes da Conceição. Do que consegui pesquisar, como filhos e como mãe solteira teve uma filha, a Laurinda, nascida a 2 de Janeiro de 1908. Teve ainda outra filha, a Melânia, nascida a 26 de Agosto de 1909 e que casou em 28 de Julho de 1932 com António Francisco ferreira, de Pigeiros. Faleceu em 4 de Abril de 1948. Esta Rosa foi madrinha de baptismo do Justino, o seu sobrinho, filho da Margarida. Por sua vez o seu irmão Justino foi o padrinho.

Margarida da Conceição, minha bisavó materna, conforme acima já identificada. Nasceu em 19 de Julho de 1885 e faleceu em 30 de Agosto de 1979 com 94 anos de idade. Tinha 21 anos de idade quando casou em 09 de Maio de 1907 com Raimundo José da Fonseca, de 22 anos de idade, do lugar do Carvalhal, freguesia de Romariz. 

Este meu bisavô materno nasceu em 19 de Outubro de 1884 e faleceu em 17 de Novembro de 1929 com apenas 45 anos de idade. Era filho de António José da Fonseca e de Maria de Oliveira. Era neto paterno de Manuel José da Fonseca e Margarida Rosa de Jesus e neto materno de Manuel Ferreira da Silva e de Ana Maria de Oliveira. 

Margarida e Raimundo tiveram vários filhos, que, sem ordem de idade consegui pesquisar:

Maria da Conceição, nascida em 12 de Junho de 1909, pelo que terá sido a mais velha dos filhos.

Joaquim José da Fonseca, que casou com Albertina

Alexandrino José Fonseca que nasceu a 13 de Setembro de 1914 e casou em 17 de maio de 1942 com Maria Glória Gomes de Pinho. Viveu no lugar de Azevedo da freguesia das Caldas de S. Jorge, tendo falecido num acidente de estrada, em Pigeiros.

Manuel José da Fonseca casou em 31 de Julho de 1933 com Ermelinda Pedrosa das Neves, de quem teve vários filhos dos quais conheço a Margarida, que ainda vive no lugar de Fornos, casada com o Sr. Justino, ainda a Lúcia, esta casada com o Sr. Óscar Melo, e residente no lugar da Mota, Canedo, o Joaquim, que creio que está viúvo e vive em Vila Nova de Cerveira, o António, nascido em 12 de Junho de 1934, e que casou em S. Silvestre-Coimbra com Maria Isabel Cortesão em 16 de Fevereiro de 1964.e ainda o Gil das Neves Fonseca, que não vejo há muitos anos e que viverá por Lourosa. Casou em 29 de Dezembro de 1974 com Maria Margarida Ferreira de Pinho. Ainda o Reinaldo das Neves Fonseca, que nasceu a 1 de Março de 1944. (foi padrinho do meu irmão Manuel). 

Laurinda da Conceição, que casou com Alexandre Ferreira de Almeida e tiveram como filhos a Conceição, o Joaquim e a Adelaide.

Justino José da Fonseca, já acima referido, que nasceu a 31 de Julho de 1916, que nunca conheci porque faleceu muito novo.

Américo José da Fonseca, meu avô materno, nascido a 20 de Março de 1919 e falecido em 17 de Julho de 2001.

Retomando os filhos de António Caetano de Azevedo:

Domingos Caetano de Azevedo, que nasceu a 17 de Março de 1890.

Joaquim Caetano de Azevedo, nascido em 1893 e que faleceu com 39 anos em 5 de Agosto de 1932. Era carpinteiro e casou com Aurora das Neves de Azevedo, esta filha de Manuel Henriques dos Santos e Maria Gomes das Neves, da freguesia de Lobão. Tiveram filhos dos quais pesquisei: o Arnaldo Caetano de Azevedo, que nasceu a 6 de Janeiro de 1917; A Maria da Conceição que nasceu a 15 de Agosto de 1922 e casou em Oleiros em 26 de Fevereiro de 1940 com Joaquim Ferreira da Silva; o António Joaquim das Neves Azevedo, que nasceu em 1 de Junho de 1925. 

António Caetano de Azevedo, que nasceu a 22 de Janeiro de 1895.

Alexandrina da Conceição (com alcunha de Pazada), que nasceu a 19 de Março de 1901. Casou com 23 anos de idade em 14 de Agosto de 1924 com Américo Augusto da Conceição, de 28 anos de idade, da freguesia de Romariz, flho de José Maria da Conceição e Carolina Augusta da Conceição. Dos filhos que consegui pesquisar, ainda na condição de solteira, a Maria da Conceição Azevedo, nascida em 13 de Setembro de 1923 e que casou em 27 de Julho de 1944 com Joaquim de Oliveira Cadete. Ainda como filha a Améçia Arlinda Augusta da Conceição, que nasceu a 1 de Junho de 1925 e que casou em 25 de Julho de 1948 com Rufino Joaquim dos Santos.

David da Conceição Azevedo, que nasceu a 25 de Maio de 1904. Faleceu em Guisande em 22 de Maio de 1940. Casou em 29 de Junho de 1925 com Francelina da Conceição, esta filha de Joaquim Gomes de Almeida e Maria Rosa de Oliveira, neta paterna de Domingos Gomes de Almeida e Joaquina Rosa de Oliveira e neta materna de Manuel de Matos e Maria de Oliveira. Faleceu este David em 21 de Janeiro de 1940.

Do que consegui pesquisar, este David e Francelina  tiveram os seguintes filhos: David Aníbal da Conceição, que nasceu em 10 de Fevereiro de 1934. que casou em 23 de Fevereiro de 1963 com a  Dolores da Conceição (viúva, ainda viva); Ainda a Natália da Conceição, nascida a 1 de Outubro de 1937 e que casou em 27 de Janeiro de 1962 com Felisberto Rodrigues Moreira (já falecido). Esta Natália e Felisberto tiveram vários filhos nomeadamente a Fátima, a Adelaide, o Paulo e Pedro. Ainda filho do David e da Francelina um Fernando Azevedo da Conceição que nasceu a 18 de Outubro de 1930.

Ainda como filha de David e Francelina, a Laurinda da Conceição Azevedo, que nasceu em 6 de Junho de 1925 e que faleceu em 18 de Novembro de 2020. Casou em Guisande em 28 de Janeiro de 1945 com António Ferreira Alves, este nascido em 12 de Maio de 1925 e falecido em 24 de Março de 2011.

Este casal teve vários filhos, alguns dos quais o Aníbal Azevedo Alves, a Maria Fernanda, que está casada com o Eugénio Azevedo da Conceição, e ainda o António. 

Laurinda da Conceição Azevedo, filha de David Azevedo da Conceição e Francelina da Conceição


Ainda como filho do David da Conceição Azevedo, o Fernando Azevedo da Conceição, que nasceu a 18 de Outubro de 1930.

Retomando os filhos de António Caetano de Azevedo:

Justino da Conceição Azevedo (que aparece também como Justino Azevedo da Conceição), que nasceu a 15 de Fevereiro de 1898 (teve como padrinho seu tio Justino), e faleceu em 31 de Dezembro de 1945, que casou com com Rosa Gomes de Almeida, filha de Maria Gomes de Almeida, e tiveram os seguintes filhos:

David Azevedo da Conceição, que nasceu em 27 de Março de 1921 e que casou em 12 de Outubro de 1941, com Maria da Conceição Francisca da Costa. Tiveram os seguintes filhos: António, Joaquim, os gémeos Domingos e Eugénio, Maria Amélia, Maria Adelaide, Alzira e Maria Isaura. Como curiosidade, este David está dado como natural da freguesia de Gião, pelo que os seus pais nessa altura residiriam nessa freguesia. Faleceu em 25 de Outubro de 2016.

David Azevedo da Conceição nascido em 27 de Março de 1921 e falecido em 25 de Outubro de 2016


Maria Gomes da Conceição, que nasceu a 12 de Agosto de 1924. casou em 14 de Maio de 1955 com Joaquim Príamo Monteiro. Tiveram vários filhos, como a Felicidade, a Elisa, a Alcina, o Manuel e o António.

Laurinda Gomes da Conceição, primeira de nome, que nasceu a 17 de Janeiro de 1929. Faleceu menor em 25 de Maio de 1930.

António Azevedo da Conceição, nascido em 23 de Novembro de 1931 e falecido em 1 de Julho de 2017. casou em 1 de Setembro de 1963 com Idalina Rosa de Pinho.

António Azevedo da Conceição, nascido em 23 de Novembro de 1931 e falecido em 1 de Julho de 2017


Laurinda Gomes da Conceição, segunda de nome, que nasceu a 13 de Agosto de 1933 e faleceu em 5 de Setembro de 2016. 

Laurinda Gomes da Conceição, nascida a 13 de Agosto de 1933 e falecida em 5 de Setembro de 2016


Maria Rosa Gomes da Conceição, nascida a 25 de Setembro de 1939, ainda viva à data em que escrevo. Casou com 22 de Agosto de 1964 com António Ferreira da Costa. Tiveram como filhos o António, o Alberto e a Filomena.


Nota final: Os apontamentos aqui escritos, por dificuldades várias e escassez de documentos podem padecer de alguns erros ou imprecisões ou omissos quanto a alguns dados como datas, nomes de familiares e seus relacionamentos. Por conseguinte baseiam-se apenas no que foi pssível pesquisar. Quaisquer informações que possam servir para completar ou corrigir são bem-vindas.

19 de novembro de 2023

Joaquim Dias de Paiva (Pisco)

 


Em Março de 1993, para o jornal "O Mês de Guisande, entrevistei o saudoso Joaquim Dias de Paiva (Pisco),  que havia sido um alfaiate de renome e então vivia no lugar da Igreja. Ficamos nessa altura a saber um pouco da sua vida e da sua profissão. Passaram 30 anos sobre essa entrevista e fosse vivo o entrevistado teria 116 anos. Naturalmente que já faleceu, já há 20 anos, precisamente em  11 de Fevereiro de 2003.

Joaquim Dias de Paiva, nasceu em 24 de Setembro de 1906, sendo baptizado no dia 27 do mesmo mês e ano, tendo como padrinho Manuel de Pinho e Maria da Luz, do lugar do Viso, esta  minha avó paterna. Casou em 26 de maio de 1926 com Luzia Rosa de Jesus, de Nogueira da Regedoura. Faleceu em 11 de Fevereiro de 2003. Foi como atrás se disse, um exímio alfaiate. Viveu no lugar da Igreja, junto à ribeira. Deixou filhos e filhas, nomeadamente, como disse na entrevisata, o Joaquim, o António, a Maria, a Celeste, a Ermelinda e o José.
Alguns apontamentos sobre a família Dias de Paiva, podem ser consultados aqui.

6 de novembro de 2023

O 13

 


O 13 está associado ao azar, mas no caso é uma mera coincidência e a constatação do correr dos dias, dos anos, do tempo. Facto é que do grupo de boa gente aqui fotografada em 1989 aquando das Bodas de Ouro sacerdotais do então nosso pároco, Pe. Francisco, 13 já partiram, precisamente metade do grupo fotografado. Alguns deles em muito serviram a nossa comunidade. Que Deus os tenha a seu lado!

31 de outubro de 2023

Manuel Rodrigues de Paiva e o Guisande F.C.


Quando uma instituição celebra aniversário é comum recordar pessoas que já partiram e que a ela estiveram ligadas e ajudaram à sua fundação ou crescimento. Por conseguinte o aniversário é um momento e pretexto para fazer elogios e enaltecer figuras.

Mesmo sabendo desse lugar comum, também entendo cá para mim que neste dia em que o clube da nossa terra celebra 44 de vida oficial, é justo que se recorde certas figuras, algumas que felizmente ainda são vivas e andam por cá e outros que já deixaram de percorrer este caminho terreno.

Assim, desde logo, e porque no acto fundador encabeçou e foi o primeiro subscritor da escritura pública do Guisande Futebol Clube, conforme o atesta o recorte publicado ao fundo, trago à memória a figura e o papel do Manuel Rodrigues de Paiva, que faleceu em 27 de Janeiro de 2021 e que à data da constituição do clube, em  31 de Outubro de 1979, tinha apenas 36 anos, completando 37 apenas no mês seguinte, no dia 20, pois nasceu em Novembro de 1942.

Manuel Rodrigues de Paiva, apesar de natural da freguesia de Romariz, foi uma figura com relevante intervenção cívica na freguesia de Guisande, tendo sido dirigente e presidente do Guisande F.C., sendo, como atrás referi, uma das figuras marcantes na fundação oficial do clube e da construção do Campo de Jogos "Oliveira e Santos". Foi secretário da Junta de Freguesia de Guisande, depois das eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 1979, e ainda, em diferentes mandatos, elemento da Assembleia de Freguesia de Guisande, em representação do PSD e também da FJI - Força Jovem Independente no mandato de 1989/1993.

Como qualquer um de nós, a começar por mim, tinha alguns defeitos ou feitios que por vezes eram obstáculos para quem com ele colaborava, já que tantas vezes com a sua vontade de fazer depressa e avançar nas decisões e nas obras tinha tendência de contornar as etapas e não ter em conta o papel e a importância de quem tinha ao lado, isto, claro, na parte da sua intervenção cívica, abstendo-me de considerações fora dessa esfera.

Mas na sua intervenção de cidadania em Guisande tinha de facto esse voluntarismo. Mas se é certo que por vezes arrepiava caminho de forma mais ou menos unilateral, também é verdade que noutras tantas vezes se assim não fosse as coisas, as vontades e as obras não avançavam, à espera, tantas vezes, de quem não decidia. E dessa forma, por si ou bem ajudado, e outros mais velhos saberão disso melhor que eu, certo é que contribuiu para se fazer muitas coisas, porventura grandes demais para a pequena dimensão da freguesia. O Manuel Paiva tinha essa matriz, de pensar de forma objectiva e sempre para a frente. Foi nesse espírito que no plano pessoal foi sempre um homem de comércio e negócios bem sucedido, tendo até ficado com o apelido de "Manel do Negócio" e logo bem cedo na nossa terra quando instalou a pequena "Casa Notícia", ali no Largo de Casaldaça, no que era um pequeno espaço de garagem de um automóvel. 

Por tudo isto, pela sua forma de fazer as coisas no que diz respeito à freguesia, tinha de muitos  o justo reconhecimento do seu valor mas também alguns que tinham um entendimento diferente e pouco apreciadores desse estilo muito individualizado. Disso poderá falar bem melhor e com conhecimento de causa quem com ele directamente trabalhou, sobretudo no que diz respeito ao Guisande Futebol Clube. Nesse plano, apesar de termos tido sempre uma boa relação pessoal e de consideração mútuas, não tive a oportunidade de com ele trabalhar. Mas não foi por acaso que teve o papel que teve na vida do clube e se há várias outras figuras que também deram contributos valiosos, dedicados e resilientes, ninguém de boa fé, e sobretudo com o filtro do tempo, pode negar ou apoucar o papel e importância que teve o Manuel Rodrigues de Paiva na vida do Guisande Futebol, Clube, sobretudo nesses anos que remetem para a fundação e para as obras do actual campo de jogos e da sua consolidação.

Deste modo, sem esquecer outras importantes figuras que tanto deram ao clube, como directores, sócios e atletas, parece-me justo trazer hoje e aqui à memória a figura do Manuel Rodrigues de Paiva.


Já agora e a propósito da data, relembro aqui os subscritores da escritura de fundação do Guisande F.C. em 31 de Outubro de 1979:

Assinaram Manuel Rodrigues de Paiva, Júlio César dos Santos Alves, José Pires de Almeida Saraiva, Elísio Elísio Alcino Ferreira dos Santos, António de Oliveira Bastos, José de Almeida Peixoto, Valdemar Ferreira de Pinho, Domingos da Conceição Lopes e Elísio Gomes da Mota.

Certamente que poderiam fazer parte do grupo de subscritores nesta escritura outras figuras importantes no clube, mas não constam apenas porque na data ou estariam ausentes ou impossibilitados por outros motivos. Isto para salientar que há nomes que tiveram igual ou maior importância na vontade e acto fundador do nosso clube mesmo que não constem no documento. De resto, dos que assinaram, até vejo ali um ou outro cujo papel ao serviço do clube terá sido meramente circunstancial e sem qualquer relevo na vida e obra do clube. Seja como for, constam do momento e do documento e a história por vezes também se faz destas circunstâncias mesmo que na prática tenham tido pouca relevância no fundamento.

22 de outubro de 2023

A Sr.ª Iria e o Pe. José Oliveira

 



Decorreu na manhã deste Domingo, 22 de Outubro, o funeral da Iria Santos da Conceição. Foi uma longa vida (96 anos) que teve a graça de receber de Deus.

Pela data e horário, esperava eu que fosse mais participado pela comunidade. Talvez por ser de poucos conhecida (excepto os mais velhos) e por há longos anos viver em Lisboa.

Pessoalmente também não gosto de funerais, por razões óbvias, porque de pesar e tristeza, seja pela partida mais ou menos esperada ou inesperada de familiares ou de gente nossa, da nossa comunidade.

Assim, até por razões de trabalho e com os horários dos funerais pouco adequados a quem tem horários e compromissos de emprego, também não participo em todos mesmo que de uma forma ou outra, procure transmitir os sentimentos aos familiares, sobretudo aos mais chegados.

Apesar disso, e sem qualquer ponta de moralismo, porque sou fraco exemplo, verifico que para além dos mais velhos da nossa comunidade, e dos familiares por razões óbvias, nos funerais na nossa comunidade quase não se vê a participação de jovens ou mesmo adultos na casa dos 35/50 anos. Ora se em dias de semana há uma natural justificação, já em dias de fins de semana, sábados e domingos, a razão é menos válida.

Claro que cada um faz como quer e nestas coisas em nada somos obrigados. Liberdade acima de tudo. Mas se entendemos a participação num funeral como um gesto de solidariedade fraterna para com gente da nossa comunidade, em momentos de dor, perda e tristeza, então neste aspecto, no geral estamos a ser pouco solidários e participativos. Ainda não é caso para tanto, mas a este ritmo, não tardará que as cerimónias de exéquias sejam só participadas por familiares e um ou outro amigo mais chegado, dos falecidos ou dos familiares.

Em todo o caso, em Guisande, mesmo havendo notoriamente gente que não vai a funerais, no geral ainda são bastante participados no que denota ainda um espírito positivo de fraternidade comunitária, respeito e solidariedade pelos seus elementos.

Quanto à Sr.ª Iria, conversei com ela pessoalmente umas três ou quatro vezes, algumas por telefone e quem a conhecia sabe que tinha a tendência de nos prender e de um assunto simples falava-se largos minutos.

Das duas últimas vezes que falamos, uma por telefone e outra pessoalmente, como então eu fazia parte da Junta da União de Freguesias, confessou-me que gostaria de ver atribuída à actual Rua dos Quatro-Caminhos, da Gândara ao lugar de Azevedo, o nome do Pe. José Oliveira, por ter ele nascido ali no lugar da Gândara, bem ao lado do caminho que hoje é a tal rua.

Pela minha parte considerei a proposta e até disse que achava muito bem, já que o Pe. Oliveira foi uma figura notável da freguesia, mesmo que desconhecida para as actuais gerações. Na altura, como mero vogal sem quaisquer competências, transmiti o assunto ao presidente que, alegando dificuldades e transtornos na mudança, não mostrou interesse. Poderia, pelo menos, ter tentado e promovido a consulta aos moradores, que com legitimidade poderiam ou não concordar com a mudança e aceitar ou não os inconvenientes dela, nomeadamente pela actualização de dados de morada em diferentes instituições. Ficou, pois, por concretizar essa possibilidade e vontade proposta pela Sr. ª Iria e que, também concordando eu com ela, de algum modo seria de justiça por relembrarmos o nome, vida e obra do Pe. José Oliveira, um filho da terra, gente nossa.

Nunca é tarde, seja pelo nome da rua ou por outra iniciativa, para dar destaque a essa figura nascida no lugar da Gândara.

Mas, em abono da verdade, fica aqui partilhada essa vontade manifestada de forma interessada pela Sr. Iria. Mesmo que não tivesse sido concretizada, da sua proposta e vontade saberá disso, estou certo, o Pe. Oliveira.

Que Deus a guarde!


20 de outubro de 2023

Fotos com história


20 de Agosto de 1962 - Passam hoje 61 anos sobre o registo desta fotografia.

Da Sr.ª Lúcia, sobra a saudade. Que Deus a tenha! Do Ti Alcino, ainda por cá na caminhada da vida. Permitir-me-à que partilhe um momento que certamente foi de felicidade para ambos, então jovens, acabados de casar. Foi em 20 de Outubro de 1962, num Outono soalheiro. Por esses dias, estava eu a espernear,  para ver a luz dali a poucos dias.

Não deixa de ser curioso que o Ti Alcino esteja a abrir a porta do carrão conduzido pelo saudoso Ti Elísio Santos, que os aguardava, sabendo-se que na sua profissão, como ajudante de motorista e revisor da empresa de transportes de passageiros "Feirense", tenha, pode-se dizer, levado a vida a abrir as portas  a senhoras, como bom profissional e cavalheiro. Até mesmo nos muitos passeios de autocarro que organizou, ajudou tantas vezes a abrir as portas dos fundos para o assalto aos farnéis.

Gente nossa. Gente boa!

13 de outubro de 2023

O Ti Joaquim do Viso

A começar por mim, que já não sou propriamente novo, poucos o sabem, porque os que sim, ou são velhinhos e já com as memórias enferrujadas e se mesmo que disso se lembrem e o digam a alguém, poderão não ser levados a sério. Infelizmente na nossa sociedade que se vai desenvolvendo numa matriz egocêntrica, com gente nova, fresca e cheirosa, não há lugar para ter em conta os mais velhos, porque chatos, rabugentos e dependentes, sempre a precisarem de médico e de que os lembrem de tomar os medicamentos.

Mas dizia que, poucos o sabem, mas ainda quem sabe e se lembra, a começar pela minha mãe, com os ossos moídos mas ainda com boa memória, dizem que o meu avô paterno, o Ti Joaquim do Viso, era uma alma caridosa e amiga dos pobres e talvez por isso, de um vasto património que fazia da casa uma das mais abastadas na freguesia, teve que partilhar pelos filhos o que ainda tinha enquanto foi a tempo, para que cada um tomasse conta da sua parte e fizesse pela vida, porque ele velho, cansado e doente, atacado com o bronquite que o levaria, não podia nem queria ver a casa a decair.

Mas então ainda diz quem sabe, que todas as sextas-feiras naquela casa, bem por detrás da capela do Viso, era dia alegria porque se matava a fome aos jornaleiros que trabalhavam na casa, ainda aos pedintes que vinham mesmo de outras freguesias e ainda criançada do lugar e arredores, do Viso, Cimo de Vila e mesmo de Estôze, que de pobres e por serem tantos, passavam fome e privações nas suas casas.

Assim, todas as sextas-feiras, enquanto foi vivo, cozia-se uma grande fornada de pão e na larga lareira fazia-se um panelão de boa sopa, não apenas com água e couves como era normal, mas com substância, com gordura, alguma carne de porco e massa.

Era, pois, um banquete frugal mas generoso para toda aquele gente irmanada na pobreza e fome e que se dispunha à volta da larga mesa na ampla cozinha.

Diz a minha mãe, sua nora, e quem o conheceu, que se há céu e recompensa para quem faz o bem nesta terra, há muito que, desde que faleceu numa véspera de Natal de 1965, está na companhia dos santos.

Mas destas coisas e destas obras, mesmo que simples, não se faz história e por conseguinte daqui a mais alguns anos não há viva alma que ainda tenha isso presente.

Foi ainda padrinho de muita gente de Guisande, o que eu já desconfiava pois quando era criança por onde passasse interpelavam-me dizendo que eram ou tinham filhos  afilhados do meu avô. Então, achava estranho que fossem tantos.

Não o conheci, porque quando faleceu estava eu, com pouco mais que 3 anos, a começar o livro da vida e a registar as primeiras memórias mas sendo que há coisas feitas há uma dúzia de anos e já esquecidas, tenho ainda vincadas algumas imagens  relacionadas ao meu avô, como quando acabado de se levantar da cama, arrumava o brazido da lareira quente, como a fazer um ninho, e lá colocava um pão a aquecer.

Joaquim Gomes de Almeida, conhecido como Ti Joaquim do Viso, por ser do lugar do Viso, embora já no início do lugar de Cimo de Vila, na freguesia de Guisande, nasceu em 27 de Abril de 1885 e foi baptizado em  3 de Maio desse mesmo ano. Era filho de Raimundo Gomes de Almeida (meu bisavô), também do considerado lugar do Viso, Guisande, e de Delfina Gomes de Oliveira (minha bisavó), do lugar de Casal do Monte, freguesia de Romariz. Faleceu o meu avô em 23 de Dezembro de 1965.

O meu avô casou com 30 anos de idade, em 2 de Julho de 1916  com Maria da Luz, de 24 anos,  nascida em 18 de Novembro de 1890, sendo filha de José Joaquim Gomes de Almeida e de Maria da Conceição de Jesus, então moradores no lugar do Viso. Faleceu em 15 de Novembro de 1967 com 77 anos de idade. Tinha eu 5 anos pelo que tenho ainda algumas lembranças dela.

Tiveram 4 filhos e 4 filhas, sendo que uma faleceu menor. Destes um era o meu pai e o mais novo dos rapazes, o tio Neca, completou 100 anos de vida no passado Sábado. É ainda viva a tia Laurinda, já a passar dos 90.

Outros, na sua posição de proprietário e pessoa a saber escrever, a ler e a fazer contas, usaram da ignorância, das dificuldades e miséria de alguns para lhes retirar bens e terras e com isso crescer e aumentar patrimónios. Num tempo em que a generalidade das pessoas tinham como valores a honra a palavra e o trabalho, houve sempre alguém com poucos escrúpulos a usarem de estratagemas, manhas e artimanhas para deles abusarem. Meu avô, porêm, pertencia à casta dos que preferiam empobrecer do que subtrair o pouco a quem tinha nada. 

Fica aqui este simples registo para a posteridade de um homem bom, de bom samaritano em tempos agrestes e de vacas magras, que na sua bondade e bom coração ajudou a mitigar a fome a muitos. 

9 de outubro de 2023

Tio Neca - 100 anos


Completar um cento de anos de vida é um dom que Deus concede apenas a poucos e com ainda alguma capacidade de sorrir, ainda a menos. Uma benção dessas calhou ao meu tio Neca Almeida.

É certo que se a idade não tem medida, tem seguramente peso e por isso esperar que o tio Neca ainda fosse capaz de dançar um vira ou de manter um diálogo coerente e lúcido era pedir demais. A sua audição, ou falta dela, também não ajuda a qualquer comunicação.

Se ainda tem dias em que a memória, como num denso mar de água, ainda vem à tona respirar sofregamente e ser capaz de identificar quem se apresenta na sua frente, hoje, porém, talvez pela ida ao barbeiro, deixou-o mais distante das memórias e dos rostos de quem durante uma vida se habituou a partilhar e a rever. 

Ainda assim, o sorriso a acompanhar uma cantoria cuja melodia e letra só ele sabe onde compostas.

Mas teve a sua festinha onde conseguiu soprar as velas. Não as 100, porque não caberiam no bolo, mas uma sobre cada algarismo.

No fundo ficamos com a alegria de saber que naquele espaço está bem tratado e cuidado, com uma equipa de colaboradores dedicados e em boas instalações.

 Obrigado a todos, para além dos vários sobrinhos, que tiveram a oportunidade deste simples mas significativo momento.

Obrigado ao Sr. presidente da União de Freguesias, David Neves, e sua colaboradora, por também se associar com genuíno interesse a este momento, que é naturalmente privado e pessoal mas simbólico para toda uma comunidade. Afinal é o seu elemento mais velho, de todos entre todos.

Obrigado ao meu irmão Adérito e minha cunhada Madalena que em muito têm feito pelo nosso tio, no que toca a dedicação e cuidados. Tivesse ele filhos e não seria garantida melhor dedicação.

Parabéns, tio Neca! Talvez, quem sabe, lá no fundo do espaço misterioso que nos rodeia e nos faz seres humanos, de algum modo consiga percepcionar a importância deste dia e desta data.

Os que virão pouco interessa, desde que permitidos por quem rege os mistérios insondáveis da vida.















Nota posterior:

A todos quantos sentidamente expressaram pelo Facebooke por mensagem privada os parabéns pelos 100 anos de vida do meu tio Neca, em meu nome e dos demais familiares e naturalmente dele próprio, quero transmitir o agradecimento. 

É certo que como comunidade vamos andando cada vez mais dispersos e alheados do essencial e muito voltados para nós próprios, mas importará sempre guardar uns segundos a olhar para os demais, sobretudo para os mais velhos e que ao longo dos anos e das gerações, cada um no seu lugar,  ajudaram a tecer a teia que é uma comunidade. Mesmo que em rigor não os conheçamos ou há muito tempo que não os vejamos.

Não devemos esquecer o nosso passado e o passado dos nossos nem, sobretudo, trocá-los por coisas que, parecendo espampanantes, espremidas não valem um centavo furado.
Obrigado a todos quantos compreenderam esse sentido primordial do respeito e carinho para com os nossos anciãos e que neste caso em concreto o expressaram aqui.