Já o escrevi por aqui antes, mas é notória, de ano para ano, a perda de habitantes na freguesia de Guisande, pelo menos na relação entre os que nascem e os que morrem. É certo que entretanto por via da edificação de novas habitações têm-se mudado para cá algumas famílias, mas ainda não de forma a reverter o processo.
Tomando como exemplo os falecimentos entre Junho de 2024 e Junho de 2025, e considerando apenas pessoas que cá residiam, contabilizei 13 pessoas, sendo 8 homens e 5 mulheres. Agora pergunta-se: E quantas crianças nasceram no mesmo período? Confesso que não tenho números, mas quero crer que, por alto, não mais que três ou quatro. A este ritmo é fácil perceber que nos próximos 15 anos podemos perder pelo menos 10% da actual população.
Devido aos Censos de 2021 terem considerado apenas a população da União de Freguesias, como um todo, os números referentes a Guisande reportam-se aos Censos de 2011, que nos dava uma população residente de 1237 presumindo-se que com os emigrantes pudesse rondar os 1500 habitantes. Só em 2031 voltaremos a saber quantos residentes somos na nossa freguesia, mas é natural que então já com um número pouco mais que um milhar de almas.
Em Guisande, em 50 anos, passamos de médias de 30 nascimentos para 3. Em 1949 houve 35 baptizados; Em 1959 houve 37 baptizados e na casa dos 30 em toda a década de 1970. No ano do meu nascimento houve 32 baptizados. Sintomático.
Nada nos serve o mal dos outros, mas esta situação é, infelizmente, transversal a todo o país, sobretudo nas zonas interiores e menos urbanas. A imigração descontrolada e quase selvagem que em poucos anos acrescentou cerca de 10% da nossa população, veio disfarçar os efeitos da baixa de natalidade mas mesmo assim com impacto nas grandes zonas urbanas como Lisboa e Porto e zonas do litoral.
Más políticas ou mesmo a falta delas, a par de mudanças na sociedade e com a maternidade a cada vez ser mais tardia, são factores que têm contribuído para este cenário.