Uma certa Junta de Freguesia, no Facebook, anunciou como "novidade" aulas de fitness para a população, "totalmente gratuito". Numa das partilhas da "novidade", alguém considera que "isto é que é uma freguesia preocupada com os habitantes".
Respeitando ambas as coisas e o benefício fantástico de tão espectacular medida, questiono o que é que as pessoas acham do "totalmente gratuito". Se os orientadores, o espaço, a electricidade, a limpeza e custos associados forem mesmo oferecidos, pró bono, à borlix, acho que sim, é de aproveitar a quem gosta. Dê-se já um voto de louvor a essa boa gente.
Já se a coisa, aos orientadores, os espaços, água, electricidade, e logística, forem do orçamento da Junta, aí o "gratuito" tem que se lhe diga. É o que o orçamento da Junta vem de algum lado, da Câmara, do Estado, e em última análise dos impostos e taxas dos contribuintes. Por conseguinte, e é aqui onde pretendo chegar, o conceito de "gratuito" é sempre muito relativo. Fazer brilharetes com o dinheiro dos outros, mesmo que dos contribuintes, é uma alegria. Mas partilhado nas redes sociais tem impacto e cheira a coisa bonita e há quem goste.
Num tempo em que ninguém dá nada a ninguém, espanta que alinhemos com facilidade nestas cenouras à frente do burro sem qualquer sentido crítico quanto a qualquer forma de "engana-me que eu gosto".