25 de março de 2024

Viver não custa, custa é saber viver

Não tenho inveja de quem vive bem à custa do seu talento, da capacidade de trabalho e seu suor. Já o contrário, dos outros é que não. E não faltam destes a viver à fartazana, rodeados, eles e os seus, de tudo, do bom e melhor. Ele é boas casas, de boas vistas, com amplas garagens, potentes carros, motas, bicicletas, relógios de ouro, piscinas, churrasqueiras, ginásios, etc, etc. Sempre bem vestidos e calçados, perfumados, unhas e cabelos nos trinques, férias a toda a hora, mesmo passando fronteiras, etc, etc. Alguns até se permitem a viver à grande e à francesa em suites de hotéis de luxo, não de férias, uma vez por outra, mas como residência. Outros até têm motoristas que acumulam a leal função de entregas de envelopes atestados de notas vindas dos cofres generosos de mãezinahs ricas e amigos empresários de sucesso. Vidinhas fartas, é o que é.

Ensinado pela vida de que só com o trabalho se pode aspirar a uma vida condigna, mesmo que sem luxos, e certo de que lotarias, totolotos e euromilhões são sortes tão prováveis acontecer como a uma hora certa cair um meteorito pelo buraco da nossa chaminé, sempre desconfio de quem vende cabritos sem ter cabras, mesmo que não um rebanho, pelo menos as suficientes para alimentarem um pastor e família.

Mas isto sou eu, com a mania de que na vida as coisas devem ser justificadas e merecidas e devem obedecer ás leis da física, da matemática e da biologia, ou, mais prosaicamente com o parecer a encaixar no ser. Mas, estou certo, ando de passo desacertado, porque isso é esperar ciência complexa quando a alguns basta fazer as contas básicas de contar pelos dedos para perceberem que juntar o que ao próximo se subtrai é somar para si. Afinal, o que vai dando é o viver à custa dos outros, com estratagemas, chico-espertices, burlar tanto o vizinho como o Estado, desenvolver uma teia de negócios escuros e obscuros e com trabalhos invisíveis ou nocturnos sem que sejam padeiros ou agraciados com milagres divinos.

Eles andam por aí, tantas vezes disfarçados de empreendedores, de empresários, de políticos, etc. Em suma, gente esperta e qualificada para viver sem nada fazer. É uma classe em crescimento, reconheça-se.