20/10/2025

Cadernos da Memória - 1 - Poder Local

 


Com tempo, pretendo ir publicando alguns apontamentos relacionados à nossa freguesia de Guisande, numa série a que chamo de “Cadernos da Memória”. Pretendem ser isso mesmo, retalhos da nossa memória comum, mais ou menos conhecidos, ou o contrário, conforme o tempo a que se reportam, mas com a finalidade de se tornarem presentes e preservados, de alguma forma, para o futuro.

Não se pretende que sejam apontamentos exaustivos nem há a pretensão de que sejam rigorosos, não porque o rigor seja dispensável mas porque, em muitos dos casos e temas abordados, são poucos ou mesmo inexistentes os documentos ou outros elementos que possam contribuir para uma mais substancial matéria e para o rigor que seria desejável.

Assim, o que aqui se produzirá, neste e futuros apontamentos, será o que for possível fazer no contexto dessa escassez de fontes, mas ainda assim como um contributo positivo e um subsídio para que no futuro possam ser retomados, melhorados e acrescentados.

O ficheiro pode ser acedido e lido a partir de um aplicativo online como se um livro. Espero que seja proveitoso.

[Fica aqui o link]





Festa do Viso 2026 - 1.º Torneio de Sueca

 

19/10/2025

Feirinha de Outono do Jardim de Infância de Fornos

 


Bonita iniciativa promovida pela Associaçao de Pais do Jardim de Infância de Fornos - Foi ontem, Sábado, 18 de Outubro, no Monte do Viso.




17/10/2025

Ao virar da página



Parte do passeio público defronte do edifício da antiga Escola primária da Igreja, está num estado deplorável.

Sendo que estamos a escassas 2 ou 3 semanas do final do mandato da actual Junta socialista da União de Freguesias, certamente já não haverá tempo para o seu arranjo e será já tarefa para a futura Junta de Freguesia de Guisamde. Mas outras obras e melhoramentos ficarão por realizar, nomeadamente a requalificação do Monte do Viso, as redes de saneamento, água e pavimentação do troço da Rua da Zona Industrial da rotunda a Fornos, etc. 

Também no terreno do referido edifício da antiga escola, a parte frontal está apossada de vegetação. Lembre-se que o edifício está ocupado com a sede do grupo de Concertinas "Alegres e Divertidos da Feira" e ainda do Banco Social do Grupo Solidário. Certamente que com a futura Junta os protocolos de cedência e utilização destes espaços devem ser actualizados e renovados.

Quem já passou por uma Junta de Freguesia, sabe que as coisas nem sempre se resolvem atempadamente, as necessidades são muitas e os recursos poucos, mas tal situação deixa de ser compreensível para a população quando passam longos meses sobre as situações sem que se resolvam.

16/10/2025

Fim de um ciclo?

Quatro dias após as eleições de Domingo passado, que na nossa freguesia, de resto na linha do que aconteceu no concelho e no país, deram a vitória à lista do PSD, aqui emcabeçada pelo Johnny Almeida, o cabeça-de-lista do PS, Celestino Sacramento, veio na sua página pessoal no Facebook, falar sobre o acto eleitoral, conforme o texto que abaixo se reproduz.

Agradeceu às pessoas que o ajudaram na campanha bem como às que lhe confiaram o voto.

Seria de supor que fizesse uma análise pessoal ao resultado da eleição, apontando o que é que correu bem e o que correu mal, a justificar a lista, as suas escolhas e a forma como decidiu fazer a campnha, mas sobre isso nada falou, uma posição que se respeita e supondo que considera que apresentou a melhor lista e fez a melhor campanha. Certamente que na sua consciência fez o melhor que pode.

Aproveita também para dizer que o seu ciclo político chega ao fim. Todavia esta afirmação é enigmática pois na realidade tem um mandato de quatro anos para desempenhar como chefe da oposição. Por conseguinte, em rigor, a menos que desista do mandato para o qual foi eleito, o seu ciclo político terminará só daqui a quatro anos.

A maior parte do texto é ocupada a elencar um conjunto de obras que realizou nos mandatos em que foi presidente de Junta entre 1997 e 2005, por isso há mais de20 anos. Diz que deixou obra feita e é verdade, mas não foi só ele mas aqueles que com qualidade e competência fizeram parte das suas equipas, como o Rodrigo Sá Correia, o Jorge Ferreira e o Valter Neves. O seu a seu dono.Teve de facto, bons elementos na sua equipa. 

É legítimo esta lista do seu trabalho passado, que foi de facto positivo enquanto presidente de Junta. Ninguém se esqueceu nem lhe beslica o trabalho, mas de facto passaram mais de duas décadas e nesta eleição a realidade e as exigências eram outras e mesmo uma boa parte dos eleitores também são outros, com novas formas de ver e encarar a política. Como já escrevi, há doze anos quando começou a União de Freguesias, quem então tinha seis anos hoje tem dezoito e capacidade de votar, por isso desconhecedores do que antes disso fizeram todos os presidentes de Junta. A renovação das gerações não se compadece com feitos do passado mesmo que deles se possa dar conhecimento.

Em todo o caso, importa dizer que no final desse período, em 2005 o Celestino já perdeu as eleições para um terceiro mandato, para o PSD com Joaquim Santos, num sinal de que apesar dessas obras referidas, não mereceu a renovação da confiança dos guisandenses. Eleições são mesmo assim e nem sempre o trabalho realizado é reconhecido no mandato seguinte. No final de cada mandato há novas caras e novas propostas e o eleitorado vai sendo renovado e confronta-se com novas escolhas.

Refere também no seu comunicado  que Guisande hoje é independente graças à sua acção. É totalmente verdade e a freguesia deve ficar-lhe sempre reconhecida. Por mim nunca esquecerei esse seu papel e também lhe estou reconhecido. Mas também poderia referir, e ficaria bem, que pelo menos igual importância nesse processo de independência teve o PSD em sede de Assembleia de Freguesia bem como o Rui Giro em todo o aspecto processual e jurídico. A coisa foi conseguida em conjunto e nenhuma das partes conseguiria sem a outra.

Sendo que considero que o tal ciclo político ainda não terminou conforme atrás disse, importa, todavia, dizer que o Celestino Sacramento perdeu a eleição com dignidade e honra e cumpriu o seu papel e o compromisso que disse ter com os guisandenses. Apesar disso, é fácil perceber que algumas coisas falharam, e vários apoiantes já mo  confessaram, quer na elaboração da lista quer na forma e conteúdo da campanha. Mas isso já é passado, e como diz, e bem o Celestino Sacramento, agora é esperar e desejar que a futura Junta faça um bom trabalho, mesmo que na parte inicial do texto diga que "nós não perdemos nada, mas a freguesia deve ter perdido". Aqui nesta frase talvez falte um pouco de humildade, pois também, em democracia, devemos dar o mérito aos adversários e confiar, em respeito a eles próprios mas também na maioria que neles votou.

Parabéns ao Celestino Sacramento, por tudo quanto fez pela nova independência da nossa freguesia e esta deve ficar sempre reconhecida. Guisande certamente que nunca esquecerá o seu papel, mas não era isso que estava em jogo e em disputa nas eleições deste passado Domingo. Era mais do que isso pelo que não deve sentir-se desconsiderado ou desrespeitado. É importante que estas coisas não se misturem e reconhecimento não é necessariamente obrigação. Neste aspecto, a  História dá-nos lições: Winston Churchill, apesar do seu papel fundamental de resistência à frente do Governo da Grã-Bretanha, saíndo vitorioso na II Guerra Mundial, logo de seguida perdeu as eleições para os trabalhistas, sem apelo nem agravo.

A finalizar, espero mesmo que não seja o fim de um ciclo e que na Assembleia de Freguesia o Celestino Sacramento seja o líder de uma oposição responsável e construtiva, um exemplo de civismo e serenidade, mas exigente e atento à actividade da Junta, tomando as posições que considere do interesse da população. É isso que espero e certamente que os guisandenses.

14/10/2025

Ninguém é profeta na sua terra

Com a vitória, por maioria, da lista do PSD na eleição para a Assembleia de Freguesia de Guisande, encabeçada por Johnny Almeida, Rui Giro é também uma das figuras eleitas e vencedoras e em princípio virá a assumir o importante cargo de presidente da Mesa da Assembleia. Também foi eleito directamente para a Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira.

Em bom rigor, qualquer elemento de qualquer uma das listas, com alguma preparação, poderia desempenhar essa função, mas convenhamos que é um cargo de responsabilidade e que exige alguns conhecimentos legais ligados às funções, competências e funcionamento deste importante órgão do nosso poder autárquico. Resulta deste pensamento que alguém com formação em Direito, estará, óbviamente, mais capacitado para o cargo.

Mesmo nos elementos agora eleitos pelo PSD, temos a Inês Bastos, advogada e jurista na Câmara Municipal de Albergaria a Velha, que bem poderia desempenhar esse papel com qualidade e competência. Isso também demonstra que a lista do PSD apresentou-se com gente jovem mas com formação superior no que, convenhamos, não sendo determinante, é sempre importante. 

Não obstante, e não tendo qualquer certeza ou indicação disso, creio que será mesmo o Rui Giro a vir a assumir essa responsabilidade, desde logo pela larga experiência, pois, recorde-se, já foi presidente da Assemblei de Freguesia ainda no tempo anterior à União de Freguesias, depois também já na União de Freguesias, para a qual foi eleito nos mandatos de 2014/2017, 2017/2021 e 2021/2025, para além de ser o presidente da Assembleia Geral da Associação do Centro Social S. Mamede de Guisande.

Sei eu, sabe o próprio, que em Guisande, junto de uma certa franja de pessoas, tem existido algum preconceito ou má impressão à volta da sua figura. Quanto a mim, de forma injusta, mas que como explicação, resultará de alguma inveja pessoal ou de facção,  bem como  resquícios de alguns  atritos do passado, nomeadamente decorrente do processo em que depois de difamado publicamente em contexto de uma assembleia de freguesia. A defesa do bom nome é um direito que todos temos pelo que o seu bom nome foi defendido na Justiça. Esta actuou e quem difamou sem qualquer provas e fundamentos foi naturalmente condenado. A decisão não agradou aos que na ocasião defenderam o difamador pactuando com a difamação. Um episódio triste mas marcante e que em parte ajuda a explicar um certo mau estar que ainda parece subsistir, mesmo que já passados mais de vinte anos.  Quem não se defenderia perante uma difamação torpe no contexto de um órgão de poder local?

Por outro lado, na sua profissão de advogado, nomeadamente em causas a envolver guisandenses, naturalmente que provoca sempre algumas antipatias do lado a quem a Justiça não dá razão, o que é natural mas injusto. A Justiça, gostemos ou não, seja lenta ou susceptível de ser subvertida por quem tem dinheiro e poder,  deve ser cega e não se compadecer com o que não respeitar a lei e os direitos de cada um, seja pessoa singular ou colectiva. Os advogados, todos, têm este ónus contra si, o de serem defensores, ora de Deus ora do diabo, por conseguinte agradando a uns e desagradando a outros.

Por conseguinte, conhecendo o Rui Giro desde os meus tempos de escola primária, e com ele estive na fundação e actividade da Associação Cultural da Juventude de Guisande, do jornal "O Mês de Guisande", da Rádio Clube de Guisande e depois na fusão e actividade com a Associação Cultural de Guisande "O Despertar", por isso mais de duas décadas ligadas ao associativismo e à cultura na nossa freguesia, compreendo alguns dos factores para essa antipatia e até algum preconceito, mas que, como disse, considero totalmente injustos e imerecidos.

Queira-se ou não, goste-se ou não, o  Rui Giro é uma pessoa interessada pela sua freguesia e nela tem sido uma importante figura, no contexto associativo, cultural, político e até mesmo empresarial e quem dera a muitos de nós, guisandenses, ter no seu currículo esse peso e ligação à freguesia. Infelizmente, alguns dos que nutrem e semeiam por ele essa antipatia ou pouco apreço, provavelmente nunca nada fizeram pela comunidade, passando ao lado da sua história e do seu dia-a-dia. E se fizeram, nunca contribuiram para a união da comunidade, antes dividindo para reinar.

No que foi esta campanha eleitoral, alguns terão discutido se para a lista do PSD teria sido mais vantajosa ou prejudicial a presença do Rui Giro. Admito que alguns consideram que sim e outros que não. Pessoalmente, pela realidade que atrás descrevi, acho que a sua presença na lista foi positiva mesmo que a contragosto de alguns. A sua qualidade de jurista, de oratória e experiência no cargo de elemento de Assembleia de Freguesia, incluindo no papel de seu presidente, não tem paralelo na freguesia no momento presente. Concerteza que já tivemos pessoas no passado a assumir essa função, até com a qualidade adequada, mas no presente não estou a ver melhor, até porque os que têm capacidade não se querem meter nestas coisas ou já numa fase da vida a que pouco ou nada dispensam do seu tempo e interesse.

Por conseguinte, de forma pragmática, e mesmo sabendo que o próprio até tinha a vontade de não fazer parte, a sua introdução na lista foi positiva. Quem gostou, gostou, quem não gostou não gostou e por isso, de uma forma ou outra, teve oportunidade e pôde exprimir-se na votação. Ora, como se sabe, a lista em que se integrava venceu democraticamente por uma diferença significativa e certamente que o Rui Girto voltará, e bem, a ser o presidente da Mesa da Assembleia no recomeço de um ciclo importante.

Finalmente, e convém não esquecer, gostem alguns ou não, se é certo que ao Celestino Sacramento todos, devemos estar reconhecidos e gratos pelo seu papel no processo e luta pela desagregação de freguesias, que nos trouxe a independência, não foi em nada menor a importância e o papel do Rui Giro nesse processo, bem como da lista do PSD na Assembleia da União de Freguesia que votou unanimemente a favor da desagregação, ao contrário de alguns elementos da mesma Assembleia, de Guisande ou com familiares em Guisande, que pelo PS votaram contra ou abstiveram-se. Está escrito e registado para memória futura. De resto, durante o processo, fui acompanhando de perto a evolução e o papel importante que teve o Rui Giro, nomeadamente já na parte final e depois de numa primeira apreciação a desagregação da nossa União de Freguesias ter sido reprovada. O seu papel formal e jurídico, bem como diligências informais junto de quem tinha poder de influência,  foi fundamental no agendamento da sessão extraordinária e clarificação da freguesia de Lobão, tornando possível, in extremis, que o processo fosse reapreciado e aprovado.

É pois, muito injusto que este papel do Rui Giro seja ignorado ou desconsiderado ou que apenas se atribuam os louros ao Celestino Sacramento, mesmo que merecidos. De resto, este, em conversa pessoal, reconheceu o papel importante do Rui Giro. O Celestino Sacramento pode ter perdido agora um acto eleitoral, democraticamente e que o enobreceu, mas é um homem de honra e palavra e por isso teve esse reconhecimento a favor do papel do Rui Giro. Mesmo quem não se simpatize com a figura do Rui Giro, e não temos que simpatizar ou ser amigos de toda a gente, só não reconhece este papel importante e dedicação às causas da freguesia quem estiver de má fé e ronha pessoal.

Dos fracos não reza a história, mas o Celestino Sacramento e o Rui Giro, goste-se ou não, farão parte do lado certo e nobre da história de Guisande e isso não pode ser negado nem apagado, no presente e no futuro. Quem não gostar, que se amanhe e que se coce.

Diz-nos a Bíblia e o Evangelho que ninguém é reconhecido como profeta na sua terra, mas alguma má impressão, antipatia ou mesmo preconceito de uma franja de guisandenses contra o Rui Giro, repito,  é de todo injusta, imerecida e mesmo sem fundamento. Mas é o que é e mal estaríamos se fôssemos condicionar a nossa vida e a nossa forma de ser e estar, ao sabor do vento e dos humores de algumas pessoas incapazes de dar mérito a quem o merece. Gente assim, invejosa e incapaz de reconhecer o mérito a terceiros há em todo o lado e também em Guisande. É o que é!