6 de setembro de 2022

Dador de sangue - Dar o seu a seu dono

Sou dador benévolo de sangue desde 1983, altura em que iniciei o serviço militar, mas com regularidade desde Fevereiro de 1991, altura em que em Guisande se iniciaram as colheitas com regularidade bi-anual.

Inicialmente os primeiros eventos de colheita estiveram a cargo do Instituto Português do Sangue – Porto, e posteriormente passaram para a o núcleo de Coimbra, situação que ainda se mantém.

Inicialmente os cartões de dador eram em formato de papel, sendo as dádivas ali anotadas. Depois deu-se a transição para o formato digital com micro-chip.

Em Agosto de 2019, questionei os serviços centrais do IPS para confirmar o número total das minhas dádivas e foi-me respondido que à data contabilizava 27 dádivas. Ora este número não podia estar certo, até porque até 2009 eu já tinha recebido dois certificados correspondentes a 20 dádivas e por isso com direito a uma medalha cobreada, pelo que com mais 10 anos em cima, num total de 20 episódios de recolha, a que sempre compareci, era pouco crível que apenas me fossem contabilizadas apenas mais 7 dádivas.

Questionei ainda o serviço da Associação de Dadores de Santa Maria da Feira mas também não foram capazes de dar a informação global, para além da indicada pelos serviços centrais. Voltei a questionar, anexando novas informações, mas nem sequer obtive resposta.

Na última sessão de recolha efectuada aqui em Guisande - Santa Maria da Feira, em 23 de Julho de 2022, foi-me informado que atingi um número superior a 30 dádivas, ficando, por isso, abrangido com a isenção definitiva de taxas. Mas obviamente poderei continuar a doar sangue, até aos 65.

Inconformado com este número, por estes dias voltei a questionar o serviço central e voltei a juntar argumentos e documentos, incluindo o anterior cartão em formato papel, e finalmente, reconheceram o erro e relacionaram ambos os históricos, pelo que tenho neste momento 45 dádivas efectivadas, e com o tal direito à medalha prateada (40 dádivas).

A medalha é obviamente uma questão menor, mas mais importante é a reposição da verdade. Se um dador concedeu 45 dádivas, porque carga de água lhe hão-de ser consideradas apenas 32?

Lamenta-se que, nestas como noutras coisas, os serviços por vezes falhem e não sejam capazes de agir com rigor e justiça. Felizmente, por força da minha insistência e com provas e argumentos mais que válidos, lá reconheceram a falha e prontificaram-se a repor a verdade e a actualizar o histórico.

Serve esta conversa para fazer ver a outros dadores, nomeadamente de Guisande, que certamente estarão na mesma situação. Por conseguinte, quem assim o entender, por uma questão de justiça e rigor, que procure accionar os seus direitos.

Parece-me, finalmente, que à própria Associação de Dadores de Santa Maria da Feira caberia e ficaria bem ajudar a resolver esta disparidade e a repor a justeza. Infelizmente, nos contactos que tive, não me pareceu haver essa disponibilidade em ir mais além.