Li por aí que, até 30 de Novembro, estão abertas as inscrições para o Programa de Voluntariado Inter-geracional, dirigido a jovens, maiores de 16 anos, e a seniores, a partir dos 55 anos, disponíveis para colaborar em áreas que permitam a sua intervenção activa na comunidade, a aquisição de novas competências e a valorização do tempo.
Não tenho dúvidas que quem participa em programas de voluntariado, seja em que áreas for, adquire conhecimentos, logo valorização, para além de enriquecimento quanto à cidadania. Já os conceitos de superação e atrevimento, valem o que valem e pelo menos ficam bem no cartaz, porque modernos.
Mas cheira-me também que por detrás destas oportunidades e constantes apelos ao voluntariado, reside um certo oportunismo porque dele o benefício directo com poupança em pessoal. Mas esta, a poupança, nunca é referida nem valorizada nos grafismos. Pode até haver alguma despesa residual com os voluntários, mas não é difícil supor a substancial economia que deles resulta pois que, à falta dessa mão de obra, que se pretende atrevida, a mesma teria que ser suprida por funcionários da casa ou contratados a empresas externas. E sabe-se que esta mão de obra contratada não se paga apenas com lanches ou apelos à superação e ao atrevimento.
Mas sim, são boas oportunidades para quem gosta de fazer alguma coisa e tem muito tempo livre.
Por cá, não é fácil ser-se voluntário em contextos da freguesia e da paróquia, porque para além de nada se ganhar, como é expectável e natural, quase nunca há qualquer reconhecimento pela dedicação, empenho e tempo despendido. Pior do que isso, é, regra geral, receber-se críticas e insinuações de interesses e vaidades. Ora quando assim é, não deve surpreender que cada vez mais se note a indiferença das pessoas em integrarem grupos, movimentos e causas e deles fugirem como o diabo da cruz.
É claro que com isso ficamos, enquanto comunidade, mais pobres, mas também não é menos verdade que esta perspectiva já poucos incomoda. Recusa-se, por isso, fazer parte de uma qualquer comissão de festas ou de uma colectividade com toda a naturalidade e legitimidade inerentes a quem se considera como desligado da sociedade, vivendo apenas de si para si. Afinal de contas quem quer trabalhos, responsabilidades, canseiras e tempo perdido a troco de nada e apenas recebendo críticas e desconsiderações?
Mas sim, são boas oportunidades para quem gosta de fazer alguma coisa e tem muito tempo livre.
Por cá, não é fácil ser-se voluntário em contextos da freguesia e da paróquia, porque para além de nada se ganhar, como é expectável e natural, quase nunca há qualquer reconhecimento pela dedicação, empenho e tempo despendido. Pior do que isso, é, regra geral, receber-se críticas e insinuações de interesses e vaidades. Ora quando assim é, não deve surpreender que cada vez mais se note a indiferença das pessoas em integrarem grupos, movimentos e causas e deles fugirem como o diabo da cruz.
É claro que com isso ficamos, enquanto comunidade, mais pobres, mas também não é menos verdade que esta perspectiva já poucos incomoda. Recusa-se, por isso, fazer parte de uma qualquer comissão de festas ou de uma colectividade com toda a naturalidade e legitimidade inerentes a quem se considera como desligado da sociedade, vivendo apenas de si para si. Afinal de contas quem quer trabalhos, responsabilidades, canseiras e tempo perdido a troco de nada e apenas recebendo críticas e desconsiderações?