9 de janeiro de 2023

Cristina, a popularidade é fundamental

Pobre que sou, não viajo, pelo que não sei se noutros países isto também acontece, mas em Portugal é certinho e direitinho, por exemplo: Se uma figura pública entrar num restaurante com a sua comitiva, o mais certo é que seja principescamente tratado, com recomendações à cozinha e pessoal de mesa, e no final o dono nada lhe cobre a troco de uma sorridente selfie conjunta que depois exibirá orugulhosamente num local visível do seu estabelecimento, para que todos comprovem que o sítio é bem frequentado. Em resumo, alguém que por princípio poderia comer e beber bem e pagar melhor, provavelmente comerá à borla. Por oposto, uma qualquer Zé Ninguém, de mau aspecto e mal vestido, mesmo que não impedido de entrar terá que ir para um canto, comer rápido e pagar por inteiro.

Este tipo de situações, paradoxais, são comuns e leva a um ciclo em que os mais ricos, mais importantes e famosos, levam sempre a melhor e são beneficiados. Ou seja, quem tem reconhecimento público é mais reconhecido. E isto acontece em muitas áreas de extractos da sociedade no nosso Portugal. O recurso à cunha, à influência de um amigo, está-nos no sangue. 

Outro exemplo, um qualquer desconhecido com pretensões a escritor, mesmo que com grande qualidade, tem um longo, penoso e custoso percurso até se tornar notado nas editoras e circuitos comerciais e depois almejar a viver da escrita. Já um outro, conhecido, com títulos que se vendem como pãezinhos quentes, tem todas as portas escancaradas e é disputado por editoras e orgãos da comunicação social. Está e aparece em todas!

Ainda agora, por estes dias, dei comigo a constatar que a artista musical Midus Guerreiro, compositora, baixista e vocalista, que actualmente trabalha em Londres, mas que se tornou conhecida a partir da década de 1980 quando fazia parte da banda Roquivárius, com temas que se tornaram populares como "Ela controla" ou "Cristina, beleza é fundamental" tem estado em tudo quanto é rádio, televisão, jornais e revistas, promovendo o seu último trabalho, o álbum "Minhas Canções, Meus Amigos". Só na rádio já a ouvi a dar entrevistas em pelo menos 3 estações, e ainda agora num jornal de âmbito nacional mas igualmente em plataformas digitais. Não vejo muita televisão mas presumo que tenha passado pelos Gouchas ou similares. Mas isto acontece não apenas com a Midus, de resto uma excelente artista e que aprecio, mas com muitos e muitas outras Midus, tanto na música, como no desporto, entretenimento, politica, etc, etc.. 

Em suma, nada é fácil para quem é desconhecido. Para os outros, para quem já tem estatuto, tudo é caminho aberto. E surpreendem-se alguns quando os indicadores dizem que cada vez mais os ricos são mais ricos e os pobres mais pobres. Tudo anda anda ligado a esta cultura diferenciadora em que o sermos iguais, com os mesmos direitos e  oportunidades é apenas uma treta escarrapachada numa qualquer constituição ou livro de regras politicamente correctas. A prática diz-nos que a coisa é bem mais dura e selectora.

É o que é! Por isso, para a Cristina e muitos outros, a beleza, mas sobretudo a popularidade, é mesmo fundamental.

Uma terra de todos e de ninguém

Contando por alto, mesmo com gente natural da freguesia mas que estava fora, mais coisa menos coisa foram mais de uma dúzia os falecimentos de guisandenses neste ano que terminou. E o mês de Janeiro do novo ano ainda está na primeira semana e já foram duas pessoas a partir. A última delas vai hoje a sepultar.

Costumamos dizer que isto é uma roda e que uns morrem e outros nascem. É certo! Mas também tomamos como adquirido que é normal que os nascimentos sejam mais que os falecimentos para assim haver crescimento da população e cumprir-se a velha regra divina do "crescei e multiplicai-vos". 

Todavia, há anos que esta regra está virada do avesso e não só na velha Europa, como em Portugal e Guisande, os nascimentos estão em redução e por isso as populações estão a reduzir e a envelhecer. E se em Portugal a coisa não tem sido mais dramática tal só acontece porque uma parte substancial dos nascimentos, sobretudo na área da Grande Lisboa, são filhos de pais estrangeiros. De resto, parece que os três primeiros nascimentos em 2023 cá em Portigal, foram precisamente de pais não portugueses.

Em Guisande o mesmo problema que já vem de há anos. Face a a essa dúzia de falecimentos no ano de 2022 quantos nascimentos ocorreram? Três, dois, um? Nenhum? 

Por mim já tenho falado e escrito sobre o assunto e pouco importa perder tempo com explicações e justificações. Elas são por demais evidentes, desde logo pelo nosso estilo e padrões de vida bem como pela falta de políticas sérias e consistentes de apoio às famílias, nomeadamente à natalidade. Hoje o conceito de família anda virado do avesso e até mesmo vandalizado ao abrigo de modernos paradigmas pelo que pouco ou nada há a fazer. Fica o dilema de continuar a assistir à redução da população e ao esvaziamento do já euxaurido interior ou então, como muitos defendem, abrir as comportas para o país ser inundado de gente proveniente do terceiro mundo para de novo povoar esta terra de velhos e passarmos a ser não uma pátria mas um ninho de vespas, uma  arca de noé com uma miscelânia de gentes de diferentes raças, culturas e credos com todos os riscos inerentes e decorrente dos extremismos e fundamentalismos. Parece-me, que se formos por aí, sem regras nem rei nem roque, deixaremos de ser uma pátria mas antes um acoradouro, uma terra de todos mas de ninguém. 

7 de janeiro de 2023

Nota de falecimento


Faleceu Manuel Flávio de Oliveira Santos, de 71 anos [30 de Setembro de 1951-06 de Janeiro de 2023], marido de Maria Adelaide Francisca da Conceição. Vivia no lugar de Casaldaça, no edifício de habitação social.

Cerimónias fúnebres na próxima Segunda-Feira, 9 de Janeiro pelas 16:00 horas, na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar em jazigo de família.

Missa de 7.º Dia no próximo Sábado, 14 de Janeiro pelas 17:30 horas.

Sentidos sentimentos de pesar e luto a todos os seus familiares, de modo particular à esposa e aos filhos.

Que Deus o tenha em eterno descanso! Paz à sua alma!

5 de janeiro de 2023

Nota de falecimento


Faleceu Emília Correia de Pinho Silva, viúva de António Alves da Silva, de 88 anos [11 de Janeiro de 1934-04 de Janeiro de 2022].

Residia no lugar da Lama - Guisande.

Cerimónias fúnebres na Sexta-Feira, dia 06 de Janeiro de 2023, pelas 11:00 horas, na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7º Dia na Sexta-Feira, dia 13-01-2023, às 18:30 Horas.

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular aos filhos Avelino e Júlia Amélia.

Paz à sua alma! Que descanse em paz!

4 de janeiro de 2023

Pornografia

 O comportamento de um certo funcionário de um clube, depois de regressar do Mundial do Qater insuflado de ego com o que dizem ter sido uma revelação, com comportamentos disciplinares que prenunciam um "esticar da corda" com a sua entidade patronal e com a qual tem contrato de trabalho, é sintomático dos valores que nos tempos actuais regem o futebol: Cobardia, desrespeito e falta de ética e profissionalismo. 

No fundo não passam de meros mercenários onde o dinheiro e a fama ditam as leis. Para além disso, há a outra parte da vergonha, os clubes que aliciam estes rapazolas levando-os a desrespeitarem os clubes com os quais têm contratos e sem qualquer regulamentação.

E no fim de contas conseguirá o fulano o que pretende, saír na primeira "janela de oportunidade", mesmo que o clube receba o pornográfico valor da cláusula de rescisão. 

Um comportamento destes implicaria que o jogador fosse remetido para a prateleira da insignificância e fosse obrigado a cumprir o contrato até ao final na equipa B, ou nem isso, mas é certo que o clube não pode permitir-se a esbanjar tão grande valor que terceiros estão dispostos a pagar por ele. Por isso vai ser despachado,  até porque maçãs podres nunca passarão disso.

Em resumo, estas situações ligadas oa futebol são por demais banais e deveriam servir de reflexão a quem tanto interesse dedica a acompanhar estas coisas, mas em rigor é destas telenovelas que vive a indústria. 

É mau de mais, mas é disto que o nosso povo gosta e faz chorar de orgulho, nos estádios, quando esta gentalha beija o emblema. Todavia, é só surgir a oportunidade e o motivo para se revelarem na sua pequenez.

Guerra de quintais

Da moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal e que amanhã Quinta-Feira, 05 de Janeiro, será debatida e votada na Assembleia da República, bem sabemos que está condenada ao fracasso porque o Partido Socialista dispõe de maioria absoluta. De resto, se uma maioria absoluta não é garantia de uma boa governação, é pelo menos uma salvaguarda quanto à rejeição de moções de censura apresentadas pela oposição.

Apesar disso, do desfecho previsto, estas moções servem apenas para confirmar que na realidade os portidos estão divididos não por politicas mas por ideologias. Assim, mesmo com os partidos da esquerda a criticarem a acção do Governo, já disseram que vão cotar contra a moção. E seria exactamento igual se fosse ao contrário, ou seja os partidos da direita a votarem contra se a moção partisse da esquerda.

Assim sendo, face a este tipo de política pequenina, em que cada um defende apenas o seu quintal, pouco há a esperar dos nossos fracos políticos, porque as divergências ideológicas são mais fracturantes que as políticas ou necessidades do país. 

Antes partir que torcer.

3 de janeiro de 2023

Buracos e pedreiras

João Galamba, ex-secretário de estado da energia, que foi investigado no âmbito dos obscuros e manhosos processos das concessões das pedreiras de lítio e do hidrogénio verde, ganhou experiência em buracos e pedreiras e por isso faz todo o sentido que o primeiro ministro o promova a ministro das infraestruturas, ficando assim com a tutela da TAP, de todos o maior buraco, a maior pedreira do país.

Vamos a ver no que dá, mas ao contrário de uma boa pedreira em que dela se extrai qualquer coisa de valor, que mais não seja, calhaus, provavelmente continuará a ser mais do mesmo, um enorme buraco onde o erário público ali enterra ouro, em que uma boa parte dele é para distribuir em prémios e carrões por malta porreiraça que ali vai de vez em quando marcar o ponto.

A ver vamos como é que a coisa vai aterrar!