26 de setembro de 2017

Capela do Viso

Sondagem

Vale o que vale, mas na nossa simples sondagem que aqui tivemos disponível durante largos dias, em que à questão "Quem acha que vai ganhar as próximas eleições para a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira?, os participantes em número de 54 distribuíram os votos de acordo com o quadro abaixo.
Emídio Sousa, candidato pelo PSD e ainda o actual presidente de Câmara, colheu 23 votos (42%), por isso distanciado da candidata do PS mas sem maioria.
Obviamente que não sabemos qual vai ser o resultado de Domingo, mas será perfeitamente normal que seja o Dr. Emídio a ser reconduzido à frente da edilidade feirense fazendo prolongar o domínio laranja no nosso concelho. Resta saber se por maioria ou não, já que nos parece que a Dr.ª Margarida Gariso tem tido uma campanha muito positiva. Apesar de tudo isto, o povo no seu conjunto é soberano e escolherá. Importa que o faça devidamente esclarecido.

Nota: Teria sido curioso realizar semelhante sondagem para a nossa União de Freguesias, mas à data ideal para o seu lançamento (pelo menos um mês antes) ainda não era conhecido publicamente o nome do candidato do Partido Socialista. Este apenas foi dado a conhecer publicamente sensivelmente a pouco mais de 15 dias da data do acto eleitoral o que nos parece pouco tempo para manter uma sondagem online. 


25 de setembro de 2017

Realidades...

Estamos em período de campanha eleitoral para as próximas eleições autárquicas que têm lugar já no próximo Domingo, 1 de Outubro. 
Como é sabido, já não faço parte de qualquer lista concorrente e por conseguinte a minha intervenção no acto eleitoral será apenas de mero eleitor.

Para além das minhas opiniões e pensamentos pessoais que tenho publicado e partilhado publicamente neste meu espaço, de uma forma independente tanto quanto possível, mesmo com todos inconvenientes pessoais decorrentes, tenho procurado abster-me de tomar partido por A ou B. Apesar disso, não como um apelo ao voto mas apenas à reflexão, gostaria que os eleitores, de modo particular os guisandenses, para além das suas próprias análises, decorrentes do seu legítimo pensamento, pelo menos tivessem em conta as enormes dificuldades que o ainda actual executivo da Junta teve neste seu curto mandato de três anos. Ninguém de boa fé, da esquerda à direita, pode fazer uma análise ponderada, objectiva e isenta se de forma deliberada omitir ou esquecer  a realidade. E a realidade, independentemente do estilo e modo de acção da Junta, que será sempre questionável, traduziu-se num conjunto de graves dificuldades decorrentes dos compromissos financeiros transitados forçosamente das extintas Juntas de Freguesia de Guisande e Gião. Houve por isso necessidade de pagar dívidas e cumprir compromissos da responsabilidade alheia ao actual executivo, em montantes substanciais. Nesse contexto, o dinheiro deixou de poder ser canalizado em obras e traduziu-se em dificuldades na contratação de pessoal e de serviços. Foi necessário reduzir subsídios e suprimir no primeiro ano algumas iniciativas populares como o Passeio/Convívio dos Seniores e outras regalias. Foi, em suma, um mandato de contenção e de redução de algumas expectativas que eram legítimas no início.

Para além das dificuldades objectivamente financeiras por pagamento forçado do desmando de terceiros, esta Junta teve que lidar com a nova realidade administrativa e todas as questões práticas e legais inerentes à mudança. Desde o sistema informático integrado até à administração de cemitérios bem como do registo de património e inventário e outros mais aspectos de gestão e funcionamento, este foi um processo que gastou tempo e recursos. É certo que no geral a casa está quase arrumada, mas ainda muito falta fazer, nomeadamente na uniformização de sinalização, toponímia e outros pontos inerentes a uma nova entidade. É um processo quase constante.

Em todo o caso, pessoalmente saio obviamente desiludido porque nem de longe nem de perto as coisas correram como tinha perspectivado. Mesmo com as dificuldades referidas era possível fazer mais, melhor e diferente. Mas um exagerado centralismo presidencial e nenhuma autonomia aos directos representantes das freguesias não o permitiram. Não há como o desmentir.

Finalmente mas não menos fundamental e concorrente para as dificuldades da ainda actual Junta, o facto de este mandato ser mais curto, já que dos quatro anos normais e expectáveis, um foi gasto sem resultados práticos numa gestão corrente e com uma Comissão Administrativa limitada nas suas competências.
Mesmo com as diversas dificuldades, financeiras e de organização decorrente da reforma administrativa, estou certo que com mais um ano de mandato pela frente, haveria tempo e disponibilidade para fazer mais obra, incluindo pavimentações de algumas ruas ou destas nos troços mais degradados e rotinar com regularidade outros aspectos como as limpezas das ruas e espaços verdes e manutenção de equipamentos.

Esta é a realidade que posso testemunhar e, como disse, será de má fé ou de memória curta quem fizer uma análise à actividade da actual Junta sem ter estes importantes factores em conta. Não que sejam apenas desculpas, mas por terem sido efectivos e indesmentíveis.

Quanto ao resto, quanto à legitimidade de todas as listas e pessoas concorrentes a um novo mandato, quero acreditar que todos são capazes, competentes e interessados pelo desenvolvimento futuro da nossa união das freguesias e da sua população. As diferenças podem ser de estilo ou de projectos. Que façam, uma vez escolhidos pelo povo, pela vida e que não defraudem as expectativas.

Eleições Autárquicas 2017 - O que se vai lendo, vendo e ouvindo - XXI




Propaganda do CDS-PP para as eleições autárquicas do próximo dia 1 de Outubro. Sob o lema MAIS, Domingos Correia, candidato do partido centrista à Assembleia de Freguesia de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, traça as principais linhas orientadoras do seu programa.
Recorde-se que o CDS, tanto nas eleições de 2013 como nas intercalares de 2014 elegeu um elemento, pelo que a repetir-se pode vir a funcionar como eixo decisivo na formação do futuro executivo. Mas isso são contas que cabe ao povo sentenciar. Mas sim, é importante a participação de mais partidos para além da habitual bi-polarização PSD-PS. Igualmente importante teria sido o aparecimento de uma lista independente. 

24 de setembro de 2017

Olhares - Capela do Viso e sineta





Capela do Viso e sineta. São horas da andança e da mudança...

Noutros tempos, tocava todos os domingos, logo pela manhãzinha, bem cedo,  a chamar o povo, ainda dorminhoco, a subir ao monte do Viso para assistir à missa das sete. O padre Francisco, ainda fresco, já subira ligeiro pelas Quintães e Barreiradas fora e o Ti Franklim, antecipando-se-lhe, já entrara na sacristia a puxar pela corda do badalo, fazendo-o martelar num ritmo incerto, pelo seu cansaço, na preguiçosa sineta. Tlim, tlim, toca o franklim, Tão preguiçosa que mais tarde foi preciso mecanizá-la, quase castrá-la, sim porque agora já não é o pobre badalo a acariciar o cobre, resignado por isso a uma figura de corpo presente e impotente, enquanto pelo lado de fora, um martelo cilíndrico e impessoal chega-lhe a roupa ao pêlo quando é preciso anunciar a missa, poucas vezes, diga-se.

Pobre badalo, longe já dos tempos em que, conta-se, numa noite de S. João alguém o fez trabalhar umas horas a fio, quando lhe amarraram uma corda a uma cabra inquieta, surripiada de um qualquer curral. Houve quem, estremunhado, se levantasse para ir apressado à missa sem hora marcada ou mesmo a acudir a algum improvável incêndio, dada a inquietação e insistência com que o raio do badalo martelava na sineta. Outros tempos, mas o badalo ainda ali está, desde 1874, para confirmar esta e outras histórias. É só perguntar-lhe.

Nota: Mas sim, a sineta, conforme se vê pela fotografia acima, ainda tem um sistema que lhe permite balançar e assim ser tocada pelo badalo, mas parece que tal tarefa tem sido incumbida ao martelo exterior.

23 de setembro de 2017

Outono...


Parecendo que não, já estamos no Outono. Tempo de colheitas, vindimas, castanhas, diospiros, romãs e nozes. Tempo de mais roupa no corpo e cobertores cama. Tempo em que um vinho do Porto sabe melhor que uma cerveja e uma camisola de lã melhor que uma t´shirt.

22 de setembro de 2017

Abonos dos eleitos locais 2017



Considerando que estamos em vésperas de eleições para as autarquias locais, terá algum interesse informar o seguinte: A nossa União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande tem para estas eleições de 1 de Outubro de 2017 um total de 9577 eleitores inscritos, o que faz dela a segunda maior freguesia do concelho de Santa Maria da Feira. Na tabela dos abonos dos eleitos locais está integrada no escalão entre 5000 e 10000 eleitores. Assim sendo a nossa Junta e todas em igual condições de número de eleitores é composta por 5 elementos, em que o presidente da Junta, a tempo inteiro em regime de exclusividade terá direito a um abono mensal de 1449,76 euros a que acresce 422,17 euros mensais para despesas de representação, por isso um total de 1871,93 euros, acrescidos ainda de dois subsídios extraordinários a receber em Junho e em Novembro (férias e 13º mês), o que totaliza um valor de 26207,02 euros anuais e  104828,08 euros nos quatro anos do mandato. Convenhamos que nada mal num país em que o actual ordenado mínimo nacional mensal é de 557,00.

Nota: (até ao momento em que escrevo esta informação não consegui confirmar se nos subsídios extraordinários também se reflecte o valor das despesas de representação. Creio que não, até pela leitura da tabela acima, pelo que a ser assim aos valores anuais acima indicados terá que se fazer a respectiva dedução (3377,36 euros no mandato), o que de resto é irrelevante face ao valor total a auferir no mandato).

Por sua vez, tanto o secretário como o tesoureiro da Junta recebem um abono mensal de apenas 244,24 euros. Já os demais vogais, os parentes pobres da coisa, recebem somente um valor de 21,37 euros por cada senha de presença nas reuniões de Junta e nas sessões da Assembleia de Freguesia. A ter em conta o número de reuniões estipuladas no actual mandato, duas reuniões de Junta mensais (o mínimo regulamentar será uma reunião), o valor mensal a receber por um vogal totaliza a pequena fortuna de 42,74 euros. Sempre que ocorre uma sessão da Assembleia de Freguesia (mínimo de quatro ordinárias por ano), os vogais recebem mais 21,37 euros por cada sessão. Em números redondos receberá um vogal a fortuna de 600,00 euros anuais ainda sujeitos a IRS. Considerando que o actual mandato está encurtado, sendo apenas de 3 anos, significa que um vogal recebe da Junta pelos três anos menos que o presidente recebe num único mês. Parece anedota mas é a verdade.
Estes são os números muito diferentes de quem, mal informado, eventualmente considera que tantos os vogais como os secretário e tesoureiro ganham pelo menos um ordenado mínimo mensal. É caso para se dizer que neste caso fica-se com a fama mas sem o proveito.

Em resumo, vistas as coisas apenas pela parte financeira, a que muitos chamam de "gamela" ou "tacho", esta coisa de fazer parte de uma qualquer Junta em rigor apenas interessa a quem exerce o cargo de presidente. O resto, secretários, tesoureiros e sobretudo os vogais, é paisagem, muita boa vontade, amor à camisola, amor à freguesia e voluntarismo. Muito voluntarismo. Vale pelo menos o conforto do exercício de um acto de cidadania, o estar ao serviço dos concidadãos mesmo que com efectivo prejuízo.