27 de maio de 2019

Ooooops! Acabei por não votar!


É verdade! Acabei por não votar para o Parlamento Europeu. De resto como a larga e esmagadora maioria, a rondar os 70%, dizem.
Parece que na secção de voto em Guisande venceu o PSD, por 41 votos de diferença para o PS, mas na União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande venceu o PS, como de resto em todas as demais freguesias no concelho de Santa Maria da Feira, com excepcção da União de Freguesias de Canedo, Vale e Vila Maior, em que venceu o PSD.

A nível nacional, como se esperava, a vitória do PS em todos os distritos excepto em Vila Real. Nos Açores só deu PS e na Madeira, a excepção que confirma a regra, quase só deu PSD. Mesmo com um cabeça-de-lista fraquinho, deu para o PS chegar folgado, com o PSD e CDS a perderem gás. Tudo indica que em Outubro será mais do mesmo, mesmo que com os protagonistas de agora já acomodados nos seus confortáveis assentos de Estrasburgo e Bruxelas. Em todo o caso eram apenas figuras secundárias, quase marionetas de um discurso e campanha centrados sobre o país e não sobre a Europa, como se impunha.

É escusado fazer leituras e interpretações porque elas são demasiado óbvias. Por mim, confesso, nem os muitos partidos e coligações concorrentes despertaram o mínimo interesse por esta coisa da Europa. Nem mesmo o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua mensagem de véspera, conseguiu colmatar esse desinteresse. Pode ser apenas a minha leitura, mas o professor, tentando, não fez mais que tratar a larga maioria abstencionista como uma cambada de iletrados e irresponsáveis, desconhecedores dos perigos do abstencionismo. Também ele pareceu ignorar que em grande parte a abstenção resulta de uma descrença na Europa tal como ela nos é apresentada e sobretudo num descrédito nos habituais partidos e seus representantes. É certo que, como disse, a escolha era ampla e diversificada, mas não disse, porque não ficava bem dizer, que nem sempre a quantidade é qualidade.

Feitas as contas, elas, as contas, fazem-se sempre à volta dos principais e habituais partidos. O resto é um conjunto de siglas e pessoas, algumas certamente com boas intenções e que até tiveram algum protagonismo na campanha, mas logo após os resultados desaparecem na sua insignificância percentual. Desses, apenas esperei, talvez pelo carisma do fundador, um pouco mais do Aliança, mesmo sabendo que está a começar a caminhada. Mas a coisa já não vai lá com carismas nem mesmo sendo de Pedro Santana Lopes, talvez por já não surpreender. Mas, pelo menos, pareceu-me ser coerente no discurso da desilusão.

Rui Rio também foi pragmático quanto baste, recusando fazer leituras onde elas não existiam, assumindo o fracasso nos objectivos traçados. Infelizmente, este pragmatismo e frontalidade, que se reconhecem a Rio, também já não casam bem na nossa política porque o povo no geral dá-se bem com os habilidosos e as suas habilidades. No fundo, como no título de um certo filme, "engana-me, que eu gosto", ou como cantava a Ana lá pelos idos dos anos 80, "Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti".

Ainda quanto à esmagadora abstenção, sobretudo para esta circo político das Europeias, ela continuará por estes níveis, ou mesmo a aumentar, enquanto os partidos e os políticos não perceberem o seu real  significado, porque ela não é só composta por gente preguiçosa e com compromissos agendados de ida à praia, à festa ou a casamentos e baptizados, ou simples e puramente desinteressada da coisa pública, mas essencialmente por gente que já não acredita nos partidos e nos políticos, pelo menos na configuração que teimam em manter, e que percebem que votar em A, B ou C vai dar exactamente ao mesmo. Sobretudo, que a Europa e o projecto europeu é essencialmente uma coisa de políticos, burocratas e tecnocratas. O povo, esse andará sempre a seu  toque de caixa.
Creio que a abstenção só vai merecer uma séria atenção quando os políticos caírem no ridículo de serem os únicos a votar neles próprios. É um exagero, obviamente, mas seria engraçado.

Família Gonçalves - Convívio



A Família Gonçalves, com raízes na freguesia de Guisande, realizou neste Sábado, 25 de Maio, no Monte do Viso, o seu 19º Convívio Anual. Como será normal, é sempre difícil reunir a totalidade dos membros, que são muitos, mas mesmo assim foram quase oitenta pessoas de diferentes gerações e várias idades e provenientes de vários locais, não só de Guisande como de Sanfins, Coimbra, Aveiro, Espinho, Lourosa, Famalicão, Porto, etc.

O programa constou de uma missa pela intenção dos membros falecidos, celebrada na capela, pelo Pe. Farinha, pelas 11:00 horas e depois o habitual almoço, lanche e jantar à sombra do velho sobreiro. Houve tempo para um pé de dança e até para os aficionados assistirem ao jogo da final da Taça de Portugal em futebol em que se defrontavam Sporting - F.C. do Porto.

Parabéns à organização e que já se comece a planear o 20º Convívio lá para Maio ou Junho do próximo ano.

24 de maio de 2019

Urgências

A freguesia de Guisande, verdade se diga, tem uma substancial extensão de passeios públicos em muitas das suas ruas. Uns mais antigos, outros mais recentes e ainda alguns já delimitados por guias mas ainda sem pavimentação. Sem fazer contas, terá um rácio passeios/extensão das ruas superior ao das demais freguesias da União.

Todavia, não obstante, uma grande parte desses passeios, sobretudo os mais antigos com pavimento em cimentado, estão já nalguns casos em muito mau estado, destacando-se aqui o passeio na Rua de Fornos, nomeadamente no troço oposto às bombas de gasolina da BP-Garagem Cruz de Ferro. Mas outros há em que são já autênticas ratoeiras capazes de provocar quedas a transeuntes menos atentos à caminhada. Alguns mesmo com caixas destapadas autênticas armadilhas. A juntar à fome, a miséria habitual da falta de limpeza das ervas e lixos, no que é já um mal crónico em toda a União.

É certo que o mau estado de conservação não reside apenas nos passeios, mas igualmente em algumas das nossas ruas, algumas delas, ou em troços delas, em estado deplorável. Exemplos da Rua do Outeiro, Rua do Jardim de Infância, parte da Rua Nossa Senhora da Boa Fortuna, Rua das Barreiradas, Rua de Santo António, Rua da Leira e outras mais, evidentemente algumas mais carecidas que outras. Infelizmente, quando fiz parte do executivo, apesar de identificar essas situações mais urgentes de requalificação e de ter feito o possível para que as mesmas fossem consideradas  e concretizadas, tal acabou por não acontecer, obviamente que para minha desilusão e impotência na decisão. Apesar disso, o mandato acabou com dinheiro a sobrar. Certo é que, já neste outro mandato, porventura menos apertado de finanças, todavia, ainda permanecem por reparar essas situações mais prementes, mesmo considerando que o actual mandato já vai quase a meio.  As perspectivas de que todas elas venham a ser contempladas a breve prazo e no actual mandato parece-nos ilusória, mas é ter esperança.

Em todo o caso, o executivo e na medida do possível com o apoio da Câmara Municipal terá que a breve prazo virar a sua atenção para os passeios já que de facto nalguns casos são por demais deploráveis e injustificados tal é o grau de deterioração, tanto mais em zona muito frequentada e com estabelecimentos comerciais à face. As necessidades na União de Freguesias são obviamente muitas e os meios financeiros insuficientes, mas há situações por demais evidentes no que se refere a mau estado e má imagem para além do perigo concreto que representam para os peões

Ainda no que toca a requalificação, continua-se a aguardar que se dê a devida importância à requalificação na envolvente da Capelo do Viso e ainda da igreja matriz até porque é um dos propósitos anunciados da Câmara Municipal, a requalificação dos centros cívicos das freguesias. Para quando? É esperar.

20 de maio de 2019

Centro Social - Convívio Sardinhada

Conforme previamente divulgado, o Centro Social S. Mamede de Guisande realizou no passado Sábado, 18 de maio de 2019, a partir das 15:30 e até ao final da noite, mais uma edição de convívio com comes-e-bebes. Dois menus, um com sardinhas e outro com bifanas, a 5 euros, com caldo verde, pão e bebida. A receita angariada destina-se ao apoio das despesas correntes no Centro de Convívio.
Estão já a ser preparadas novas iniciativas, como a 3ª Noite da Francesinha e o já habitual Passeio Convívio. Ambos os eventos serão oportunamente divulgados.

Grupo da LIAM de Guisande - 34º aniversário

No Sábado, dia 18 de Maio, o Grupo da LIAM da paróquia de S. Mamede de Guisande celebrou o seu 34º aniversário.
Antes e depois da missa das 19:00 horas, realizou-se a já tradicional Feirinha Missionária  cujo valor apurado com as vendas dos diversos produtos reverterá para os Missionários do Espírito Santo e para as suas obras e acções em prol das Missões.
No final, no Salão Paroquial, houve o tradicional lanche-jantar, em que participaram liamistas, familiares e amigos, bem como o Pe. Damasceno, orientador do grupo e o Pe. Farinha. Para além dos parabéns ao grupo, houve ainda tempo para parabenizar o aniversário da Ti Micas, de Estôze a a Sr.ª São Pinho.
Parabéns ao grupo da LIAM e continuem unidos na sua missão e dinâmica.

A próxima acção, como já habitual, será a participação na Peregrinação Nacional da Família Espiritana, que ocorrerá em Fátima no primeiro fim-de-semana de Julho, dias 6 e 7.

Banana Joe e outras semi breves

Tenho cá para mim que as audições em sede de Comissões Parlamentares, sobretudo as que procuraram ouvir figuras do mundo empresarial e bancário, só têm servido para os inquiridos fazerem de parvos os portugueses, em geral, e os deputados, em particular. Figuras e posturas como as do recente Joe Berardo, com estatuto de Comendador, são um retrato fiel desse gozo, desse ar de intocabilidade. Ora o gozo e a risada de escárnio ora a perda de memória e outras amnésias fazem deles figuras tristas e cómico-dramáticas.
Deste modo, esta gente não tem emenda nem tem quem os emende e por isso, nada podendo fazer o português comum para mudar este estado de coisas, mesmo que a Catarina Martins diga que o meu voto vale tanto quanto o do patrão da Jerónimo Martins, resta-me aplicar a velha máxima de que "lavar a cabeça a burros dá trabalho e  gasta sabão." Mas fazia falta um verdeiro Joe, o Banana, distribuir por essa gentinha umas valentes coças. Infelizmente, Bud Spencer já não não faz filmes nem já anda por cá para os pôr na linha.


O Benfica lá conquistou o 37º título do nosso futebol maior. Reconheço que com algum esporádico benefício de erros de arbitragem, de resto como é costume acontecer para os chamados "grandes", e deles também  beneficiou em muito o F.C. do Porto ao longo desta época, o campeonato ficou decidido pelo facto do F.C. do Porto não ter conseguido impor-se ao Benfica nos jogos entre si. Tivesse vencido no jogo caseiro a poucas jornadas do final da competição e a equipa azul-branca teria ganho distância pontual e anímica mais que suficiente para conquistar folgadamente o bi-campeonato. Não o tendo feito nem sido capaz, por mais que procure agora desvalorizar o mérito do Benfica, como naquela história da raposa para com as uvas que não conseguiu comer, e como é apanágio da casa, não se livra desse ónus. Ficava-lhe bem  reconhecer a sua culpa e incapacidade.
Para além de tudo, mais que um novo título, a reconquista do Benfica tem uma importância acrescida num ano em que supostamente, por uma "santa aliança" entre F.C. do Porto e Sporting, foi despoletado um vendaval de suspeitas, de divulgação criminosa de correspondência privada, alegadamente contendo esquemas de favorecimento e controlo da arbitragem, com os chamados casos dos "emails" e "toupeiras". Afinal de contas, parece que mesmo tendo sido posta a nú toda a "marosca", dizem, independentemente do que os processos em sede judicial possam vir a revelar, os efeitos das "santa aliança" parecem, para já, ter sido um tiro no pé, ou até mesmo saído pela culatra.
Mas, como é um capítulo ainda em aberto, a ver vamos.


A propósito da conquista de mais um título de futebol pelo Benfica, o nosso presidente da república, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, endereçou os parabéns ao clube mas fê-lo justificando-se por também, em iguais circunstância o ter já feito aos outros clubes no passado.
Seria necessária esta justificação? Teve medo de quê ou de quem? Não quis ofender algumas virgens ou ferir susceptibilidades, destas que desencadeiam ondas de choque nas redes sociais?
Não gostei desta falta de pragmatismo do nosso presidente e o problema é que tem acontecido com mais frequência. Por vezes é preferível pragmatismo ao populismo.


Para o próximo Domingo, 26 de Maio, parece que há eleições para o parlamento Europeu. Dizem, os políticos, que são importantes. Sendo que cada um lhe dá a importância que quer, ao acto, por mim dou pouca ou de forma muito relativa, porque todos os actores candidatos às boas benesses de um assento confortável em Estrasburgo, da esquerda à direita, me parecem fraquinhos e todos falam como se cada um por si possa mudar os destinos da velha Europa, perigosamente escancarada e de cócoras. 
Pelo que vou vendo, os principais candidatos falam, falam, mas no fundo falam todos no sentido de que a Europa deva continuar escancarada e de cócoras, aberta à penetração fácil de culturas e fundamentalismos que não se enraízam, antes parasitam. A velha máxima de que "à terra onde fores ter faz como vires fazer" já não tem aplicação nesta Europa demasiado vulnerável,  até mesmo, num certo sentido, prostituída.

14 de maio de 2019

A puta da idade

Nos tempos modernos, a tendência é não darmos atenção às pequenas coisas, pormenores, pintelhos que não nos merecem cinco minutos de reflexão, seja no plano pessoal, no trabalho, na comunidade, etc. Interessa-nos, isso, sim, grandes coisas, vistosas, marcantes, quanto mais materialistas, melhor.

Todavia, certamente porque é a idade a pregar-nos destas pequenas partidas, ou então, a partir dela, a falta de paciência para tolerar e compreender uma sociedade cada vez menos humana, há momentos em que não conseguimos deixar de dar atenção a essas tais pequenas, insignificantes coisas. E isto a ponto de corrermos o risco de gerar pensamentos e reflexões que parecem só nossos porque passam ao lado das mais simples preocupações dos demais.

Neste contexto, que pode parecer confuso, fico a pensar, claro está, comigo mesmo, o que uma pequena caminhada para o trabalho, pode suscitar: Desde logo que a caminhada em si, de apenas 9 minutos para vencer 750 metros, corresponde aproximadamente a 1000 passos e a uma queima de 75 calorias. É certo que quem nos faz estas contas é uma simples aplicação das muitas que temos em qualquer simples telemóvel, mas são números que têm a sua importância para além do óbvio, a poupança em combustível e o ganho na saúde.

Mas mais do que isso, e que a app não nos diz nem estima, é o que mais se pode ver, como desde logo o constatar que nesse curto percurso e só numa das valetas é mais que muito o lixo por ali deixado, como plástico e papel, desde maços de tabaco, invólucros de snacks, embalagens de preservativos, garrafas de água, latas de refrigerantes e outros mais indiferenciados, desde o talão do multibanco e uma revista, jornal e até cuecas abandonadas.

Claro está que todo aquele pouco(muito) lixo é o retrato do nosso consumismo e sobretudo do desleixo e falta de educação cívica que nos faz, de forma indiferente, lançar para a valeta tudo o que não nos interessa, biodegradável, reciclável, ou não.

Depois, vemos, ainda o que dentro de um automóvel tendemos a dar menos valor, como as valetas com excessiva vegetação, a estrada degradada, esburacada, os passeios igualmente degradados e ratoeiras para quem neles caminha, os remates de ligações das redes de água e esgotos a mando da Indáqua, mal feitos, com remendos vincados, aldrabados pela ganância do lucro e incompetências por se fazer mal o que se deveria fazer bem.
Depois, ainda, e isso já o disse noutra altura, o desrespeito geral para com alguém na situação de peão a atravessar uma passadeira, o que diz muito do que somos enquanto condutores.

Afinal, perdemos facilmente duas horas a ver um filme ou um reles jogo de futebol e em apenas 10 minutos ao longo de 1 quilómetro há tanto para ver, aprender e reflectir.
Mas se dizem que o futuro está nos novos e nas mentalidades cívicas e ambientais que se aprendem nas escolas, pode ser só do pessimismo da idade, mas cheira-me que não, porque do que se vai vendo delas e nelas a coisa não está para melhorar. Talvez, isso, sim, dos novos, mas dos que ainda estão por nascer. Infelizmente, para muitas coisas, já será tarde.
Mas, quiçá, será mesmo apenas pessimismo, próprio da puta da idade.